22 agosto, 2009

Palavras sensatas

Quem se contenta com migalhas,
Ganha migalhas...
Quem se contenta com fatias,
Recebe fatias...
Mas quem quiser o pacote completo,
Terá que ir à luta,
Pois este não vem de mão beijada!

neli araujo
2009

21 agosto, 2009

Elvis Costello - Live at Amoeba!

BOM FIM DE SEMANA!

O emprego começa a ficar em perigo...

"Pacheco Pereira considera Preto uma “ferida em aberto” nas listas do PSD"

Tarde, tíbio e a contra gosto como é apanágio dos sectários e demagogos.

Faz falta quem lute cantando

Alguém imaginaria, passados 35 anos de vivência «democrática», que olhásse-mos à nossa volta sem encontrar um único partido político, um único homem ou mulher, a quem confiar os destinos do país?
Este vídeo de Zeca Afonso terá saído, como o título indica, em 1994 [2o Anos Depois]. Decorridos mais quinze anos, que diria Zeca Afonso da situação actual? E dos cantores e músicos de agora? Estaria também ele conformado, afastado, pouco interventivo, como Vitorino, Sérgio Godinho, Fausto e muitos outros? Será só a idade a pesar? E as novas gerações, serão afinal rascas e desinteressadas?


20 agosto, 2009

Escutas

Cavaco e Sócrates: dois mentecaptos... por ordem hierárquica.

A consciência dos inconscientes

Marco António Costa, Presidente da Distrital do PSD/Porto, escreveu hoje no JN uma crónica sob o título "Regionalização. Onde está o PS?", que mais parece a de um cidadão comum, sem qualquer responsabilidade directa no rumo que os senhores da política decidem dar às promessas que não cumprem.
Queixa-se [com razão], que o PS se prepara para deixar cair a bandeira da Regionalização, da subjugação e do abandono das causas que os deputados da distrital daquele partido continuam a denunciar. Tudo o que Marco escreve eu subscreveria.
Mas, a pergunta que eu gostaria de lhe dirigir é, que razões têm os portuenses para acreditar que o PSD faria diferente? Conhecendo a fobia obsessiva da "Líder" [que vontade de rir me invade quando prenuncio estes adjectivos pomposos de gente tão cinzenta...], Manuela Ferreira Leite, como pensa Marco António Costa contornar a situação? Pelos seus dotes persuasores, ou pela via do radical golpe de Estado?
Para derrubar uma senhora cujo apelido da corte centralista é "A Dama de Ferro", só pode ser uma espécie de 2ª. temporada, made in Portugal, da Guerra das Malvinas...

Só para Homens do Porto

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Calculo o formigueiro que textos como este de Hélder Pacheco, provocará na pesada consciência de alguns serviçais do sistema, do burgo...

Nota:

Recorte extraído do Jornal de Notícias

19 agosto, 2009

Portugal, um país para não levar a sério

Anda por aí esta catraiada a puxar dos galões estatutários de doutores e engenheiros, a pregar a moral ao zé-povo, para afinal se portarem como os mais broncos e mal formados cidadãos. Esta catraiada, repito, catraiada, só tem mesmo jeito, é para dois tipos de ofícios: representar e roubar.

Li, no jornal Público de hoje, que o Banco de Portugal "advertiu" as instituições financeiras para a falta de isenção dos provedores do cliente e recomendou-lhes mais autonomia funcional. Em português corrente, quis dizer-lhes: "vejam lá se de vez em quando fazem umas coisinhas sérias, porque já anda gente de mais a queixar-se..."
O Provedor do Cliente, é um organismo que, como o nome sugere, tem o dever de zelar pelos interesses dos clientes que têm contas em bancos, mas [pasme-se!], como está inserida na mesma estrutura das instituições de crédito, não dispõe do estatuto de independência e funcionalidade que seria suposto ter para os defender com a isenção e eficiência devidas... Isto, é quase a mesma coisa que entregar a um gang de mafiosos a responsabilidade de zelar pelos interesses das suas vítimas.
Num país onde estas coisas se passam com toda a "normalidade", onde o supervisor do Provedor do Cliente recomenda, não exige, recomenda, às instituições bancárias para os seus provedores mais autonomia de acção, é muito simples compreender por que é o mais desqualificado da Europa.
Percebem agora a importância do politicamente correcto? Vale o mesmo que, em vez de tratar o ladrão por ladrão, insinuar com pundonor e elevação que o Sr. Dr. Dias Loureiro pode ter desviado legalmente certos fundos para uma off shore desconhecida.
Decididamente, este, não será nunca um país sério, nem para levar a sério.

