12 outubro, 2019

Ai,ai, Rui Pinto, porque vieste tu perturbar a geringonça dos poderosos*



Rui Pinto diz ter provas de desvio de 600 milhões de euros no BES
Rui Pinto diz ter provas de desvio
de 600 milhões euros no BES
"É o mesmo Ministério Público que se recusa a investigar as minhas denúncias", disse Rui Pinto na conta do Twitte "Não é normal, que, num estado de direito, superiores hierárquicos condicionem a fluidez de um inquérito e prejudiquem a investigação apenas para não incomodar certas personalidades", escreveu na conta do Twitter.

Rui Pinto, colaborador do Football Leaks, foi acusado pelo Ministério Público de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, sete deles agravados, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão.
Além dos acessos ilegais aos servidores do Sporting e da Doyen Sports, fundo de investimento alvo da tentativa de extorsão, a acusação agora deduzida também abrange crimes envolvendo outros organismos.

*Se Raul Solnado fosse vivo (e não estivesse proibido de falar), diria:
estávamos nós a gamar muito quentinhos, quando aparece um gajo chamado Rui Pinto...

Ah! Não relevem os dois últimos parágrafos, que não passam da comissão devida dos media ao regime. Convém sempre juntar ao nome de Rui Pinto o apelido de pirata. Aqueles que ele denunciou, são uns santos, claro. 

10 outubro, 2019

Já chega de calimerice, porra!

Fernando Gomes

Fernando Gomes, administrador da SAD do FC Porto, refere que não gostaria de ver a sociedade azul e branca na situação presente do Sporting

A SAD do FC Porto anunciou esta quinta-feira um resultado líquido positivo de quase 10 milhões de euros, o que contrasta com o resultado negativo de pouco mais de 28 milhões de euros apresentado no exercício passado. Apresentados, os números, Fernando Gomes, administrador da SAD do FC Porto, aceitou comentar a situação financeira do Sporting, designadamente o acordo alcançado com a banca para a reestruturação financeira, anunciado na noite de quarta-feira.
"Não queria estar na situação financeira do Sporting e, felizmente, não estamos; estamos tranquilos. Que eles façam tudo o que for possível para resolver rapidamente a sua situação, mas é evidente que o Sporting está a ser beneficiado com um conjunto de apoios, dada a sua dificílima situação, que não são permitidos aos outros clubes. Isso é evidente.", concluiu.

Questionado, a fechar, sobre os custos do pessoal apresentados pela SAD do FC Porto, Fernando Gomes apontou no sentido de que continuará a figurar entre os 80 milhões de euros. "Os custos vão manter-se por aí. Se houver agravamento, será por boa razão desportiva, será sinal que pagaremos prémios aos jogadores. Nesse sentido, até esperamos que venha a agravar-se".
Nota de RoP:

Declarações deste calibre, revelam bem a facilidade com que o FCPorto se habituou ao conformismo com as ilegalidades impunemente praticadas a favor da concorrência. 

Fernando Gomes, foi político do PS, antes de fazer parte da SAD portista, o que torna ainda mais inaceitável "chorar", em vez de refutar radicalmente os benefícios atribuídos ao Sporting. Isto para mim, é incompreensível. Há no FCPorto uma aceitação implícita pela condição de vítima, que não condiz em nada com o "contra tudo e contra todos". Talvez seja mais coerente optar por uma treta assim: "A favor de todos, e contra nós"! Não seria  mais coerente?

Consta mesmo que Fernando Gomes já foi Sportinguista. Eu não sei se é verdade, mas que bate a bota com a perdigota, bate. Os calimeros gostam de chorar, mas o que é grave, é que nem todos são sportinguistas...

09 outubro, 2019

Francisco J. Marques denuncia, mas o alvo está errado

Francisco  J. Marques alimenta a Federação com multas
ao FCPorto que deviam ser aplicadas à própria Federação

"O que temos visto é uma subserviência [de Luciano Gonçalves] às posições do Benfica e uma extrema agressividade às posições de outros clubes, particularmente às posições do F. C. Porto. Quando o Benfica critica a atuação de um árbitro, das duas uma: ou o senhor Luciano Gonçalves não surge a reclamar ou, se fala, vem com paninhos quentes, quase que a assumir a legitimidade da crítica desde que ela seja educada", começou por afirmar Francisco J. Marques, esta terça-feira, no Porto Canal.

