05 fevereiro, 2010

Bom fim de semana

Este é o país de facto. O resto é treta.

Lei de bases do sistema desportivo é como o país:um bluff!

Das duas, uma. Ou as mais altas autoridades do país andam distraídas, ou a fasquia da soberba é tão grande que as impede de ver o maior crime cometido «a céu aberto» levado a cabo   pelos próprios representantes da "justiça" desportiva. Tamanha cegueira, espanta e  contrasta flagrantemente com o empenho demonstrado pelas mesmas autoridades no levantamento de Processos como o Apito Dourado e outros correlacionados com o FCP ou com a cidade do Porto, o que nos dá total legitimidade para pensarmos que a corrupção na justiça desportiva é mais do que uma suspeita, é um facto.

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Ps-Atentem no Artº. 5 que fala sobre Ética Desportiva, mas por favor, sem se rirem...

Impor jejum com a barriga cheia

Manuel Carvalho, do PÚBLICO, costuma escrever uns artigos muito interessantes. No jornal de hoje, no entanto, salta para o comboio dos detractores de AJ JARDIM e junta-se à pancadaria que a generalidade dos jornalistas gosta de dar ao presidente do governo da Madeira. Fico a pensar se "bater" em AJJ dá pontuação positiva aos jornalistas.

MC argumenta que a Madeira tem o segundo maior rendimento per capita de Portugal (sendo que o maior é obviamente o de Lisboa) e que portanto é normal que fique a perder nas transferências financeiras. Desta afirmação nasce irreprimivelmente o desejo de questionar por que razão a Madeira tem que refrear os seus apetites emquanto Lisboa pode continuar a "comer" à vontade!

MC tem depois uma afirmação justa mas da qual extrai a conclusão errada. Diz ele que "num país justo , seria uma injustiça que a parte pobre financiasse a parte rica". Tem toda a razão, mas não reparou ainda que é precisamente isso que acontece no Continente, com Lisboa/Vale do Tejo a ser financiada pelo resto do país? O governo faz-me lembrar um chefe de família à mesa com os seus dependentes, tendo o seu prato cheio de comida , apontando para o que resta num tacho quase vazio, e explicando que os tempos são de crise e que portanto é indispensável apertar o cinto. Antigamente dizia-se que o exemplo tinha de vir de cima, mas parece que caiu em desuso.

04 fevereiro, 2010

Alberto João Jardim, o Pinto da Costa da inveja política

Paulo Martins, do JN, faz na sua crónica de hoje, uma curiosa analogia entre a Madeira de Alberto João Jardim e a Gália do famoso Astérix da banda desenhada. Chama-lhe «irredutível», como ao herói galês e critica-o por se recusar a apertar o cinto em solidariedade com o resto do país e por continuar a exigir do Estado central mais dinheiro.

Para não variar, Manuel António Pina, escolheu o mesmo tema e protagonista na sua diária coluna de opinião: Alberto J. Jardim. Estranho unanimismo este. Estranho, porque a montante dos hábitos aparentemente chantagistas de AJJ, reside outra chantagem endémica do Governo Central sobre o resto do país [principalmente com o Porto e a região Norte], no cínico e incoerente discurso de coesão nacional, em total contradição com práticas de poder pornograficamente centralistas. Não há qualquer moral nestas flechas de censura dirigidas contra AJJ sem antes se equacionar o que seria da Madeira sem a autonomia e sem um Homem como AJJardim. Muito provavelmente, seguramente, mesmo, estaria mais pobre e abandonada que o Porto e todo o Norte profundo. 

Em condições de governabilidade respeitáveis, podiam fazer algum sentido as críticas a A.J.Jardim. Sucede que, a governabilidade em Portugal não só não é respeitável, como é indecorosa e fragmentária. Por isso, e porque AJJardim tornou [como escreve o jornalista Paulo Martins] a Madeira na região do país mais rica da média nacional, com 98%  do PIB da média europeia, o líder madeirense não está mais do que a copiar  o estilo chantagista dos sucessivos governos centralistas, com uma diferença abissal: acrescenta visíveis benefícios para o povo madeirense.

Se o Governo Central pode desviar fundos do QREN do Norte para Lisboa porque não pode a Madeira tomar medidas semelhantes? Será que os autores destes artigos detectaram alguns sinais de preocupação da parte do Governo Central para com a nossa região que nós não tenhámos percebido? Ou será apenas uma questão de «moda», diabolizar AJJardim? Não creio. Penso que será mais uma questão de má consciência e a necessidade de atacar um homem temido por simbiose ao politicamente correcto. Tal como fizeram e fazem com Pinto da Costa...

