01 novembro, 2008

Jane Monheit and Michael Buble - I Won't Dance



A TÍTULO DE INFORMAÇÃO (SEM COMISSÕES PUBLICITÁRIAS), Jane Monheit ACTUARÁ NO CASINO DA PÓVOA DE VARZIM, DIA 15 DE NOVEMBRO.

Elisa Ferreira demarca-se, ou nem por isso?


Ser político não é nada de abstracto. Para as pessoas, resume-se à decisão que um determinado indivíduo toma convencido que pode de alguma forma contribuir para o bem estar das populações. A parte mais importante e enigmática desssa decisão, é descobrir qual o grau de consciência da responsabilidade que cada um tem sobre a mesma. Na minha opinião, considero que, na grande maioria dos casos, é baixíssimo.
Elisa Ferreira, é uma mulher que irradia simpatia. Em duas palavras, transmite a ideia de ser boa pessoa. Estes aspectos não chegam para fazer dela uma política competente, tal como a pseudo-seriedade de Rui Rio não o transformou num bom Presidente de Câmara. Contudo, há um aspecto nesta mulher que me agrada, para lá da aparência: ela procura sem esforço nem demagogia, identificar-se com o cidadão comum, com as suas rotinas de vida. Digo isto, porque morei muito próximo dela, e a vi frequentemente na rua, nos locais onde toda a gente vai, do talho, à simples mercearia.
Mesmo agora, que já não resido no centro do Porto, a vi atravessar a rua numa passadeira, sozinha, numa manhã cinzenta e fria, como o mais comum cidadão. Podem considerar infantil esta observação, mas esta forma de estar na vida, simples e despretensiosa, fascina-me.
"Voltando à terra", agora, para coisas mais pragmáticas, gostei desta mensagem que Elisa Ferreira enviou ao Partido Socialista, em particular, a Sócrates. É um sinal nítido, quiçá algo tardio, do reconhecimento que o Porto não está a ser devidamente olhado e tratado pelo governo do PS, e é muito importante que comece, desde logo, por se demarcar e mostrar ao que pretende ir.
Já não posso dizer o mesmo de alguns que se lhe estão a colar, com o oportunismo que os caracteriza, como é o caso de Renato Sampaio, um político absolutamente carreirista e inconsequente para o Porto. Estas «misturas« pontuais podem pôr tudo em causa, se não forem devidamente separadas da campanha que Elisa aparentemente prepara para o futuro. Há que saber seleccionar muito bem as companhias, caso contrário, EF pode deitar tudo a perder.

Meio portão, meia árvore

Entrada principal do ex-Conservatório de Música do Porto
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Igreja de Santo Ildefonso


Reconstruída em 1730, estilo proto-barroco.

31 outubro, 2008

Pavarotti Vesti La Giubba - I Pagliacci




Vesti la giubba e
la faccia infarina
La gente paga e rider vuole qua
E se Arlecchin t'invo la Columbina
ridi, Pagliaccio
e ognum aplaudira!
Tramuta in lazzi lo spasmo
ed il pianto;
in una smorfia il singhiozzo e 'l dolor,
Ah
Ridi Pagliaccio
sul tuo amore infranto!
Ridi
del duol che t'avvelena
il cor!

O «requintado" estômago da Gebalis (Lisboa)

(In Público/IP)
É uma borga! Até dá para fazer humor, a sem vergonhice que invadiu Lisboa. Habituados que estão à pedantice e à hipocrisia, ainda lhes resta estôfo para mandarem recados de civismo e boas maneiras para a «província», que nesse capítulo só tem - como se constata - a aprender com a capital.
Podemos estar certos que nem estes escândalos públicos são suficientes para os centralistas desistirem de armar aos cágados. Até quando, estamos dispostos a tolerar isto?
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Links de sexta-feira (JN)

Carlos Silvino mantém acusações no processo Casa Pia
Oceanário em construção junto ao Parque da Cidade
Elisa quer Governo mais atento à região
Ilda contra estado de sítio na zona histórica
Ex-proprietário de terreno apresenta queixa contra Câmara

30 outubro, 2008

Cavaco, o «estadista da freguesia de Boliqueime»

