25 outubro, 2008

À ATENÇÃO DO SR. JESUALDO FERREIRA

Exmo. Sr. Treinador:

Faça um grande favor aos adeptos portistas e à Administração do Futebol Clube do Porto:

DEMITA - SE !

Céu Azul, Mar Branco



Movimentos ecológicos, esses «teóricos»

Francamente, tem dias que não chego a saber para que serve o conhecimento.

Os meios de comunicação das sociedades ocidentais democráticas podem ser (e são) demagógicos e alienantes, mas ninguém os pode acusar de não produzirem toneladas de programas e documentários sobre a natureza e os efeitos perniciosos que a acção do homem exerce sobre ela.

Paradoxalmente, à medida que o conhecimento aumenta, as pessoas menos interessadas se mostram em relação ao assunto. Os partidos ou movimentos ecológicos, são vistos pela maioria da opinião pública como organizações de idealistas adolescentes, que não são para levar muito a sério.

Podem-nos acusar de tudo, mas nessa matéria (de seriedade), encontram-se a anos luz de avanço, em relação aos partidos tracionais, de direita e de esquerda, que continuam convencidos da incompatibilidade entre progresso e sustentabilidade ecológica. Neste capítulo, os partidos do poder, parecem-se com aqueles simpáticos animais a quem costumava colocar-se umas palas nos olhos mas que são muito mais inteligentes do que quem os caluniou e lhes deu nome.

E os militares, já não servem para nada?

(Parte 1)



E os militares, já não servem para nada?

(Parte 2)
Clicar sobre os textos para ler

Ainda tenho bem viva a palavra de ordem clamando que "o lugar dos militares era nos quartéis", mas convirá não exagerar e, de vez em quando, reavivarmos a memória, para nos lembrarmos, por exemplo, que se eles não tivessem saído das casernas, provavelmente não nos teríamos livrado tão cedo, do anterior regime. Poder-se-à argumentar que os ganhos ficaram muito aquém das expectativas e, na minha opinião, com carradas de razão, mas há uma liberdade de opinião que devemos em grande parte ao Movimento das Forças Armadas (MFA).

Daí que, este artigo do Gen. Loureiro dos Santos me pareça merecedor de uma leitura atenta.

Os Papagaios

Certo dia, no Parlamento britânico, um jovem e debutante deputado sentou-se ao lado de Winston Churchill e dirigindo-lhe a palavra, apontando para a bancada contrária, questionou-o: "Então é ali que estão os nossos inimigos?". Winston Churchill, velha raposa, respondeu-lhe do seguinte modo: "Não, ali sentam-se os nossos adversários; os nossos inimigos sentam-se aqui ao nosso lado".

E vem isto a propósito de quê? A propósito de certos 'regionalistas' que na ânsia imoderada de 'botar faladura' sobre tudo e mais alguma coisa dizem coisas que constituem verdadeiros atentados ao bom senso e acabam por prejudicar os interesses das populações. Parecem mais verdadeiros inimigos da Regionalização que seus defensores.

Afirmar que "o governo adia novamente a questão da resolução dos problemas em torno da variante da Trofa", como afirmou um dos intervenientes num debate radiofónico no Radio Clube Português (Emissão Minho), quando a obra já está em curso há um par de meses, além de demonstrar uma enorme impreparação e falta de conhecimento para discutir os assuntos, e um gritante alheamento da realidade, mesmo quando ela mora na freguesia ali ao lado, é prejudicial, e descredibilizante, para todos os que levam esta luta pela Regionalização a sério e não estão nesta 'guerra' apenas com o fito de se promoverem politicamente.

Se há assunto em que o governo central não deve ser criticado é nesta questão da variante da Trofa. Muito pelo contrário deve ser elogiado porque, nos termos a que estamos habituados em Portugal, a resolução até foi bastante célere. Ao contrário de, por exemplo, Vila Franca de Xira (Sim, lá no Sul, em particular na AML, também são gente e têm fundadas razões de queixa do centralismo e da megalomania das grandes obras públicas), que reivindica o mesmo há décadas e assiste impotente à morte frequente de vários dos seus cidadãos nas perigosas passagens para peões da sua estação ferroviária. E, convém esclarecer, a duplicação da via na Trofa nunca esteve em causa e já podia existir há anos. A própria edilidade da Trofa é que o impediu. A Trofa sempre reivindicou a passagem do comboio em túnel, tal como Espinho, por uma questão urbanística, para que o comboio deixasse de ser uma barreira que dividia a cidade em duas partes. Num país com as carências de Portugal, convenhamos, só com muito esforço se pode considerar este assunto como prioritário. Espinho e Trofa tiveram um privilégio que nem Lisboa tem.

Certos aprendizes de político, frutos das várias 'Jotas' do sistema, não nos trazem nada de novo. Continuam com os mesmos vícios e falta de qualidade dos seus mentores. Aliás, as 'Jotas' devem ser as entidades menos inovadoras que existem em Portugal. Trinta anos depois do 25 de Abril continuam a produzir a mesmíssimo medíocre produto. Nem o rótulo mudam.

