13 fevereiro, 2009

Passeio da marginal do Porto

Um bom fim de semana!



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Pistas...


... para vermos se a Máfia instalada em Lisboa (com tentáculos no Porto), tem a noção do ridículo, já que, como é fácil de constatar, perderam, inexoravelmente, a noção de seriedade.

Eis aqui, as primeiras iniciativas/propostas, para os noticiários desta noite e de todas as que se seguirem, durante os próximos 50 anos, com cobertura multimediática em horário nobre:

Exigir, a contar desta data, de Sua Exa. o Presidente da República, as seguintes condições:



  • árbitros sócios e adeptos fanáticos do FCPorto em todos os jogos nacionais e internacionais que participe.

  • que seja levantado um processo sumaríssimo a Luís Filipe Vieira cada vez que ele diga Ah, ou respire

  • o monopólio absoluto de todos os orgãos de comunicação social (incluindo os jornais gratuitos), com sede e direcção executiva, obrigatória, na cidade do Porto

  • a nomeação de uma equipa especial de inspectores da PJ (adeptos fanáticos do FCPorto), para investigarem as fontes de riqueza do Presidente do SLB

  • prosseguir com as investigações até se encontrarem provas susceptíveis de incriminar LFV. Caso não seja possível descobrir elementos de prova (o que não é difícil), aplicar-lhe uma pena de prisão perpétua por se recusar a falar

  • extinção, ad eterno, do SLB

Em nome da transparência e dos bons costumes, assinam, os cidadãos do Porto


Para que serve, esta Procuradoria?

Há dias, em conversa pessoal com o amigo e colaborador do RoP, Rui Farinas, dizia-lhe que não queria "futebolizar" demasiado este blogue, ao que ele me respondeu, certeiramente, para não me preocupar com isso, porque o futebol é tão importante como outra coisa qualquer, e que nunca devíamos desistir de falar em tudo o que nos parecer injusto e relevante para os portuenses. E o Futebol Clube do Porto, goste-se ou não, é a instituição mais agregadora e heterogénea da cidade do Porto.
Pensando bem, não só concordo com o Rui Farinas como considero que a nossa contestação, apesar de frequente e corrosiva, peca por defensiva. Nós, devíamos questionar com mais frequência, os orgãos de soberania e as pessoas que lhes estão ligadas, porque é neles que os portugueses confiam para resolver certos assuntos. Os tribunais, em última instância, apesar de lentos, ainda vão, a espaços, e com alguma dificuldade, impondo a sua justiça. Afinal, neste país desgovernado, também eles sofrem as consequências da bandalhice instalada.
Não será chegado o momento de exigirmos a demissão do Sr. Procurador da República e das equipas de Investigação nomeadas para acompanhar o Processo Apito Dourado? Não está nas barbas de todas as pessoas integras e com algum sentido de decência, o sectarismo e os sinais persecutórios evidentes, demonstrados pela procuradora Maria José Morgado? Será preciso que ela mostre o cartão de sócia do Benfica (se é que o tem), para que o senhor Procurador Geral perceba que ela não tem perfil ético para aquela missão?
Será indispensável evidenciar um elevado quociente de inteligência, para se perceber que há uma manifesta intenção de forjar provas contra Pinto da Costa depois de se recorrer ao testemunho de uma mulher sem escrúpulos como é Carolina Salgado? Por que persistem então em manter a «confiança» nos «testemunhos» de tal pessoa*, o Sr. Procurador e sua estimada adjunta? Por quê? Alguém será capaz de compreender isto, sem duvidar da idoneidade destas pessoas? Aquela velha história do "parecer sério", não se lhes aplica, por quê? Por pensarem que os seus magnanimos estatutos as isenta absolutamente de quaisquer suspeitas? Os tiques salazarentos ainda não desapareceram, meus senhores?
Estão na moda as Petições. Pois então, usemos esse instrumento de cidadania para movermos uma a favor da demissão destas pessoas. Já vai sendo tempo.
*O acórdão assinala ainda que a acusação não teve sequer "o cuidado de purgar os erros técnico-jurídicos, na medida em que articula supostos e duvidosos factos", assim como "também não leva em conta as demais orientações e esclarecimentos dados pelos peritos quando dizem que os erros assinalados não o são".O acórdão dos desembargadores, cujo relator foi Coelho Vieira, acolhe ainda a tese de que não houve qualquer tipo de favorecimento por parte do trio de arbitragem constituído por Jacinto Paixão, Manuel Quadrado e José Chilrito. "Numa perspectiva geral e objectiva, verifica-se que houve erros de análise de lances de jogo para cada equipa" e que "nenhum dos lances que originaram os golos do FCP foram precedidos de erros de arbitragem". Por isso, nunca a acusação poderia deduzir "que os erros de arbitragem são causa adequada do resultado final quando favorecem o FCP e completamente inócuos quando favorecem o Estrela da Amadora".
(Texto parcial dos juízes desembargadores do Tribunal da Relação que ordenaram o arquivo do processo, extraído do Público)

