16 novembro, 2018

Que difícil é sentir a democracia em Portugal


Os leitores que por aqui costumam passar sabem que não acredito na autenticidade da democracia portuguesa. Não acredito e estranho de quem acredita.

E se estranho, é porque me faz muita confusão como é que alguém pode acreditar numa democracia que permite aos governantes comportamentos ditatoriais e não disponibiliza a quem é governado  mecanismos simples para se defender.

Uma democracia, que permite, por exemplo, a um organismo estatal - como a RTP - cobrar taxas de audiovisiual a todos os clientes, e ao mesmo tempo discriminar uns para beneficiar outros, não pode ser uma democracia. É um canal de oportunismo, é abuso de poder. Uma forma simples de resolver abusos desta natureza seria indemnizar rapidamente os prejudicados, ou pura e simplesmente punir a RTP retirando a respectiva taxa.  Não fazendo nenhuma destas coisas, é impossível levar a sério  um regime assim.

Não faltam motivos que provam à saciedade o embuste que é a nossa democracia. O triunvirato banca/ futebol/ política foi o seu principal coveiro. Prejudicou tudo, até a relação sadia entre comércio e cliente. Uns, são clientes da NOS, outros da MEO, mas não são tratados da mesma maneira. Um canais, a Sport Tv, por exemplo, protege descaradamente os adeptos do Benfica mas prejudica os do FCPorto. Numa democracia idónea, nem aos canais privados devia ser-lhes permitido assumirem-se independentes quando na prática são facciosos. Não estou a falar de estações de clube, isso é diferente. Mas também não devia permitir a uns clubes a transmissão dos seus jogos no seu próprio canal. Enfim, existe esta dualidade de critérios só possível num país governado por gente sem classe nem integridade. 

Eu prório neste momento, votaria impiedosamente contra o Governo, mas também contra os deputados com lugar no Parlamento! E não posso. Nem o Presidente da República conseguiu passar do patamar da mediocridade, ou fez ouvir a sua voz para exigir rigor e celeridade da Justiça com os processos mafiosos do Benfica. Nem esse merece confiança, porque até ver tem-se limitado a copiar a comunicação cobarde de Lisboa! Por que haveria de votar nesta gente? 

E por que é que já nem falo da FPF, da Liga e do IPDJ? Porque essas são instituições minadas pelo compadrio e pela farsa. São gente menor, com responsabilidades indevidas. Já não me incomodam os árbitros, a não ser como vai ser possível ao FCPorto sobreviver com eles enquanto não forem criteriosamente saneados. Mas não vai ser a Federação nem a Liga quem vai resolver este problema do qual são parte. E a Secretaria de Estado do Desporto muito menos. Falarmos seriamente de democracia num país feito num novelo tão grande e apodrecido, é insultar os países verdadeiramente democráticos. Esses sim, merecem ser respeitados. Não é infelizmente o caso de Portugal.

PS: Afinal, não foi desta feita que consegui encurtar a escrita. Fica para a próxima. 




Portugal, um nome ultrajado pelo poder político



De tão enojado estar com o cheiro a lixo deste país, causado pela vulgaridade da classe política, pela sua absoluta falta de integridade, vou procurar escrever o menos possível, porque isto não vai lá com constatações de factos. Passar o tempo a dizer que o preto é preto, quando a canalhada que está no poder diz o contrário, é chover no molhado. Passarei assim a escrever o essencial.

Pergunto-me qual será a solução encontrada pelo FCPorto caso a escandaleira do Benfica venha a ser poupada pela Justiça! É que, não tenhamos ilusões, se tal acontecer o FCPorto corre o risco de ser destruído. Os bandidos (que é assim que eles se chamam) vivem do banditismo, e se forem protegidos pela Justiça vão continuar a ganhar a vida no mundo do crime, impunemente... Estou mesmo muito curioso por saber como o FCPorto irá sair desta pocilga, visto nunca ter encarado este grave problema com a coragem e determinação necessárias. 