03 fevereiro, 2010

Talibans, precisa-se!

O país está a saque. O Governo é a cloaca que sabemos, a Procuradoria navega entre um mar de incompetências e um lodaçal de arbitrariedades, o Presidente da República não passa de um corta-fitas, a Assembleia da República é uma espécie de SONAE improdutiva com empregados preguiçosos e bem pagos, e o Porto assiste a tudo isto impotente e enfermo. Que mecanismos democráticos nos podem valer? Eu digo. Nenhuns!

Desportivamente, a Justiça está entregue a autênticos bandidos protegidos por togas encarnadas. A Justiça em causa própria, é feita nas barbas de todo o país, sem que nada nem ninguém se indigne ou interfira. É de supor que, estejam à espera de algum acto tresloucado da nossa parte para porem termo à bandalhice. Pois, se assim é, que não tarde, porque isto já começa a ultrapassar os limites da tolerância . Por este andar, temos estes "PIDES" do pós 25 de Abril a entrar dentro das nossas casas a afirmarem que ela e tudo o resto lhes pertence.   

Talibans, precisa-se, para defender o Porto. É que o telefone da Democracia não atende e nós precisámos de respirar.

02 fevereiro, 2010

Ataque centralista ao Braga começou. Pode ser que lhes sirva para abrirem os olhos


Quem fala verdade? Você sabe?

Neste ambiente de profunda describilidade política e social em que uns vivem, outros fazem por viver e outros ainda fingem que vivem, ninguém é totalmente inocente. É impossível. O desenvolvimento das sociedades foi mais tecnológico do que social, o que fez com que, para sobreviver, o homem, mesmo o mais nobre, tivesse [e ainda tenha] de recorrer a métodos de competitividade obscuros e desleais em relação ao outro. Neste aspecto concreto, ainda acusámos hábitos medievais, só não gostámos é de o admitir talvez para não nos chocarmos com uma realidade que pouco nos distingue dos animais selvagens.

É, a partir  desta realidade, contabilizados os grandes escândalos protagonizados por agentes políticos e judiciais e descontados os que nunca chegaram ao conhecimento público, que devemos apreciar a imensa hipocrisia com que a comunicação social centralista tem tratado Pinto da Costa.

Não há nenhum portista honesto que defenda Pinto da Costa por estar convencido que ele é o homem mais sério do Mundo, porque, acreditar nisso, seria igual a pensar que é possível a um Homem ser absolutamente honesto durante uma vida inteira numa sociedade injusta e desonesta como é a nossa. Não é exclusivo de Portugal, mas infelizmente nós costumamos ser "bons" a copiar dos outros os piores exemplos...O grande trunfo de Pinto da Costa foi perceber que para lutar  com a concorrência e  vencê-la teria de usar da astúcia e do confronto aberto. E nisso, ele foi melhor do que todos os adversários, porque no passado como agora no presente, ele tinha e continua a ter, toda a prole de viciados centralista contra ele e o FCPorto, como aliás está bem à vista. E é exactamente por isso, mais a sua capacidade de liderança, que é idolatrado pelos portistas.

Mas, a minha ideia de momento, não é falar de Pinto da Costa. Apenas o citei como exemplo para dar uma noção realista da profunda hipocrisia da sociedade no que respeita a questões de seriedade e transparência. Hoje, o tema é Mário Crespo e a censura que aparentemente o director do JN sobre ele exerceu. A mim, o caso não me surpreendeu, porque não é de hoje que percebi o low profile de José Leite Pereira e o sentido centralista que imprimiu ao histórico jornal nortenho. É um yes man típico. Um videirinho bem falante que tenta fazer pela vida procurando dar-se com Deus e com o Diabo.

E, qual é o problema então? O problema, é que, com o histórico deontológico que conhecemos dos media, temos de estar de pé atrás em relação a tudo, incluindo  este caso de aparente censura. Mário Crespo, enquanto jornalista, amadureceu e "melhorou" com o passar dos anos. No entanto, a SIC a estação de TV onde trabalha, não é o exemplo de Democracia que quer fazer parecer. É uma estação de duvidosa reputação, o que só por si constitui de certa maneira algum entrave à credibilidade do jornalista. Depois, há um detalhe que corrobora a minha desconfiança. É que, Mário Crespo por razões que só ele saberá explicar, não hesitou em identificar o nome dos políticos que supostamente contra ele conspiraram com epítetos impróprios para órgãos superiores do Estado, mas não o fez com o director executivo da estação de TV com quem partilhavam o «convívio», o que denota medo, ou um sentido corporativista/oportunista de frontalidade.Por outro lado, e apesar de ter na pior conta a classe política, pela imprudência revelada  noutros casos, muito alto devem ter falado para que, quem estava próximo, pudesse ouvir a conversa de fio a pavio para depois a poder denunciar. 

