17 maio, 2008

RELAÇÃO DE MARCAS DE LIXO TÓXICO













Portuenses! Não sejam masoquistas, não gastem o vosso dinheiro nestes pasquins.
Isto sim,é alienação e banditismo. A procuradoria não quer ver, ler e ouvir. É cúmplice!
Transmitam esta mensagem ao maior número possível de pessoas.
A bem da nossa cidade!

Estranha-se e depois repugna

Director
A Coca Cola teve em tempos uma publicidade em que se dizia mais ou menos isto "Primeiro estranha-se, depois entranha-se"- uma bela frase da autoria de Fernando Pessoa. Lembrei-me disto quando ontem lia duas notícias de capa de jornais de Lisboa. Numa delas, na linha do que vem sendo hábito, o Benfica atirava o F.C. Porto para fora da Europa do futebol.

Na outra notícia, avançavam-se mais uns pormenores do chamado Apito Dourado.Ao princípio estranha-se. Estranha-se que alguém ache possível passar consecutivamente a mensagem de que a corrupção atingiu todos os passos dados pelo F.C. Porto. Estranha-se ainda mais quando vem um jurista defender a possibilidade de uma justiça retroactiva, impossível à luz de qualquer princípio do Direito. Estranha-se que coisas destas sejam utilizadas para intoxicar, para torcer a realidade, para criar um clima.
Nem a maioria dos seis milhões de benfiquistas acreditará serem possíveis tais coisas. É por isso que, depois se estranhar, não se entranha. Repugna.
No outro caso, o que se estranha é uma colagem notícias com origem na mesma pessoa são preferencialmente publicadas no mesmo jornal. Não se estranha que as coisas vão sempre no mesmo sentido, pois o objectivo é consolidar a acusação. O que se estranha é que já nem a fonte sinta a necessidade de diversificar os meios que utiliza para a divulgação. Começa-se por estranhar e acaba por também repugnar tamanho à vontade.
Quem julgar que tudo isto é apenas futebol, desengane-se. É bem mais do que isso.
Tal como eu tenho vindo a alertar, também José leite Pereira, no seu estilo discreto, vem afirmar que o que se está a passar é bem mais do que futebol.Mas está na hora de começar a reagir e começar a fazer pagar todos aqueles que de um modo ou de outro potenciam e beneficiam desta vaga de portofobia em curso. A começar, por exemplo, pela empresa detentora de um dos
pasquins que mais se tem notabilizado pelo ódio que nutre à cidade do Porto. Por estranho que pareça, essa empresa, a COFINA, tem até sede nesta cidade. Julgo que é chegada a hora de sentirem na carteira a nossa repugnância. Todos os produtos desta empresa renegada devem ser boicotados pelos portuenses. São eles:AutoMotor Correio da Manhã Destak Máxima Máxima Interiores JNegócios PCGuia Record Rotas & Destinos Semana Informática
Publicada por António Alves
Como não podia deixar de ser, subscrevo o comentário de António Alves. O que ele sugere - sem presunção - eu já faço há muitos anos e só vou a Lisboa quando não posso mesmo evitá-lo (o que não é muito difícil).
Mesmo assim, creio que já não ponho lá os pés há pelo menos uns 12 anos. Mas para que a sua proposta resulte, é preciso que os portuenses não gastem sequer um cêntimo na compra destes pasquins símbolos da fase mais negra do pós 25 de Abril. Uma vergônha!