24 outubro, 2008

Fausto - Rosalinda

«Competências» da C.M. do Porto...

Ainda não decorreram três dias, e já me arrependi de agradecer à CMP (Direcção Municipal da Via Pública) a colocação tardia das placas toponímicas da Rua Coronel Almeida Valente.
Tardia, porque andei um ror de tempo a contactar para tudo o quanto era departamento da Câmara (e até no blogue do TAF, de A Baixa do Porto) a solicitar a substituição da referida placa, não por qualquer capricho especial, mas por ter verificado (e comprovado) que dos vários quarteirões das redondezas só as placas daquela artéria e de uma outra que lhe é paralela - a Rua do Dr. Carlos Ramos - não tinham sido substituídas.
Ora, como não sou propriamente um simpatizante da gestão de Rui Rio, e o manifesto publicamente, cheguei a admitir o "incidente"" como uma forma mesquinha de retaliação à minha conduta, e o facto de, a placa da Rua do Dr. Carlos Ramos também não ter sido substituída, aguçou ainda mais as minhas suspeitas de tal poder vir a servir de álibi para as afastar, caso viesse a apresentar qualquer tipo de queixa judicial.
Da Câmara, durante todo este tempo, foram-me apresentadas as desculpas mais esfarrapadas que se podem imaginar. Primeiro, alegavam não estar na posse de elementos biográficos sobre o meu avô - o que aumentou a minha perplexidade, pelo facto de ele ter sido, também, vereador da própria Câmara e até proposto para Presidente (que recusou) -, tendo-me motivado a fornecer-lhes uma data de elementos biográficos para o efeito. Muito tempo depois, enviavam-me um e-mail dizendo que a placa e outras (que não necessitavam de substituição) faziam parte de uma encomenda em curso, o que me levou a responder-lhes e alertá-los para a "gaffe",dado estarem a encomendar placas a mais... Mais tarde, queixavam-se de não poderem satisfazer atempadamente o meu pedido, por alegadamente o fornecedor daquele equipamento só satisfazer pedidos superiores a 500 placas! Apelavam à minha compreensão para o esforço hercúleo (literalmente, foi esta a expressão) que era a substituição das placas, e depois de vários e-mails, tive finalmente a «garantia» do Engº. Sérgio Brandão (Chefe da Divisão Municipal de Intervenção da Via Pública) de que as placas seriam substituídas. Como, entretanto, o tempo passou e o assunto parecia não se resolver, tive de ser mais incisivo nas reclamações e só então consegui que fosse reposta a "normalidade" desta caricata situação.
Contudo, e apesar da minha reclamação ter sido finalmente satisfeita, fiquei desapontado com o que vi. Primeiro, porque depois de ter enviado documentação suficiente sobre a vida do Coronel Almeida Valente, com destaque especial para a sua brilhante carreira militar, onde (desculpem-me a aparente imodéstia, mas foi mesmo assim) se celebrizou pela sua coragem inexcedível nas colónias do Ultramar, a Câmara, decidiu referenciá-lo na nova placa como "Vereador da Câmara do Porto". Não é que seja uma desonra a menção, mas o meu avô foi muito mais do que isso! Ou seja, nem com os dados que lhes forneci foram capazes de tomar a decisão correcta!
Mas, não é tudo. A cerejinha no pico do bolo só foi colocada quando, curioso por saber se os serviços da Via Pública tinham aproveitado a "embalagem" para substituir a placa da Rua do Dr. Carlos Ramos que fica mesmo ao lado, verifiquei que não o tinham feito.
Pergunto: devo estar agradecido?
NOTA:
Pelo que pude constatar, através dos contactos que mantive com a CMP, a relação dos funcionários com o arquivo histórico da mesma, deve ser da mais profunda indiferença - dada a ignorância manifestada àcerca de alguém que lá prestou serviços de alguma relevância -, a ponto de ter de ser só através de mim que conseguiram descobrir dados biográficos sobre o meu avô.
Como tal, aproveito para informar os eventuais interessados que, o Dr. Carlos Ramos (que às tantas não tem a sua placa topomínica substituída, «por carência de informação biográfica», ou simples laxismo), só pode ter sido:
  • Hipótese 1ª. - *Carlos (João Chambers) Ramos, Arquitecto, nascido no Porto em 1897 e falecido em Lisboa em 1969, que realizou obra importante de arquitectura, obtendo sempre altas classificações em concursos oficiais. Foi também professor e Director da Escola Superior de Belas Artes do Porto.
  • Hipótese 2ª. - Carlos (Augusto) Ramos, famoso Pintor paisagista e naturalista, nascido em Coimbra, em 1912, e falecido em 1983. Está representado no Museu Soares dos Reis, onde expôs muitos do seus quadros.

