27 fevereiro, 2009

No Palácio, jardins à "moda antiga"




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AVISO À "NAVEGAÇÃO"!

Por razões de ordem técnica da parte do meu servidor de correio, não poderei receber nem enviar e-mails, com segurança, até ao dia 13 de Março. Entretanto, podem ir tentando, se precisarem de me contactar.
Muito obrigado e Bom fim de semana.

Magic Flute - Mozart - Die Zauberflöte - Tölzer Knabenchor

A bela adormecida



Que segunda cidade do país é esta que já teve um dos maiores cineclubes da Europa e onde agora há pessoas para tudo, menos para o cinema? Andamos a queixar-nos muito (4373 nomes num abaixo-assinado pela criação de um pólo da Cinemateca no Porto) mas nunca nos queixaremos demasiado.

26 fevereiro, 2009

tua voz

E na solidão
Da madrugada
Eu rolo de lá
Para cá...
E a tua voz suave
Em meu ouvido
Vem sonhos
Sussurrar...
Como uma brisa
Que está a passar.
neli araujo
2009
.

Casual, ou simplesmente bizarro?

Em Portugal é vital pensar, na horizontal ou de joelhos, apenas e só com a barriga

Um Estilo de Ser Português

extraído do Blogue Amar o Porto+
[…]

As cidades, por toda a parte, tornaram-se insuportáveis. Só algumas muito raras escapam à danação: terão que ser pequenas e de província, naturalmente. O Porto, além das privilegiadas residências cercadas de muros espessos como muralhas, tem ainda um ou outro jardim, uma ou outra rua a lembrar aquela em que me refugiei há mais de trinta anos, por não poder exercer a profissão que tinha nesse tempo em Creta ou em qualquer ilha dos Açores. Mas a cidade o que tem, sobretudo, é carácter – um carácter que faz do cidadão do Porto o mais belo estilo de se ser português.
Esta cidade, cujo espírito exasperado e viril fez do granito escuro das suas pedras espelho da própria alma; esta cidade, cuja gente tem uma rudeza de fala e de gestos que lhe vai a matar com o seu ódio à futilidade e à hipocrisia; esta cidade, que herdou da aspereza do solo e do carão duro do rio uma solidez que leva às coisas da arte e do coração; esta cidade, deixai-me repeti-lo, com o seu carácter eminentemente democrático e popular, torna, por comparação, o resto do país, com excepção do Alentejo e do Alto Douro, completamente amorfo.

Eugénio de Andrade,
À Sombra da Memória

Rica vida

Vá lá, deixemos de ser maldizentes, de passar a vida a malhar nos políticos, porque eles estão a dar o seu melhor. Então, já não há um pingo de reconhecimento pelos últimos magníficos 35 anos de democracia e progesso?
Afinal, temos auto-estradas por todo o lado, hospitais e escolas fantásticas, um serviço nacional de saúde exemplar, obras faraónicas de acesso ao enriquecimento rápido dos respectivos protagonistas, e, o que é mais importante, temos governantes sérios, que cumprem sempre o que prometem. Que mais queremos nós? Além do Aeroporto de Alcochete, e do TGV, até já foi anunciada a construção da nova ponte sobre Lisboa, a região mais carenciada do país. De que é que nos queixamos?
Nós já sabemos, que quando os nossos respeitáveis governantes anunciam a instalação de grandes empresas no nosso país, é certo e seguro que os imensos postos de trabalho criados vêm proporcionar condições de vida e ordenados fantásticos. Nós, ainda estamos por entender do que é que estes cavalheiros estão à espera para se habituarem a atribuir remunerações dignas de um país primeiro mundista, mas percebemos as suas intenções, que é eternizar a caduca mentalidade do "quanto menos pago, mais ganho".
O que já não percebemos muito bem de certos (ex)governantes, é o nível de competências e respectivos benefícios para a sociedade, que justificam os astronómicos salários que arrecadam quando saem da política e, muitas vezes, ainda quando lá estão (Dias Loureiro, não é Conselheiro de Estado?).
Às vezes, imaginamos que devem fazer autênticos milagres (para a comunidade), em tudo onde metem o nariz, mas, depois de muito procurarmos, o único que descobrimos tem mais a ver com as mãos, tal é a vida faustosa que todos acabam por levar. É uma questão de dignidade, dizem eles. É por isso, que precisam de carros topo de gama para as suas deslocações. Um simples Renault Clio não lhes serve, baixa-lhes o estatuto de divindades que consideram merecer. O problema (digo eu), é que eles ainda não compreenderam que são os únicos a pensar assim.
Ainda agora, vimos o governador do Banco de Portugal incapaz de controlar ou denunciar as grandes fraudes que ocorreram no sector, e lá continua ele, no seu lugar, como se fosse o gajo mais importante e imprescindível do Mundo. É pago principescamente por principescas responsabilidades, mas ninguém o obriga a assumi-las. O conceito de competências politicamente correcto, é este.
Ora, digam lá, que não queriam um emprego assim, com este nível de exigência cívica e profissional?
Nota:
Não, não precisam de nos contar outra vez a historinha calimera de que os salários dos políticos, até nem são muito elevados, etc. Precisam é de nos convencer se não é na política, ou através dela, que eles procuram o trampolim que os pode levar à fortuna. Vejam para onde eles vão depois de se retirarem do(s) governo(s), e depois digam-me alguma coisa. Querem um exemplo? Esse mesmo Victor Constâncio, de que acima vos falei. Mas, há muitos, muitos mais como ele.

