22 julho, 2011

Europa pressiona Portugal a avançar com TGV para Madrid

... e Lisboa agradece. Mas por que é que não cortam a direito,  e colocam directamente a Troika  no Governo? Assim, poupava-se tempo e dinheiro. Afinal, quem manda são eles. Ou, não será assim?

Ler post de Daniel Rodrigues sobre o assunto, aqui.

A ditadura das Televisões "nacionais"

Às vezes, ponho-me a pensar no que seria a vida dos políticos portugueses se ela dependesse de mim. Dito de forma mais democrática: o que seria deles, se todos os nortenhos sentissem como eu sinto o desgosto de viver num país refém de tão desqualificados governantes. No preciso momento em que escrevo "governantes", tive vontade de suprimir o substantivo por outro de menor dignidade, com receio de passar uma falsa ideia de respeito, que no fundo da alma, não sinto pela actual classe política. E eu, que até nem gosto de generalizar, por saber quão injustas podem ser as generalizações!

Dito isto, e como exemplo, chega-me casualmente à memória, uma figura do anterior Governo: o ex-Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos. As referências às capacidades técnicas e intelectuais deste político antes de ir para o Governo, eram tudo menos desprezíveis. No currículo incluem-se algumas menções honrosas e prémios internacionais. Consta até, tratar-se de um bom homem, de uma pessoa com tendência para a consentaneidade. Então, o que terá falhado, para sair quase humilhado do Governo? 

Faça o que fizer, um homem não pode desligar-se da sua primeira condição, que lhe advém, precisamente, de ser pessoa. Depois, seguem-se todas as outras, inerentes aos respectivos cargos, obrigações e responsabilidades. Atalhando: por que terá sido então que Teixeira dos Santos, sendo tecnicamente competente,  não estando frequentemente de acordo com as directrizes suicidas do seu 1º. Ministro,  optou pela fuga para a frente, em vez de colocar o lugar à disposição? Por uma questão de solidariedade governativa? Não faz nenhum sentido, ser solidário com as más decisões. Ou fará? Então por que o foi? É  nestas ocasiões que entra a pessoa, o seu carácter, e sai o político, o que nos levará a concluir, olhando para outros casos similares, que é o carácter que mais tem faltado nas decisões dos nossos governantes.

E é por não haver carácter na classe política, que assistimos à discriminação negativa da nossa Região. Falta-lhe o sentido da Honra. Fomos e continuamos a ser, tratados com um desprezo maquiavélico, que raia o colonialismo e a xenofobia! O modo vexante com que os governos do país têm vindo a lidar com este problema é indigno de um regime democrático. Em Democracia deviam já estar a contas com a Justiça. Em nome de um patriotismo que nem eles sabem explicar, demitem-se de corrigir estas anomalias sem parecerem dar-se conta da sua gravidade.

Talvez seja essa indiferença, essa profunda irresponsabilidade, que explica o facto de  já nem conseguir eleger um canal de televisão nacional para me manter informado. Quando me esqueço disso, a impressão que se segue, é literalmente oposta à que busco, ou seja, sinto-me desinformado! Mais. Sinto não pertencer a um país íntegro. E não é por causa da Troika, mas antes, pela irresponsabilidade dos que a atraíram para cá ...

RTP, SIC e TVI são, cada vez mais órgãos de comunicação regionais de Lisboa, embora se proclamem nacionais! Nestes canais, todos os dias são violadas as regras mais básicas da deontologia da comunicação. Os valores da Democracia são espezinhados sucessivamente, sem qualquer respeito pela Liberdade. 

Se houver alguém com dúvidas, é apreciar os noticiários desportivos... O sectarismo é tal, que consegue transformar o defunto Oliveira Salazar num Democrata. E eu, começo seriamente a acreditar que o tempo da outra senhora, afinal, é este.

21 julho, 2011

Um quinto dos deputados são advogados!

Bem, lá vamos ter os intocáveis da praxe à perna, quando lerem as páginas "Primeiro Plano" do JN de hoje.

Paulo Morais, foi quem pôs o dedo na ferida, correndo assim o risco de passar a integrar o clube dos "populistas" onde já colocaram o bastonário Marinho Pinto. E por quê? Por uma razão muito simples: denunciam os podres dos sistema político-jurídico do país. Por isso, e apenas por isso, há quem não hesite em chamar-lhes populistas. Um povo burro, atrai políticos burros, embora chico-espertos. Se isso não fosse verdade, já há muito teriam mudado o discurso, pois cada vez que pegam na cassete do populismo levantam um mar de suspeitas sobre si próprios.