* Esta hipótese parece a mais fiável. Quem tiver dúvidas, só tem de continuar a pesquisar.

Alargamento da AMP a sul

Primeira página do Local Porto do Público de hoje.


Links (JN)

Praça de Lisboa entra em obras até Abril

Hotel "low cost" já espera clientes

Ambientalistas contestam corrida de motas

Esquerda diz que Rio teme perder

23 outubro, 2008

A renovação do Porto

Rui Valente, o administrador deste Renovar o Porto, lançou há pouco um novo blogue chamado "As Casas do Porto". Pleno de oportunidade, constitui uma espécie de catálogo de prédios do Porto, os bons e as ruínas. Dos primeiros não pretendo falar já que hoje o meu objectivo é referir-me às incontáveis ruínas que juncam a nossa cidade. Impõe-se uma prévia declaração de interesses para não ser acusado de “bota-abaixo” ou de “selvagem e inculto destruidor das belas antiguidades do nosso Porto”. Não que muito me incomodasse qualquer desses epítetos, mas apenas para deixar clara a minha posição na medida em que tornará mais compreensível a minha opinião.

Sou um viciado em povoações antigas e os casarios típicos encantam-me como se fossem uma obra de arte. Suponho conhecer tudo ou quase tudo o que há de interesse em Portugal, e em Espanha já visitei um grande número de antigas e belas aldeias que, tenho verificado, nem muitos dos espanhóis conhecem.

Tenho todavia bem presente um conceito que ouvi há uns anos na TV, da boca de um renomado arquitecto portuense, salvo erro Souto Moura. Disse ele que em Portugal parece haver uma confusão muito grande entre o “velho” e o “antigo”, donde resulta que muitas vezes entendemos conservar prédios, ou conjuntos deles, que são simplesmente “velhos”, no sentido em que para além de estarem degradados, não têm beleza, nem valor arquitectónico, histórico ou de qualquer outra natureza. A conclusão, e essa é de minha responsabilidade, é que a demolição deveria constituir uma solução mais vezes adoptada na renovação da cidade. Demolir muito, sem medo e sem remorsos, o que pressupõe que esta ferramenta fosse manipulada com todo cuidado. Na primeira metade do século passado, o Porto foi vítima de destruição incontrolada e irresponsável, do qual o símbolo máximo é o infeliz Palácio de Cristal. Mas não só, basta consultar as revistas antigas, como o Tripeiro, para encontrar testemunhos de belíssimos prédios ( os tais “antigos” na acepção de S. Moura) que foram demolidos e substituídos por edificações sem qualquer interesse arquitectónico. Não é isso que advogo. Mas, em sentido contrário, será que o estado das quatro freguesias centrais do velho Porto nos dignifica? Será que seremos capazes de levar visitantes ao Porto, nacionais ou estrangeiros, e percorrer qualquer delas, sentindo orgulho do que mostramos? Para mim a resposta é não. Os meus amigos visitantes a quem quero acompanhar em visita ao nosso passado, levo-os a Guimarães onde, aí sim, me sinto orgulhoso de mostrar o que os vimaranenses fizeram no centro histórico.

Tive esperança que aqui as coisas começassem a mudar quando L.F. Menezes quis derrubar as construções na encosta da Serra do Pilar. Pensei que, por arrastamento, o próximo presidente da câmara do Porto ( do actual não espero nada ) fizesse o mesmo do nosso lado. Poderia ser o início de uma nova mentalidade. Aconteceu que uma intempestiva intervenção da Governadora Civil do Porto, em nome não sei de quê, o impediu. Mais uma vez o governo veio meter o nariz onde não era chamado.

Esta questão da renovação urbana do Porto constitui um dos maiores desafios que se põe à cidade, e como tal deveria ser discutido a todos os níveis. A questão do casco antigo da cidade é por si só um problema de grande magnitude e transcendente importância. A resposta a estes complicados problemas é tão difícil que todas as opiniões seriam bem vindas. Não me lembro que esta discussão tenha ocorrido e o que acontece é uma situação confusa e aparentemente inoperante, em que se mudam organismos responsáveis pela renovação, sem critérios objectivos que o justifiquem, parecendo que a principal motivação é uma birra de um autarca que muda apenas por questões de baixa política.

Tenho duas esperanças. A primeira é que os eleitores do Porto (onde já não voto) tenham um assomo de clarividência e se livrem de Rui Rio. A segunda é que o seu substituto(a) consiga terminar um período de oito anos de imobilismo e seja capaz de dar um forte impulso à reabilitação de que o Porto tanto carece para se transformar numa cidade verdadeiramente atractiva .

SOBRE O RIGOR

Não devia de haver "nexexidade", todavia, estamos em Portugal e, como tal (rima e tudo) convirá precisar o seguinte, sobre o significado do Rigor:
Rigidez;
Dureza;
Força;
Severidade;
pontualidade;
insensibilidade;
exactidão;
precisão;
a maior intensidade do frio;, calor, chuva, etc.