Este país não pára de nos surpreender. Ou melhor, a qualidade das «pessoas» mediáticas deste país...



01 fevereiro, 2010

Os métodos do 31 de Janeiro

Fonte: http://cidadesurpreendente.blogspot.com/

Ontem andaram por cá os senhores Sócrates e Cavaco a propósito de uma daquelas comemorações irrelevantes em que todos os regimes são pródigos e usam como exercícios de autolegitimação. O responsável directo por um dos orçamentos do estado e plano de investimentos da administração central mais desfavoráveis e discriminadores do Porto, tratando-o como uma região de terceira classe e perpetuando-lhe a pobreza, apesar de congregar 18% da população e ser cabeça da região mais populosa do país e aquela que ainda mais exporta e cuja economia é a menos "alavancada" pelo estado, teceu as habituais loas ao Porto que estes bonifrates do centralismo sempre evacuam quando cá vêm .

Fonte: http://cidadesurpreendente.blogspot.com/

Estes senhores mereciam que reactivássemos os mesmos métodos dos insurrectos do 31 de Janeiro, incluindo o da pólvora. Mas tal como na aventura ontem muito hipocritamente incensada, isso teria que ser tarefa de meia dúzia de corajosos e à revelia das "elites" locais e dos que têm horror a que se faça ondas.

P.S. Temos todos que seguir o exemplo do cidadão que acima exige "Outra República". Sempre que os bonifrates cá venham devemos ir para a rua gritar "Morra o centralismo!"

31 janeiro, 2010

O "esquecimento"

Todas as vozes, oficiais, semi-oficiais, ou de credenciados comentadores, que pretendem enumerar os males de que padece Portugal, são praticamente unânimes. Cita-se a Justiça, a desgraça que é o Ensino, as leis penais que defendem mais o criminoso do que a vítima, e mais uns quantos factores. Praticamente toda a gente está de acordo, com a aparente excepção dos sucessivos governos que dão a impressão de pensar que está tudo bem e nada haverá a melhorar.

Esta enumeração peca pelo "esquecimento" de um dos factores que contribuem para a actual situação pantanosa de Portugal : a excessiva concentração de investimentos e actividades económicas induzidas na região da Grande Lisboa, em detrimento do restante país. Compreende-se o "esquecimento" por parte dos beneficiários da situação,pois obviamente o seu interesse é que ela se eternize, e deliberadamente estabelecem a confusão entre o que chamam de "interesse nacional", e aquilo que na realidade é : o favorecimento de uma população que não vai além dos 35% do total de portugueses, e simultâneamente " vender" favores a todos os "clientes" que gravitam à volta do poder. Os sucessivos PIDDAC´s inegavelmente demonstram o descarado favorecimento daquela região. O de 2010, agora conhecido, é mais uma (desnecessária) confirmação.

Mas se o comportamento dos "colonizadores" é lógico e compreensivel à luz da sua finalidade -arrebanhar o máximo de vantagens materiais e assim contribuir para o seu próprio comparativo alto nível de vida - já a atitude dos "colonizados" é incompreensível. Faz-me confusão esta nossa apatia que um dia aqui comparei à resignação do gado a caminho do matadouro. Parece que sofremos colectivamente de um misto de estupidez e ignorância. Parece que não compreendemos o que nos está a acontecer. Damos mostras de aceitação resignada de que somos impotentes e incapazes de lançar o equivalente ao "grito do Ipiranga".

Quero acreditar que os povos do Norte apenas têm a capacidade de reacção adormecida, mas falta-nos um líder capaz de os despertar e comandar-nos na revolta cívica que se impõe. Por muito que receie que este anseio seja o mesmo que esperar por D. Sebastião, continuo a ter esperança .

Entretanto, e se servisse para alguma coisa, deixaria aqui um apelo. Que para contrabalançar o "esquecimento" dos centralistas sulistas e dos "assimilados", todos aqueles nortenhos que têm voz, sejam individualidades ou entidades colectivas, não se cansem de proclamar alto e bom som e sem desfalecimento, que o actual modelo económico que consiste em concentrar recursos financeiros e humanos apenas na capital é, além de injusto e castrador da maior parte do país, um modelo que contribui para as nossas presentes dificuldades e que, lá mais para a frente, constituirá a semente que causará o esfacelamento do país tal como o conhecemos hoje. O que, bem vistas as coisas, se calhar até seria uma grande coisa!