Cut-price city breaks

Também no Guardian via Bloco de Notas

Porto is full of surprises, both cultural and gastronomic ... and it's one of the cheapest cities in western Europe. Plus where to stay from €10 a night

"Porto, Portugal ... combines 'charm and culture with a low cost of living".

A Blasfémia, ou a grande Cabala?

Alemães reduzem adeptos do Benfica a menos metade

"O Benfica é o clube mais popular em Portugal, com 2,2 milhões de adeptos, segundo um estudo da SPORT+MARKT, que reduz a menos de metade o número de simpatizantes contabilizados pelo Instituto Nacional de Estatística. (...)"

"De acordo este estudo, o Benfica detém 2,2 milhões de adeptos, mais 900 mil adeptos do que o FC Porto (1,3 milhões), segundo classificado na popularidade nacional, e o dobro que o Sporting, terceiro luso (1,1 milhões). (...)"

O buraco de ozono made in Lisbon


Hoje, o Record deu férias ao veneno habitualmente destinado o FCPorto e resolveu solidarizar-se com a saúde das vacas. Não há problema, porque o Jogo, de Joaquim Oliveira, trabalhou em seu lugar. A Bola, faz jus à imagem de transparência e rigor, do futebol jogado, daquele blá-blá-blá que o A. Pedro Vasconcelos gosta de usar para passar por sério, no programa Trio de Ataque.

Há muita gente a viver da venda destes pasquins, mas pessoalmente ficaria muito satisfeito se o patrão os mandasse para a rua. Há muita gente séria, desempregada, e esta escumalha não merece um cêntimo do que recebe, porque o que faz não é trabalho, é poluição social.

Nota:Espero que nenhum portista que se preze, gaste o seu dinheiro para alimentar este lixo, e que, o senhor Pinto da Costa saiba cortar relações definitivas com o amigo da onça, Joaquim Oliveira. Ah, e já agora, que a ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação) dê sinais de vida, quanto mais não seja para justificar a sua existência ou provar que regula alguma coisa.


OBS.

Nem de propósito. Às vezes há lapsos que acontecem por bem. Foi o meu caso. O nosso amigo Vila Pouca fez aqui um comentário para o facto de, a reprodução do Record que plasmei aqui acima pertencer à edição de ontem, o que devia implicar a alteração do respectivo texto. Só que, se o fizesse renunciaria a este precioso reforço sobre o que lá escrevi. Ora, aqui o têm, actualizado e mal cheiroso...

12 fevereiro, 2009

Um pouco de poesia

DENTRO DE MIM
Dentro de mim
Corre um rio
De águas tépidas e mansas
Suave aos meus navegantes.
E se quem me navega
For canoa furada,
Que venham as águas
E a afundem de vez!
Dentro de mim
Arde um fogo
Que chamusca e queima
Incautos e desavisados.
E se quem do meu fogo se aquece
For palha,
Que venham as labaredas
E a consumam de vez!
Porque o limbo é a pior coisa que existe!
.
neli araujo
.

História para centralistas menores

Era uma vez uma casa. Nessa casa, havia uma grande prole, cujo "Novo Chefe" criou os filhos fazendo-os acreditar na justeza dos seus métodos educacionais. Prometeu-lhes, que faria o possível e impossível, por tratá-los a todos por igual, dentro, claro, das possibilidades do orçamento familiar. Como um pai que se preza, aconselhou-os a não desperdiçarem as oportunidades que lhes iria dar para se defenderem na vida e que, se não o fizessem, a partir daí, cada um teria de se safar pelos seus próprios meios.

