12 fevereiro, 2010

Provocação, ou...



...como elegendo o Fado a canção "nacional" se deu início à decadência nacional. Por favor, tapem o nariz e desculpem-me o mau gosto. Hoje, não estou especialmente inspirado.

Bom fim de semana. No Porto, e com aroma à Porto.

Escutas. Verdade ou Ficção? Haverá diferenças?

-Capítulo I-
Alô? Alô? És tu, Ampónio Bosta?

-É o porteiro da Câmara Municipal de Fisboa!

-Ligue-me ao Sr.Pesidente, depressa! Fala o pimeiro-ministo!

-Eu vou passar, senhor ministo.

-Tô? Então, que queres pá?

-Quero que promovas um jantar convívio com a malta do Malfica. Fala com o Ovelhas. É preciso lamber as botas àquela gajada, temos de conservar o poleiro, as eleições estão à porta!

-Outro? Ó Pórcatas, não achas que isso pode dar m...da? Os gajos lá do Porto vão-se passar. Eles já descobriram a marosca do Sacana Flopes com a pipa de massa para a construção do Estádio dos Pus.

-Não interessa pá, os gajos lá em cima são um zero, são niente, capiche? Se tivermos os 6 milhões na mão a vitória está no papo.

-Okey, okey, tu é que mandas. Vou tratar do assunto.


-Capítulo II-

Tôo? Sim? Ah, és tu Ovelhas? Ó desculpe Pesidente, por momentos imaginei-me na Guarda, lá na serra profunda, com os pastorzinhos e as ovêlhas, perceve? Que saudades. Ôlhe, então  que tem para me dizer?

-Você é que sabe 1º Ministo. O senhor Bosta, da Câmara de Disboa ligou-me para convidar a família malfiquista para um jantar-comício, mas não disse quem pagava...

-É o partido, Luís Fodite, é o partido.

-Só um jantar? Não há mais nada?

-Com certeza caro Fodite Vigueira. Que tal um campeonatozinho, hem? Já não sabe o que isso é há uns tempitos, nã é assim?Mas, em troca, você tem de dar uma ajudinha agora nas eleições, percêve? Hé, hé, hé...

-Então o meu 1º. não sabe porque é que o Sacana Flopes se aguentou na Câmara, não?

-Oiça, rico, nós não estamos na tropa, eu  sou 1º. Ministo, está bem?

-Tá bem ministo, mas como é que você pensa oferecer-me o campeonato?

-Ôlha, primeiro, pode comprar os jogadores que quiser pelo preço que quiser  e da forma que quiser. Nós fechamos os olhos ao buraco financeiro do glorioso, e nem queremos saber onde e como vai arranjar o dinheiro... Depois, pode meter na Comixão Indisciplinada da Liga o benfiquista mais desonesto que encontrar e castigar os jogadores-chave do Porto à sua vontade...

-É pouco, meu primeiro.

-Não é meu 1º., é senhor 1º. Ministo, Ovêlhas.

-Como é que disse?

-Luís Fodite, queria dizer...

-Eu disse que era pouco, Ministo. Quero mais. Ou há verdade desportiva, ou não há votos...

-Então que tal, encher os jornais com o Apito Dourado, hem?

-Pôrra, já andam com isso há anos e não conseguem "limpar" o Bimbo da Costa. Inventem qualquer coisa, que eu já fiz o que pude. Comprei a Criolina, mandei fazer um livro, comprei o cineasta Jarrão Cuvêlho para fazer um filme e tenho na RTP o Carlos Infiel a manipular a programação desportiva. Também não sou de ferro, carago!

-Tá bém, tá bem, rico. Ôlhe, com aquele pequenino o Herpínio Porreiro, o da Liga, pode estar à vontade, é um verbo de encher. Não é do PS, mas é como se fosse. Esteja à vontade, ele o que quer é manter o tacho, percêve? A Liga é do Glorioso, okey? Ôlhe, não podem fazer umas malandrices nos túneis?