18 agosto, 2009

Desperdícios

Há quem, por variadas razões, embirre com as corporações de Bombeiros Voluntários. Não pertenço a este grupo, tanto que até sou associado (pagante...) de uma das corporações da nossa cidade. Isto não me impede de considerar que há frequentemente uma enorme desproporção entre a gravidade da ocorrência e o número de corporações e de homens que a ela ocorrem, o que constitui uma gritante contradição entre o estado financeiro dos bombeiros voluntários nacionais, que passam a vida a pedir mais e mais verbas, e o desperdício de dinheiro que representa o excesso de meios que ocorrem aos acidentes. Fica-se com a impressão, talvez falsa, que muitas vezes os bombeiros quebram a monotonia da vida no quartel, saindo para o exterior para dar um pequeno passeio.

Vem isto a propósito da queda de uma pequena avioneta com dois passageiros numa herdade da região de Alcácer do Sal. Segundo a notícia na imprensa estiveram presentes, além de pessoal e viaturas do INEM e da GNR, bombeiros de duas corporações e até da Força Especial de Bombeiros(confesso não saber o que é esta corporação, nem de onde viajaram até Alcácer). Só bombeiros eram 41 (!) "apoiados" por 14 (!) viaturas. Há a considerar ainda um helicóptero da Protecção Civil. É óbvio que com toda esta gente, forçosamente que a maioria dos bombeiros ou estava a atrapalhar quem efectivamente trabalhava, ou estava a fazer de mirone.

Se se fizessem as contas ao custo total desta intervenção, comparando-o com o custo que corresponderia a uma intervenção com os meios adequados, ver-se-ia o dinheiro que foi desperdiçado. Parecemos um país rico e em plena prosperidade...

Lista do PS à CMPorto

Eis a lista do PS à Assembleia da Câmara Municipal do Porto:

  • Teixeira dos Santos (Cabeça de lista e actual Ministro das Finanças)
  • Teresa Lago (Ex-Presidente da Porto 2001 e 2ª.cabeça de lista)
  • Pedro Abrunhosa (Pianista, 3º. cabeça de lista)
  • Renato Sampaio (Líder da Distrital)
  • Arquitecto Correia Fernandes (activista da Plataforma de Intervenção Cívica)
  • Ricardo Pais (Ex-director/encenador do Teatro S. João,e mandatário)
  • Luciano Vilhena Pereira (residente do Instituto dos Vinhos do Porto e Douro)
  • Manuela Vieira (Responsável pela Associação Empresarial de Portugal/Gestão Europarque)
  • Alexandre Quintanilha (Cientista)
  • Fernanda Rodrigues (Coordenadora do Plano Nacional de Inclusão)
  • Rui Azevedo (ex-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional)
  • Pedro Couto (economista e Deputado Municipal)
  • Teresa Andresen (Arquitecta Paisagista)
  • Pedro Burmester (músico)

Elisa Ferreira qualifica esta equipa de excepcional. E nós, teremos razões sólidas para ter a mesma opinião?

Pela parte que me diz respeito, há um homem que por esta altura se encostou a "apoiar" a candidatura de Elisa Ferreira, em quem não deposito a mínima confiança, chama-se Renato Sampaio. É uma nulidade, o verdadeiro yes man, sem qualquer interesse para o Porto. Elisa Ferreira pode agravar a sua já titubeante candidatura permitindo a colagem deste político carreirista, sem fibra nem ideias, à sua imagem, ainda credível.

Pedro Abrunhosa, não é um Zeca Afonso, um José Mário Branco, nem um Adriano Correia de Oliveira, e outros mais, da década de setenta. Nem tinha de ser. Os tempos são diferentes, e a necessidade de cantores de intervenção à causa da Liberdade, aparentemente,"não faria" muito sentido. Mas faz sentido, para outras causas, como a Justiça e a qualidade da Democracia. Pedro Abrunhosa não se afirmou na defesa destas causas com a irreverência e a frontalidade precisas. Limitou-se a dar umas entrevistazinhas a criticar o Rui Rio, e pouco mais. Não foi, o que podia ter sido, como muitos outros não foram. Hoje, todos temem falar de mais, ninguém está disponível para correr riscos...