Comentário sério de um anónimo não portista

Pela seriedade do comentário ao post "Maldito futebol", de um ilustre anónimo merecíamos a honra de conhecer o seu nome. Não há por aí muita gente assim...
Eu não sou portista, mas tal facto não me impede de encarar os factos com seriedade e de os tratar como tal; factos e não convicções. Presentemente tenho que confessar que já não consigo calar a minha revolta e estupefacção pelo momento que atravessa Portugal.
Assistimos, neste momento, ao assassinato social de uma personagem pública, em absoluto frenesim mediático e perante o gozo, finalmente alforrio, de três quartos do país. Pinto da Costa é o seu nome e atrás dele arrasta-se pelo chão o nome do clube a que ele preside – o Futebol Clube do Porto.
Na entrega dos Globos de Ouro, onde o Jesualdo Ferreira recebeu o galardão de treinador do ano, as vaias e apupos que se ergueram só não foram mais explícitas na transmissão televisiva por causa das palmas pré-gravadas; esta reacção fez-me corar de vergonha como se tivesse sido eu o alvo. Perante a audiência das elites mediáticas sufragou-se o nojo do país por tal clube e presidente.
No dia seguinte a um outro espectáculo mediático, este o da leitura da sentença da Liga de Clubes, publicaram-se notícias sobre a perda de sigilo bancário de Pinto da Costa em relação a contas de empresas suas, vítimas de denúncias de Carolina Salgado. Quando o inimigo cai no lodo não se deve cometer o erro estratégico de o deixar levantar; as solas das botas servem para alguma coisa.
Mas afinal qual a causa que levou, finalmente, à condenação, não dos tribunais – que estes são o que sabemos – mas em sede da opinião publica (desportiva?), do homem por causa de quem foi formada a segunda equipa especial de investigação do Ministério Público em toda a história da terceira república em Portugal. Antes desta só uma foi criada e foi-o para investigar um outro fenómeno de "proporções equivalentes": as FP 25 de Abril.
O que está aqui em causa não é se ele é corrupto ou não. Eu disso não sei e se o for não sei se é muito diferente dos que o perseguem, inclusive dos que dirigem o meu clube. O que está aqui em causa são duas acusações específicas, ocorridas numa determinada data, envolvendo determinadas pessoas. Acusações que são o corolário de anos de investigação por parte da mais cara e mais "independente" equipa de investigação em Portugal e que continuamos a pagar como se não houvesse problemas mais graves a resolver neste pais. Por mais que alguns queiram, não se trata de absolutamente mais nada.
Todos os que comentam este caso confessam, em privado ou na televisão, o seu desconhecimento do processo, mas no entanto louvam a coragem da condenação. Como é possível? Que estado de loucura é que nos atingiu?
De certeza que não é por causa das escutas telefónicas que Pinto da Costa será condenado, porque se for, não se compreende por que é que as escutas que mostram Luís Filipe Vieira, João Rodrigues e Veiga a escolher árbitro e pedir favores, e que foram publicados nos mesmos jornais, não deram origem a processos.
De certeza que não é por causa do testemunho de Carolina, porque em qualquer parte do mundo ela não seria considerada uma testemunha credível. Não por causa do seu passado de alterne, mas porque é uma companheira desavinda e com pronunciada e notória intenção de denegrir o antigo companheiro. Para além disso nunca conseguiu apresentar qualquer prova do que afirmou, exibindo apenas testemunhos contraditórios. E testemunhos valem o que valem. Todos podemos dizer mal ou bem de quem nos apetecer.
Pinto da Costa é condenado porque existe uma generalizada convicção de culpa. De que é corrupto e que arquitecta os resultados do clube a que preside à mais de vinte e cinco anos e que portanto este não os merece e que lhes deviam ser retirados. Esta convicção continua a ser uma convicção e não uma certeza, depois do falhanço da toda-poderosa equipa de Morgado em apurar factos novos e emancipados da Carolina. Neste momento a equipa da eminente magistrada investiga transferências de jogadores do FCP e mais recentemente empresas de Pinto da Costa para apurar fugas ao fisco. Tudo com base nas informações de Carolina. Já não se trata de futebol. É a procura de um ponto fraco, do calcanhar de Aquiles. Trata-se de um inimigo que urge abater a qualquer custo. Se doer melhor. Eu nisto não me revejo.
