29 fevereiro, 2008

Detective Orelhas, a terceira escolha


É ele mesmo, o Orelhas, a terceira escolha da PGR para Director da PJ do Porto.
O nome de baptismo foi-lhe atribuído por uma eis-inimiga, agora mais conhecida por Santa Carolina, recentemente convertida na mais credível testemunha no famoso processo Apito Dourado.
Segundo fontes bem informadas, a nomeação reúne consenso nas mais altas esferas do Poder Central Lisboeta.
O facto de ser Presidente do Benfica ( por isso, acima de qualquer suspeita) parece ter pesado na nomeação.
NOTA FINAL: A foto foi a possível dada a grande capacidade deste investigador se camuflar. É possível vê-lo a segurar na mão direita uns "rabitos de palha", mas garentem-nos ser apenas parte do disfarce.


É adepto do F.Clube do Porto? Então já sabe, está sob suspeita!


O senhor Victor Guimarães, ex-Director da PJ do Porto , demitiu-se recentemente do cargo por óbvia falta de solidariedade da PRG. Foi acusado pela procuradora nomeada de Lisboa, Luísa Fazenda, de travar as investigações do Processo Apito Dourado, o que obrigou o director Geral Alípio Ribeiro a nomear outra pessoa para o substituir.


Seguiu-se, esta "irrepreensível" ordem cronológica de procedimentos:



  1. O Dr. Alípio Ribeiro, pessoa à priori confiável, mas subitamente transformado em réplica humana de bola de ping-pong, decidiu (como é da sua competência) nomear o magistrado Almeida Pereira para substituir o director demissionário.

  2. Imediatamente após a propalada nomeação, alguém (ou alguns), cujo nome e rosto permanece na penumbra do anonimato, sugere ao senhor Procurador, que Almeida Pereira tinha ligações com o Futebol Clube do Porto...

  3. Ter ligações ao Futebol Clube do Porto, ficamos a saber, significa, na óptica da 'prestigiada' equipa de investigação centralista, que não merece confiança. Vai daí, o senhor Procurador deixa-se ir na onda, ajuíza sem julgamento o recém nomeado director, e recusa dar o respectivo aval ao Director Geral da PJ.

  4. Sem perceber que se transformou na tal bola de ping-pong, Alípio Ribeiro está a fazer contas à vida para nomear alguém que seja da confiança de "todos". E ser da confiança de todos, pode ser tudo, excepto ser simpatizante do F.C.P. Superbe!

Perante estes elevadíssimos procedimentos, é-nos conferida a legitimidade de depreendermos que quando o Sr. Procurador Geral convencer - por acção dedutiva - o Sr. Director Geral da PJ a nomear um magistrado do Ministério Público que seja Benfiquista ou Sportinguista, o problema estará ultrapassado e as condições mínimas de rectidão asseguradas. Parabéns!


28 fevereiro, 2008

Musa Inspiradora



OLHAR CÂNDIDO, REGENERADO E
SOFRIDO DE SANTA CAROLINA,
MUSA INSPIRADORA DA JUSTIÇA
CENTRALISTA

Outra vez, o Porto e o Hélder Pacheco...

É um bálsamo para o nosso orgulho ler este artigo do Hélder Pacheco e a história de um jovem tripeiro de Lyon

Aeroporto Sá Carneiro: o melhor da Europa!

A conta gotas, com os entraves castradores (e a inveja) do centralismo, ainda vamos tendo algumas alegrias.
Esta é uma delas, além da Casa da Música, do Estádio do Dragão - sem dúvida o mais belo do país e um dos mais bonitos do Mundo - e o Metro do Porto.

Para que conste, nenhuma destas obras é devida ao actual autarca Rui Rio que, em péssima hora, alguns portuenses de gosto muito duvidoso se lembraram de oferecer o voto.