Sucede que, a partir de determinada altura, aquilo que prometia funcionar como um perfeito modelo doméstico de democracia, começou, gradativamente, a sofrer graves alterações. O paizinho, começou a ter comportamentos muitos estranhos e nada condizentes com as promessas inicialmente feitas. É, importante dizer, que este pacto, de sã convivência, foi estabelecido uns anos depois de o precedente "Chefe" (um ditador) tratar a família no mais retrógrado e obscuro dos ambientes, sem liberdade e desafogo, facto, que motivou a sua posterior substituição por um padastro, mais moderno e arejado.
Como ia dizendo, pouco tempo depois de assumir o poder naquela casa, o padastro (pai de substituição), começou a ter atitudes muito estranhas. Tanto mais estranhas, quanto pode ter alguém que muito se empenhou em convencer a família da importância do sentido de união, dos recursos democráticos, mas que, afinal, acabou por dividi-la. Sim, porque a partir de certa altura o padastro começou a retirar património a uns filhos para o dar a outros, deixando-os apenas com a "honra" dos respectivos títulos. Insatisfeito com isso, desviou ainda, tudo quanto era bens relevantes, de uma divisão para outra, bem distante, criando as maiores dificuldades de sobrevivência aos seus legítimos fundadores.

Quando queria comunicar, o Chefe, reunia toda a família numa espécie de salão de reuniões, onde fazia os seus discursos e ouvia alguns dos seus filhos. Alguns, podiam falar à vontade, dos seus problemas, dos seus gostos, das suas carências, das suas culturas, dos seus clubes, etc. Os outros, ficavam no fundo da sala a ouvir, mas com mordaças na boca, para não poderem falar, nem interromper, os filhos privilegiados. A forma que este pai tirano encontrou para disfarçar a discriminação, foi colocar os meninos do papá (os privilegiados) a falar pelos outros irmãos, das suas questões muito pessoais. Ora, como é bom de ver, a ideia deu mau resultado e, como tal, a família começou a desunir-se e os ressentimentos não tardaram.
Ninguém, minimamente sensato, ignora que, para se começar uma guerra basta atirar uma pedra, ou espoliar alguém dos seus legítimos direitos. O pior, é que quem atira a primeira pedra nunca o reconhece, acha sempre que foi o outro. E é aqui que as coisas começam a azedar. Se juntarmos a isto a clubite aguda das famílias - exacerbada pela voz dos filhos dilectos do papá - e a pobreza social, estão criadas as condições perfeitas para uma guerra familiar. Se juntarmos a isto aqueles irmãos mais próximos que, por mero oportunismo, se juntaram aos meninos do papá, está criado o clima ideal para se instalar a desconfiança entre a prole.
Agora, esqueçam o 1º.Chefe e substituam-no pelo Estado Novo. Esqueçam o Padastro (Chefe de substituição) e troquem-no por todos os Chefes de governo, pós 25 de Abril, incluindo o actual. Esqueçam os filhos e ponham lá o Povo. Esqueçam o património familiar e transfiram-no para o regional, incluindo-lhe sedes bancárias e outras instituições. Esqueçam a sala de reuniões da família e imaginem as (4) televisões em canal aberto, as rádios e jornais. Por último, esqueçam os irmãos de proximidade e lembrem-se dos políticos do Porto que se prestaram a colaborar na vergonhosa construção do Centralismo, e teremos o portugal de hoje.
Última Hora
-A propósito de centralismo, mais um período de azia que se avizinha para os correlegionários centralistas: a fruta estava podre. Menos podre, porém, do que os cérebros que a pariram.

O Porto visto do cais de Gaia (1 Janeiro de 2008)




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Aeroporto de Beja e Aeroporto Sá Carneiro

Sobre Notícia do Diário Económico do 09.02.12: “ANA passa a gerir aeroporto de Beja", podem ler um comentário do José Ferraz Alves que resume a posição da ACdP relativamente a este assunto. 