E quem possui, então, esta convicção tão forte que até se confunde com uma certeza? Esta convicção que desmobiliza qualquer interesse sobre aspectos legais ou morais e apenas direcciona para o pelourinho. Os adeptos do Porto não a têm, claro. Têm-na os adeptos dos seus dois clubes realmente rivais, os quais constituem perto de três quartos dos adeptos em Portugal.
E como é possível que massas tão colossais de pessoas tenham crenças tão parecidas ou tão diferentes?
A explicação não me parece difícil. Todos se lembram do campeonato ganho pelo Sporting em 1999/2000? Pois o Sporting chegou ao último jogo com dois pontos de vantagem sobre o Porto, depois de o segundo ter sido "roubado" de uma forma – mesmo eu tenho que admitir - inacreditável, por Bruno Paixão em Campomaior. Os meus amigos portistas ficaram cabalmente convencidos da corrupção desse campeonato que lhes roubou o "Hexa".
No ano seguinte o mundo do futebol escandalizou-se com a benevolência com que o "sistema" permitiu ao Boavista molhar a sopa em praticamente todos os relvados do país, deixando uma esteira de mortos e feridos nas fileiras adversárias.
Em 2001/2002 o Sporting ganhou um campeonato em que os adeptos contrários se indignaram com o número de jogos resolvidos com penaltis. As suspeitas foram como de costume descomunais.
Em 2004/2005 o Benfica arrecadou um campeonato invulgar, pisando com pezinhos de lã o que se convencionou chamar de "passadeira vermelha". Mais uma vez foi grande e generalizada a revolta e a suspeita.
Ora, este curto parágrafo contém a descrição de todas os campeonatos ganhos por equipas adversárias do Porto desde 1994 e isto é que constitui o cerne do problema. Basta aplicar a fórmula explicada em cima para se perceber o porquê do ódio ao Porto e da convicção, por parte dos adversários, da sua culpa e da do seu presidente que tem permanecido o mesmo.
Neste país ninguém ganha por merecimento. Tudo ganha na batota. Ganhasse o Porto dois campeonatos por década e era um clube simpático e o presidente um tipo culto que até declama poesia, passe a pronúncia.
É claro que existe corrupção no futebol. Ninguém é ingénuo. No futebol e na politica, nas modalidades amadoras e sociedades recreativas. A corrupção existe onde existem interesses. Nas mesas de café, por entre cervejas e tremoços, os amigos e conhecidos repartem amigavelmente estas histórias e convencimentos, riem-se do golo que marcaram com a mão e ofendem-se com a vista grossa feita à bola que bateu em pelo menos 15% do ombro e portanto deveria ser penalti.
Falta apenas o catalisador de todas estas energias, positivas e negativas e o catalisador são os media. No momento em que escrevo este texto não sei quantas pessoas o vão ler, mas se o fizer na televisão sei que vai ser escutado por milhões. Os dirigentes dos clubes que não ganham o suficiente, ou então velhas comadres desavindas, extravasam os seus ódios e dissimulações nos meios de comunicação e catalisam todas as frustrações dos adeptos que conduzem da mesma forma que os políticos gerem os povos nos comícios e mesas de voto.
Temo que o processo tenha ido longe demais e apenas a justiça civil tenha oportunidade de repor o estado de direito que permanece na aparência mas que foi suspenso de facto. Nesta sociedade, quem acusa tem que provar, não o contrário. Nesta sociedade, perante a justiça, causas iguais originam processos iguais. Não pode haver descriminação. Não pode haver perseguição.
Aquilo que está aqui em causa é apenas demonstrar se os dois acontecimentos de que Pinto da Costa é acusado são provados ou não. O resto é política, mediatismo ou clubite.
Quando a chacina de uma pessoa por causa de campeonatos ou outra coisa tão mesquinha como esta, é permitida - gostemos da pessoa ou não da pessoa, e eu não gosto - mais vale passarmos mudarmos de vida. No fim, o trago será sempre amargo. Assim não vale a pena.