(do dicionário de Augusto Moreno, 5ª Edição)

dureza, rigidez.
inflexibilidade.
severidade, aspereza, austeridade.
exatidão, correção, precisão.
intensidade (do calor ou do frio).

(do Wikcionário-Windows Internet Explorer)
Quem não apreciar os resultados gramaticais deste tão badalado e incompreendido substantivo, não precisa de os comprar, mas então também que não os venda. Decida você mesmo, mas por favor, não se engane!

Comportamento reprovável

«Apesar das dúvidas legais em torno da questão, nem a CDU nem o PS tomaram qualquer medida. "Devíamos ter agido, não o fizemos. Fizemos mais um juízo político, de comportamento. Chamou-se a atenção para o acto político de estar a nomear a irmã, algo que nenhum de nós seria capaz de fazer", diz Palmira Macedo. Rui Sá também admite que preferiu "tratar o assunto pelo seu valor político" em vez de avançar com uma acção. "Não temos por hábito estar, permanentemente, a recorrer à questão jurídica, tendo em conta a forma como a justiça funciona e as muitas centenas de milhares de euros que Rui Rio gasta em advogados."O ponto 2, do artigo 8º, da Lei da Tutela Administrativa diz: "Incorrem em perda de mandato os membros dos órgãos autárquicos que, no exercício das suas funções, ou por causa delas, intervenham em procedimento administrativo, acto ou contrato de direito público ou privado relativamente ao qual se verifique impedimento legal, visando a obtenção de vantagem patrimonial para si ou para outrem". Participar num acto administrativo que envolva familiares directos é um desses impedimentos legais. O prazo para avançar com uma acção é de cinco anos.»

In
Público de 23 de Outubro de 2008

A oposição também sai muito mal deste assunto. Se sabiam de tudo isto há muito, há muito que o deviam ter denunciado, inclusivamente recorrendo à via jurídica. Por isto ser o paraíso da inconsequência é que a política está no estado calamitoso a que assistimos.

Pois… e agora? Que vai fazer Rui Rio para “avançar para a liderança deste País”? Despedir todos os boys and girls? Cá para mim já vai tarde. Talvez até para reconquistar a Câmara do Porto. Este episódio pode ter acabado de vez com a imagem de “integro” e “incorruptível” que Rui Rio gosta de cultivar. Podemos estar a assistir a um inesperado ponto de turnover em que a política é fértil.

Rui Rio, coleccionador de conflitos

Álvaro Castello-Branco votou proposta que pode dar processo para perda de mandato

A acta da reunião extraordinária da Câmara do Porto de 22 de Dezembro de 2006 é clara. O vice-presidente da autarquia, Álvaro Castello-Branco, estava presente na sala e votou o ponto cinco da agenda, "Proposta para que seja celebrado um contrato de gestão do Teatro Municipal Rivoli e se proceda à nomeação de uma comissão nos termos da proposta". Nessa comissão, cuja composição constava da proposta, estava o nome da sua irmã, Raquel Castello-Branco, o que o impediria, legalmente, de votar o documento e que pode resultar em perda de mandato.