-Que malandrices, meu 1º.?

-Uns pirôpos à mãe do Hulk e do Sapunaru, por exemplo...

-Pirôpos? O quê? Assim uma coisa como: és boa como o milho? Serve?

-Não rico, não é isso. A inteligência não é propriamente o seu forte. Desculpe... Uns insultos mesmo. Uns f d pta, percêve?

-Ah isso? Pois, pois, bem lembrado. Temos lá um menino que é mestre nisso. O Fui Posta.

-Ah, aquele que andou a arrastar-se na Fiorentina e foi tratado pela comunicação social como se jogasse no Barça? Que sorte c'o gajo teve. Bem, afinal em que ficamos. A proposta serve?

-Bem, se calhar é pedir demais, mas por acaso o senhor ministo não podia mandar lançar uma bomba no Estádio do Dragão?

-Ó Ovelhas, você não acha que já está a abusar?

-Ó senhor Ministo, quem inventa Apitos, inventa Terroristas. O senhor pode dizer que se tratou de um atentado da ETA ou dos Talibans. Eles estão em todo o lado, não é...  

-Você não acha que o Procurador já tem trabalho que chegue?

-Ah, eu não sabia que ele trabalhava senhor Ministo

-Bom, o que interessa é continuar com o Glorioso a dar show, com os árbitros a levá-lo ao colo e com os gajos do Porto com a mordaça na boca. Isso é o que interessa. O Rui Pio, já sabe é cá dos nossos. Enquanto aqueles morcões lá em cima continuarem convencidos que ele é um gajo sério, não há problema. Continua caladinho que nem um rato, senão já sabe que nunca mais chega a 1º Ministo. Os gajos estão entregues à bicharada, não têm ninguém quem os acuda. Eh, eh, eh, eh!

-Bom meu 1º., está combinado. Olhe, não se esqueça do Braga, os gajos não há meio de perderem...

-O Rosé Pêdo Vácomsêlos já começou a preparar terreno no Trio de Ataque, já destilou os primeiros venênos. Vai ser fácil, vai ver. É preciso paciência. Mas, atenção, não se esqueça de votar no PêeSSE

-Viva o Malfica! Viva o PS, o PSD, o PCP, o CDS, o Bloco, os Verdes! Viva quem estiver connôsco e contra eles! Viva verdade desportiva à nossa moda! Viva!


Um Trio de Oportunistas

Bolas, já não peço que o homem da rua tenha de falar verdade 24 horas por dia, coitado, não sobreviria nesta sociedade tão rica em contradições. Nem que um político, pelas mesmas razões, não possa pontuamente omitir certas coisas. Agora, que nos peçam para considerar «normal» que os políticos mintam sistematicamente como mentem, isso não.

Dos 3 candidatos à liderança do PSD, é caso para dizer que venha o diabo e escôlha. O mais jovem, Pedro Passos Coelho, pode ser muito bom rapaz, mas não se lhe conhecem quaisquer ideias sobre a Regionalização. De Paulo Rangel, que ainda há poucas semanas, ou dias, afirmava a pés juntos que a sua candidatura estava fora de questão, ficamos a saber que é um seguidor da teoria [e da prática] que diz  que "o que é verdade hoje, amanhã é mentira".  Por último, Pedro Aguiar Branco, que ainda há umas semanas declarava para um jornal que a Regionalização não era uma prioridade, vem hoje afirmar no Grande Porto que é um regionalista convicto, mas não é capaz de esclarecer se está disposto a avançar com a regionalização, caso venha a ser eleito. Chama-se a isto falar sem dizer nada. É disto que temos na montra para escolher uma alternativa a Sócrates... Alguém notará alguma diferença entre as môscas rosas e as laranjas? Eu não. O que significa que a merda da vida em Portugal será a mesma, e que só as moscas podem eventualmente mudar de côr. Aqui chegados, alguém é capaz de perceber a bondade da democracia representativa? Alguns dos senhores serão capazes de dizer e explicar porque se sentem representados por tão promissores candidatos ao Governo do país sem fazerem de nós tolos?