# autor desconhecido
17 de Maio de 2008 14:12

O Portugal em que vivemos hoje

Uma adolescente de 16 anos pode fazer livremente um aborto mas não pode por um piercing.
Um cônjuge para se divorciar, basta pedir; Um empregador para despedir um trabalhador que o agrediu precisa de uma sentença judicial que demora 5 anos a sair. Na escola um professor é agredido por um aluno.
O professor nada pode fazer, porque a sua progressão na carreira está dependente da nota que dá ao seu aluno. Um jovem de 18 anos recebe €200 do Estado para não trabalhar; um idoso recebe de reforma €236 depois de toda uma vida do trabalho.
Um marido oferece um anel à mulher e tem de declarar a doação ao fisco. O mesmo fisco penhora indevidamente o salário de um trabalhador e demora 3 anos a corrigir o erro. O Estado que gasta 6 mil milhões de euros no novo Aeroporto recusa-se a baixar impostos porque não tem dinheiro. Nas zonas mais problemáticas das áreas urbanas existe 1 polícia para cada 2.000 habitantes; cada Ministro tem 4 polícias guarda-costas; o Governo diz que não precisa de mais polícias.

Numa empreitada pública, os trabalhadores são todos imigrantes ilegais que recebem abaixo do salário mínimo e o Estado não fiscaliza. Num café, o proprietário vê o seu estabelecimento ser encerrado só porque não tinha uma placa a dizer que é proibido fumar. Um cão ataca uma criança e o Governo faz uma lei.
Um professor é sovado por um aluno e o Governo diz que a culpa é de causas sociais. O IVA de um preservativo é 5%. O IVA de uma cadeirinha de automóvel, obrigatória para quem tem filhos até aos 12 anos, é 21%. Numa entrevista à televisão, o Primeiro-Ministro define a Política como 'A Arte de aprender a viver com a decepção'. Estaremos, como Portugueses, condenados a aprender a viver com este Primeiro-Ministro?

Renato Oliveira

16 maio, 2008

Multar ou Caçar Multas?

Declaração de interesses. Há umas semanas atrás, fui apanhado à vertiginosa velocidade de setenta e tal km/hora, na Circunvalação, a meio da manhã de um dia útil, em zona sem tráfego significativo, sem peões a circular, sem ruas transversais ou saídas de prédios. Paguei uma multa exagerada e arrisco-me a ficar sem carta de condução por um período de 1 a 12 meses.

Hoje, há bocado, lá continuava a prestimosa corporação, na mesma Circunvalação e praticamente no mesmo local, a caçar incautos.

Não tenho nada contra a PSP, pelo contrário. Também não alinho naquela vulgarizada opinião de que toda e qualquer coima por infracção rodoviária, ou de outra natureza, é uma "caça à multa". Simplesmente é verdade que a caçã à multa existe e este é um desses casos. Pergunto em que é que a segurança da circulação rodoviária, isto é a segurança de bens e pessoas, melhora pelo facto de se "caçarem" condutores apanhados a circular, naquela quase auto-estrada, a 70 ou 80 Km/h. Pergunto também se esta atitude da PSP contribui para o prestigio da corporação.

Em contra-partida, precisamente também hoje, eu e muitos outros condutores ficamos parados na faixa descente da Av.da Boavista, por duas vezes, ambas nas cercanias de dois estabelecimentos de ensino, e isto porque as pressurosas mães que vão buscar as suas criancinhas às referidas escolas, param e esperam por elas em plena faixa de circulação, muitas vezes fechando-a totalmente. As buzinadelas são o único recurso de que os "engarrafados" dispõem, mas revelaram-se de pouco efeito. Enquanto esperava que a condutora dum flamejante Mercedes (nada contra!) resolvesse acabar por encostar à direita ( em segunda fila, claro) assim desentupindo a avenida, pensei se os polícias entretidos a multar gente na Circunvalação, não seriam melhor empregues naquele local, a impedir que pessoas provavelmente com muito dinheiro mas com pouco civismo ou pouca inteligência, complicassem a vida dos outros. Será tão difícil as chefias da PSP perceberem isso?

Peço desculpa pela falta de originalidade deste post, mas é a forma que encontrei de aliviar a minha indignação.

p.s. Depois de se saber que a ASAE impõe aos seus funcionários quotas de multas e quejandos, estou a admirar-me de quê?