A propósito do que Rui Farinas escreveu no post anterior, sobre as preocupações de Sua Exa. o Sr. Presidente da República, que mais não passam de manifestos complexados de quem tem do seu cargo uma noção neo-imperialista e autoritária, seria mais benéfico para o país (se é que isto ainda é um país) que Cavaco olhasse para ele, com os olhos de um verdadeiro líder, e chamasse a atenção ao Governo para a forma arbitrária e perigosa como está a tratar o Norte e aquela que foi até agora a segunda cidade do país. Aí sim, estaria a dar um ar da sua graça, mesmo que a sua função não lhe permita muito mais do que enviar uns recadinhos inofensivos aos meninos mal comportados do Governo.
Só que, não espero nada de especial de Cavaco, como nunca esperei de um homem perfeitamente banal a quem nunca dei o meu voto para o que quer que fosse. Ele é Presidente da República, é verdade, mas não à minha custa e, para mim, isso quer dizer tudo.
Tenho uma incontida vaidade de confessar que nestas coisas de figuras públicas, a quem os senhores jornalistas - vá-se lá saber porquê -, de vez em quando gostam de apelidar de "Animais políticos" ou "Dinossauros da Política", como o dito cujo dizia, também raramente me engano. Com uma ligeira diferença: é que eu leio jornais, e penso pela minha cabeça...

Os colonialistas

Não tenho preparação para discutir assuntos jurídicos, mas mesmo sem pretender embrenhar-me em minudências técnicas, sinto o direito, como qualquer cidadão, de exprimir opiniões em problemas que eventualmente possam ter essa índole.

O Presidente da República (PR) vetou por duas vezes o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, porque este contém uma cláusula que o obriga a consultar o presidente do Governo Regional e a Assembleia Legislativa dos Açores antes de decretar a dissolução deste orgão, para além da consulta constitucionalmente obrigatória ao Conselho de Estado e aos partidos políticos. Por outras palavras, o PR arroga-se o direito de interferir totalmente na política local dos Açores sem que aos açorianos, os principais interessados, seja pelo menos concedida a possibilidade de darem, através de parecer não vinculativo, a sua opinião sobre algo que lhes diz respeito. O PR entende que essa é uma decisão que deve ser tomada em Lisboa, capital do Império, e que aos açorianos mais não resta do que acatá-la submissamente. Chamo a isto colonização no estado puro, e como tal sou pessoalmente contra. Talvez agora alguns distraídos entendam por que razão A.J.Jardim, o vilipendiado presidente da Madeira, se insurge tantas vezes contra o que ele chama de "colonialismo de Lisboa".

Pelo mesmo critério que aqui assumo, não posso concordar com a afirmação do jornalista do JN que hoje escreve em artigo de fundo que " a autonomia das regiões insulares não é assunto de madeirenses e açorianos: diz respeito a todos nós". Dito de outro modo, se amanhã a maioria dos habitantes dos arquipélagos pretender quebrar os actuais laços com o continente e estabelecer um relacionamente em moldes diferentes, o governo de Lisboa tem o direito de o impedir. E se eles insistirem em tomar decisões unilaterais nesse sentido, o que deve fazer o governo, enviar o exército "rapidamente e em força"?

Não há dúvida que numerosos séculos na qualidade de país colonizador, moldaram indelevelmente a mente de muitas pessoas, que insistem em raciocinar em termos de Metrópole e Colónias, como se o Tempo tivesse parado!

Correio do Leitor (JN)

De: Renato Oliveira [mailto:renato_oliveira@tele2.pt]
Enviada: quinta-feira, 30 de Outubro de 2008 18:46
Para: 'csantos@jn.pt'Cc: 'leitor@jn.pt'
Assunto: Página do leitor

BARRIGA CHEIA


Quando a presidente do PSD critica o aumento do salário mínimo nacional para 2009, de 5,6%,
demonstra uma insensibilidade politica e social, porque, não quer ver quem são os destinatários
desta medida. São os trabalhadores que menos ganham, a serem abrangidos por este aumento e
que no fundo, são aqueles que têm a Barriga menos cheia!

Porque só aqueles que falam de barriga cheia é que dizem, que os aumentos no salário mínimo
e aumentos de 2,9% para as pensões, é um aumento demasiado, neste tempo de crise!

E, muito embora o ano de 2009 seja um ano de eleições, a luta politica não deve servir para tudo,
mas sim para evidenciar os erros cometidos por este governo PS, e que são muitos!