Malditos «optimistas». Malditos conselheiros do "deixa andar, que assim está bem". São eles também os grandes responsáveis pela situação de profundo descrédito que abala o país. Quando digo país, excluo, obviamente Lisboa, como Lisboa exclui o resto do  país. Lisboa, tem pessoas, não tem robôts, embora o pareçam, por não quererem ver o país para lá das suas fronteiras, como um todo. Malditos também homens do norte, traidores e sem carácter. Deste trio de seguidistas, um é de Lisboa, dois são do Porto. Pelo discurso da tanga, enfadonho, conservador, repetitivo, fraco e submisso, uma só certeza podemos ter desde já: nenhum deles se aproveita.

10 fevereiro, 2010

Rangel a lebre de Rio...

até já tem na claque o "histórico"* Miguel Veiga.



* também existem os dinossauros, os mamutes, ...

Sr. Procurador, se não sabe, demita-se!

Em Maio deste ano completar-se-à o 3º aniversário do Renovar o Porto. De então para cá, pouco mudou no país e na nossa cidade, e se mudou, não foi seguramente para melhor. Para os optimistas, eternos serviçais do status quo, também nada terá mudado, porque para esses, por princípio e por fim, corre sempre tudo bem. Pela minha parte, terei de reconhecer que me enganei no diagnóstico quando criei este blogue. Não é só o Porto que precisa de ser renovado, é o país e o povo. Se o país deve ter o mesmo contorno geográfico é que já não tenho a certeza. Que os eleitores têm de rever os seus critérios de cidadania se quiserem melhorar o país, é incontornável. Se não o fizerem vão pagar cara a apatia.

Viver em Portugal, apesar do clima aprazível e da beleza natural, já só   é interessante para quem está de fora da realidade, por indiferença ou pura alienação. Para esses, tanto se lhes dá que haja corrupção como não, é-lhes indiferente desde que não belisquem o seu pequeno universo  privado. Para quem lê os jornais, e gosta de acompanhar as questões públicas, é saturante. O país não tem ponta por onde se lhe pegue. Senão, é pegar nos jornais e ver a rebaldaria que impera nas mais altas  instituições do Estado.

Confrontado com novos escândalos onde a figura do 1º. Ministro continua na baila, o  Procurador Geral da República queixa-se da falta de meios e de descoordenação entre as polícias de investigação. Por seu lado, a Polícia Judiciária reinvindica para o exercício de funções maior autonomia e os magistrados alegam  incompatibilidades com as prioridades da PJ. Isto, não é propriamente novidade. Há muito que as "comadres" do sistema judicial vivem de costas voltadas. Estas rivalidades entre corporações já vêm do tempo do Estado Novo. O que é dramático, é constatar que a Democracia não trouxe qualquer qualidade funcional ao sistema judicial português.

Marinho Pinto, o bastonário polémico da Ordem dos Advogados, referiu em entrevista à revista "País Positivo" que o sistema judicial foi subitamente ensombrado pela divulgação na Internet das escutas feitas a Pinto da Costa. «Não conseguiram condená-lo em Tribunal e agora estão a linchá-lo e a lixá-lo», acrescentou. Assim é, de facto. Mas, é estranho que só agora Marinho Pinto venha referir-se explicitamente ao caso Apito Dourado e a Pinto da Costa, quando a campanha difamatória contra o Presidente portista já dura há mais de 6 anos [começou em 2004]! Marinho Pinto, não me parece ser um homem intelectualmente vulnerável. Muitas das suas afirmações são credíveis e ferem os interesses corporativos dos seus pares, mas ao mesmo tempo parece dar sinais de alguma "permissividade" com o poder instituído, embora sempre tenha defendido o fim do segredo de Justiça. De facto, esta Lei é um verdadeiro aborto jurídico porque de secreta só tem o nome.