Maldito futebol

Se era suposto eu escrever alguma coisa sobre este filme do "Apito final", aqui fica.
Em Portugal, é comum ser adepto de futebol, e essa é uma condição que tolhe a racionalidade. Em Portugal, que tem, cada vez mais, um só centro de decisão, os cordelinhos são maioritariamente movidos por gente que, mais do que nas virtudes da pátria ou no milagre de Fátima, acredita nas propriedades patogénicas do presidente do F. C. Porto. Ou seja, como os que mandam e julgam, regra geral, odeiam mais o Pinto da Costa do que amam as próprias mães, é impossível que haja equilíbrio. Adeptos que são - e essa é a camisola que mais custa a despir -, agem como tal, mesmo que escondidos atrás do diáfano manto da incorruptibilidade.
P.S. - E mais, não posso deixar de dizer mal desse "Lone Ranger" fanhoso que encheu os programas televisivos, dizendo que é bom todos os dias e que, fizesse ele as leis, mais implacável e justiceiro seria.
Pedro Olavo Simões
(jornalista)

O meu comentário:

Só não concordo com o chavão de "o futebol tolher a racionalidade". O que tolhe a racionalidade não é a paixão clubística ao futebol, é outra coisa muito simples que se esconde atrás dela: a desonestidade moral e intelectual dos indivíduos.

Muitos outros padecem desse mal e não querem saber do futebol para nada. Estou a lembrar-me de um autarca...

Procuram-se, procuradores sérios

Questionar, questionar, questionar. Mais do que nunca, é o que nós cidadãos, temos de nos habituar a fazer com as decisões dos governantes sempre que elas nos suscitem dúvidas. Depois, devemos por todos os meios legais, debatê-las, contestá-las e, em última análise e se for caso disso, aceitá-las ou refutá-las.
Precisamos de ter cada vez mais cuidado com os "opinion maker" que, ao invés do que pensamos concebem e difundem linhas de conduta muitas vezes imponderadas e completamente contrárias ao interesse público.
Uma dessas linhas, há alguns anos em vigôr, diz-nos que devemos reprimir toda e qualquer contestação, substituíndo-a tão rápido quanto possível, por soluções concretas capazes de resolver o que a origina. Por outras palavras, sugere-nos o "faz", em vez do "contesta". Óptimo. Mas apetece perguntar: o comum cidadão terá assim tanto poder económico (money) e político para executar, em vez de contestar? Bem, se assim fosse, eu já teria despedido sem bilhete de retôrno muitos governantes, mas não posso. Este "fantástico" regime democrático obriga-me a aguentá-los, no mínimo, de 4 em 4 anos.
Como é que então posso fazer valer os meus direitos quando não acredito no desempenho dos orgãos do poder? Da justiça, por exemplo? Como posso eu - dando de barato que as suspeitas contra Pinto da Costa são fundamentadas - acreditar no senhor Procurador Geral e respectiva adjunta quando revelam ter dois pêsos e duas medidas? Quem, efectivamente, pode controlar a seriedade destas duas importantes figuras? Se o governo não pode ou não quer controlá-los quem o pode fazer?
Temos todo o direito para duvidar, tanto da seriedade da Dr. Maria José Morgado e do advogado Ricardo Costa, como eles têm de duvidar da de Pinto da Costa. E quem se atreve a mover-lhes um processo por tráfico de influências que as sua condutas arbitrárias fazem supor e já justificam há muito? Eu? Se alguém souber que mo diga, porque se não custar muito dinheiro faço-o imediatamente? Caso contrário, esqueçam a história do "em vez de reclamares, faz", porque não passa mesmo de mais uma das demagogias correntes neste paradisíaco regime. Não será este o cerne do futeboleiro "sistema"?
Todo o país ouviu o presidente do Benfica ao telefone com Valentim Loureiro a escolher um árbitro para um determinado jogo como se estivesse no supermercado a escolher maçãs. Quando lhe era sugerido um nome, o homem dizia, esse não, porque é muito nortista, esse também não porque é gordo, esse não porque não gosto... O que é isto? Como terá afinal interpretado o senhor Procurador & Companhia Ilimitada esta conversa? Como um hino aos bons costumes e à transparência? Por que está tão calado? O auto-endeusamento já terá alcançado uma escala tão grande que se julgam acima de qualquer suspeita?
Pois eu aqui declaro, que enquanto não for explicada pública e racionalmente esta manifesta dualidade de critérios, tenho toda a legitimidade para lançar as piores suspeitas sobre a ética e a honra destas pessoas.