Porque para fazer face à miséria, à fome e às dificuldades nos pagamentos das prestações
mensais, não há dinheiro! Mas para socorrer os banqueiros, dos seus próprios erros, o dinheiro
aparece rapidamente!

E quando ouvimos os políticos falar, todos dizem lutar pela justiça social e pelo bem-estar do
Povo! Mas qual justiça? Mas qual Povo?


Renato Oliveira
Porto

Igreja do Bonfim

De "cara" lavada, contrasta com o estado calamitoso de um grande número de casas na rua vizinha de Pinto Bessa.
Zona historicamente mais antiga, a Baixa do Porto é muito importante, mas será sempre avisado chamar a atenção para outras, como esta, na zona oriental do Porto, porta de entrada (e saída), de muitos visitantes, dada a aproximação à Estação de Campanhã.

Centralistas e cobardes

O Rui Farinas, colaborador regular deste blogue, escreveu um post com o nome "Sonho de uma noite de Outono" , que o Almeida Felizes, entendeu publicar no seu blogue Regionalização e que (entre outros) mereceu os seguintes comentários de um tal Templário:
"Mas que confusão vai por aqui! E quem é a sociedade civil? Algum Lote de iluminados que defendem a Regionalização? Se deposita agora a esperança na sociedade civil é porque visionavam a fragmentação do país por iniciativa das elites partidárias encastoadas no aparelho do Estado..., razão pela qual a preferiam por decisão no Parlamento, nas costas da sociedade civil. O problema é que o povo é estúpido, inculto, etc.., não é?"
Quem terá de responder a estes dislates centralistas é - se assim o entender -, o Rui Farinas, mas como a questão também me toca, não posso deixar de o fazer, sem grandes delongas.
Todos já percebemos que com estas pessoas, com mentes próprias de mercenários, como são as de certos centralistas, temos de ser pacientes e procurar desenhar muito bem as nossas ideias porque, com palavras é impossível, eles não atingem. A gula perturba-os.
Eles não sabem quem é a sociedade civil, apenas suspeitam que seja um lote de iluminados, seja lá o que tal pretenda insinuar. O que este comentador já parece saber, é que, aquilo que não sabe o que seja - a tal sociedade civil -, visionava a fragmentação do país através das elites partidárias (de certeza que ainda não leu os meus comentários, senão, não dizia esta palermice). Rebuscado o homem...
Se ele leu isto aqui, não percebeu que a resposta está lá, e se a nega, é porque é desonesto e rejeita os factos da própria realidade.
Há, todavia uma grande vantagem nestas intervenções: denuncia o sentido que esta gentinha tem da "pátria", ou seja, o do seu belo tacho (sabe-se lá conseguido porque meios), ou dos rabos de palha que tem por todo o lado. Essa, é a sua coesão nacional.

Links (JN)

Jardins do Porto a saque

SAD do F. C. Porto quadruplica lucros

29 outubro, 2008

Mas, estes "gajos" estarão a ficar senis?

Mário Lino não avisou Refer que Linha do Tua ficará submersa com barragem da EDP
29.10.2008,
Carlos Cipriano e Pedro Garcias(in Público)

A Refer, enquanto gestora da rede ferroviária nacional, ainda não sabe que uma boa parte da Linha do Tua ficará submersa com a construção da barragem da EDP no rio que dá o nome àquela via-férrea. Por isso, segundo o PÚBLICO apurou, a administração da empresa tem dado indicações a toda a estrutura técnica para assegurar a manutenção da linha como se ela estivesse para durar, admitindo também investir milhões de euros na sua modernização para acabar de vez com os acidentes, na sequência, aliás, das recomendações do Governo.

Os relatórios agora tornados públicos relativos ao descarrilamento de 22 de Agosto confirmam o que o PÚBLICO tinha avançado sobre as causas do acidente: um empeno na via-férrea, conjugado com anomalias na automotora, que, segundo os peritos, poderá não ser a mais adequada para aquela linha.

Tanto a comissão de inquérito, que trabalhou com a Faculdade de Engenharia do Porto e com peritos suíços e espanhóis, como o Gabinete de Investigação e de Acidentes Ferroviários - que recorreu apenas aos órgãos técnicos da Refer e da CP - são muito críticos em relação aos "defeitos grosseiros" da Linha do Tua.