Como escrevi no post anterior, o nosso grande problema de hoje é não termos ninguém em quem acreditar, e isso, é efectivamente dramático.

Heroína do dia


Vi há poucos minutos a deputada do PEV eleita por Setúbal, Heloísa Apolónia, atirar à cara de José Sócrates o facto do PIDDAC para 2010 fomentar as assimetrias territoriais para refutar a demagogia, em que ele é useiro e vezeiro, do argumento de pedir para "explicar a um trasmontano o privilégio que está a ser dado à Madeira".

Heloísa Apolónia, pertence à parente pobre, ou filha enteada, da região de Lisboa, a Península de Setúbal, que apesar de estar inserida na região mais rica do país tem níveis até inferiores ao Vale do Ave. Heloísa sabe do que fala e é de louvar a sua clarividência e verticalidade. Exemplo contrário são as várias dezenas de cobardes eleitos por todos os outros partidos pelo distrito do Porto.

09 fevereiro, 2010

Olha quem fala

Nem palhaços ricos, nem pobres. Palhaços inconscientes.

Caros amigos, não se iludam com as elites nem esperem delas nada de verdadeiramente importante para a  vossa vida ou para a vida dos vossos filhos. As elites não são mais do que um grupo priveligiado de pessoas com ideias ambíguas e contraditórias sobre a sociedade que procuram manter um estatuto de competências e experiências que não possuem nem merecem. Se é tão só "importância" que se pretende atribuir às elites, então, as verdadeiras elites somos nós, os cidadãos sem "estatuto" e sem vínculos demasiado dependentes dos aparelhos político-partidários ou dos grandes grupos económicos. Em contraste com as surrealistas elites, quanto menos compromissos tivermos, mais transparente será a nossa liberdade e mais fiável será a nossa palavra. 

Fálo-vos assim, porque acabo de ouvir na televisão o 1º. Ministro a queixar-se da violação do segredo de justiça e do jornalismo de "buraco de fechadura", certamente por andar, como é do vosso conhecimento, nas bocas do mundo pelas piores razões. É nestes momentos, por deslizes cometidos em desespero de causa, que apetece citar o refrão que diz que, com quem ferros mata, com ferros morre. José Sócrates nunca disse uma única palavra contra a violação do segredo de justiça, nem a considerou crime, com a veemência de hoje, quando se conspirou contra Pinto da Costa com todo o tipo de  escutas e apitos. Sócrates, manteve-se, estranha e prudentemente silencioso, talvez para afastar de si   e das suas ligações perigosas, as atenções...  

Por outro lado, o conhecimento público destas escutas tendo a figura do 1º.Ministro [e de outras personalidades da política e da finança], como principal protagonista, não confere à comunicação social a condição de herói da fita, porque infelizmente também ela padece do mesmo mal de obscura seriedade e isenção. Esta realidade, deixa-nos a nós, cidadãos sem presunções nem responsabilidades governativas, sem grandes opções de credibilidade. Temos sempre de filtrar "tudo" o que a comunicação social nos transmite, pesar, comparar, "investigar" e retirar as nossas próprias ilações. É desta triagem de informação e contra informação que podemos retirar as conclusões mais assertivas. Ninguém é inocente. Independentemente de José Sócrates estar, ou não, entalado até ao pescoço em cambalachos ímpróprios do mais comezinho cidadão, a ideia que fica do afastamento quase pacífico da TVI de Eduardo Moniz e respectiva mulher [Manuela Moura Guedes], é que o dinheiro falou mais alto. 

Em resumo: continuemos sensatamente desconfiados. A vida pública tornou-se num circo, onde as feras têm papel irrelevante. O destaque vai para os palhaços. Palhaços estes, que inversamente aos verdadeiros, não nos fazem rir. Desgostam-nos e acicatam-nos a revolta.  