15 novembro, 2018

Um Porto da graxa, é um Porto invertido

Resultado de imagem para Sara Sampaio
Sara Sampaio é portuense (e portista)Júlio
Magalhães preferiu entrevistar Teresa Guilherme...

Sei, mas não consigo compreender, a intenção de Júlio Magalhães de chamar frequentemente ao Porto Canal figuras públicas de Lisboa. A intenção, suponho, é transmitir a ideia que as pessoas do Porto são muito tolerantes e de boa índole. Ou seja, quer cativar Lisboa, o poder central.

Até aqui, compreendo-o. O que já me custa entender é que acredite no reconhecimento sincero dos entrevistados. Na verdade, tornou-se vulgar ouvir os lisboetas tecer loas ao Porto, e à sua gente, mas curiosamente tal só acontece quando têm de cá vir para trabalhar, ou por outro qualquer interesse.

Curiosamente, inibem-se de divulgar essa afeição quando estão num estúdio qualquer de rádio ou tv em Lisboa ou fora do Porto. Aí, esse suposto afecto tende a virar sátira, a transmutar-se em humor cínico, numa humilhação rebuscada, numa inexorável mania de superioridade. 

Às tantas, sou eu que oiço, ou vejo mal. Mas, sinceramente, costumo estar atento as estes detalhes. Por isso, não compreendo tanta bajulação a figuras por demais conhecidas no país e sem grande relevância intelectual. Se há coisa de que os lisboetas não se podem queixar, é de falta de visibilidade.

Têm vários canais de televisão, dominam as estações de rádio, enfim, não lhes falta nada. Até o nível de vida é muito superior a qualquer outra região do país, e contudo, o Porto Canal ocupa demasiado tempo de antena com entrevistas a personagens da capital! Se isto não é um paradoxo, então não sei o que será. Lisboa trata-nos como gente menor, discrimina-nos, e nós agradecemos com convites e propaganda. Bajulação? Subserviência? Inclino-me mais para isto, e não gosto!

Júlio Magalhães só me dá desgostos. É tão inconveniente quanto contraditório. Orgulha-se do Porto Canal por ser o mais descentralizado do país, mas trás aos estúdios as suas figuras mais centralistas! Agora lembrou-se de trazer Teresa Guilherme ao Porto, como se fosse uma diva, uma grande guru da cultura nacional. Lá para Big Brothers tem ela jeito. Culturalmente, não deve haver melhor (segundo a noção de cultura de Júlio Magalhães)... 

Nem da moda soube tirar partido. Sara Sampaio nasceu no Porto (e é portista). É das mais prestigiadas modelos internacionais, a única supermodelo portuguesa a trabalhar para a Victoria's Secret. No entanto, foi a SIC que teve a sagacidade de a entrevistar. Se isto não é perder audiências garantidamente, não sei o que será.  

Se o Porto Canal tem alguma audiência deve-se ao FCPorto, e a uma meia dúzia de bons programas cujo sucesso se deve exclusivamente aos seus protagonistas,  Rui Massena e Joel Cleto (sem prejuízo para outros que já citei há tempos atrás). Mas, pelo que se vê e percebe, a programação piorou e está mais pobre do que antes.

A cereja no topo do bolo, é a ida anunciada de Maria Cerqueira Gomes para Lisboa! Vai, pasme-se, trabalhar com Goucha para essa "categórica" estação de TV chamada TVI . Estação essa, cada vez mais desprestigiada pelos debates desportivos onde prevalecem cartilheiros do tipo Pedro Guerra... Foi esta mesma Maria que um dia ouvi queixar-se de umas betinhas lisboetas que em surdina a criticavam por ser do Porto, que agora vai de malas e bagagens para a capital! Essa mesma Maria que disse há dias ter estado 12 anos à espera desse dia  (JN)!

O amor ao Porto tem destas contradições! 