A oposição apercebeu-se da aparente irregularidade, mas não fez nada. O vice-presidente diz que não votou a constituição da comissão.Em resposta escrita ao PÚBLICO, Álvaro Castello-Branco garante que "a nomeação da comissão de gestão era da competência do presidente da câmara" e que este "entendeu dar conhecimento na própria proposta dos nomes que [a] iriam compor". Por isso, entende o vice-presidente: "Aquilo que eu votei foi apenas a extinção da Culturporto e o novo modelo de gestão para o Rivoli". O mesmo argumento foi dado por Castello-Branco a Rui Sá, quando, no final daquela reunião, "lhe chamou a atenção para o facto de ter votado o nome da irmã", relembra o vereador comunista. Sá não ficou convencido e as suas dúvidas cresceram quando, alguns meses depois, foi votada a acta da reunião de 22 de Dezembro.
De facto, conforme pode ler-se na acta, era proposto "nomear uma comissão de gestão municipal do Teatro Municipal Rivoli presidida pelo Senhor Dr. Santos Carvalho e tendo como vogais a Senhora Engª Raquel Castello-Branco e a Senhora Drª Margarida Fernandes". Ou seja, não a criação de uma comissão qualquer mas uma onde os nomes dos seus membros já estavam especificados e que foi aprovada com os votos contra do PS e CDU.
Apesar das dúvidas legais em torno da questão, nem a CDU nem o PS tomaram qualquer medida. "Devíamos ter agido, não o fizemos. Fizemos mais um juízo político, de comportamento. Chamou-se a atenção para o acto político de estar a nomear a irmã, algo que nenhum de nós seria capaz de fazer", diz Palmira Macedo. Rui Sá também admite que preferiu "tratar o assunto pelo seu valor político" em vez de avançar com uma acção.
"Não temos por hábito estar, permanentemente, a recorrer à questão jurídica, tendo em conta a forma como a justiça funciona e as muitas centenas de milhares de euros que Rui Rio gasta em advogados."O ponto 2, do artigo 8º, da Lei da Tutela Administrativa diz: "Incorrem em perda de mandato os membros dos órgãos autárquicos que, no exercício das suas funções, ou por causa delas, intervenham em procedimento administrativo, acto ou contrato de direito público ou privado relativamente ao qual se verifique impedimento legal, visando a obtenção de vantagem patrimonial para si ou para outrem".
Participar num acto administrativo que envolva familiares directos é um desses impedimentos legais. O prazo para avançar com uma acção é de cinco anos.
(Patrícia Carvalho/Público)
Comentário RoP
A Lei da Tutela Administrativa, como se pode ler no ponto 2 do Artº. 8º, acima referenciado, é bem explícita. Se está lá escrito que quem, no exercício de funções, intervir administrativamente em acto de direito público incorre em perda de mandato, porque é que uma pessoa que goza da fama do rigor e da seriedade, como Rui Rio, não a soube respeitar? Por que é que deu mais uma oportunidade à especulação da Lei?
Há qualquer coisa que me transcende, não tanto em relação à personalidade e valia do Presidente da Câmara, porque essa já a conheço de sobra -mas concretamente em relação aos seus admiradores -, que me impede de ver naquele homem as valias que eles vêem e que eu ainda não consegui descortinar. Pode até ser que a dificuldade para as apreciar seja minha, mas aonde é que Rui Rio é bom?
Na requalificação urbana do Porto? Na angariação de projectos ambiciosos para a cidade? Na manutenção e embelezamento dos jardins públicos? No fomento e na inovação cultural? Nos seus dotes de comunicação com os cidadãos e com os jornalistas? Na sua habilidade negociadora? Na relação com instituições de índole desportiva populares (como o futebol)? Na sua voz de comando em defesa da cidade perante o Governo Central? Na liderança do Metro do Porto? No RIGOR??? Em quê, meus senhores, digam-no por favor, mas sem insultarem as capacidades sensitivas e intelectuais dos cidadãos! Ou seja, sem fazerem de nós parvos!
P.S.
Os amiguinhos lá conseguirão encontrar no fundo do baú da inércia autárquica, as corridas de carros antigos e os aviões da Red Bull, mas isso é muito pouco, há que convir. Ah, e até com os aviões o "nosso" autarca não se dá bem. Tem medo...

Etnografar o Norte

Já sei que vou levar umas garfadas de alguns camaradas, menos dados a estas questões e mais concentrados nos números, mas não resisto a recomendar dois blogues que são indispensáveis na minha agenda blogosférica diária.

O primeiro é de leitura obrigatória para qualquer nortenho (de Aveiro a Valença (passando por Braga :-)) e chama-se Etnografando com Letras . Uma magnífica e apaixonada visão das terras galaicas e das suas gentes, cultura e tradições.

O segundo, com um interesse mais pessoal, recorda-me diariamente a terra onde passo parte do meu tempo: Paredes de Coura. É mantido pelo Eduardo Cerqueira, que pessoalmente não conheço.  Este blog, o Paredes de Coura - Território com Alma é inspirador e uma importante fonte de informações sobre o dia-a-dia deste vila do Alto Minho.



Off topic: tenho recebido alguns comentários, via respectiva caixa, no email e na Baixa do Porto relativos ao desafio da Avenida da Boavista. Posteriormente farei novo post com o resumo das ideias.

22 outubro, 2008

Manifestos de «credibilidade»

Três processos contra Carolina Salgado num só julgamento

Circulam por aí (na Net), umas fotos da testemunha supra linkada, da confiança total de Maria José Morgado e da PGR ,que "atestam bem" da sua credibilidade .
Será que a dita Magistrada, também já as viu?
Às tantas, serviram para lhe reforçar os créditos (e o currículo)...

Portugal Contemporâneo

Ontem, no Portugal Contemporâneo, escrevia-se isto:

“Utilizar o sistema de justiça como instrumento de perseguição política é uma das características dos países católicos quando vivem em democracia. Em Espanha, a cara dessa degenerescência é o juiz Baltazar Garzón"

21 outubro, 2008

Noblesse oblige...

... como tal - e apesar da morosidade para resolver um problema tão simples, como me parece ser a substituição de uma placa toponímica -, "je m'oblige" a agradecer à DMIVP da Câmara Municipal do Porto, em particular ao seu dirigente, Engº. Sérgio Brandão, a regularização da colocação da nova placa da Rua do Coronel Almeida Valente, que, por qualquer razão ainda não tinha sido concretizada.
Mais vale tarde...

Que «bichos» magníficos são as árvores!

Jardim da Conservatória de Música

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Boavista 2.0

Há uns dias atrás enviei um desafio para a Baixa do Porto em que propunha a recolha e organização de sugestões que pudessem vir a integrar um projecto para a renovação da Av. da Boavista.