O troço onde ocorreu o acidente, perto de Brunheda, não é renovado desde meados dos anos noventa (ver PÚBLICO de 20/10/2008) e daí para baixo, até à foz do Tua, não houve renovação da via desde os anos oitenta, embora a Refer ali tenha investido na consolidação de trincheiras para evitar desabamentos. Estes troços são precisamente os mais escarpados - e os mais interessantes do ponto de vista paisagístico e que fazem da Linha do Tua um ex libris da engenharia do séx. XIX -, mas também os que deverão ficar submersos com a construção da barragem. Por isso é de questionar se vale a pena proceder à renovação integral da via, por forma a seguir as recomendações das comissões de inquérito e do Governo, tendo em conta que se trata de um investimento elevado e que implica trabalhos realizados em condições delicadas em pleno desfiladeiro. Uma pergunta que o PÚBLICO fez vários vezes ao Ministério das Obras Públicas e Transportes, mas da qual nunca obteve resposta.

O trauma dos feridos

Entretanto, a família da única vítima mortal do último acidente na Linha do Tua, uma mulher de 47 anos, natural de Vimioso, ainda não decidiu se vai exigir responsabilidades à Refer, à CP e ao Metro de Mirandela. "Ainda não reunimos a família para decidirmos o que vamos fazer, nem sei se temos direito a alguma coisa", disse ao PÚBLICO o pai da vítima, que deixou um filho de 23 anos.
Vítor Simões, de Coimbra, um dos feridos do acidente, ainda estava a ler o relatório da comissão de inquérito quando foi contactado pelo PÚBLICO. "Apanhado de surpresa com alguns dos detalhes técnicos contidos no relatório, nada me passa pela cabeça neste momento", disse. A companheira, ferida com gravidade, chegou a correr risco de vida, e, tal como Vítor Simões, ainda se encontra em convalescença.

Um outro ferido grave, uma mulher do concelho de Chaves, está a fazer fisioterapia no centro médico da CP em Lisboa e a ser acompanhada por um psiquiatra e uma psicóloga. No entanto, o marido, que sofreu ferimentos ligeiros, não poupa nas críticas à CP, bem como ao médico da empresa que acompanhou os feridos logo após o acidente. "A CP não vê as sequelas deixadas nos sinistrados e só entrou em contacto comigo uma vez, quando a pressão dos meios de comunicação social era mais forte. Recebi cartas dos hospitais a pedir o pagamento das taxas, mas a CP mandou-me devolvê-las, alegando que isso era da responsabilidade do Metro de Mirandela", escreveu no seu blogue, com o endereço http://ferrado-de-cabroes-euroluso.blogspot.com/.


RoP

A ser correcto o que este artigo do Público descreve, isto é, que a REFER ignora que parte da linha do Tua ficará submersa pela construção da Barragem do Tua (da EDP), não se consegue perceber a objectividade da manutenção da linha. É completamente absurdo que passados dois dias do anúncio da reabilitação e modernização da linha para exponenciar as suas capacidades em termos turísticos, se omita esta questão à entidade competente (REFER) pela respectiva requalificação, podendo levar a uma nova situação de despesas desnecessárias.

Segundo o artigo do Público, a administração da REFER diligenciou no sentido de garantir a conservação da linha ferroviária com características que lhe confiram grande durabilidade, o que, pressupõe uma maior aposta na qualidade de construção e implica custos mais elevados nos preços dos materiais.

Foram apurados pela investigação da Faculdade de Engenharia do Porto e pela comissão de inquérito defeitos, tanto na construção da linha como das características técnicas das automotoras, concluindo-se que umas, não estavam convenientemente adaptadas para as outras.
Se se concluir, com rigor, que à época em que a decisão de mandar excutar tais empreitadas, não existia um responsável pelas mesmas, o que é pouco verosímel, o ónus do problema será todo do Governo respectivo, que deverá então ser responsabilizado por isso com severas consequências. Caso existissem -como creio que sucedeu -, administradores ou dirigentes responsáveis por estes serviços, então será a esses senhores que deve ser assacada a culpa de todos os incidentes ocorridos naquela linha, incluindo os da morte (assassinato) de pessoas.

Caso ninguém venha a ser responsabilizado por nada disto (como é habitual), é chegado o momento de ser pôr termo aos ordenados chorudos e regalias de toda esta gentelha e passar-lhes a conferir vencimentos pouco mais nivelados que o ordenado mínimo nacional. Não têm qualificações para mais. Se nada for feito, bem podemos começar a dar aos nossos actuais governantes o tratamento que se costuma dar aos bandidos e a mover-lhes a caça que merecem.