É assim a vida. Quando Maria surgiu no Porto Canal achei-lhe piada pela sua irreverência, pela forma alegre e sem preconceitos de lidar com as pessoas. Agora, acho que se deixou levar pela onda terrível da ambição. Daí à degeneração intelectual, vai um passo. 

Bem tinha as minhas razões quando aqui mesmo disse, algo assim: "Maria, não mudes, nem te deixes deslumbrar". 



14 novembro, 2018

Prescrição, a fada boa dos corruptos. Benfica, será o próximo?

Moreirense já se safou. Quem será o seguinte?
Acho que sei. 
     CASO MOREIRENSE PRESCREVE

"É julgada extinta a responsabilidade disciplinar dos arguidos do Moreirense Futebol Clube, Manuel Orlando Cunha e Silva e José Williams Silva Mendonça, por prescrição do procedimento disciplinar, consequentemente, é determinado o arquivamento deste processo disciplinar." É desta forma que, segundo o acórdão divulgado pela FPF, fica encerrado o processo n.º 52 de 2012/13, sobre a tentativa de aliciamento a jogadores de outros clubes. À data dos factos, Manuel Orlando - "Alhinho" - e Williams Mendonça, eram vice-presidente do Moreirense e jogador da Naval, respetivamente.

Entendeu o Conselho de Disciplina da FPF que o processo prescreveu, de acordo com o regulamento federativo, a 27 de agosto deste ano, decorridos que estão cinco anos (com interrupções e recomeço de contagem, por culpa das interrupções do próprio processo). "Tendo este processo disciplinar permanecido parado cerca de três anos, por causa não imputável aos arguidos, temos que o prazo prescricional - cinco anos - voltou a correr de dia 27/08/2013 [dia seguinte àquele em que se completaram dois meses da paragem processual]", lê-se no acórdão federativo.
A decisão do CD surgiu após a sentença do Tribunal de Santa Maria da Feira, que a 7 de setembro último condenou o Moreirense a um ano de suspensão nas competições profissionais por quatro crimes de corrupção ativa e Manuel Orlando "Alhinho" a três anos de prisão com pena suspensa, mediante o pagamento de uma multa. O Moreirense recorreu para o Tribunal da Relação.
(de O Jogo)

11 novembro, 2018

E gente séria?


Mas não há mínimos de seriedade? Não. O problema não é só de José Silvano, o ingénuo secretário-geral do PSD que confia a sua password ao mundo parlamentar. Nem de Emília Cerqueira, a colega que inadvertidamente lhe assinou a presença no plenário, acedendo ao computador pela simples razão de precisar de um documento de trabalho.
O problema nem sequer é de José Silvano quando ele, em cima da polémica, assina a presença na Comissão de Transparência, virando costas para ir à sua vida. O problema destas "pequenas questiúnculas", como lhes chama o líder do PSD Rui Rio, é que elas adensam a convicção de que todos os políticos são iguais, usando a entrega pública a que se deviam prestar para afazeres privados que não devem prestar.
O problema é o somatório de casos que envolvem deputados, muitos dos quais ninguém conhece e tantos dos quais não conhecem a região que os elegeu, a começar nas moradas falsas entregues para receber subsídios de deslocação e a acabar nas falsas presenças no Parlamento também para receber subsídios. O problema é todo o Parlamento parecer conviver muito bem interpares com a opacidade, o que é bem revelador da fragilidade da nossa democracia.
Mas o problema é sobretudo de José Silvano quando embaraça o seu líder, cada vez mais mergulhado na lama de ética em que o partido o afunda. E de um líder que não percebe que é em português que o tem de dispensar, por muito que o acosso a que uma parte dos sociais-democratas o vota o force a falar em alemão.
O que todos queremos perceber é se o Rui Rio dos tais banhos de ética de 2018 é o mesmo do rigor germânico quando presidia à Câmara do Porto. Porque não parece. E não basta ser.
DIRETOR