O aeroporto internacional do Porto é o único dos equipamentos aeroportuários portugueses que surge no topo da classificação, que mede parâmetros como a comodidade, o tempo de espera no check-in, o tempo de espera pela bagagem ou a qualidade dos produtos vendidos na aerogare, entre outros. Ao figurar pelo segundo ano consecutivo entre os melhores, o "Sá Carneiro" cimenta a sua imagem internacional. Quando, em 2006, foi considerado o terceiro melhor da Europa, o presidente da ANA (entidade gestora das aerogares nacionais) lembrou que era um feito inédito para o país.

POST ABERTO À "PORTO CANAL" E À "RNTV"

Por ter cancelado o meu contrato com a TVCabo (Sulista e cara) e ter aderido à TVTel (Nortenha e mais económica) perdi o acesso à estação Porto Canal. Em contrapartida posso aceder à RNTV (Região Norte Televisão), que começa agora a dar (não muito bem) os primeiros passos.

Esquecendo os aspectos económico-financeiros de que ambos os canais nortenhos seguramente carecem, de compreendermos algumas limitações técnicas, uma programação criativa mas naturalmente incipiente, existe uma grande lacuna na grelha de programação dos dois canais, que me parece imperdoável, que consiste em não estarem a tirar o melhor partido das muitas figuras públicas (da cultura, ciência e desporto, etc.) existentes na região.

Há inúmeras pessoas do Porto e de outras cidades nortenhas, que apenas por serem da região, são praticamente desconhecidas no resto do país e pouco ou nada contam para os media centralistas. Todavia, tirando uma ou outra excepção (no Porto Canal), continuamos sem ver nem ouvir nestes canais regionais, gente qualificada portuenses genuínos, e adeptos da regionalização que se mantêm longe do pequeno ecrâ. Mas, por quê? Já tentaram?


Fica a ideia, que alguns de nós ainda não se aperceberam da importância da televisão no 'fenómeno' da descentralização, de darmos a conhecer a esta massa enorme de gente nortenha (que também vota) as pessoas que afinal lhes estão mais próximas e que, de certo modo, podem com um pouco mais de visibilidade dar o seu contributo e até influenciar os orgãos do poder no sentido de regenerarmos a situação.

É melhor, esquecerem-se (pelos menos, por enquanto) daquelas caras sobejamente conhecidas quase todas oriundas da capital e das quais até já sabemos o nome dos gatinhos de estimação. Esqueçam também os políticos que nada fizeram pela região. Esses, ainda têm muito que tarimbar para afirmarem competências e não são as figuras mais fiáveis...

Afinal, não foi a extinta NTV que deu a conhecer ao país pessoas como o Dr. Rui Moreira (Presidente da Associal Comercial do Porto), o Dr. Azeredo Lopes, Presidente da ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social), o Dr. José Manuel Mendes (Presidente da Associação Portuguesa de Escritores e membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social) ?

De professores conceituados, ciêntistas, escritores, jornalistas, actores, desportistas, artistas, o Porto e o Norte profundo, está cheio! É um erro de casting comercial primário deixar este "furo" precioso por preencher, é um mercado com potencial e (para já) sem concorrência! Que mais querem? Telenovelas?

Esperamos, é que esta timidez comercial não seja uma cópia da estratégia oportunista seguida por outros media, que para se realizarem financeiramente acabam por se vender ao mercado centralista para daqui a pouco nos impingirem a gratificação do costume: as célebres Edições Norte na versão televisisva.

Ponham mais carácter e menos subserviência na vossa actividade, senhores administradores de TV e jornalistas! Vamos a isso!

27 fevereiro, 2008

Ciclos Económicos e Tendências Longas

O economista Eugénio Rosa tem sempre a amabilidade de me enviar os vários e pertinentes estudos que elabora. Partilho convosco o último da sua autoria por se enquadrar perfeitamente nos temas aqui abordados. Chama-se " As Desigualdades Regionais Continuam a Ser Muito Grandes Em Portugal". Será que as assimetrias e discriminações que Eugénio Rosa aponta neste documento também podem ser explicadas à luz dos "ciclos económicos e tendências longas" ?

Estará na altura do Sr.Procurador de demitir?