Exposição na reitoria da Universidade


Jardim Paulo Vallada




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a tugolândia no seu melhor


Local: Estação de Santa Apolónia, Lisboa, canto direito. O canto onde as pombas defecam.
Uma coisa em forma de cruz de campa de cemitério é mesmo bem achado, não é? :->

25 fevereiro, 2009

Regionalizar para Regenerar a Administração

A propósito de algumas vozes que andam por aí a dizer que, a grande reforma da administração do território seria, não a regionalização, mas antes a eliminação das freguesias, eu digo que, era ridículo, que um Estado fortemente centralista, ineficiente e gastador, começar a ser reformado exactamente pelo patamar mais baixo e com menos impacto nas finanças públicas - muito abaixo do 1% do Orçamento Geral Estado (0,4% do OGE).
Pergunto eu? Sabendo nós todos, que a Administração Central - concentrada, desconcentrada (CCRs, direcções regionais etc) e indirecta (Institutos) - está carregada de funcionários, de desmotivados, de espirito corporativo, de “jobs for the boys”, de “tachistas” e outros , que claramente comprometem objectivos, redundam em ineficácia, e prejudicam irreversivelmente os cidadãos.
Sabendo nós, que podíamos perfeitamente reduzir quase para metade o n.º de deputados na Assembleia da República sem daí advir grande mal para o País.
Sabendo nós também, o que se passa ao nível do Poder Local com as suas famigeradas Empresas Municipais , onde proliferam os problemas enunciados acima e ainda outros como a corrupção, o clientelismo e o tráfico de influências. Não seria agora o tempo de regenerar a Administração?
Seria, altamente vantajoso para o país e para o dia à dia dos cidadãos, a criação de um poder democrático intermédio (regional), novo, bem estruturado, bem regulamentado, nascido da regeneração da nossa Administração Pública. Seria uma Administração Intermédia que iria reunir poderes transferidos quer da Administração Central quer mesmo da Local. Surgiria da extinção das CCRs, de muitas direcções Regionais e de muitos dos actuais Institutos Públicos.
Iria funcionar com um corpo político profissional pequeno (muitíssimo menor que o nº de deputados e dos numerosos lugares de nomeação, a eliminar), iria recrutar o seu pessoal, maioritariamente técnico, obrigatoriamente aos quadros existentes na actual Administração e iria certamente promover uma Administração de proximidade e de adequação, em áreas como as da Saúde, Educação, Actividades Económicas, Ordenamento, Ambiente, infra-estruturas etc., e desta forma entregar ás regiões a responsabilidade de promover o seu próprio desenvolvimento social.
Tudo isto, nunca perdendo de vista, o principio da solidariedade nacional..Estou firmemente convicto, que este NOVO poder, pela sua qualidade, transparência e eficácia poderia funcionar como um factor para reaproximar os cidadãos da política e para lhes devolver a confiança nas instituições e na Administração.
Se o paradigma desta nova Administração for a excelência, concerteza, ela contagiará e influenciará, de forma positiva, a restante administração.
(de António Almeida Felizes, do blogue Regionalização)

