30 agosto, 2013

Porto, desconsiderado cá dentro, louvado lá fora

Metro do Porto distinguido pela universidade norte-americana de Harvard

Foto:Carlos Romão/Arq.
A escola de design da universidade norte-americana de Harvard, no estado de Massachusetts, vai atribuir na terça-feira o prémio “Veronica Rudge Green Prize” em design urbano à empresa de transportes Metro do Porto.

De acordo com a informação disponível na página da internet da universidade de Harvard, no projecto Metro do Porto, o júri destaca o potencial desta infra-estrutura de mobilidade, “cuidadosamente planeada e executada para transformar a cidade e a região”.

Este galardão distingue também o arquitecto Eduardo Souto de Moura, prémio Pritzker 2011, e que coordenou a equipa de projectistas responsáveis pela inserção urbana do metro em diferentes locais da Área Metropolitana do Porto.

O prémio, que vai já na sua 11.ª edição, é também atribuído ao projecto de Integração Urbana do Nordeste, em Medellín, na Colômbia.

“As duas obras criaram oportunidades que vão além do movimento físico, fazendo avançar a mobilidade social e revigorando o espaço cívico”, refere a universidade de Harvard.

O presidente do conselho de administração da Metro do Porto, João Velez Carvalho, afirmou hoje à agência Lusa que “a atribuição deste prémio representa uma honra” para a empresa, “tendo em conta o que significa em termos de reconhecimento internacional”.
“Esta distinção premeia um dos projectos mais impressionantes do arquitecto Souto Moura”, disse, acrescentando ser também “uma distinção ao mérito e ao empenho de todos os responsáveis, tanto ao nível de decisão política como ao nível técnico, que souberam ultrapassar dificuldades e problemas bem complexos e concretizar este projecto”.

João Velez Carvalho defendeu que este prémio “valoriza a sustentabilidade do Metro do Porto, não apenas em termos de arquitectura, integração e design, mas também no seu serviço à população e na crescente procura por parte dos clientes”.
“Para o Metro do Porto, para a cidade do Porto e para o país, deve ser um motivo de enorme orgulho ver reconhecido e apreciado de forma tão notável o trabalho que foi feito e que continua a ser levado a cabo”, concluiu.
Um projecto “digno de ser imitado”
Velez Carvalho e Souto de Moura estarão presentes na cerimónia de entrega do prémio, que decorrerá pelas 18:h30 (hora local), na cidade de Cambridge.
Nascido em 1986 por ocasião da celebração dos 350 anos de Harvard e dos 50 anos da escola de design, este prémio é atribuído de dois em dois anos a projectos com escala maior a um edifício individual, construído em qualquer parte do mundo durante dez anos anteriores à sua atribuição.

Os vencedores são escolhidos pela sua “substancial contribuição no domínio público de uma cidade” e por “melhorar a qualidade de vida” urbana.

A 1.ª edição deste galardão, em 1988, foi dividida entre Álvaro Siza Vieira, pelo seu Conjunto Residencial Malagueira, em Évora (1977-1988), e Ralph Erskine, com o seu projeto do “Byker Redevelopment”, em Newcastle Upon Tyne (1969-1982).

A Universidade de Harvard descreve o Metro do Porto, que iniciou a sua operação comercial em Janeiro de 2003, como “uma forte infra-estrutura de escala e complexidade significativa”, projectada e construída em cerca de dez anos.

“O escopo de tal empreendimento dentro de uma cidade Património Mundial da Humanidade é notável”, destaca, acrescentando que o “alto padrão de design” alcançado por Souto de Moura e pela sua equipa torna o projecto “digno de ser imitado”.

“O Metro do Porto é um projecto estratégico decisivo”, que “desempenha um papel importante na mobilidade” da região, sustenta Harvard.

29 agosto, 2013

O Estado, e quem o tem representado é o pior dos incendiários

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O problema dramático dos incêndios é um dos que melhor espelham a irresponsabilidade dos governantes e talvez o que melhor define a sua verdadeira personalidade. É também pela forma laxista e criminosa como ao longo dos anos este assunto tem sido tratado que desprezo tanto a classe política. 

Já em 2005 me manifestava no extinto Comércio do Porto sobre o assunto. Como podem constatar, o problema continua actualizadíssimo, aliás como é costume, em Portugal, desde há muitos anos. Quem  os prende a eles, aos pirómanos do Estado?