15 maio, 2008

PLACA TOPONÍMICA DA RUA CORONEL ALMEIDA VALENTE

-------Mensagem original-------

De: Rui Valente
Data: 07-05-2008 16:13:07
Para: Direcção Municipal da Via Pública (CMP)
Assunto: PLACA TOPONÍMICA DA RUA COR. ALMEIDA VALENTE

À ATENÇÃO DO EXMO. SR. ENGº., SÉRGIO BRANDÃO

Exmos. Senhores,

Faz hoje exactamente 48 dias (19-03-2008), que o Sr. João Aguiar, coordenador desse departamento, me telefonou a informar que o assunto supra referenciado seria resolvido com toda a diligência, ainda que sem me ter apresentado qualquer prazo. Pela atenção e simpatia demonstradas, aceitei dar mais algum tempo, procurando compreender, tanto quanto possível as v/ dificuldades para resolver um problema simples, como este deveria ser. Desde então, nunca mais me foi dada qualquer informação sobre o andamento do processo e a placa continua por substituir.

Muito antes dessa data (19-03-08), já me tinha desdobrado em contactos (e-mails) para vários dos v/ departamentos camarários, procurando disponibilizar-vos todo o tipo de informações e documentos entretanto requeridos por, aparentemente, não terem em v/ poder biografia suficiente sobre o Coronel Almeida Valente. Maior foi a minha estranheza, precisamente por ter sido na CMPorto - no fim da sua carreira militar - que o meu avô desenvolveu (na qualidade de vereador) a sua actividade.

No dia 15 de Janeiro de 2008, foi-me enviado pela chefia dessa Divisão um e-mail, com este texto:

"Relativamente ao assunto em epígrafe e em resposta aos vossos mails enviados em 2007/12/10 e 2008/01/13, vimos por este meio informar V. Exa. que , as placas toponímicas (R. Conde de Abranches, R. Conde D'Aurora e R. Coronel Almeida Valente), fazem parte de uma encomenda em curso. Aguardamos a chegada das mesmas para sua colocação."

Na resposta, chamei logo a v/ atenção para a hipótese de se tratar de um possível equívoco, uma vez que as placas toponímicas referidas como fazendo parte de uma encomenda em curso, já lá se encontravam devidamente colocadas não carecendo portanto de ser reencomendadas. As únicas em falta no quarteirão são mesmo a do Coronel Almeida Valente e do Dr. Carlos Ramos.

Face a estes factos, cumpre-me recordar V. Exas., do seguinte:

Decorrido quase meio ano (ou mais) após as minhas primeiras reclamações e considerando a dimensão do problema, não têm V. Exas. qualquer pretexto para eventualmente invocarem falta de paciência e compreensão da minha parte.
Não me foi dada qualquer garantia objectiva que iriam de facto tratar do assunto. Todas as v/ respostas foram vagas e imprecisas.
É nos pormenores que se revelam as competências, e sendo a Câmara Municipal do Porto presidida pelo Dr. Rui Rio, homem reputado pelo rigor e pela seriedade, estranho que V. Exas. não queiram transmitir essa imagem.

A partir deste momento, caso não me seja dada uma resposta concreta sobre a data da instalação da placa no espaço máximo de 15 dias, interpretarei o vosso silêncio ou outra resposta ambígua, como uma prova de desconsideração pela figura do meu avô, e como um testemunho de negligência desses serviços camarários, pelo que saberei proceder em conformidade.

Com os m/ cumprimentos,

Rui Valente

Hipocrisia ou desleixo? Ou as duas coisas?

Verdes e no "limbo"

Esta, é já a flexi-segurança na versão centralista portuguesa. Meus amigos, nós não estamos na Dinamarca. Um pouco à imagem do olha para o que eu digo, como a proibição de fumar...