Um desafio aos portuenses

Nota prévia:
na eventualidade de alguém se sentir incomodado com a repetição dos assuntos aqui debatidos, para o bem de todos, sugiro que navegue para locais mais aprazíveis, porque este espaço não é uma estância de férias, de "yes mens", nem tão pouco, uma imitação da informação regimental vigente. Aqui, os «notáveis», são as pessoas que fazem do Porto a sua segunda pele, e que já perderam a paciência com as elites conformadas do burgo.
Acerca da cruzada centralista contra o FCPorto, e ao Porto, com a cooperação do próprio Estado (a RTP, pertence ao Estado), acolitada com a comunicação social privada, encontrei na caixa de comentários, entre outros, os seguintes comentários:
Kosta de Alhabaite:
«Mas o que realmente me incomoda, é a segunda vaga contra o Clube no que respeita ao Apito Final/UEFA».
«O que faz o nosso Clube? Porquê o silêncio? O que podemos nós, adeptos, sócios, accionistas fazer? Vamos continuar a comer e calar?»
«Mas a culpa é nossa! Só nossa!»
Suponho que estas preocupações já nem sequer merecem comentários, porque elas são legítimas e indignam-nos a todos. A todos, não diria, porque tenho sérias dúvidas, que os benfiquistas do Porto, que gostam de lavar a consciência de traidores, procurando convencer os distraídos que gostam muito do Porto, estão-se nas tintas para uma das suas maiores instituições, isto é, para o FCPorto. Por isso, tenham paciência benfiquistas do Porto, V. Exas. não amam a cidade, porque o FCPorto está para o Porto, como o granito em que ela pousa. Os portistas estão de bem com a cidade, e, apesar do calcário que outrora decorava (e bem) a Avenida dos Aliados, o granito é a nossa pedra autóctone. Quem fica desenquadrado neste «habitat» , não somos nós, são os benfiquistas.
Voltando às preocupações do "Kosta", o que é que então podemos fazer? Ele diz (e com alguma razão) que o FCPorto está calado, e afirma que a culpa é nossa. Será?
Eu insisto - como vem sendo costume, sempre que vejo um conterrâneo meu a auto-culpabilizar-se -, que não é bem assim, que a culpa poderá ser de alguns, não de todos, porque os nossos poderes, como estamos fartos de constatar, são limitadíssimos, caso contrário, não teríamos escrito tanto sobre o assunto, como agora mesmo o fazemos e se constata. É pela mesma razão, que não me canso de repetir a urgência de rectificar esta Democracia. É uma democracia disfuncional, como se vê, não nos iludamos.
Uma das iniciativas que pessoalmente subscreveria (e, imediatamente), isto para responder á pergunta de Alhabaite, seria mover uma acção contra o Estado português, já que se demitiu de arbitrar esta situação e se constituiu, ele mesmo, num dos principais suspeitos. Mas, pergunto: teremos nós recursos legais e financeiros para o fazer? E o FCPorto, que tem dinheiro e uma competente equipa de advogados, por que não o faz?
Outra dica que já aqui deixei no ar para reflexão, e até (quem sabe), como eventual alternativa de emprego para muitos portuenses, foi a possibilidade de reunir fundos para constituirem uma sociedade ligada à comunicação social (um jornal), com gente da casa, assumidamente portuense e portista. O mercado existe, está à nossa espera, porque o oportunismo e a falta de coragem de alguns jornalistas, inconscientemente, trataram de o gerar.
O desafio está lançado. O mais difícil (como sempre), é arranjar o dinheiro. Mas, pensem bem, pela positiva, e digam de vossa justiça.

24 fevereiro, 2009

Portistas, não comprem jornais desportivos!