Espero que tal nunca aconteça, mas se algum dia, qualquer entidade oficial ou representante máximo da autoridade, do Presidente da República ao 1º. Ministro, ousar interferir na linha de pensamento que orienta este espaço de cidadania independente, vão ter que me ouvir. Se os seus dotes democráticos chegarem a tanto (o que duvido)...

Vão ter que me explicar, não com as palavrinhas gastas da catequese político-partidária, porque essas recuso-me a ouví-las -, mas com a palavra da honra de homens que a sentem quando a proferem -, por que é que se acham dignos de fazer apelos à pátria, à coesão nacional, quando são eles que estão a abrir as portas à sua fragmentação e desvirtuação. Terão de me explicar, como pretendem, que uma pessoa minimamente instruída e inteligente, possa considerá-los à altura e prestígio dos cargos que desempenham, se são tão espectadores como os demais portugueses, do desenvolvimento sectário e desiquilibrado que o país leva para um só ponto (Lisboa), sem perceberem que com essa «distracção» estão a ser os protagonistas principais de futuros focos de instabilidade e violência, no tal país que «desejam» íntegro, e indivisível.

Quero que me expliquem - como se fosse muito burro - porque é que eu, como portuense, espectador impotente, do desprezo que tem sido vincadamente atribuído à cidade que deu nome ao país, hei-de continuar a amar e a respeitar esta bandeira:

Novo inquérito no "As Casas do Porto"

A pergunta é:

O ESTADO DE RUÍNA DA URBANIZAÇÃO DA CIDADE É FACTOR PREONDERANTE NA DECISÃO DO SEU VOTO?

28 outubro, 2008

Sonho de uma noite de outono

Não alinho no coro dos que atacam a chamada "política do betão", que aliás nem sei bem o que é, embora desconfie que é uma dessas expressões vagas que podem significar tudo ou podem significar nada. Segundo parece, os seus detractores são contra a contrução de estradas ou auto-estradas (A - E) equipamentos de que sou a favor, genericamente falando. No entanto (e é aí que quero chegar) estou contra o timing da construção da A-E entre Vila Real e Bragança. Eu, que tenho fortes raízes transmontanas e que, como tal, tenho enorme afeição por aquela esquecida e mal tratada região, sou contra por motivos bem explícitos.

O primeiro-ministro do governo português, quando fez a promessa de construir essa A-E, disse que a sua contrução se impunha porque o distrito de Bragança era o único que não tinha um só quilómetro de auto-estrada. Tratava-se também, na sua opinião dum imperativo de "solidariedade nacional". Estes motivos são essencialmente demagógicos. Compreende-se que uma auto-estrada seja feita por razões económicas ou técnicas, por terem fluxos diários de transito acima de determinados valores. Quem conhece Trás-os-Montes sabe que a sua lamentável rede viária, datando maioritariamente do sec.XIX, é profundamente desencorajadora da criação de polos económicos e é um travão a movimentações turísticas, dada a incomodidade inerente a trajectos rodoviários sinuosos que se estendem por dezenas de quilómetros consecutivos. A única estrada que foge a este padrão é precisamente a que liga as duas capitais de distrito, ou seja o IP4, que naquele troço nunca foi especialmente mortífero, ao contrário do troço Amarante-Vila Real ( Este sim, particularmente perigoso e com movimento certamente muito acima dos máximos de segurança aceitáveis. Há pelo menos 20 anos que devia ter perfil de A-E, não fosse o Norte tão desprezado pelo poder central).

Se eu fosse figura proeminente de Trás-os-Montes, autarca, governador civil, ou algo semelhante, proporia o seguinte "negócio" ao Estado.