Paulo Morais, tem-me surpreendido pela positiva, desde uns tempos a esta parte. Além de ser um entusiasta da regionalização [assistiu mais de uma vez a reuniões do Movimento Pró Partido do Norte], tem-se notabilizado na luta contra a corrupção, sem parcimónia, nem medo. É vice-presidente da TIAC [Transparência e Integridade - Associação Cívica], tendo feito um levantamento sobre a simultaneidade de funções de políticos no Parlamento e em empresas detentoras de negócios com o Estado. Mais, incomparavelmente mais, do que a Rui Rio, assenta-lhe bem o estatuto de homem honesto.

Ferreira do Amaral, Jorge Coelho e Pina Moura, devem estar neste momento a roer na casaca de Paulo Morais e a lançar-lhe os impropérios usuais de quem se sente "vítima" de denúncias deste tipo. De facto, todos eles, transitaram da política para os negócios empresariais, fazendo a ponte entre estes dois mundos como se fosse a coisa mais nobre da vida, não surpreendendo por isso que hoje estejam ricos, ou em vias de o ser. Depois, há a figura do Presidente da Comissão de Ética [Mendes Bota] que de ética só tem o título, e que gere a contento das partes, os dias em que deve fechar os olhos à ética e aqueles em que os deve abrir. Em Portugal, a ética, como a Lei, tem momentos...

É por estas e por outras, que não acredito em Democracias que não estejam devidamente blindadas para se defenderem destes seres virulentos, que tanto a descredibilizam e enfraquecem.

Conheci alguém - que já cá não está há muitos anos -, por quem nutro um respeito, que mais ninguém até hoje conseguiu inspirar-me. Esse homem, estou perfeitamente convicto, punha esta gente na ordem, sem se preocupar com os anti-corpos consequentes. Fê-lo, numa época onde o manto corrupto da Democracia não existia, mas onde era preciso ter-se mesmo muita coragem para tomar decisões "impopulares", sem olhar a quem. Sucede que, para certos cargos de real responsabilidade, nem só a coragem chega, é preciso ser-se integralmente sério e não esmorecer por ter de se renunciar ao enriquecimento rápido. Esse homem, se ainda vivesse, seria logo rotulado pelos oportunistas de hoje, como autoritário e...populista. É que ele, aguentava bem essa pressão, e aos infractores, fossem eles quais fossem, não lhes servia de muito recorrerem à cunha das influências, para fugirem às malhas da Lei. Com ele não resultava, tinham mesmo de responder pelas suas acções. Não direi quem foi essa pessoa, por respeito à sua memória.

O problema, é que homens como esse, já não existem. Em seu lugar, temos agora o €uro...ou melhor, os €uros.

Nem com a Troika lá vamos

Angela Merkel e Nicolas Sarkozi [que queridos!]

Contrariando aqueles idiotas que enxameiam os estúdios das televisões para nos impingirem pareceres de credibilidade duvidosa, nunca dei importância à nomeação de Durão Barroso para Presidente da União Europeia. Se além de abandonar o país, nada fez de relevante, não era na Europa que ia fazê-lo. Ele só foi convidado para o cargo, porque tinha o perfil indicado para não criar obstáculos aos verdadeiros "patrões". Mais nada.

O drama, é que esses patrões [na foto], também não devem nada à competência, antes representam o rosto de uma Europa decadente e sem liderança.

Por cá, continuamos incapazes de desatar o nó a este monstruoso imbróglio da crise, sem deixar de sufocar a vida dos que menos têm. Nem com a Troika conseguem orientar-se.

Não seria talvez mais prático e económico, entregar à Troika o destino do país?

20 julho, 2011

Porto em acelerado processo de desertificação

Podem dizer o que quiserem, argumentar com as desculpas do costume, até fazer o pino, mas não há volta a dar-lhe:  a cidade do Porto tem sido governada estes últimos anos por autênticos kamikazes. E eu, conheço o principal... Pode confirmar por aqui.


Largo do Moínho de Vento


Táxis do Porto abrem caminho ao automóvel do futuro

No futuro, dizem os especialistas, os automóveis vão conversar uns com os outros e até serão capazes de decidir sozinhos, num cruzamento, qual avança primeiro e qual cede a prioridade. Os semáforos serão dispensáveis e, no limite, os carros poderão conduzir-se quase sem intervenção humana, como já sucede nos aviões. Ficção científica? Nem por isso.

A partir de Agosto, os táxis começarão também a ser equipados com uma antena que permitirá iniciar uma nova etapa do desenvolvimento do projecto: os táxis, que até aqui têm comunicado através da rede GPRS (a mesma que é usada pelos telemóveis) com um computador central, passarão a usar uma variante da rede Wi-Fi, com maior alcance do que a usada pelo computadores portáteis para aceder sem fios à Internet. Os táxis do Porto transformar-se-ão, assim, num verdadeiro laboratório, no qual serão testados os futuros protocolos de comunicação entre veículos, mas também as várias aplicações a que o sistema abrirá caminho.

