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Nota de RoP: Apesar do eventual humor, tal é a ausência de sentido ético do cartonista que
coloca em segundo plano mais uma das habituais barbaridades cometidas por benfiquistas...
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Ainda há 3 dias publiquei o artigo anterior, da autoria de Paulo Baldaia por considerá-lo interessante para os cidadãos. O autor, também jornalista, limitou-se a chamar a atenção aos mais distraídos para a realidade actual do país e para os perigos que o populismo comporta. Por isso, e por mais paradoxal que pareça, custa-me generalizar a péssima opinião que tenho de um grande número de colegas seus (talvez a maioria). Mas, a culpa não é minha, porque se são mais os que desprezo do que os que admiro, é porque muito mal têm feito ao país leitor.
Vejamos agora como termina
este artigo de Manuel Molinos (do JN) sobre o mesmo tema (o populismo):
"Na verdade, o futuro do país pertence ao povo e, recorde-se, há um número importante de portugueses que dão sempre a maioria à abstenção em todas as eleições. São estes leitores que podem, à força de uma mensagem populista, sair do conforto do sofá e fazer com que aquilo que parecia impossível volte a acontecer".
Ora, o senhor Manuel Moinhos parece pertencer ao clube dos seguidistas que diabolizam os abstencionistas, em vez de se interrogarem se não são os que têm votado irresponsavelmente quem oferecem o poder aos que não o merecem! É que eu próprio sou um desses abstencionistas, e vou continuar a ser. Sabem porquê? Por duas razões. Primeiro porque não quero meter um voto numa urna para um partido que não me dá garantias. Por outro porque não acredito na seriedade da classe política. Votar por fézada, não é comigo. Quero projectos sérios, equilibrados, sensatos, justos. Não alinho em promessas. Os partidos políticos só nos dão promessas, nunca cumprem o essencial, que é melhorar progressiva e factualmente a qualidade de vida da população.
Imaginem como exemplo a seguinte alegoria - que nada tem de disparatada, embora pareça - , se pensarem bem. Imaginem um tipo carente de uns dinheiros que se dirige ao Banco para pedir crédito oferecendo como garantia a sua própria integridade pessoal. Normalmente a resposta do credor é sempre a mesma. Não só não confia na palavra de honra de quem pede emprestado e promete pagar, como lhe exige como única alternativa um valor pecuniário correspondente ao que foi pedido, chamado fiador.
Faz sentido, não faz? Agora pergunto: será que é menos arriscado apostar nas promessas dos partidos que na seriedade de um homem honrado? Haja sensatez, os que votam acham mesmo que é por preguiça ou desinteresse que há cada vez mais abstencionistas? Acham mesmo? Não, é tão só porque não têm como confiar nos políticos.
Será preciso explicar porquê? Será mesmo preciso? Votos em branco? Então já nos esquecemos da quantidade de políticos a contas com a Justiça? Não conhecem as causas e quantos? Terei de lembrar a vocação de alguns para o homicídio? Se quiserem ainda posso dar um jeito para os devolver à cadeia.
Se não sabem a resposta continuem a votar que lhes fica muito bem, mas aguentem as consequências.