" Salvo melhorias pontuais, por agora deixem ficar o IP4, de Vila Real para Bragança, tal como está, porque não sendo o ideal "vai dando para o gasto". Trocamos a A-E por uma rede de estradas de traçado contemporâneo, não traçados do sec.XIX. Chamem-lhes IC's, IP's ou o que quiserem. Por exemplo, façam uma ligação decente entre Bragança e Mirando do Douro, para evitar que tenhamos de fazer esse percurso através de Espanha, como hoje fazemos. Tirem do isolamento cidades e vilas como Vila Flor, Alfândega da Fé, Mogadouro, Moncorvo, Freixo, Vinhais, Valpaços, e tantas outras. Liguem-nos (Bragança) à A-E espanhola das Rias Bajas, porque assim o nordeste transmontano estará ligado a toda a rede europeia. Façam isso, não em 20 ou 30 anos, mas no tempo que gastariam para fazer a A-E. Só depois esta seria lançada. E já agora, que estamos em maré de pedidos, façam renascer a linha do Douro até Barca de Alva".

Com este programa ou algo parecido, que alterasse as prioridades rodoviárias, penso que os transmontanos ficariam melhor servidos, e os seus visitantes também. Poder-se-ia então falar de "solidariedade ", que indiscutivelmente os transmontanos necessitam e merecem.

É pelo exposto que entendo que a construção da A-E neste momento acaba por ser prejudicial a Trás-os-Montes. Ganham uma auto-estrada mas conservam o resto da sua vergonhosa rede viária.

Vamos lá a votos que os meninos prometem

100 milhões de fundos europeus para o metro

Ora aqui está a cenourinha para papalvo votar. Agora, para enfeitar o ramalhete, seria fantástico se dessem aos eleitores o "prazer" de controlar as continhas e as datas das obras.

METRO - Estação da Senhora da Hora

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Salix Babylonica e o «mono»

O mono, é o «elegantíssimo» candeeiro ao lado do Chorão (Salix Babylonica). O homem, é capaz de realizar obras maravilhosas sem nunca superar a Natureza de onde emergiu. Por vezes transcende-se e quase lhe pede meças, mas nunca lhe fica a ganhar, ou se fica, é apenas temporariamente.
Para além da utilíssima luz que projecta, este candeeiro que alguém decidiu "plantar" junto ao Chorão, não é certamente um equipamento de excepcional elegância. Outros modelos haverá, que podiam perfeitamente cumprir a sua função - que é a de iluminar -, de forma harmónica, sem chocar a envolvente ambiental. Mas esse, é um "problema meu", que sou esquisito e não percebo nada destas coisas.
O candeeiro da imagem, consegue o efeito contrário, estraga a foto e quase que "agride" a própria árvore.

27 outubro, 2008

Plátanos do Parque da Cidade

A dignidade que muitos homens não têm. Sim, porque as árvores morrem de pé...

Pinto da Costa foi ao balneário

Prontos, está resolvido.

Mais e mais, poucas vergonhas... em Lisboa

Penhoras ao Sporting e ao Benfica desapareceram

As cópias de autos de penhoras efectuadas pela Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) a vários clubes de futebol, entre os quais o Sporting Clube de Portugal (SCP) e o Sport Lisboa e Benfica (SLB), desapareceram de um envelope selado que se encontrava na gaveta de uma funcionária da administração fiscal e foram substituídas por folhas para reutilizar na impressora.

A informação é dada pela própria funcionária da DGCI no âmbito do processo que decorreu no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa no seguimento da queixa do anterior director-geral dos Impostos, Paulo Macedo, relativa às fugas de informação da DGCI.

O desaparecimento dos documentos foi abordado pela primeira vez numa informação enviada em Outubro de 2005 ao então director-geral pelo director distrital de Finanças de Lisboa. Este responsável relata o desaparecimento de autos de penhoras feitas a clubes de futebol e, face à denúncia, Paulo Macedo pede à Judiciária para averiguar a situação.
Mais tarde, já no âmbito da investigação do DIAP, é apresentado um ofício do director distrital de Finanças de Lisboa que não é mais do que o relato feito pela funcionária do fisco a quem alegadamente foram roubados os documentos. A funcionária explica que lhe foi entregue um mandado de penhora em nome do executado SCP e que, no seguimento desse mandato, foram executadas diversas penhoras ao clube. A funcionária diz ainda que fez três cópias do documento. Arquivou uma cópia junto ao processo que decorria naquela direcção de finanças; outra no arquivo mensal da equipa a que pertence; e uma outra num envelope onde já se encontravam cópias de outras penhoras a clubes de futebol, nomeadamente ao SLB. A funcionária garante ainda que o envelope se encontrava fechado com fita-cola.Mas o inesperado aconteceu.