Aqui vai o meu contributo inicial:

A - Transportes públicos

Na Tertúlia do Guarani, realizada em Janeiro de 2005, a minha honestidade foi posta em causa por ter tido o atrevimento de referir que os doze minutos do metro a descer a Avenida, grande recorde possível apenas com um magnífico e ambicioso plano, nem eram grande coisa, pois esse tempo era já à altura suficiente para um autocarro descer a Avenida até à Fonte da Moura, utilizando a faixa central (comprovado por experiência diária).
Obviamente que nas horas de ponta isto pode não ser possível pois o autocarro só entra nesta faixa depois do Bessa, mas utilizando uma faixa total entre as duas rotundas, o tempo poderia até ser encurtado.

Fazendo contas rápidas:

Medindo no Google Earth, a AB mede 4,93 Quilómetros.

Sem paragens, a uma velocidade média de 30 Kms/h, 10 minutos seriam suficientes para uma autocarro fazer a avenida toda (e até à Fonte da Moura são apenas 2,85 Km).
Pelas minhas contas, a AB tem 15 paragens, o que um tempo de paragem médio de 40 segundos, levaria o percurso para os 20 minutos. Admito que este valor pode pecar por defeito – nunca contei o tempo de paragem.

Não parece nada mau para um meio tão Neandertal como o autocarro, certo? No site da STCP podemos ver que actualmente, sem trânsito, não anda muito longe disto – a linha 502 leva 8 minutos no percurso entre a Casa da Música e o Castelo do Queijo.

Os tempos podem ser melhorados, ao encurtar a paragem, o que é possível ao adoptar-se um sistema como o do metro, em que o andante é validado na própria paragem.

Postos estes factos, entendo que não há grande necessidade de ter outros transportes colectivos na AB, uma vez que o canal central pode ser utilizado para um meio talvez um pouco menos eficiente, mas que exige um investimento de curto prazo seguramente menor.

Outra vantagem dos autocarros, é a sua flexibilidade – a inexistência de carris, permite que a faixa bus possa ser gerida de acordo com as horas de ponta, podendo ser estabelecida a sua utilização alternada mediante a hora do dia, pelo menos em zonas menos sensíveis e sem paragens - creio que a única zona entupida nos dois sentidos na hora de ponta é a a do acesso à VCI - As zonas de condução alternada poderiam ser assim mais estreitas, permitindo o alargamento dos passeios e a instalação de equipamentos como esplanadas, “ancoramento” de bicletas, etc.

A utilização do autocarro deve ser fomentada, havendo algumas condições que podem ser criadas, como melhores abrigos ou criação de uma marca própria, Linha da Boavista, que poderia corresponder a um shuttle entre as rotundas. Há exemplos inspiradores que poderiam aqui ser aplicados, como a rede de transportes de Curitiba, promovida pelo Jaime Lerner, da qual destaco, como tendo aplicação directa, os autocarros biarticulados e os abrigos destacados na página Wikipedia .


B - Vias amigáveis para bicicletas

A afectação de duas faixas de rodagem a corredores bus e a necessidade de alargamento dos passeios não darão margem de manobra para colocação de ciclovias. Concordando com o Alexandre Gomes, não vejo também grande necessidade, uma vez que uma via sempre a subir (quem desce também sobe) não é muito amigável. Veria antes com bons olhos, um sistema de transportes como o TriMet, tansportes intermodais de Portland (EUA), cujos autocarros estão preparados para transportar bicicletas, e que neste caso fariam a ligação entre o metro na CdM e o Parque da Cidade / Foz.



Poderia ainda assim ser reservada uma faixa para bicicletas apenas no sentido descendente, sem comprometer grandemente a largura dos passeios.

Ficam aqui as minhas primeiras sugestões. Aguardo comentários.

Renovar o Porto

Caros amigos,

Esta é a primeira intervenção fora da caixa de comentários deste blog, agradecendo desde já o amável convite endereçado pelo Rui Valente. 

É minha vontade contribuir positivamente para a discussão dos temas relacionados com a Região Norte em geral e com o Porto em particular. 

20 outubro, 2008

Susceptibilidades...

Caríssimo António Alves,

Pelo que é constatável aqui, os seus comentários começam a incomodar algumas pessoas. Diga-se de passagem que já se esperava, vindo de quem vêm os enjôos...
Não sei bem porquê, mas há quem tenha da Democracia a imagem de uma coutada cujos limites só eles podem determinar. Velhos e perniciosos hábitos.
Bem, se calhar até sei, mas não digo.

Outdoor


Imagens como esta terão que ser afixadas por todas as cidades desta Região em gigantescos Outdoors. Só assim as pessoas serão sensibilizadas para a raiz dos problemas que as afectam.

Democracia sim, mas com ordem!

