03 julho, 2014

ANONIMATO

Foi em 03 de Julho do ano passado que publiquei este post. Hoje, decidi voltar a publicá-lo para refrescar a memória dessa espécie abjecta de gente que se identifica como "Anónimo", mas que gosta de ser tratado como gente, na esperança que compreenda de uma vez que o insulto furtivo é o auto-reconhecimento da própria cobardia. E, não vale a pena, porque vão directamente para o lixo. 

30 junho, 2014

Norte cada vez mais a sul

Aqui atrasado escrevi que Portugal devia talvez chamar-se Entroncamento pela facilidade de gerar fenómenos à moda da cidade com o mesmo nome e de criar situações revestidas de mistérios absolutamente incompreensíveis. Hoje, volto a reafirmá-lo porque, como reza o ditado, o que é de mais, é moléstia.

Conhecido o faro dos media pelas notícias bombásticas, pelos chamados casos de faca e alguidar que os leva amiúde a forjá-los ou inventá-los para aumentarem as receitas de tesouraria, não deixa de ser estranha a aparente indiferença como têm lidado com essa espécie de paz pôdre instalada entre a Câmara do Porto e de Gaia, o Porto Canal, e o FCPorto. Mais  se estranha ainda, quando sabemos não ser preciso muito para os mass media centralistas aproveitarem o mínimo franzir de olho para desencadearem guerras entre instituições e pessoas a elas associadas, mais que não seja para mostrarem ao país profundo quão intenso é o provincianismo dos gajos do Norte, essa sub-raça, que, segundo a evidência dos critérios lisbonários só servem para estorvar o todo do país, que para eles, é obviamente Lisboa.  

O certo é que, desde que a Troika chegou a Portugal para credibilizar a austeridade e nos fazer assumir responsabilidades alheias, a comunicação social está concentrada na intriga partidária do arco do poder e o resto é irrelevante. Não que a Troika seja responsável pela indiferença dos media pelo resto do país, porque essa sempre existiu, agora o que era inimaginável é que o Porto Canal alinhasse pela mesma bitola e tenha praticamente desistido de enfatizar o tema da Regionalização.

Sendo, como consta,  o Porto Canal propriedade do FCPorto (detém a maioria do capital) não se entende como é que Pinto da Costa que foi um dos principais alvos e vítima do centralismo, sendo conhecido o seu inconformismo contra o mesmo, como é que ainda não apostou no reforço editorial do canal na componente regional e determinou outra dinâmica de forma a criar uma espécie de barreira ao crescimento incontrolável desse centralismo. Eu, não sou capaz de compreender tal postura, e até a acho um tanto contraditória.

Não basta à direcção do Porto Canal dizer que é pelo Norte, é preciso dar provas que está a trabalhar nesse sentido. A  sério. Terminar com um dos melhores programas sobre questões regionais (Pólo Norte), prova o contrário. E o que tem feito nos últimos tempos em matéria de informação, programação e criatividade tem sido regressivo e indigno para o público alvo. Se consultarmos o guia programático  do JN de televisão das 6ªs. feiras chegámos cedo á conclusão que o Porto Canal é dirigido em cima do joelho pois nem sequer fornece ao referido jornal a grelha semanal de programação. Custa portanto a acreditar que o FCPorto faça parte desta anarquia programática, porque não é a isso que estamos habituados, ou então não surpervisiona o Porto Canal, ou confia demais em Júlio Magalhães. E se confia, das duas, uma: ou sabe o que se está a passar e consente, ou não sabe e pactua com a situação.

Outro erro crasso da direcção do Porto Canal, quiçá o mais grave, é fazer dos espectadores um bando de idiotas a quem tudo é possível omitir e transmitir. Imaginar que os espectadores não se estão a aperceber das guerrinhas silenciosas entre Pinto da Costa e Rui Moreira, quando toda a gente reparou que Rui Moreira desde que foi eleito, não foi uma única vez aos estúdios do Porto Canal é fazer deles burros. A história recente com a atribuição da medalha de honra da cidade a Rui Rio não explica tudo, porque este clima de silêncio barulhento já se "respira" há uns mêses, não é de agora. Na noite de S. João os portuenses (e os lisboetas também), puderam constatar que Pinto da Costa se juntou ao presidente da C. M. de Gaia, Eduardo Victor e A. José Seguro em Gaia, enquanto do lado de cá, no Porto, Rui Moreira festejava acompanhado de António Costa... Resultado: aquilo que aparentemente o S. João "uniu" (os presidentes das duas cidades) a polítiquice e o futebol separou.

Repito, se isto é Porto, eu não sou de cá, nem me revejo nestes portuenses. E lamento-o. Por isso, me parece que, ou os gajos de Lisboa andam a dormir - o que me custa a admitir - ou aqui há gato escondido com rabo de fora e existe uma explicação, por hora bem escondida, para tudo isto .

Não tarda, haveremos de descobrí-la. Só não consigo é levar a sério toda esta gente que passa o tempo a falar do centralismo e lhe entrega de bandeja aquilo que ele mais quer, ou seja:  guerrinhas divisionistas para melhor reinar e dormir descansado.

Afinal, o Norte, os tais gajos do Norte, não passam de uma fábula.