Foi solicitado à funcionária informação sobre as ditas penhoras efectuadas ao Sporting e ao fazer essa informação tentou juntar a documentação. Mas tal não foi possível, porque o processo estava na sua mala pessoal, que tinha, naquele dia, deixado em casa. E foi então procurar o envelope com as cópias que tinha deixado na sua secretária. O envelope estava onde o deixou, mas toda a documentação que lá tinha deixado tinha sido substituída por um volume de folhas já impressas e que se destinavam a ser reutilizadas.

Perante este relato dos acontecimentos, a funcionária foi chamada a depor no DIAP, tendo reafirmado os mesmos factos, acrescentando que não se tinha apercebido que os documentos tivessem sido usados. Disse ainda que não tinha como identificar o autor do roubo porque as suas gavetas estavam abertas e trabalhava num espaço aberto com mais 25 pessoas.

O DIAP concluiu que, apesar de poder estar perante um crime de furto, não havia elementos que possibilitassem a identificação do seu autor e arquivou o processo.

V.C.
(Público)27.10.2008


RoP

«Irrepreensível», sem dúvida, a decisão do DIAP (de Lisboa)! Perante tamanho laxismo, da parte da DGCI que - responsável pela boa guarda de documentos tão importantes como são autos de penhoras -, não foi capaz de escolher melhor lugar para os proteger de mãos e olhos indiscretos, do que a gaveta e a carteira de uma funcionária da administração fiscal, mandou arquivar o processo por falta de elementos para identificar o autor do furto.

De facto, prova-se à saciedade o alto nível de investigação do Departamento de Lisboa, assim como os métodos rigorosos da preservação de matéria processual da DGCI. Ambos estão de parabéns! Não só confirmam a excelência dos seus serviços em relação aos seus pares do Porto, como consolidam a ideia de provincianos que têm de nós...

Link (JN)


Elisa Ferreira confirmada pelo PS

Caso seja bem sucedida no confronto com Rui Rio, o mistério que sobra, é saber se Elisa Ferreira vai continuar com o estilo confortável de "não levantar ondas" que a tem caracterizado estes últimos tempos, à semelhança do que tem acontecido com grande parte dos socialistas (exceptuando Pedro Baptista) que acabou, como se previa, derrotado no confronto com o inqualificável Renato Sampaio. O aparelho partidário tachista não perdoa. Mas, convém lembrar: o aparelho partidário, são apenas resquícios de eleitores, os verdadeiros são outros.

26 outubro, 2008

Autismo centralista, ou pura hipocrisia?


Clicar sobre a imgem para ler o artigo
Depois de lermos o artigo de Rui Moreira, abaixo postado, dos seus contactos «experimentais» com a Lisboa cosmopolita, e moralista (em casa alheia), ficamos atónitos, sem conseguir forma de compreender o que é que aquela gente pretende, quando lemos o que é escrito aqui acima por Vasco Pulido Valente.

Apetece perguntar, se, apesar do que escreve V.P.V. (e muito bem), também ele subscreve o que Rui Moreira nos relata e é dito à boca pequena no meio lisboeta.

Também dá vontade de voltar a interrogar o senhor Procurador Geral, do que é que está à espera de suficientemente grave, que aconteça em Lisboa, para lhe dedicar honras de equipas "especiais" de investigação, como fez com o Porto e baptizou de "Noites Brancas".

Já levantei a questão, mas repito-a agora. Estou a esforçar-me por acreditar que existe ainda alguma réstea de decoro. Bolas!