É fácil mandar nos outros, mas saber mandar não é para qualquer badameco.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, evocou, por seu lado, a "grandeza de alma" e a "força moral" de Delgado e considerou que "o destino dos povos é feito pelo contributo dos homens e mulheres que são capazes, em momentos decisivos da História, de assumir o papel de intérpretes da vontade colectiva".

Esta frase de circunstância do nosso honorável Presidente da Câmara até podia ter alguma expressão política se a cara dissesse com a careta. Estejam atentos, porque já a seguir revelarei aqui a forma como na Câmara do Porto é respeitada a memória dos seus cidadãos mais ilustres.

14 maio, 2008

Aquilo que José Mourinho não fez

É tão grande, cínico, abjecto e contraditório o amor dos centralistas ao José Mourinho do pós Futebol Clube do Porto, quanto a azáfama da Procuradoria Geral da República com o processo Apito Dourado. Estas duas realidades aparentemente distintas têm em comum uma coisa: a hipocrisia.
Para merecer um pequeno grão de crédito, este aparato, esta euforia parola, estes elogios bacôcos de mau presságio, esta graxa vomitória à volta de José Mourinho, seria necessária uma condição essencial: a honestidade dos íntegros. Ora isso, é coisa que aquela gente não sabe sequer o que é.
Neste momento, como vampiros sedentos de sangue, os imperialistas do regime andam agora muito entusiasmados com as catilinárias de um advogadozeco ao serviço do Benfica, disfarçado de justiceiro da Liga, esperançados que através de uma justiça de telenovela consigam o sucesso que outros alcançam pelo trabalho e pelo mérito. Enfim, como abutres que são, aguardam a morte de alguém para encher a barriga que os seus talentos naturais não conseguem porque estão deles privados.
Quem parece estranhamente indiferente a esta caça às bruxas, é o mediático José Mourinho, o agora "reconhecido" super-treinador a quem o F.Clube do Porto muito deve e vice-versa. Estranhamente digo, porque, para além de revelar ingratidão pelo clube e pelo dirigente que lhe proporcionou todas as condições para ser o que hoje é, não está a perceber o que realmente resulta das acusações que impendem contra Pinto da Costa.
Para mim, que apesar de não acreditar na existência de gente imaculada no futebol, também não acredito - na sociedade em que vivemos - que a haja fora dele, só sei que as acusações contra Pinto da Costa são demasiado escassas e pouco fundamentadas em relação ao peso e ao volume das suspeitas que lhe são levantadas e que são completamente desproporcionais aos êxitos desportivos conquistados pelo clube que dirige. As pessoas focam-se no futebol porque é mais mediático, mas se levarem em linha de conta que o sucesso do Futebol Clube do Porto se alastra a todas as outras modalidades desportivas facilmente percebem que tantas vitórias seriam impossíveis de conseguir por métodos ilegais sem se terem já detectado abundantes provas. Seria humanamente impossível.
José Mourinho, se fosse homem de prezar sentimentos, de ligar à gratidão, por esta altura já teria revelado esses sinais e teria dado uma palavra de solidariedade e apoio ao FCPorto e a Pinto da Costa. Mas nada disso. Parece que do Porto nunca nada recebeu, parece que só deu. Engana-se, e não lhe fica bem. Claro que estas "mariquices", não dão euros e muito menos milhões de euros, mas dão aquilo que o dinheiro não compra: dignidade.
Mas se porventura, a gratidão e a dignidade pouca importância terão para José Mourinho, pôr em causa a seriedade do seu trabalho talvez já tenha, e é disso que se trata com as acusações que são feitas a Pinto da Costa por aqueles vermes que agora lhe dão palmadinhas nas costas. A época 2003/2004 em que o Porto de José Mourinho ganhou a Taça Uefa e a Liga dos Campeões é coincidente com a das supostas escutas que serviram para incriminar Pinto da Costa e é fácil deduzir a lógica do raciocínio que daqui decorre: se Pinto da Costa não teve mérito nessas vitórias enquanto dirigente, então também José Mourinho não o teve enquanto treinador.
Agora, quem souber, que desate esse nó. Talvez José Mourinho saiba.