Porto no Ocho Léguas (El Mundo)


via fugas

48 horas para perderse en Oporto

La ciudad del Duero es para andarla sin prisa, despistarse entre sus retorcidas calles de corte decadente y aparecer al otro lado del río, donde esperan sus terrazas, buenas dosis de vino y unas vistas sobre la urbe que uno de los argonautas fundó casi por casualidad.

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11 fevereiro, 2009

Trio de Ataque, um programa falido

Se já viram, esqueçam. Se ainda não viram, vejam, porque é de ficar vermelho de vergonha (da côr do clube), com a argumentação deste cineasta/actor, que devia ficar com a boca selada para sempre, cada vez que pronuncia a palavra rigor. Nem com as imagens na frente dos olhos é capaz de admitir que se enganou. Está bem, que aquilo ali, é cada um por si, mas ele inventa! É repugnante, o homem!

FELÍCIA CABRITA-Grande mulher, grande jornalista!

"Dio estas senfine bona" (Deus é infinitamente bom). Eu, não sei se é, ou se até existe, mas foi esta frase em esperanto, que escolhi como exemplo para graduar um adjectivo no superlativo absoluto.

O superlativo absoluto, é um grau de apreciação muito perigoso, porque, tal como anda o Mundo e a decorrente degradação moral do Homem, é insensato aplicá-lo à toa, apesar de nos arriscarmos a passar por negativistas.

Não obstante, há que ser realista, e não ficarmos à espera de um permanente estado de graça em relação a alguém que num determinado dia e por uma qualquer razão apreciámos, porque todos somos imperfeitos, todos nos "distraímos" alguma vez.

Gosto de fazer estas prévias introduções aos meus comentários, para ver se evito ter de responder a certas perguntas básicas a que alguns espíritos de contradição e maledicência não conseguem resistir, embora saibamos não haver remédio que os cure.

Sim, porque hoje vou aqui elogiar a jornalista Felícia Cabrita, pela grande profissional que é, por ser mulher, e por ter já dado provas* suficientes de uma enorme coragem. Despoletou o processo Casa Pia que passados 7 anos ainda se arrasta nos tribunais, e soube desconfiar da campanha difamatória que foi (e continua a ser) estrategicamente movida a Jorge Nuno Pinto da Costa. Tal, como a jornalista (e nós mesmos), PdCosta não é o Cristo na Terra, mas nem por isso precisa que o transformem num demónio.

Felícia Cabrita, é o paradigma que contraria o princípio machista que apregoa a coragem como virtude reservada aos Homens. Felícia Cabrita, mete num bolso pequenino, batalhões e batalhões de jornalistas de aviário, de cobardes sem tomates, moços de recado, sem coragem para remarem contra a corrente do oportunismo instalado. De «freteiros», como diz (e bem) um certo dragão...

F. Cabrita, é o exemplo que muitos deviam procurar seguir, porque, isto de querer estar sempre de bem com Deus e com o Diabo, raramente resulta numa boa fotografia. Dá até direito a despedimentos colectivos. Ou, quase...

*Reportagens sobre o Ballet Rose, Capitão Roby, e o livro que serviu de tema ao filme que ela agora alega estar a ser plagiado (que é, o que está a dar, agora).

Mário Soares avisa que falta de transparência pode gerar clima de revolta em Portugal

O ex-presidente da República Mário Soares advertiu terça-feira à noite que sem transparência no País, particularmente no sector da banca, Portugal poderá conhecer a prazo um clima de revolta e acontecimentos de gravidade. (No Sol)

Clique sobre o título para ler todo o artigo

Não é lisboeta, não senhor!


Manoel de Oliveira, de 100 anos, foi esta terça-feira distinguido com a Berlinale Kamera do Festival de Cinema de Berlim pelo conjunto da sua obra.
Um apontamento:
Este rijo cineasta portuense, não precisa de participar em «programas desportivos» para se dar a conhecer. É mais reconhecido no estrangeiro, do que cá. E ainda precisa menos de revelar, publicamente, até onde pode descer o facciosismo clubístico e a falta de seriedade. Este sim, é um senhor!