Rui Moreira em Portugal, eu, na Gallécia

Por muito tempo
Indagações
Portugal é o país mais desigual da Europa e, apesar de alguma ligeira recuperação, continuamos a ter uma elevada percentagem da população que vive abaixo do limiar de pobreza. E, se é assim no todo nacional, é muito pior no distrito do Porto e, em geral, no Norte.
Não admira, porque, para além dos problemas do modelo económico, somos governados à distância, por um poder central obsessivo, que nos olha com desprezo e desconsideração, que não só vira as costas às nossas necessidades prementes, como nos rouba as esmolas europeias que nos eram destinadas.
Basta pensar que, do investimento público total previsto para os próximos anos, apenas 6,3% será realizado no distrito do Porto, onde reside 18% da população nacional. No distrito de Lisboa, onde residem 21% dos portugueses, e que por acaso está acima da média europeia, pelo que não pode receber fundos de coesão, serão investidos 35% do total.
Naturalmente, tudo é explicável. Garantir-nos-ão que tudo se passa de forma normal e pensada, que isto sucede por boas estratégias e pelas melhores razões. Convencer-nos-ão que o país só tem a ganhar com uma grande capital, o que, sendo verdade, parece não se aplicar na inversa, já que é lícito suspeitar, em função das políticas reais, que a capital nada ganha em ter um país viável para governar.
O problema do Norte é que é só do Norte. Não está, definitivamente, na agenda mediática. Nem sequer na agenda das elites e dos políticos. Posso testemunhar isso porque, por razões profissionais, tenho estado com maior frequência em Lisboa e ouço os comentários de quem me identifica com o "detestável" FC Porto e com a insensata regionalização. Com maior ou menor elegância, falam do Apito Dourado e dos seus contornos, para me tentarem demonstrar que está provado que o meu clube não teve nenhum mérito que não fosse ilegítimo. Quando se lembram de invocar a questão da regionalização, recordam os caciques que estarão todos a norte e lembram o perigo de se ver o país retalhado. Se resolvem falar da economia, invocam que foram "os da têxtil" que causaram o dano, gastando o fundo social europeu em Ferraris e se lhes lembramos o défice no investimento público, nunca se esquecem que o nosso aeroporto está "às moscas".
É assim que somos vistos e tratados em Lisboa: como gente rude, incómoda e viciosa e perturbada, que vive numa cidade onde grassam os escândalos na noite, no futebol, nos negócios e na política. Não vale a pena, na maior parte dos casos responder, falando-lhes de Vale de Azevedo, perguntando-lhes se, a exemplo do nosso Apito, a pedofilia é o seu problema local, ou recordando-lhes os negócios e carros de luxo da gente e empresas lisboetas que vivem à mesa ou à sombra do Orçamento.
Pouco mais conseguimos então do que cumprir a função de "desmancha-prazeres". Ainda há dias recebi um e-mail de um leitor deste jornal que, agastado com as minhas crónicas, me escrevia: "O Norte está em declínio? Pois está: o baixo preço e a mão-de-obra barata deixaram de render! O que é quer que a gente lhe faça?" Depois, concluía que a culpa de todos os males é "a boçalidade e a tacanhez que grassa num Porto que não percebeu a oportunidade dada pelo 25 de Abril".
Como não pode deixar de ser, a culpa também é nossa, e é por isso que tudo vai continuar na mesma. Por muito tempo. A culpa é nossa, porque deixámos que as coisas degenerassem, porque fomos pouco exigentes, porque fechámos os olhos a muita coisa que era, a todos os títulos, intolerável. A culpa é nossa, porque nos acabrunhámos, porque nos resignamos e esta situação. Basta, aliás, ver o que se passa na política, onde continuamos a tolerar os representantes das políticas centralistas, que nunca protestam e pouco reclamam.
Daqui a um ano, teremos eleições. Em breve vão aparecer por aí os portadores das boas vontades, com os seus discursos preocupados, com as promessas para o futuro. Mais uma vez, votaremos neles e tudo ficará na mesma. Por muito tempo.
26.10.2008, Rui Moreira
Economista
(In Público)

RoP

O artigo supra, não é mais que um atestado que confirma aquilo que já há longos anos venho pensando sobre o centralismo e sobre a ideia de portugalidade que sucessivos governos vêm transmitindo aos portugueses de outras regiões extra capital com intencional incidência aos portuenses. O futebol, foi o catalisador perfeito para tornar mais visível esta constante, levando os centralistas a perder todo o pudor e com ele a noção de integridade territorial que, em tantas ocasiões, paradoxalmente, fazem questão de «manifestar».
Mesmo assim, e como, apesar de tanta afronta, de tanta provocação, de tanta irresponsabilidade, ao longo de tantos anos, sempre pautei as minhas posições por algum equilíbrio, e escrevi o meu
desagrado, sempre na esperança de poder influir de algum modo na consciência de quem de direito, de forma a inverter a dinâmica centralizadora até aqui seguida. Em vão.
Acho portanto, já ser altura de assumir o que a partir de agora pretendo: a autonomia regional, administartiva e política, em relação a um país cujo nome e realidade pouco já tem a ver com o meu.
Que venha depressa, a Gallécia. Portugal, já era.