13 setembro, 2018

Uma nulidade entre outras

Paulo Rebelo Aldrabão



É assim. Em Portugal é possível manter no poder um aldrabão imberbe uma infinidade de tempo. Dão-lhes demasiado tempo para fazerem o que lhes dá na gana, ou para não fazerem nada, e outro tanto para brincarem aos homens crescidos.

Este nosso povo habituou-se pacificamente  à trafulhice dos políticos e do próprio patronato. Os cidadãos honestos sofrem na pele este ambiente de balbúrdia e de impunidade. Alguns, mais adaptáveis, procuram como podem  imitar os políticos, ou mesmo aproximarem-se deles para seguirem o mesmo estilo de vida.

Mas, lá está a velha história (que repugno). Votar por votar, dá nisto. Nós, portistas, agora estamos muito indignados, mas a verdade é que gajos destes (é assim que merecem ser tratados) minam completamente os valores da democracia adulterando-os e mentindo com quantos dentes têm.  Todos os dias, e a toda a hora, porque não têm quem os discipline e ponha na ordem. Os líderes preferem olhar para eles como "subditos" de confiança, o que não é nada prestigiante para os partidos que representam.

Há  algo de medieval e servil nisto,  nos eleitores para com os políticos atrevidos e trapaceiros. Hoje, ser apanhado numa rede criminosa, para alguns parece uma honra, tal o à vontade com que encaram as câmaras de tv. O dinheiro para eles é o topo da montanha da sua importância pessoal. Pensam que quem os censura não os imita porque não têm esperteza para tanto. Nem sequer lhes ocorre por um minuto que alguns desses "palermas" talvez morressem de vergonha se enriquecessem como eles.

Acredito que gente dessa estirpe hoje seja rara.  Mas, chegou a hora de exigir mais da democracia que apenas o direito ao voto que lhes permite aceder ao poder. Há outro direito que ainda não temos, e de que ninguém fala:  o direito de também podermos votar para erradicar da política os maus políticos, e em tempo útil.

Por exemplo,  inúteis como o rapazito da imagem. Desses direitos ninguém ousa falar. Nem os votantes. Mas devíamos.  Porque, mais importante que saber o que queremos é saber o que não queremos. Olhar para um gajo destes e saber a mediocridade que é, apetece-me fugir do país. 

Desmentido verde tinto

Resultado de imagem para Luís Filipe Vieira, o vermelho

O Sport Lisboa e Benfica apresentou hoje mesmo esta foto ao MP como prova cabal que não tem qualquer relação de proximidade com Paulo Gonçalves, homem sobre o qual toda a fina elite lisboeta  suspeita de ter conspirado (políticos,cineastas, jornalistas e proxenetas) contra o Benfica, em conluio com o presidente do FCPorto.

Juro sob palavra de honra que isto é verdade. Ou seja, verdade, uma verdade mentirosa, mas verdade. Espero que me compreendam.

Luís Piquenique Toupeira

11 setembro, 2018

Ai se eu confiasse na palavra dos políticos...