09 fevereiro, 2009

A sociedade e a clubite vermelha

Sei sempre ao que me arrisco, quando incomodo alguém. Ninguém gosta que lhe coloquem na frente do rosto o espelho de uma realidade à qual preferem pensar não pertencer. A vida está a abarrotar de pessoas assim. Roubam, manipulam, abusam do poder, para conseguirem benesses, violam leis, caluniam os adversários e, depois de tudo, continuam a ter de si mesmas a convicção que são as pessoas mais íntegras do mundo. Melhor dizendo, continuam a querer convencer a sociedade que são dignas de um respeito que, na verdade, não merecem. Percebe-se, é o instinto de defesa a funcionar, ou a consciência a avisá-las que o teatro da vida não perdoa os maus actores.
Estamos, diariamente, a assistir a esses tristes espectáculos. É na política, é na Banca, é na comunicação (anti)social, é no futebol, é, em todo o lado onde os aromas do Poder se fazem sentir. Nem perderei muito tempo a dar exemplos, mas, só para recordar algumas mentes preguiçosas, cito (no futebol) apenas um: Vale e Azevedo. "Ilustre" e milionário advogado que, a juntar aos exuberantes luxos que já tem, se dá ao luxo de brincar (brincar, disse bem), às escondidas com a Justiça portuguesa e com a própria Lei. Enquanto, como diz o ditado, o "pau vai e vem, folgam as costas", o tempo passa, e o trafulha vai gozando a sua vidinha de nababo. Mas, adiante.
Na política, é um perfeito lamaçal de oportunismo, de negociatas obscuras e nunca integralmente investigadas. Mas, no "pása nada". Desde que haja um Bruno Pidá para encarcerar (umas Noites Brancas) ou um Pinto da Costa (uns Apitos Dourados) para o tentar transformar à força num mafioso, os 6 milhões de alucinados consolam-se com o anestésico que, entretanto, os impede de ver as vigarices que lhes passa à frente do nariz, cometidas por gente que tinha o dever de zelar pela sua - e a nossa - qualidade de vida.
Não tarda nada, cá temos um "incomodado" a bater à porta da caixa de comentários, a espumar de raiva, por não estar habituado a que lhes exibam este modelo de espelhos que os obrigam a ver e ouvir o que não gostam, mas cá estarei para lhes dar o devido trato.
Para esses, os bons espelhos, são os deles, os dos outros, são espelhos de hereges, de provincianos, de corruptos. Enfim, não valem nada. Eles sim, devem incondicionalmente ser levados a sério, ainda que passem o tempo a espoliar os seus compatriotas dos seus direitos. Para eles, os bons espelhos, chamam-se: RTP, SIC, TVI, toda a imprensa escrita, TSF, Rádio Renascença, etc.
Tudo é insuspeito e bom, desde que lhes alimentem o ego clubista e encham as capas dos jornais ou abram os noticiários da TV para tecer loas ao glorioso ou para denegrir a imagem de Pinto da Costa, que é o mesmo que dizer, desde que contribuam para afastar do caminho um "osso" duro de roer, chamado Futebol Clube do Porto, o grande pesadelo das suas vidas, responsável pela humilhação de uma ave de rapina que não sabe voar, condizente com a campanha de conspirações que há décadas promovem.