E prosseguiu no mesmo tom: "O caso mais recente foi a ausência de defesa do árbitro Tiago Martins, ferozmente atacado pelo Benfica, de uma forma que não há memória na história do futebol português. É um clube a dizer que um árbitro está a mentir. Já vimos dirigentes dos mais variados clubes a reclamarem contra o trabalho do árbitro, ninguém está inocente nisso, mas nunca tínhamos visto um clube a pôr em causa a idoneidade do árbitro, acusando-o de falsificar um relatório. Foi isso que o Benfica fez. Uma acusação excepcional deveria merecer também, do presidente da APAF, uma defesa excepcional do árbitro Tiago Martins. E o que aconteceu? Publicamente nada".

Numa recente entrevista ao jornal "O Jogo", na resposta a uma questão sobre os ataques que Francisco J. Marques lhe tem feito, Luciano Gonçalves garantiu que o Benfica também já o acusou de defender os interesses do F. C. Porto. O diretor portista não deixou de comentar essa afirmação do presidente da APAF.

"Deve ter sido uma acusação em privado, porque se formos à internet não encontramos nada. O Benfica não acusa nem pode acusar o Luciano Gonçalves, porque o senhor Luciano Gonçalves tem feito sempre a defesa certinha do Benfica, até neste caso em que o Tiago Martins é protagonista involuntário, porque leva com uma moeda e o Benfica acusa-o de mentir", devolveu J. Marques.

Por fim, sobre o facto de Luciano Gonçalves se ter mostrado arrependido, na mesma entrevista, de ter pedido bilhetes ao Benfica, Francisco J. Marques reagiu assim: "Eu não sei se não é por causa de tudo isto que tem este comportamento, não sei se está refém de todas as ofertas que o Benfica em tempos lhe fez. Agora vem assumir a culpa, a dizer que agora não o faria. Falta aqui a consequência. Em qualquer país decente, a consequência só poderia ser a demissão. Há dois anos e meio, que na minha opinião, o senhor Luciano Gonçalves está a mais na APAF. Está ferido de morte".
Nota de RoP: 

Digam o que disserem, para mim, os argumentos de Francisco J. Marques, perdem a força da autenticidade que de facto têm, por  ficarem cingidos a uma mera divulgação pública. É que, não se trata de divulgar uma opinião incómoda sobre o visado - no caso em apreço, o presidente da APAF -,   trata-se de denunciar comportamentos contrários à lei, perpetrados por quem a devia cumprir, e isso justifica toda a contestação. Além de causarem imensos prejuízos ao FCPorto. Num país decente, este indivíduo já teria sido demitido.  

Não ousando dar o passo que falta, que é desafiar o Governo a cumprir com os seus deveres, a denúncia acaba por ser ignorada, e os visados agradecem. A autonomia dos orgãos de disciplina do desporto não podem superintender o Estado, principalmente quando são parciais ou incompetentes. Quem representa o Estado é o Governo, e em última instância o Presidente da República.

08 outubro, 2019

Ex-juíza francesa critica justiça portuguesa por causa de Rui Pinto

Ex-juíza ataca Portugal por ter detido Rui Pinto. "Um péssimo passo"
Eva Joly diz que Portugal tem o sistema judicial à moda antiga