Na imprensa desportiva da manhã, apresentada pelas televisões, não havia espaço nas primeiras páginas dos 3 pasquins de «referência», para destacar o jogo desta noite do F.Clube do Porto com o Atlético de Madrid. A honra foi toda para o Sporting, que só joga amanhã... Por aqui se pode medir o sentido de rigor e a seriedade desta canalhada da comunicação social. Não há ninguém, nenhuma autoridade pública que se insurja contra esta pouca vergonha, o que nos dá o direito de pensarmos que são iguais ou pior do que eles.

A cruz de "repúdio" que coloquei sobre O JOGO, é para «informar» que a edição sul que hoje vi na televisão, não está assim, segue a mesma política de afronta ao FCPorto, ou seja, prefere destacar o Sporting, apesar de não ignorar o grande número de portistas que há na região sul, Lisboa incluída.

Quanto ao Record do proxeneta Cartaxana, até ao momento, não pude extrair a capa da Net , simplesmente porque não a descobri, mas posso garantir que, a que vi na tv, vinha toda pintada de verde e branco...

É esta gente sem escrúpulos, que nem sequer se dá à maçada de querer parecer séria, que anda a pregar a moral e os bons costumes, aos outros. São estes arruaceiros, estes imbecis, estes burros, que, tal como Luís Filipe Vieira, apresentam provas públicas e evidentes dos seus hábitos corruptos, sem que a Procuradoria Geral da República os consiga enxergar... Mas que entidade judicial é esta? Que tipo de gente é que lá tem?

23 fevereiro, 2009

Há sempre uma forma de não cumprir a Constituição. O referendo, é uma delas.
























Clique sobre as imagens para ler

O processo de regionalização em Portugal, foi premeditadamente abortado pelo referendo de 8 de Novembro de 1998. A revisão constitucional que o antecedeu, em 1997, ditou que a formação de regiões administrativas (prevista na CRP) só poderá ser feita através de referendo.
À época, o governo socialista de António Guterres engendrou (atabalhoadamente) oito regiões administrativas eleitas para o continente - Entre Douro e Minho, Trás os Montes e Alto Douro, Beira Interior, Beira Litoral, Estremadura e Ribatejo, Região de Lisboa e Setúbal, Alentejo e Algarve.

Decorridos 13 anos, o artigo de opinião, da autoria do advogado Manuel Coelho dos Santos, que recortei do JN, em de Março de 1996, mantém-se perfeitamente actual (E Eça de Queiroz, também)! Treze anos de centralização ainda mais concentrada, de atraso, de más governações, de péssimas condições económicas e socias, como hoje, a situação da vida dos portugueses o comprova.
Treze anos mais, queimados, na história de um país que não consegue livrar-se da corrupção e da incompetência de quem imerecidamente o tem «dirigido». E viva a Máscara, perdão, viva a sacro-santa Democracia! A «Biblía» da nossa perdição.

Elucidativo...

... o resultado do mini-inquérito apresentado aos leitores do Renovar o Porto.

100% das respostas sobre a seriedade dos jornalistas considerou-os:
abominavelmente corruptos!
Vale o que vale, mas a reputação não é famosa.

Já não são precisos, os cantores de intervenção?