Paulo Baldaia


Assim se vê a força de você
Você, caro leitor e eleitor, já anda a ser assediado para umas eleições que só vão acontecer dentro de um ano. Não é ainda tempo de lhe lançarem slogans que parecem promessas ou vontades que nunca serão assumidas como compromissos. Por agora, eles estão só a tentar pôr na sua cabeça uma ideia, a ideia de que você sozinho consegue determinar como é que o PS vai governar na próxima legislatura. Se estiver atento, você vai ver que ninguém põe em causa a vitória de António Costa, o que os preocupa é a força que você lhe vai dar.
Por exemplo, o PS quer mais força (votos) para a Esquerda governar. O contrário do que lhe pede o PCP, que quer ver o PS com menos força, evitando assim que os socialistas vão a correr fazer alianças com a Direita nas matérias mais importantes. O Bloco, depois do caso Robles, anda só a ver se não perde a força mas, seja como for, o que cada um dos partidos de Esquerda lhe vai dizer é que precisa da sua força como única forma de dar mais força à Esquerda. Não é a força dos mosqueteiros, "um por todos e todos por um", é mais cada um por si.
Na Direita andam todos entretidos no tiro ao boneco e só a espaços se lembram de você, caro leitor e eleitor. Tem de os desculpar ou, pelo contrário, agradecer-lhes. A seu tempo deixarão de falar para Rui Rio e sobre Rui Rio e também eles se vão dedicar a explicar-lhe porque é que o regresso da Direita ao poder depende de você votar no partido A e não no partido B. Pode dar como garantido que o CDS de Assunção Cristas e a Aliança de Santana Lopes vão fazer como o Bloco e o PCP, desdenhando da utilidade do partido maior. Pode haver Esquerda sem PS e Direita sem PSD? Poder, pode, mas não serve para conquistar o poder. Sem esta dicotomia Esquerda/Direita, sobra o bloco central que todos temem e ninguém quer defender.
A força da sua escolha é que permitiu a António Costa acabar com essa coisa do voto útil que existiu em Portugal até 2015. Um voto que se resumia ao PS e ao PSD, para saber quem nomeava o primeiro-ministro, obrigando à criação de alianças formais ou informais. No próximo ano, por exemplo, podem todos dizer que não querem o bloco central, mas se uma larga maioria de vocês votar PS e PSD, sem que seja possível formar uma maioria parlamentar onde não estejam estes dois partidos, que remédio têm eles senão formar o odiado bloco. Está a ver a força que você tem? É uma situação difícil de acontecer, mas é teoricamente possível.
Se você pertence a uma claque, não se iluda. Não é por si que eles já estão em campanha. Se é de Esquerda como quem é do Porto e do Benfica ou se é de Direita como quem é do Sporting e do Braga, conhece bem a homilia. Votará onde sempre votou e, esteja descansado, o seu voto vale tanto como o de quem vai mudar pela enésima vez.
O conselho que é preciso dar a todos os eleitores é que levem a sério a força que tem o voto de cada um. Lembre-se que ele enfraquece quando nos rendemos a slogans e a populismos, quando nos limitamos a seguir a corrente. O que é preciso é que cada um pense no que verdadeiramente quer ver feito, na ideia que tem do que deve ser a sociedade. Com tempo, procure perceber o que tem genuinamente cada partido para lhe dizer sobre o que verdadeiramente lhe importa.
P.S.: "Assim se vê a força do seu voto" era o modo correto de escrever em português o título desta crónica. Só que foi ouvindo Jerónimo de Sousa, na festa do Avante, que me inspirei para a escrever. Nos tempos áureos do Partido Comunista Português, quando nas legislativas os votos eram sempre com dois dígitos e os comunistas governavam meia centena de autarquias, era sempre isto que se ouvia: "Assim se vê a força do PC!".
*JORNALISTA
Nota de RoP: 
O sublinhado do texto é meu.
Na minha opinião, a força do voto é impossível de ver, porque antes de tentar perceber e aceitar a programação de um partido, exijo um compromisso do mesmo que não permita a fuga habitual do que é prometido. Não havendo essa possibilidade, prefiro não contribuir com o meu voto para mais escândalos. 
De resto, subscrevo este artigo.  

09 setembro, 2018

O desporto não pode separar-se da política, faz parte da vida

Hoje em dia é um tanto arriscado por as mãos no fogo pela integridade de alguém, mesmo por aquelas pessoas que desempenham cargos da mais alta responsabilidade. Hoje, ser 1º ministro,Dr. juiz, deputado, ou mesmo médico, já não são garantia de distinção para ninguém, e ainda menos de confiança. Por uma questão de prudência temos de dar tempo ao tempo antes de lhes dedicarmos as honrarias que achamos merecidas. Calma, não nos precipitemos, cuidados e caldos de galinha só nos faz bem, mesmo  admitindo antecipadamente que ninguém é perfeito. A perfeição do chavão existe, a do destinatário não. Contudo, o Homem estará sempre mais perto da perfeição quanto mais íntegro e independente fôr ao longo da sua vida.