Artur Pereira e Victor Guimarães
da Polícia Judiciária/Porto
É o que eu digo. Se é verdade que a directoria da cidade invicta apresenta melhores resultados que todos os departamentos nacionais da PJ (incluindo o de Lisboa), não devia ser a primeira a merecer a confiança do senhor Procurador?
Sugestão: talvez...nomear uma equipa especial da PJ Porto para investigar o Processo Casa Pia e ver se, de uma vez por todas, sabemos se há mais alguém julgado para além do desgraçado Bibi!

Ainda os "Olhares Cruzados sobre o Porto"

No discurso político (também copiado por alguns papalvos) é recorrente o uso e abuso de dois substantivos: o pessimismo e o optimismo. Normalmente, poêm-nos em prática quando sentem as orelhas a arder e ouvem a população contestar suas performances.

Então, agarram-se com unhas e dentes às parcas benfeitorias que foram realizando como se tão pobre argumento fosse capaz de contradizer a realidade do estado das coisas. É como se achassem que só teríamos razões para os criticar se não tivessem feito absolutamente nada! O nosso primeiro-ministro é um bom exemplo, mas lamentavelmente, não é o único.

Enquanto no poder, os políticos, são incapazes de descer à terra, de sentir o povo, de acreditar no drama do número crescente de desempregados, de contrariar os efeitos nefastos de um centralismo impiedoso, de perceber as notícias sucessivas que nos colocam na cauda da Europa em quase tudo, e mesmo assim continuam convencidos que estão a fazer bem.

O que mais indigna nesta hipócrita e costumeira atitude, é o lado cínico, quase afrontador, a que recorrem, tratando os eleitores como se fossem todos ignorantes, de quem apenas se aproximam e servem, exclusivamente, como angariadores de votos.

Sou por isso, absolutamente contra esta "conveniência democrática" do desempenho em simultâneo de cargos públicos e privados pela parte de deputados. É uma aberração política e social, da qual os políticos partem sempre em vantagem relativamente ao comum cidadão. É concorrência desleal e perniciosa. Perniciosa, porque compromete, desde logo e em pólos opostos os próprios políticos, com a agravante de lhes redobrar os poderes e as influências.

O recente caso do Casino de Lisboa é disso um paradigma. Independentemente do apuramento das investigações (se as houver), as escutas telefónicas traduzem tudo, menos lizura de processos.

Os indícios são altamente comprometedores para os implicados, numa manobra publico-privada onde o património do Estado parece ter servido de moeda de troca para favores e negociatas. Em suma: não dá para confiarmos nesta gente, para lhes reconhecermos integridade, para enfim, nos representarem.

Teria muito gosto em participar nesses debates e encontros que se vão realizando aqui pelo Porto onde, se apresentam opiniões, discutem causas, e raramente soluções, mas incomoda-me ter de o fazer no meio de alguma gente que só lá vai para continuar a vender a sua imagem pública, ou seja, para empatar.

As elites locais interessadas pelos problemas do Porto, gostam de se misturar com as elites do poder, apesar de saberem que elas já não são de confiança. Não se demarcam. Ouvem-nas pachorrentamente como se ainda esperassem dali alguma coisa de objectivo.

Como dizia Rui Moreira, e bem, as ovelhas não se tosquiam a si mesmas, por isso, não sei o que podem esperar de figuras como Pires de Lima, Augusto Santos Silva e outros.

No meio deste género de personagens teria dificuldade em ficar de bem com a minha consciência e até com a minha maturidade. Daí que, gostava muito de saber medir a confiança que lhes merece quem se predispôs a ouvi-los...

25 fevereiro, 2008

O Centralismo e o Futebol Clube do Porto

Por incrível que pareça, foi também por causa da clubite centralista que se acentuou o fosse assimétrico entre Porto e Lisboa. É fundamental que se entenda isto, para nos ajudar a compreender outros "fenómenos" contemporâneos, como a corrupção desportiva e toda a sorte de polémicas, principalmente em redor do Futebol Clube do Porto e do seu Presidente.

Desagrada-me reconhecê-lo (porque também nasci aqui), mas os portugueses,talvez pela sua condição de país periférico, têem uma enorme dificuldade intelectual em aceitar o sucesso dos outros, compensando esse endémico complexo com mitos e má língua. É assim.