Bom domingo

31 de Janeiro de 1891. Terá valido a pena?

Faz tempo, muito tempo mesmo, que interiorizei convictamente que o defeito dos maus governos tem mais a ver com a qualidade da massa humana de que são compostos, do que propriamente com as ideologias.
Por esta altura, torna-se tão fastidioso rebater a tecla dos perigos da Ditadura como a lengalenga de lembrar que a Democracia é o pior dos regimes à excepção de todos os outros. Apesar de tudo, a Ditadura é mais conclusiva, ou seja, sabemos que o Poder é exercido à "força" por um só homem e seus fiéis servidores, e que o Povo não tem voto na matéria. Ponto.
A Democracia é aparentemente mais respeitadora dos direitos e liberdades dos cidadãos, mas é ao mesmo tempo mais ambígua e enganadora. A forma como os cidadãos votam e elegem quem os irá representar está longe de ser fiável dado o desconhecimento absoluto que têm dos mesmos. Por sua vez os partidos políticos não veículam, como seria de esperar, a voz do Povo mas sim os interesses dos respectivos aparelhos.
Dito isto, estou-me nas tintas para a República e para a Monarquia. Lutar por um ou outro regime, é igual [ou quase], se a massa humana dos respectivos governos fôr imprestável. Que me importa a mim ter um Rei ou um Presidente como representante máximo da hierarquia do país se ele se mantiver ingovernável como o nosso? Haveria algum português do povo/povo que se incomodasse muito de viver numa monarquia como, por exemplo, a Suécia, a Noruega, a Dinamarca ou mesmo a Holanda, se tivesse o mesmo nível de vida dos povos destes países? Estou convencido que não. O mal, está na qualidade de quem Governa. Quem governa mal, terá «mau» povo, quem sabe o que está a fazer e sabe dar bons exemplos acabará por gerar um grande povo, um povo cumpridor e civilizado. O nosso problema está única e exclusivamente nos nossos governantes. Quem contestar tal realidade, estará por qualquer razão que só ele saberá, apenas a branquear e a contribuir para a manutenção do status quo da mediocridade regimental .
Vem isto a propósito das comemorações da implantação da República que hoje, 31 de Janeiro de 2010 cumpriria 119 anos caso a primeira tentativa de 1891 não tivesse fracassado. Há quem defenda que não passou de uma revolta de amadores. Há quem afirme que foi uma revolução. Não sei bem distinguir a fronteira entre uma coisa e a outra, apenas respeito quem defendeu a causa republicana com profunda convicção e pelo facto da monarquia revelar manifestos sinais de fragilidade. Por esse tempo o povo sentia a pátria e ainda acreditava que podíamos fazer frente aos ingleses. Por isso se indignou com o ultimatum que foi feito a Portugal e com a subserviência revelada pelo governo monárquico. Há quem defenda que o primeiro golpe republicano falhou porque as tropas municipais de cujo apoio os revoltosos contavam, foram aliciadas, pouco tempo antes com um aumento do pré. Não sei bem de que lado estava a razão, o que sei, é que nenhum povo se revolta quando está bem. Mas sei também, que não é por se mudar o nome às coisas que um país renasce das cinzas e se levanta.
Se a Monarquia falhou, falhou também a República, como agora está a falhar a Democracia, o que reforça a minha tese de que, não são os regimes os maiores responsáveis pelos fracassos governativos, mas sim a qualidade da gente que os desempenha. É urgente, fundamental, imperioso que o Povo exija dos seus governantes a excelência. Então sim, podemos talvez sonhar com um excelente país.
Nota:
Ora digam lá se este pedaço de texto extraído de uma crónica de Germano Silva no JN, da autoria de Dionísio Santos Silva não encaixa como uma luva na realidade actual do Porto: "não basta para o movimento ter sucesso, que os militares saiam à rua com as armas na mão, é preciso que sintam o apoio do Povo e, para isso, é mister mentalizar as massas, formá-las no ideal republicano*, o que só será conseguido através das colunas de um jornal, que tome a dianteira aos demais já existentes. Assim nasceu o jornal A República Portuguesa...
*onde se lê republicano devia ler-se agora regional/democrático