A propósito e sem me contradizer do que penso dos políticos de um modo geral, consigo notar algumas raras excepções, que as há.  O Presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Victor  Rodrigues é uma delas. É do partido socialista,mas isso para mim é irrelevante, se fosse de outro partido diria o mesmo. A sua postura não é tudo, mas importa. Diz-me que é, antes de mais um homem de carácter, porque se há autarca que "herdou" uma Câmara cheia de problemas e dívidas foi ele. No entanto, nunca o vi,como é habitual na maioria dos políticos, reclamar grosseiramente com o seu predecessor. Não! Fez legitimamente as apreciações que tinha a fazer, sem nunca ser indelicado. Além disso, teve a coragem política de se ligar a Rui Moreira com quem parece entender-se bem, o que é óptimo para Gaia e para o Porto. -lo, zelando pelos interesses dos cidadãos e da região, enfrentando o próprio partido cuja proposta alegadamente "descentralizadora" não passa da tentativa de usar as câmaras como serviçais do governo sem informar como e quem pagará os custos. 

Rui Moreira e Eduardo V. Rodrigues foram os únicos que se impuseram ao poder central. Isto hoje não é vulgar, sobretudo vindo de um autarca não independente. Mas, lá está, espero e desejo que este exemplo se repita e não seja mais uma decepção. Por aqui se vê que um bom político não espelha a qualidade do grosso dos seus representantes. A maioria, tenho a certeza, não age com a consciência cívica de Eduardo V. Rodrigues, preferem optar pela obediência partidária. No PSD e no CDS, seguem também pela lei da "cartilha" (mas onde é que já ouvi falar disto?).

Agora falo-vos de um caso diferente. José Pacheco Pereira é um ex-deputado do PSD a quem reconheço grande capacidade intelectual, mas não tão probo como às vezes deixa parecer. Desceu na minha consideração a partir do dia em que se atirou com unhas e dentes a Pinto da Costa quando veio a público o caso Apito Dourado. Sempre procurou deixar a ideia de ser alérgico ao futebol, mas nunca o vi tão sensível à marginalidade como com esse ardil montado contra o FCPorto através do seu presidente. Pois, uma vez mais estalou-lhe o verniz. Vejam o programa da SIC Notícias da última 5ª.feira que abordou o caso do escândalo do Benfica onde uma vez mais Pacheco Pereira revelou o ódio que tem ao FCPorto. O tema era o Benfica mas ele não conseguiu deixar de falar primeiramente do Apito Dourado bem à maneira do político comum. Tratou de misturar o caso e-toupeira & Ca. Ilimitada com o FCPorto com o intuito claro de esvaziar a gravidade do caso Benfica. Ele sempre disse que não tem clube, mas as atitudes que tem quando se fala do FCPorto transportam-no precisamente para o mais corrupto de todos, o Benfica... António Lobo Chavier, portista, advogado e simpatizante do CDS, imitou-o curiosamente. Repare o leitor como os partidos políticos se entre-ajudam quando se trata do Benfica e depois falem-me de Estado de Direito...

Podía falar-vos de muitos outros casos que identificam perfeitamente a fragilidade intelectual dos políticos de todos os partidos. Todos. Deixemo-nos de paternalismos com esta gente e digam se estes aspectos da vida nacional alguma vez merecem ser elogiados com justiça:


  • Saúde
  • Educação
  • Comunicação Social (do Estado e Privada)
  • Desemprego (incluída a emigração de jovens com formação superior)
  • Descentralização/Regionalização
  • Transportes públicos (Metro do Porto/CP
  • Centros de Saúde
  • Desporto 
  • Departamentos de Estado Desportivos
  • Reformas
  • Salários (se faltar mais algum desculpem)  
Só os partidos do Governo acham que sim. Ou, quem lhes deve favores não confessados, e isso é fazer batota.