Protocolo luso-americano

O projecto Drive-In Porto resulta de um protocolo que o Estado português assinou, em 2006, com a Carnegie Mellon University, e propõe-se desenvolver uma rede de comunicação entre automóveis, fiável e instantânea, que suporte, no futuro, novas aplicações vocacionadas para o aumento da segurança rodoviária, para a gestão e orientação do trânsito e para o entretenimento a bordo das viaturas.

Segundo Michel Ferreira, o investigador que lidera o projecto, trata-se de substituir os actuais e quase arcaicos sistemas de comunicação entre veículos (buzina, piscas, faróis e luzes de travagem) por uma rede veicular que permita transmitir informação entre automóveis, com o fito de diminuir drasticamente os acidentes de viação. "São a nona causa de morte no mundo e pensa-se que serão a quinta em 2030. Se se contabilizar o número de anos de vida perdidos, os acidentes estão no topo da tabela. Tudo o que seja possível fazer para minimizar isto deve ser feito", diz Michel Ferreira.

Assim, quando os carros forem capazes de "conversar" uns com os outros, vão poder decidir, por exemplo, qual passa primeiro num cruzamento. Evitar-se-ão colisões, poderão dispensar-se os semáforos e, quando o embate for inevitável, poderão comunicar o respectivo peso e velocidade, quanto passageiros transportam e quantos airbags têm. No limite, os airbags serão disparados alguns instantes antes da colisão.

Se um automóvel fizer uma travagem brusca, esse dado será também imediatamente comunicado a todos os veículos que vêm atrás, evitando-se um choque em cadeia. E os condutores que sigam atrás de um camião poderão ver através dele, antes de iniciarem uma eventual ultrapassagem, para terem a certeza de que não vêm veículos em sentido contrário: activam a câmara de vídeo que haverá na frente do pesado e terão uma vista do que se passa para diante projectada no seu pára-brisas. Na prática, o camião torna-se "transparente" para quem segue atrás.

"O potencial desta tecnologia é enorme", garante Michel Ferreira, segundo o qual as vantagens do sistema de comunicação entre veículos não se resumem ao aumento da segurança. Os automóveis passarão a ser informadores de trânsito, transmitindo uns aos outros dados sobre engarrafamentos e fornecendo automaticamente caminhos alternativos aos condutores, mitigando os problemas de circulação.

"As questões de segurança serão aquelas que terão um impacte mais dramático, mas as aplicações ao nível da gestão do trânsito e da sua optimização contribuirão, por exemplo, para poupar combustível e reduzir os tempos de condução", concorda Peter Steenkiste, o investigador da Carnegie Mellon University que está a acompanhar o projecto em Portugal.

[Do Público]

18 julho, 2011

A velha hipocrisia

Independentemente das posses de cada um, é natural e desejável, que o valor da mesada que  alguns  pais costumam dar aos filhos, seja variável, consoante o respectivo aproveitamento escolar. Do mesmo modo, suponho haver poucos que consideram esta medida inadequada, desde que, a possam aplicar. Conheço alguns casos de pais que usam este método com sucesso. E poucos se lembrarão de achar esta norma injusta ou populista.

Mas esta, já não é a visão que os políticos terão da coisa, desde que alguém proponha para si a aplicabilidade da norma: «cumpres, ganhas», «não cumpres, não levas nada». A par dos banqueiros, e dos gangsters, devem ser os únicos que se acham acima de qualquer moralidade. Eles merecem tudo. Até receber gordas verbas por... incompetência! 

Depois, o populista é o Marinho Pinto, coitado... Qualquer pessoa avisada percebe que aqueles que o tratam assim, lá terão as suas razões, mas seguramente, não serão as mais urbanas. Pessoalmente, habituei-me a desconfiar daqueles que o criticam  sem fundamentar factualmente essas críticas. Ao contrário, ele, Marinho Pinto, fundamenta, e bem, as acusações que faz, mas não é Procurador Geral, Director da PJ, nem Ministro da Justiça. E os que o críticam devem pensar que ele tem de fazer o trabalho de muitas pessoas e instituições, ao mesmo tempo. Demagogos e hipócritas, sei eu quem são.

O que aqui está escrito, será populismo, ou antes, uma imoralidade? Decidam os leitores. Mas com avaliação cuidadosa...

Até o Kadafi, já lhes conhece as manhas :-s...

Nota:
Sócrates, já saiu do poleiro. Pedro P. Coelho, tomou-lhe a vaga. A crise fará milagres, ou vão continuar a ser os mesmos a pagá-la?