Não dispondo de mais tempo para falar de outros assuntos, como a absolvição da inspectora da PJ, acusada de assassinar a avó do marido, da triste figura da selecção do centralismo, ou das recentes acusações de Mário Figueiredo sobre a nomeação dos árbitros com a tradicional colagem do sistema ao FCPorto, optei pela incontornável demagogia dos nossos políticos.
Devo entretanto referir que aquilo que a seguir vou dizer não me compromete a favor de nenhum dos protagonistas. Se tivesse de escolher um deles para governar Portugal não escolhia nenhum. Já terão percebido que estou a falar do debate de ontem na TVI, entre Seguro e Costa. O JN diz que "Seguro entalou Costa", o que só pode ser mais uma daquelas fantasias mediáticas para povo entreter. Não senhor. Para mim, que não vou em fantasias, entalados estão os dois há muito tempo. Mas não ignoro que, tal como dizia o Eça de Queiroz e o luso-holandês Rentes de Carvalho, haverá sempre alguém a votar neles, enquanto os portugueses não se cansarem da sua condição de povo fadista e submisso.
O que quero dizer é simples e muito breve. Ontem, quando ouvia Seguro discursar, sem saber onde, intuí imediatamente que não podia estar em Lisboa. Por quê? Porque o ouvi usar o termo Terreiro do Paço, e algo parecido com isto: "não podem ser sempre os mesmos a decidir". Fez-se-me logo luz e disse cá para mim: "estás no Norte (em Valongo, soube depois). Se o ouvisse usar o mesmo discurso em Lisboa com a regularidade exigida, dava-lhe provisóriamente os parabéns". Provisoriamente sim, porque depois, caso chegasse a 1ª. Ministro, ficaria a ver, para crer...
Vem isto a propósito da conversa de ontem de Seguro dizer a Costa (com razão) que os portugueses estavam cansados de ver os políticos dizer uma coisa e depois a fazer outra. Para bom entendedor...