Portugal não está a fazer nada para combater a corrupção no futebol

Eva Joly, ex-juíza de instrução que chegou a candidatar-se à presidência francesa em 2012, falou sobre este caso num comentário assinado no jornal norueguês VG, com o título “O que Portugal está a fazer para combater a corrupção no futebol?”, e criticou a atuação da justiça portuguesa no que toca a este processo, referindo mesmo que a legislação lusa "devia ser atualizada".
"Numa altura em que a União Europeia adotou uma diretiva com vista à melhoria da proteção de 'whistleblowers', Portugal está a tomar a direção errada ao tratar Rui Pinto desta forma. Enquanto Rui Pinto está na prisão em Portugal, procuradores de nove países (incluindo França, Bélgica, Espanha, Holanda e Inglaterra) abriram investigações baseadas nas revelações do Football Leaks", escreveu a antiga magistrada.
A antiga magistrada francesa destaca que o Football Leaks permitiu descobrir práticas suspeitas no desporto-rei, com interesse público, que "foram investigadas por grandes meios de comunicação social europeus, incluindo o Der Spiegel, Mediapart, El Mundo, Expresse, Le Soir, Falter, NRC, Política, The Sunday Times, Reuters e aquele jornal norueguês, também de grande dimensão.
Eva Joly detalha ainda que Rui Pinto colaborou ativamente, por exemplo, com o Ministério Público Nacional de França, que até lhe deu oportunidade de se "candidatar ao programa de proteção a testemunhas". Aliás, a "Signals Network, uma organização sem fins lucrativos que apoia denunciantes, incluindo Rui Pinto, estima que 35 milhões de euros em multas já foram aplicadas a infratores graças às informações reveladas pela Football Leaks".
"É um facto que a cooperação de Rui Pinto com os procuradores estrangeiros parou desde que foi preso em Portugal. A detenção atrasa o trabalho que outros países estão a fazer na luta contra a corrupção no futebol", acrescenta Joly, antes de 'atacar' a justiça portuguesa.
"O que é que Portugal está a fazer para combater a corrupção na indústria do futebol? Nada? Portugal está a investigar a corrupção revelada através do Football Leaks? A resposta curta é não. As autoridades portuguesas sublinham que não pdoem usar as revelações do Football Leaks, uma vez que consideram terem sido obtidas ilegalmente. Quando o enquadramento legal não é suficientemente bom para combater a corrupção, é hora de Portugal pensar se a legislação não deveria ser alterada. É hora de Portugal se desenvolver", assevera a ex-juíza, antes de concluir.
"Portugal devia atualizar a sua legislação para que consiga combater a corrupção no futebol de forma eficaz. Caso contrário, Portugal só será visto como um país com um sistema legal ultrapassado, que protege os poderosos e os corruptos e prende os que escolhem falar."

Nota de RoP:

O sistema judicial português é pidesco. Uma humilhação. Haverá dúvidas? Então, e os novos partidos, não têm nada a dizer sobre esta pouca vergonha? E a comunicação social? Os eleitores "bem comportados", estarão de consciência tranquila?

Votem, votem imberbes!

Algumas das causas do abstencionismo

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A página Correio do Leitor é talvez o melhor que se aproveita do Jornal de Notícias. Desse ponto de vista, evoluiu. Os cidadãos estão hoje bem mais atentos à demagogia e às constantes contradições dos governantes, e já não vão em cantigas. Ainda não são suficientes para que os destinatários ganhem juízo, mas só assim nos respeitam. Ninguém gosta de pôr o seu emprego em risco... 

Duvido, por isso, que este leitor pertença ao clube dos votantes.


07 outubro, 2019

Eleições e abstenções...


Se juntarmos aos 45,5% de abstenções deste ano os parcos 2,54%  de votos em branco, concluímos que 48,04% de potenciais eleitores recusaram-se a votar. Com uma pequena diferença: os votos em branco não dão grandes garantias de impossibilitar a adulteração. A inexistência dos votos dos abstencionistas, não garantem absolutamente, mas refreiam essa possibilidade. 

Em 2015, contaram-se 2,09% de votos em branco, e 43,00% de abstencionistas, o que totaliza 45,09% de eleitores zangados com os políticos... Para além disso, concluiu-se mais uma vez, que ainda há muitos portugueses descrentes da credibilidade desta democracia.

Há quem ache muita gracinha a este despontar de novos partidos, e vá a correr às urnas, oferecer-lhes o voto. "Gostei" particularmente dos resultados do CHEGA, que lá conseguiu garantir o "tachinho" ao seu principal representante: o honorável André Ventura...   

O mais curioso, no meio disto tudo, e com tantos meios de comunicação, não houve um único que se lembrasse de questionar os vários candidatos se tinham alguma ideia das causas que motivam tanta abstenção a tantos portugueses. Se os políticos se deixassem de corporativismos, se em vez de ameaçarem esses cidadãos com a obrigatoriedade do voto, pensassem um pouco até admitirem que a hipótese para tanto desprendimento pode dever-se simplesmente à perda de confiança no regime, ou nos próprios políticos, talvez começassem a inspirar alguma confiança. Assim, é que não vão lá.

Em suma, pela minha parte, só acreditarei num partido disposto a responsabilizar-se seriamente dos compromissos com os eleitores. Mas, não bastará limitar o compromisso de honra ao tradicional pousar de mão no papel (do honro, e honrarei) para fazer valer a palavra, porque já é tempo de entenderem que hoje a cerimónia  pouco ou nada vale. Se fôr necessário explicar porquê, estou à disposição dos ingénuos. Até faço um desenho, se  preciso fôr.