08 fevereiro, 2009

FCPorto / Benfica,muito mais que futebol

A velha rivalidade Porto-Lisboa
Sobre a relva de um estádio está em jogo, mais do que o antagonismo tribal, a rivalidade entre as duas maiores cidades portuguesas
pedro olavo simões(JN)
Se está no futebol a essência do que é patriótico nos dias que correm, nada mais havendo que encha de bandeiras as varandas como de colchas em dia de procissão, também na bola encontraremos o que resta de combatividade a uma sociedade que parece acomodada.
Só aí ouvimos uníssonos urros tribais, só aí vemos gente que, de emblema em riste, transfere para os relvados rivalidades que tocam todos os outros aspectos da vida. Em dia de F. C. Porto-Benfica, como hoje, vem à tona uma rivalidade que muitos, de ambos os lados, consideram desprovida de sentido. Treinador que vista de azul e branco sabe que perder com os que de vermelho jogam, em casa, pode ser pior do que deixar escapar o campeonato. É isso importante? Não: é fundamental.
Pequeno é o país, mas muitas são as realidades que nele coexistem. Porto e Lisboa, desde que nasceram e à medida que cresceram, cumpriram destinos diferentes, mas o rumo administrativo tomado pela História ditou dependências que no Norte são mal aceites, porque consideradas excessivas. E porque contestadas ao longo de gerações e de séculos. Desde muito antes de haver futebol.
Comparar as duas cidades é, mais do que um exercício complicado, algo que faz pouco sentido, atendendo a que nunca ambas evoluíram em igualdade de circunstâncias, primeiro pelos ditames de uma evolução natural, digamos assim, depois por razões de Estado, se assim podemos dizer. Mas as discrepâncias entre elas ajudam a perceber o que os pontapés na bola simbolizam. Os indicadores mostram com clareza que a capital atrai. Pessoas, empresas, investimentos, recursos. Não necessariamente por estratégias do Sul, como diz o discurso populista, mas porque o país funciona assim.
Indo aqui ao lado, a essa Espanha em que muitos querem ver uma identidade colectiva paralela à nossa, temos o exemplo da rivalidade entre Madrid e Barcelona, também decalcada na relação entre as principais equipas de futebol dessas cidades. Mas é um exemplo que em nada reflecte o caso português. Barcelona nasceu e cresceu como importantíssimo porto do trato mediterrânico, no coração de uma região que sempre viveu à margem das Castelas (à Catalunha correspondia, no tempo de Carlos Magno, a Marca Espanhola, zona-tampão de defesa do império, e nunca essa influência dos francos se perdeu). Enquanto capital, Madrid é a invenção de um outro império, o de Filipe II (primeiro do nome em Portugal), que para ali mudou a corte em 1561. Uma e outra seguiram os respectivos rumos, transformando-se em grandes metrópoles. Tal como cá? Não.
Pelas condições naturais, isto é, pelo extraordinário porto natural que é o estuário do Tejo, Lisboa era, na Idade Média, a única cidade cosmopolita e de dimensão europeia no reino, enquanto o Porto era um bem menor burgo que, embora mantendo desde cedo ligações comerciais ao exterior, designadamente ao Norte da Europa, crescia a um ritmo muito mais compassado. Se já assim era, muito mais passou a ser com o Estado moderno, desenhado ainda num período tardo-medieval e solidificado com todas as letras no tempo d' El rey D. Manuel, o primeiro, senhor absoluto da pimenta, pai formal do centralismo português: "Mas um Estado forte, poderoso, rico e centralizado, servido por um numeroso funcionalismo dedicado e fiel, não é senão dificilmente compatível com uma ampla autonomia municipal: e assim, os municípios portugueses, que no período medieval tinham gozado da mais vasta autonomia administrativa e financeira, viram-se severamente limitados nessa autonomia pela intervenção do poder central manuelino" (Diogo Freitas do Amaral, in "D. Manuel I e a construção do Estado moderno em Portugal").
Assim continua a ser, em boa parte, num país que rejeitou a regionalização. Se em Espanha (lá voltamos nós) as autonomias são garante da unidade de uma Nação heterogénea, por cá, em 1998, foram vistas pelo eleitorado como potenciais veículos para a desagregação da unidade nacional (e não deixa de ser curioso, ao rever os resultados do referendo, notar como a mudança administrativa foi rejeitada a Norte, onde o conservadorismo se sobrepôs ao inconformismo).