Dar a cara pela Liberdade

Todos pela Liberdade | 11 Fev | 13h30 | Frente à A.R.

07 fevereiro, 2010

DIREITO À INDIGNAÇÃO

Por mais que me esforce, não consigo compreender os contrastes de um país como Portugal Membro da União Europeia há 24 anos e que continua a ter índices sociais, políticos e económicos mais parecidos com muitos dos países do terceiro mundo!Para ilustrar esta minha análise, basta-me um “pequeno exemplo”, entre muitos outros, sobre a quantia que aufere em Pensões, a líder de um partido da oposição (seja ele qual for), que é bem superior ao ordenado do primeiro-ministro (seja ele qual for) do mesmo País!

Talvez por isso, queiram combater as pensões e os ordenados de quem pouco ganha, não acontecendo o mesmo com aqueles que tem pensões (P.R., Líder oposição, vários ministros e ex-ministros, deputados e
vários políticos e ex-politicos, bem na vida e actualmente em funções de CEO de empresas públicas e privadas) e que continuam no activo a auferir altas e várias pensões ou a exercer outras actividades bem remuneradas incorporadas às altas pensões! São paradigmáticos os casos de Silva Lopes, Vítor Constâncio, Manuela F.Leite, Murteira Nabo, Mário Soares, Cavaco Silva, etc.etc.

E em momentos de apertar o cinto, a receita é a do costume, ou seja os do costume que paguem a crise! Há quantos anos isto acontece? Há quantos anos sofrem este drama, os Portugueses?

As orientações politicas, económicas e sociais, até agora levadas à prática pelo actual e anteriores governos, levam sempre à diminuição e corte naqueles que menos possuem acentuando as desigualdades existentes na distribuição da riqueza!

Não admira, por isso mas não só, que o vulgar trabalhador e muitos jovens licenciados com alto potencial, continuem a procurar fazer a sua vida noutros países, EMIGRANDO!

Como dizia um ex-primeiro ministro português (só podia ser): “É A VIDA”!

Renato J.P.Oliveira

A vingança

O pestilento cheiro que exala a Justiça portuguesa, intensificado depois das revelações que se puderam ler no SOL desta semana, é uma situação que acaba por me dar uma certa satisfação. Este sentimento é paradoxal na medida em que nasce da triste existência da estrumeira em que se transformou a Justiça em que desgraçadamente somos obrigados a chafurdar, já que oficialmente somos todos portugueses. Esta satisfação tem uma explicação.

Nós, os portistas, já há muito tempo tínhamos percebido que o senhor Procurador Geral da República não é uma pessoa isenta. A sua actuação directa e indirectamente, nos "Apitos", já claramente o indiciava. Dificil era prová-lo, e às nossas alegações respondiam os anti-portistas que tínhamos "desculpas de mau pagador" e que era irresponsável pôr em causa a idoneidade de tão alto personagem da República. As recentes revelações sobre as certidões tiradas pelos magistrados de Aveiro do processo "Face Oculta" , vieram eliminar todas e quaisquer dúvidas, demonstrando que tínhamos razão e que o PGR não pode nem deve continuar nas suas funções. Nas presentes circunstâncias, devia demitir-se, mas para isso seria necessária uma dignidade de cuja existência duvido.

De qualquer modo, como portista sinto-me vingado.

De sublinhar que esta enxurrada pestilenta acaba de arrastar outro "figurão" da hierarquia oficial : o presidente do Supremo Tribunal de Justiça.

Em face da gravidade destes atentados à Democracia, espero que o Presidente da República tome rapidamente uma atitude compatível com a sua posição de "supremo magistrado da Nação". Se isso não acontecer, penso que as economias que o país está obrigado a fazer poderiam começar por poupar os gastos inerentes ao funcionamento daquele orgão, porque então para que serviria um PR?