PS-Eu sei que anda por aí muita gente com carências oculares, e auditivas. Coitados, como os compreendo. O SNS  que o diga.


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06 outubro, 2019

Foi o Porto Canal que contagiou o FCPorto, ou o contrário?

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Por onde andas, Susana, que ninguém sabe de ti?

Se alguém ainda tiver dúvidas da incompetência instalada no universo portista, que tire o cavalinho da chuva, se não quiser acumular decepções. Não duvidem que lamento muito ter de o reconhecer, mas é uma realidade. 

Para não ser injusto, mal grado  os factos, cabe-me prestar justiça a todos os responsáveis pelas modalidades, como o Andebol, e o Hóquei em Patins, que tão bons resultados conseguiram nos últimos anos. Têm sido fantásticos, comparados com a trapalhada que paira no futebol sénior. E não apenas. A equipa B, está de rastos, e o Rui Barros não tem culpa de não conseguir ser tão bom treinador como foi jogador, a culpa é de quem persiste em mantê-lo no cargo. Ponto. 

A propósito, ficamos sem saber o que terá levado Mário Silva a deixar o FCPorto, depois de ter conseguido tão bons resultados na formação. Enfim, parafraseando Bernardino Barros, é "normal"... Se há coisa em que o FCPorto falha, além do futebol, é a comunicação. Uma pobreza. Às vezes, a nossa obsessão pelo futebol (o FCPorto é um clube de futebol), leva-nos a esquecer que o nosso clube é proprietário maioritário do Porto Canal, e não devia, porque é, antes de tudo, um negócio, e como negócio, tudo aponta para andar perto do fracasso.

Vamos lá ver. Como é possível sermos optimistas se os únicos sinais que conseguimos captar do Porto Canal apontam para o fracasso, quiçá, para a falência? Permitam que me repita, porque é imperioso questionar isto de novo: nos media, é, ou não é, uma vantagem chegar ao público antes da concorrência? Então, como se compreende que uma estação de tv, em vez de variar e intensificar os noticiários, os reduza? Passa de cavalo para burro, atrasando o noticiário das 20 para as 21H00 horas, apenas para transmitir informação corriqueira do tipo faca e alguidar?

As repetições enfadonhas de entrevistas, e de programas antigos, continuam a aumentar, os (e as) colaboradores tanto desaparecem como passado algum tempo regressam, e outros somem de vez, sem que haja dada a mínima explicação.  Lembram-se da Susana Cunha? Uma das pioneiras do Porto Canal, jornalista polivalente, capaz, e grande portista?  E que dizer do rigor da informação? Não dá para acreditar que haja supervisão por ali! Os (ou as) cameraman(s) cometem erros de palmatória com frequência, desviam as imagens dos objectivos principais, e são apanhados a oscilar abruptamente a camera para um lado e para outro, não raras vezes, o que traduz uma inexistente liderança.   

Lamento que alguns dos poucos (mas bons) programas, acabem por desaparecer, por não inspirarem confiança aos protagonistas, ou mesmo por acabarem por ser cobiçados pela concorrência, tal é o marasmo a que se chegou. É miserável! Ainda há dias andaram a publicitar o regresso do programa dominical "A falar é que a gente se entende", e subitamente deixaram de o fazer! Ninguém percebe o que aquela gente  quer !

Será um efeito colateral do FCPorto da actualidade? Os patrões são quase os mesmos. 

Off the record:

hoje, é dia de ir a votos. É dia de os portugueses brincarem à democracia, isto é, fingirem que acreditam no que  o substantivo significa:  sistema político em que o poder emana do conjunto dos cidadãos.

Ora, que poder terá um cidadão impossibilitado de votar, por não dispôr no quadro partidário de candidatos, um único partido capaz de lhe garantir o que ele mais precisa num hipotético governo, que é tão simples como competência, e sobretudo honra? 

Competência desleal é incompetência. E honra, é respeitar, não é? Depois, há que cumprir, não será? Caros, se nem a Lei se cumpre em Portugal, como podemos esperar essa integridade dos partidos políticos? Já é tempo de nos deixarmos de fantasiar com assuntos sérios.