O país estagnou - andaram anos a dizer-nos -, por causa de Salazar. Cinquenta anos de fascismo, foram o tempo e a razão, do atraso de Portugal na Europa e no Mundo. A culpa era, diziam-nos, da ditadura. Salazar tinha as costas largas. Tão largas, tão largas, a ponto de poderem albergar, num só homem, as culpas de todos os males do país, mesmo depois do seu tempo e da sua morte...
O que Salazar não sabia (nem o povo), é que passados 35 anos do fim do seu regime, de um regime que tantos males provocou aos portugueses, outros Salazares bem piores que ele, se dariam ao luxo de continuar a dominar o país, escondidos atrás da máscara da Democracia. Essa, é a nova forma de fazer ditadura.
Um ditador, é um ditador, mas (na minha opinião), pior que um ditador é um falso democrata. Portugal, fez do 25 de Abril, e com ele, não uma oportunidade para progredir de forma equilibrada e sustentada, mas sim um pretexto para lavrar o terreno ideal para semear a bandalhice de forma quase institucionalizada. Aqui faz-se tudo com dois rostos.
Ninguém, neste rectângulo de oportunistas, está acima de qualquer suspeita. Os indivíduos detentores dos mais altos cargos públicos e civis, estão praticamente todos sob suspeita. Ninguém, confia em ninguém, porque os dados estão à vista. O povo, sente-se acorrentado por um regime político, cuja única virtude foi a Liberdade, mas que até dela já começa a duvidar. A democracia que lhe devia conferir a soberania, está plena de vícios e contradições, limitando-lhe a acção. É como se víssemos alguém a assaltar-nos a casa, e não tivessemos nenhuma autoridade para nos ajudar a prender o ladrão. Portugal é um país em perigo de rotura e prossegue essa correria fratricida, como um ébrio em carro desgovernado.
A comunicação social, orgulha-se de se ter constituído num poder (o 4º.), e como todos os outros poderes, abusa dele, e abusando dele, abusa do público à custa do qual vive e sobrevive. A nível da informação desportiva, transformaram um organismo público (RTP) num braço protector de um clube de futebol (o Benfica). Os "jornalistas", manipulam, teatralizam, aldrabam, provocam, caluniam, "moralizam", polemizam, incendeiam nas barbas de todos, sem que uma única voz respeitável (nem a do Presidente da República) os faça travar essa política de terra queimada e de provocação miserável. Limitam-se a assistir, como aquela figurinha do macaco que não quer ver, ouvir e falar. As «autoridades reguladoras», pragmatizam o que de pior existe na tradição nacional, criam as regras para logo as ignorar, ou seja, não regularizam coisa nenhuma.
A este propósito, nunca me hei-de esquecer das palavras de um homem que já exerceu funções governativas e que ainda hoje consegue gozar de razoável reputação. Foi ministro da Agricultura e Pescas, no 1º Governo Constitucional, chama-se António Barreto. Foi já há alguns anos, num desses programas «pseudo-pedagógicos» da Televisão. Dizia ele então, que a Suiça (onde tinha estado exilado), era um país demasiado organizadinho, muito certinho, uma chatice, enfim. Lembro-me, como se fosse hoje, como ele enfatizou a sua simpatia pelo espírito improvisador do português, do desenrascanço luso. A partir daí, eu, que até gostava de ler os seus artigos nos jornais, desinteressei-me da personagem.
Isto já foi há alguns anos, não posso precisar quantos, mas para o caso também não interessa, porque naquele tempo, como agora, os hábitos dos portugueses para desprezar as regras eram os mesmos, e, como tal, achei completamente inoportuno que um homem com as suas responsabilidades tivesse achado piada a uma das piores facetas do português: o desprezo pelo rigor. Um político não pode dizer isto publicamente, num povo que sempre se notabilizou, negativamente, por considerar que as leis são válidas para todos, menos para si próprios. E o resultado, é o que se vê, com os políticos a darem-nos, ainda hoje, os «melhores» exemplos...
Por outro lado, actualmente, sectores relevantes da sociedade, ligados à arte e à cultura, vivem semi paralizados com a situação do país. O regime de Salazar, inspirou cantores de intervenção, onde a sátira e a crítica ao regime funcionou como um tónico para a revolta, chegando mesmo, duas dessas canções, a servir como código para o avanço do movimento dos militares de Abril que conduziu ao derrube do regime (o "Depois do Adeus", do Paulo Carvalho e o "Grândola Vila Morena" do Zeca Afonso).
Passados todos estes anos, e puxando o filme atrás, chega-se à conclusão que há hoje tantas ou mais razões para intervir e ridicularizar politicamente o regime através da cultura (da música, por ex.), como no tempo do Salazar. Contudo, onde estão esses senhores? Alguns, coitados, já cá não estão, mas muitos ainda andam por aí, e não estão tão velhos quanto isso. Os Vitorinos, os Sérgios Godinhos, os Janitas Salomés, os Faustos, os Pedros Abrunhosas, os Josés Mários Brancos? Já se esqueceram do Adriano Correia de Oliveira e do José Afonso? Acham que eles merecem tanta apatia? E a juventude, onde estão os seus ideais? Terão eles, ideais?
Ou, o equívoco será meu, e nada destas iniciativas se justificam hoje, porque dispomos de «ferramentas» suficientemente funcionais, para as substituir?