Mas isto, não pode ser confundido com o direito legítimo dos cidadãos à critica, quando tal se justifica. Nesse sentido, não é honesto negarmo-nos a nós mesmos esse parco direito, vis à vis o rumo desastroso que Portugal tem seguido.

Tendo recebido muitos subsídios, inerentes à adesão comunitária europeia, Portugal desbaratou (vá-se lá saber por quê...) tantos outros, realizando pelo caminho -obrigatoriamente - algumas obras públicas, mas na realidade nunca conseguiu, mesmo assim, produzir riqueza bastante com reflexos na qualidade de vida da população de forma equitativa e desconcentrada.

E é com base nestes factos que deve ser feita uma avaliação honesta sobre a realidade nacional. Portanto, não é correcto, a pretexto das auto-estradas (muitas delas mal concebidas e depois reconstruídas), das Expos e de outros empreendimentos do género, consolarmo-nos com esses " rebuçados", porque isso, era o mínimo que se podia fazer. Enfim, a União Europeia exigia contrapartidas justificativas para nos financiar, e como é óbvio, algo teria de ser feito.

Foi mais ou menos neste período, entre o pós 25 de Abril de 1974 e a adesão à Comunidade Europeia até aos dias de hoje, que o Porto, e o Norte em geral, se degradaram económica e socialmente, que emergiu uma instituição desportiva a remar contra essa corrente depressiva, chamada Futebol Clube do Porto e o seu mentor, Jorge Nuno Pinto da Costa.
A ascensão do clube da cidade Invicta foi-se tornando avassaladora, com êxitos nacionais e internacionais, mas rapidamente provocou mal estar na capital e particularmente no Benfica, clube até então habituado a ganhar quase tudo e a beneficiar de todo o tipo de apoios pelo anterior regime. Contudo, com a democracia nada se alterou na arbitrariedade de processos, e a desigualdade de tratamento até se acentuou nos últimos anos.

Impotentes para superar, pelas vias legais e competentes (campeonatos), o adversário nortenho, o regime centralista não se coibiu de promover todo o tipo de esquemas e cabalas para afectar o Futebol Clube do Porto. De programas televisivos (Os Donos da Bola, da SIC), onde participavam
indíviduos contratados para denegrir a imagem do clube, até à rádio e aos jornais desportivos, tudo foi feito para destruir o (sucesso do) clube.

Hoje, a campanha persecutória adensou-se ainda mais, com a invenção do "Processo Apito Dourado" cujo objectivo principal é, como toda agente já percebeu, a incriminação de Pinto da Costa, a todo o custo, embora travestido de regenerador de ética e transparência desportiva...

O senhor Procurador Geral da República, parece desorientado. De tal modo, que é ele próprio a dar sinais de vulnerabilidade com a aparente arbitrariedade das suas decisões. Na dúvida, transmite sistematicamente a confiança às equipas de investigação lisboetas, denegrindo por consequência, e sem nada que o justifique, a imagem dos seus pares portuenses.

Ninguém percebe, sem assombro nem suspeita, como é que, imediatamente após a demissão do Director da PJ Porto e posterior nomeação de um outro, sejamos logo bombardeados pelos media com a notícia de que este último levanta suspeitas à equipa de investigação lisboeta, por alegadamente, ter simpatias clubísticas com o Futebol Clube do Porto.

Tudo isto parece surreal, tudo isto parece uma brincadeira de crianças.

Por muito menos, os media centralistas arrasaram com a reputação dos antigos procuradores gerais. Tanto Cunha Rodrigues como Souto Moura não foram poupados à lupa impiedosa dos jornais e televisões.

Neste caso, o sistema pendura-se às cavalitas da comunicação social, e não faz mais do que branquear e apoiar as prestações medíocres do actual Procurador, e isso, cada vez se parece mais com uma cereja em cima do bolo anafado do Centralismo.

Resumindo: a fita tem de começar a ser lida ao contrário. Há pois que meditar muito bem, no quê e quem, urge de facto investigar.