A cidade do Porto será, apenas, a face mais visível desse inconformismo. E a que mais o cultivou, porque teve forte afirmação, dos tempos do trato internacional do vinho àqueles em que estava na vanguarda da dinâmica industrial das regiões vizinhas. Mas essa face vai-se perdendo. Os bancos portuenses desapareceram e surgiram outros que, com sede no Porto, é em Lisboa que existem de facto. Empresas mudam-se para a capital. Homens de negócios buscam a proximidade do poder, o verdadeiro, isto é, o central. Pessoas estabelecem-se junto ao Tejo, ou nos arrabaldes, porque aí terão mais possibilidades de progredir em carreiras profissionais. E quase toda a informação que o país consome é produzida em Lisboa. Dos grandes jornais portuenses, só o JN mantém a estatura, e a televisão, provavelmente o mais influente molde das personalidades deste tempo, emana quase totalmente da capital: onde estão os comentadores, os notáveis, os famosos e toda a substantivação imaginável, que se promove mutuamente numa espécie de circuito fechado, em que o país exterior entra de vez em quando.
Dimensões distintas
Confrontar cidades passa, evidentemente, por dizer que uma é muito maior do que outra. Mas sê-lo-á assim tanto? Segundo estimativas do Instituto Nacional de Estatística (o próximo recenseamento geral da população só ocorrerá em 2011), a população da Grande Lisboa, no fim de 2006, seria de 2 019 529 pessoas, enquanto no Grande Porto habitariam, nesse momento, 1 279 923. A diferença é significativa, certo, mas fica claro que o Porto e concelhos circundantes constituem um aglomerado urbano de significativa dimensão, que, porém, não consegue garantir às pessoas que o habitam qualidade de vida que se aproxime da que há na capital, onde os salários, segundo é recorrentemente noticiado, são superiores em 50% aos do resto do país, onde o poder de compra dos cidadãos é o triplo do que têm os portuenses, que estão no coração da região do país mais penalizada pelo desemprego.
Quase metade do crédito concedido pela banca é injectado em Lisboa, enquanto o Porto fica pelos 11,9%. É outra dinâmica, já se vê. Segundo elementos da Área Metropolitana do Porto, do quarto trimestre de 2004 ao segundo trimestre de 2006 foram constituídas na Grande Área Metropolitana de Lisboa 14 594 sociedades, mais do dobro das que se formaram na Grande Área Metropolitana do Porto (6837). E a dimensão das empresas é totalmente díspar, como se vê pelo capital social das sociedades constituídas: 1011 milhões de euros em Lisboa, grosso modo, contra 223,5 milhões de euros no Porto. Também no balanço entre sociedades constituídas e dissolvidas o Porto está em desvantagem. E o crescimento patente no número de fogos construídos - de 2004 a Fevereiro de 2007 - confirma a regra: 41 212 contra 19 342. Que mais? Lisboa (falamos ainda das grandes áreas metropolitanas), onde se vai concentrando a população mais qualificada, levantou das caixas multibanco, de 2004 a 2007, perto de 18 260 milhões de euros, enquanto o Porto tirou das paredes 8,4 mil milhões (lembram-se da diferença da população?).
Iríamos por aí fora, comparando indicadores. E se é claro que o caminho do Porto deve ser trilhado olhando para o futuro, não para a capital, torna-se notório que este é um país muito desequilibrado (e o que dirão as regiões penalizadas do Interior!). Excepto, pois, no futebol dos últimos 30 anos. Na pujante cidade de oitocentos, onde se fizeram revoluções, onde a República foi proclamada com quase vinte anos de antecedência, foi a penhora de uma peça de louça sanitária, no velhinho Estádio das Antas, que juntou o povo indignado na rua. Talvez porque as causas vitoriosas dêem mais força a quem as defende.
NOTA RoP
Por motivos técnicos, não fiz o link deste excelente artigo de Pedro Olavo Simões, com receio que passada a actualidade (como já sucedeu), ele venha a ser suprimido do blogue. O artigo, é mais uma lição para aquelas pessoas que ainda têm dificuldades em perceber os efeitos nefastos do Centralismo, preferindo interpretá-lo, como simples manifestação de bairrismo.
Quanto à questão, tida como dado adquirido, do Norte ter votado contra o referendo da Regionalização, essa história está incompleta e muito mal contada. Sempre que entendam usá-la como argumento, seria bom que lhe acrescentassem um relevante detalhe, que é, informar, como é que foi apresentado o mapa das regiões ao eleitorado. Para se ser honesto e retirar conclusões, é importante especificar que o país fora completamente retalhado, o que só podia resultar num rotundo não. E, hoje, não duvido que foi exactamente essa a intenção dos responsáveis por aquela "obra-prima" do mapa das regiões.
Outra coisa. Como podem agora mesmo constatar, o facto de não apreciar a forma como os jornalistas locais reagiram à desviante rota do JN do espírito regional que lhe deu origem para um alinhamento centralista, não me impede de ler e elogiar o que me parece correcto. O que já não entendo bem, é como este convívio entre patronato e jornalistas, com interesses aparentemente tão incompatíveis poderá ter, alguma vez, um final feliz.