Acho positivas as escolhas de Teresa Lago, de Ricardo Pais , Alexandre Quintanilha. e Pedro Burmester Todos os outros, exceptuando o actual ministro das Finanças, são para mim ilustres desconhecidos. Espero que Elisa Ferreira os conheça melhor do que parece conhecer Renato Sampaio, caso contrário, a lista «excepcional» vai ficar curta...

Mas, o lado cinzento do cenário, é que se Elisa ganhar [o que me agradaria], e o PS vencer as próximas legislativas, tenho imensas dúvidas que ela possa fazer o que perspectiva para o Porto. Nem sei se isso se fará notar muito, caso seja o PSD a vencê-las...

Assim mesmo, prefiro esse quadro, a continuar a ver à frente dos destinos do Porto um bota de elástico como o Rui Rio.

Taxa de roubo

Os técnicos do Instituto Nacional de Estatística têm que criar mais um índice. A Taxa de Roubo. Um indicador destes devia ser periodicamente elaborado e divulgado em conjunto com os níveis de desemprego, de inflação ou do Produto Interno Bruto. Com uma Taxa de Roubo incluída no conjunto das funções estatísticas que já compilamos, teríamos uma imagem muito mais clara do Estado da Nação.

Se houvesse Taxa de Roubo, os noticiários da semana passada, para além dos números do PIB e do Desemprego, teriam incluído que no primeiro trimestre a Taxa de Roubo em Portugal se tinha mantido entre as mais elevadas do mundo industrializado. Os analistas podiam depois ir à TV para nos desagregar a Taxa de Roubo (TR) nos seus componentes mais expressivos, o NSP (Nível de Sonegação Pura), que inclui tudo o que seja trocas em dinheiro vivo em malas, e o GDC (Grau de Desfalque Contabilizável), que descrimina os montantes em off shore e os activos já transformados (quintas, apartamentos, carros, barcos e acções não cotadas na Bolsa que valorizem mais de um centena de pontos em recompra).

Assim, ao sabermos que já temos mais de meio milhão de desempregados e que a economia nacional continua a soluçar em níveis anémicos, ficaríamos a saber também que o grau de gatunagem nacional continua intocado e que, apesar da crise, de facto, a nacional roubalheira subiu em termos homólogos quando comparada com trimestres passados. Ficaríamos a saber que a volumetria do roubo em Portugal é das mais imponentes na Zona do Euro e que, contrariando o pessimismo de Pedro Ferraz da Costa quando disse ao Expresso que Portugal não tinha dimensão para se roubar tanto, há perspectivas para a Taxa de Roubo continuar crescer.

A insistência do Partido Socialista nos mega-projectos que, antes de começar já assinalam derrapagens indiciadoras de que a componente PPF (Pagamentos a Partidos e Figurões) vai crescer muito, é uma garantia de uma Taxa de Roubo que rivaliza com qualquer democracia africana ou sultanato levantino. No PSD, a presença de candidatos com historial em posições elegíveis e em ternurenta proximidade com a líder, sugere que as boas práticas que têm sustentado a Taxa de Roubo vão continuar nos eventuais Ministérios de Ferreira Leite.

Neste ambiente de bagunça ideal, em que se juntam as possibilidades de grandes obras públicas com o frenesim eleitoral, os corretores podem mesmo, à semelhança do que se passa no mercado de capitais, criar valor com Futuros baseados nos potenciais de subida da Taxa de Roubo Portuguesa. Por exemplo a inclusão de António Preto nas listas do PSD funciona como uma espécie de colateral de garantia de que os fluxos de dinheiros partidários continuam com todas as perspectivas de crescimento. Mudam as malas, mas continua tudo na mesma.

Pode-se pois criar à confiança um produto derivado colateralizado de alto rendimento e risco relativo, porque os dois grandes partidos obviamente confiam que a ingenuidade do eleitor português se mantenha. Julgo que, tal como Ferraz da Costa, também Henrique Medina Carreira foi excessivamente prudente ao comparar o Portugal político a um "grande BPN".

Acho que com TGV, auto-estradas, Freeport e acções não cotadas da sociedade Lusa de Negócios a render lucros de centena e meia de pontos, Portugal é uma holding de rapinagem que faz o que se passou no BPN parecer a contabilidade de uma igreja mórmon.

Nota do RoP

Por indisponibilidade de tempo, não publiquei este artigo de Mário Crespo com a devida oportunidade. Pela pertinência do tema, creio que vale a pena mesmo assim lê-lo, ou até, relê-lo.