17 novembro, 2015

O dominó dos mercados...

DIÁRIO DE UM TEMPO DIFERENTE

Uma das maiores manipulações da opinião pública que se fazem hoje em Portugal é o modo como são comentados os movimentos da bolsa e dos juros. Hoje, os juros portugueses desceram contrariando outros países europeus em que subiram (a Alemanha p.e.). Comentário nos órgãos de comunicação social: desceram porque a agência canadiana não baixou o rating da dívida a Portugal. Têm mesmo a certeza disso, dado que a decisão da agência foi já há dias e os mercados costumam responder em tempo real? Por que é que entretanto subiram e depois desceram? 

Uma coisa eu sei - até agora as previsões de cataclismos que a nossa direita tem feito (e que notoriamente deseja) não se tem verificado, para incómodo de muita gente. Até agora.

Por favor, não nos enganem tão grosseiramente ou então concluam que os "mercados" são indiferentes à queda do governo Passos-Portas. Até agora.

JPP/ABRUPTO

Para ceguinhos e anónimos

'RENOVAR O PORTO', é um espaço de intervenção e de cidadania, dedicado aos portuenses da área metropolitana do Porto e a todos aqueles que, não sendo do Porto, escolheram esta cidade para viver e a sentem como se fosse sua. 


Naturalmente, dispensa a participação dos seus inimigos (que os tem, dentro e fora de portas), porque, afinal, é a sua existência que está na génese inspiradora deste blogue e que tanto tem prejudicado a nossa cidade e a nossa gente. Há alguns «colaboracionistas» do regime centralista que acham que não é bem assim. Nós, contrapomos que é! 

Esta nota prévia está mesmo aqui ao lado, à direita. Como o pior cego é aquele que não quer ver, talvez os olhos se abram se a colocar mesmo à frente do nariz. Cegos e cobardes é o que mais há. Por isso, sugiro que vão pregar para outra freguesia e que tenham vergonha na cara.  

16 novembro, 2015

Cuidado, quando falarmos de terrorismo!



Só alguém, fora do seu perfeito juízo, pode ficar indiferente à barbárie, ocorrida na última 6ª.feira em Paris. A barbárie, é sempre condenável, venha ela de onde vier, e seja porque motivos for. Mesmo assim, convinha refrescar a memória da nossa boa consciência com o modo como aplicámos os adjectivos, porque infelizmente continuamos a avaliar estas situações com pouco rigor e uma boa dose de hipocrisia. 

Quem ainda não era nascido por altura da guerra colonial, talvez hoje não saiba que em Portugal Continental chamava-mos "terroristas" aos movimentos independentistas das nossas [na altura chamadas] províncias ultramarinas. O terrorismo existiu de facto, mas os seus protagonistas eram tão terroristas como quem os combatia. Em guerras, ou guerrilhas, o terror está sempre presente porque destrói vidas supostamente em nome de causas nobres, segundo os pontos de vista de cada beligerante. Portugal ocupou territórios alheios e chamou a isso [orgulhosamente] "descobertas", mas quando foi ocupado por espanhóis e franceses, não deixou de tratar os intrusos como invasores, quiça também terroristas...

Em todos os actos de violência está presente uma certa dose de terror. É mais o impacto, que a essência do terrorismo que nos comove. É compreensível, mas não há lá muita justiça quando avaliámos o grau de importância das coisas a jusante e esquecemos a fonte. 

Seja como fôr, por mais que tentemos compreender as causas que determinam os actos de extrema violência levados a cabo por esses jovens de origem árabe - alguns dos quais nascidos e criados na Europa -, que se deixaram fanatizar em nome de um Deus que lhes promete o Paraíso mas lhes rouba a vida, não consigo vislumbrar nobreza nos seus actos. Porque as causas que os movem não são causas, são ideias doentias de supremacia religiosa que resultam na morte de inocentes.

Mas... Mas, a violência tem vários escalões e origens. No início não faz sangue. Começa devagarinho em qualquer ponto do mundo, na Europa inclusivé... Em países como Portugal, dos mais atrasados, manifesta-se nas empresas que pagam cada vez pior e repudiam os direitos legítimos de quem vive do trabalho. Vai crescendo e semeando a revolta em Estados que permitem atribuições de reformas de 90 mil euros mensais (e superiores) a homens cujo prestígio pessoal é recompensado social e pecuniariamente muito acima do limiar da Justiça, quando na sua essência não passam de vulgares vigaristas nocivos a qualquer sociedade.

É assim que se fomentam todos os ódios e fundamentalismos. É nestes exemplos de cidadania que nascem as fontes de todos os terrorismos.

Nota: Acresce ao que atrás referi que, antes de bombardear os centros estratégicos do chamado Estado Islâmico, conviria estancar as suas fontes de armamento. É que, Estados Unidos, Alemanha, Rússia e a própria França, têm sido os seus principais fornecedores... E isso, já não será terrorismo? Estranho mundo este, não é?