Plasmei o artigo aqui em baixo para que não hajam dúvidas de que a corrupção e a fraude não escolhe pontos geográficos específicos nem classes profissionais particulares. Toda a gente devia saber disto, mas muitas vezes não parece, dada a subserviência social que alguns, por ignorância ou medo de represálias, mantêm, com relação a determinadas classes profissionais.
Aqui há poucos anos, ouvi, com satisfação, o Engº. Ludgero Marques dizer em entrevista à televisão, que iria propor o fim do tratamento reverencial a determinadas classes profissionais (Engenheiros, economistas, advogados, etc.), porque tal já não fazia sentido em pleno século XXI, tendo até dado o exemplo dos E.U., onde apenas os médicos eram tratados por doutores (o que, se entendia melhor).
Tenho a impressão, que a ideia de Ludgero Marques não vingou, porque, apesar de saber que estes hábitos seculares levam muito tempo a banir, não só as pessoas tardam a assimilar estes novos meios de comunicar com os "formados", como estes últimos não se mostram muito interessados a abdicar deles. Estas reacções em si mesmas, diz-nos bem da real dimensão das nossas "elites". As elites não são nada! O elitismo é apenas uma máscara que alguns usam para se sentirem importantes. A importância vem (ou não) à posteriori com aquilo que cada um faz com o que aprendeu e quando digo "aquilo", não me estou a referir ao dinheiro que ganhou ou (como no post plasmado) que nos roubou, a todos nós, contribuintes.
Estas ocorrências - que todos sabemos não serem só de agora -, estão, lamentavelmente, a crescer como cogumelos, e é face a este pesadelo social que tenho uma enorme descrença no sucesso de qualquer movimento ou partido político novo que os cidadãos possam vir a constituir, mesmo que embuídos do melhor espírito.
A minha dúvida mantem-se e, até que alguém me convença da possibilidade de fazer vingar qualquer plano político, ideológico, económico ou social sem se cingir ao restrito respeito pelas regras, e pela Lei, digo já: não vale a pena!
Os países fazem as suas Leis, podem adaptá-las em casos muito específicos, mas manipulá-las como se de um pedaço de plasticina se tratasse, é cuspir-lhes em cima. E num país como o nosso, onde o povo (e aqui o povo, são "todos"), é tão cansativamente indisciplinado, nada se alterará nos anos (quiçá séculos) vindouros, caso não aprendamos a conviver com as regras.
Nota:
Se a ACDP, decidir centralizar o descontentamento dos cidadãos do Porto na discussão sobre a leviandade com que os poderes públicos têm lidado com as regras democráticas para lhes exigir mais seriedade (porque ela, de facto, não tem existido) e sobre os meios (complicados) para nos tornarmos numa Associação respeitável e respeitada, então participarei com todo o gosto nesse projecto.

Laboratórios de Guimarães burlaram Serviço Nacional de Saúde durante anos


Quase seis anos depois de detectada a fraude, o Ministério Público (MP) avançou com uma acusação contra doze pessoas envolvidas num esquema destinado a levar o Serviço Nacional de Saúde a pagar serviços que não eram executados ou a inflacionar o pagamento de exames clínicos ou de radiologia. Entre os acusados estão dois médicos, uma farmacêutica e um ex-responsável pela Sub-região de Saúde de Braga, acusados por crimes de burla qualificada, corrupção activa, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.
Depois duma averiguação inicial levada a cabo pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), onde a situação de fraude foi detectada, o caso passou para a investigação da Polícia Judiciária (PJ) através do departamento de Braga, que, além de escutas telefónicas, fez várias buscas, incluindo nas instalações da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN).
Tudo começou com a criação das Unidades Médicas Convencionadas, uma medida lançada nos anos noventa pelo Ministério da Saúde para fazer face às dificuldades de atendimento nos centros de saúde. Com a criação da Unidade Convencionada de Guimarães ficaram-lhe atribuídos quase 10 mil utentes dos cerca de 100 mil inscritos no Centro de Saúde local. Segundo a acusação do MP, um dos quatro médicos que formaram a unidade convencionada decidiu avançar com outros negócios na área da saúde, o que veio a concretizar com elementos da sua família, que se dedicava à indústria têxtil. Em conjunto criaram a Deguima - Diagnóstico de Encefalografia de Guimarães e o Labguima - Laboratório de Análises Clínicas. Estes estabeleceram acordos com a ARSN e passaram a funcionar no mesmo prédio onde estava instalada a Unidade Convencionada. As análises, electroencefalogramas e outros meios de diagnóstico passaram a ser efectuadas naqueles laboratórios, ou seja no andar superior onde funcionavam as consultas, mas logo nos primeiros meses os serviços de conferência de facturas da Sub-região de Saúde de Braga detectaram suspeitas que levaram à intervenção dos serviços de fiscalização.
A DGS veio a concluir que grande parte das requisições médicas e exames eram falsos e que noutros casos os pedidos de exames eram alterados de modo a corresponderem a serviços mais caros do que os efectivamente prestados. Para tal, eram abusivamente usados os formulários para a requisição de exames complementares de diagnóstico, conhecidos como "P1", e as vinhetas dos médicos. Tal era possível porque os serviços administrativos dos laboratórios e da unidade convencionada funcionavam em conjunto e eram coordenados pela mesma pessoa, uma mulher que é uma das principais acusadas. Além da "quantidade anormalíssima" de requisições de análises e exames - "os mais caros em cada um dos laboratórios envolvidos" -, a inspecção da DGS apontava para a falsificação de vinhetas e outros documentos.
Parte da acusação diz respeito ao facto de, apesar de terem sidos suspensos os contratos entre a ARSN e os laboratórios logo que foi detectada a situação, os seus responsáveis terem enganado o Ministério da Saúde para continuarem a facturar exames e análises. Além de terem usado e envolvido o Hospital da Misericórdia de Vila Verde (ver texto ao lado), mudaram os nomes aos laboratórios, alteraram os respectivos pactos sociais e simularam mudanças na gerência, tudo com a finalidade de levar o Ministério da Saúde a retomar o contrato para prestação de serviços, o que acabaram por fraudulentamente conseguir cerca de ano e meio depois. 10mil utentes estavam atribuídos à Unidade de Convencionada de Guimarães, que funcionava no mesmo prédio dos laboratórios
20.10.2008, José Augusto Moreira (Público)

19 outubro, 2008

O jornalista que escreveu sobre Portugal sem sair de Lisboa

Há uns dias atrás este blogue transcreveu um artigo datado de Lisboa, escrito por um jornalista espanhol, intitulado "Portugal visto de Espanha" onde eram feitas considerações suscitadas por um relatório da OCDE que focava a situação social e económica em Portugal. O nosso amigo e prezado colega bloguista Dragão Vila Pouca postou um comentário em que dizia que nem havia necessidade de comentar o artigo, ao que eu contrapuz dizendo que pensava que na realidade ele merecia alguns comentários. Porque não tive ocasião de fazê-lo atempadamente na caixa de comentários, e entretanto se passaram uns dias, entendi ser preferível transformar os comentários em post.

O artigo é arrasador, verdadeiro e factual em muitos pontos, mas sofre por ter sido escrito por alguém que obviamente não saiu de Lisboa, que não se deu ao incómodo de visitar pelo menos a segunda cidade do país e aí auscultar os seus protagonistas económicos e políticos. Deste modo limita-se a veicular opiniões alheias que são nitidamente o modo como em Lisboa se vê o Norte: sob um prisma faccioso e até mesmo insultuoso, a traduzir ignorância e desprezo. E assim é que o jornalista transmite aquele cliché que é caro a Lisboa e que diz que, decerto por curiosa aberração da Natureza, os empresários nortenhos são todos boçais, novos-ricos, incompetentes e vaidosos. Supõe-se que por igual aberração, mas de sentido contrário, em Lisboa e no sul se concentra a totalidade dos empresários dinâmicos, esclarecidos, eficientes e honestos. Como corolário, segue-se aquela afirmação falaciosa, nunca provada e impossível de o ser, que o Norte tem mais Ferraris por metro quadrado que Itália (qual Itália, a do sul?). Porque será que os Ferraris fazem tanta confusão aquela gente de Lisboa? Um empresário de sucesso que compra um Ferrari está legitimamente a gastar o que é seu e ninguém tem nada com isso. E os ex-ministros e altos dirigentes de empresas do Estado ou com participação estatal, que vivem com ordenados exorbitantes ademais de toda a espécie de mordomias (incluindo carros topo de gama tão caros como os Ferraris) pagos a maioria das vezes com dinheiro dos contribuintes, para esses não há críticas dos mesmos que apontam o dedo aos empresários nortenhos? E alguém se terá esquecido de explicar ao jornalista espanhol que a maioria dos empresários do Norte luta sozinho contra tudo e contra todos, tantas vezes contra o próprio Estado que em vez de ajudar só atrapalha, enquanto os de Lisboa beneficiam de ajudas e quantas vezes de cumplicidades oficiais que os levam ao colo?

Mas há mais. Aqueles iluminados lisboetas com quem o jornalista falou, esqueceram-se, ou ignoraram deliberadamente , de mencionar que no país há pelo menos duas indústrias que têm singrado victoriosamente, com assinaláveis progressos em mercados estrangeiros: o mobiliário e o calçado, curiosamente indústrias que "por coincidência" são fundamentalmente nortenhas. A própria indústria têxtil tem unidades (especialmente de têxteis-lar) que resistiram ao terramoto das importações baratas do Oriente, e que com maior ou menor dificuldade lá se vão aguentando, continuando a contribuir para a forte vocação exportadora do Norte Industrial.

Nada que seja novo, no fundo. Já estamos habituados a que aos olhos de Lisboa o país termine para os lados das Caldas, e tudo o que está para além é simplesmente paisagem.