O JARDIM DO MARQUÊS DE POMBAL

O assunto abordado neste artigo pelo Arqº. Gomes Fernandes é-me particularmente grato por duas razões. A primeira - mais de carácter afectivo - tem a ver com o facto de já ter morado próximo da Praça Marquês de Pombal e por ter na minha pré, e pós-adolescência frequentado com os meus amigos o Café Pereira, à época, um dos pontos de encontro de referência da nossa cidade. A outra razão, de ordem estética, prende-se com o facto de já ter feito a mesma observação que o nosso arquitecto também agora faz, há mais de um ano!

Como ele explica ou depreende, seguramente baseado em informações credíveis, a degradação do jardim pode estar relacionada com mais um contencioso em que a nossa Câmara é fertil, entre esta e a Metro do Porto, provável responsável pela obra, e (ou) com o empreiteiro a quem ela foi adjudicada.

É aqui que o problema entronca sempre, quanto à capacidade de Rui Rio gerir estes imbróglios tão frequentes em qualquer empreitada: as obras acabam por ficar paralisadas no tempo e no espaço, para desgosto e prejuízo dos portuenses.

Em casos como este, é que a sensibilidade estética e ambiental dos decisores se devia manifestar e sobrepôr-se às questões burocráticas na procura de conciliar o mais possível as várias vontades e compromissos. Este aspecto, é tão necessário em pessoas com responsabilidades públicas -como Rui Rio devia ter - quanto o perfil da personalidade se revela fundamental.
E não estarei enganado se disser que quem votou nele para presidente da Câmara cometerá um crime de lesa-pátria se um dia o elevar a 1º Ministro deste país. Se a cidade do Porto com ele na Câmara estagnou e em certos aspectos regrediu até, porque razão estranha haveria o país de progredir?

13 maio, 2008

MORREU IRENE VILAR (ONTEM)

A ESCULTORA IRENE VILAR, faleceu ontem com 77 anos de idade. Nasceu em Matosinhos e licenciou-se pela Faculdade de Belas Artes do Porto, cidade onde viveu.

Obras de sua autoria:

No Porto: Monumento a Camões, garcia da Horta e Gulherme Suggia

Em Paredes: Monumento ao Bombeiro

Em Vila N. de Gaia: Mon. ao Artilheiro no Reg.Artilharia Nº.5

Em Santo Tirso: Moumento a S. Rosendo

Em Matosinhos: Monumentos ao Pescador, Florbela Espanca e Abel Salazar

Em Lisboa: Monumento a S. Miguel Arcanjo, no Comando Geral da PSP

Em Penafiel: Monumento a D. António Ferreira Gomes, Padre Américo

Concebeu vários monumentos a Fernando Pessoa em Durban (África do Sul), São Paulo (Brasil) e em Bruxelas, na Bélgica

Era uma artista do Porto e como tal, não mereceu os holofotes da comunicação social centralista. Nunca se falava dela. Este é o Portugal dos Soares, Cavacos, Guterres e Sócrates que temos. Compete-nos prestar-lhe homenagem, a Irene Vilar a escultora e mulher, não aos políticos que temos, claro.

FUTEBOLISTA PORTUGUÊS "ALIENA" REINO UNIDO!

RESPOSTA AO "NORTEAMOS"

Caro José Silva

Nada melhor do que uma pitada de boa disposição para uma troca de opiniões. É com esse espírito que vou tentar responder às suas observações em defesa das mamas da Isabel Figueira que, ao que parece são a sua especialidade. Mas não me levará a mal se lhe confessar que gosto delas mais ao natural... Gostos.
Agora, mais a sério. Quero dizer-lhe que, sem retirar mérito às suas teses mafiosas e aos conhecimentos e revelações resultantes dos seus convívios profissionais sobre os frustrados negócios de fruta de Luís Filipe Vieira, achei-as tão rebuscadas que, a certa altura cheguei a olhar para trás de mim para ver se estaria alguém a tentar corromper-me.
Caro José, esqueça (por agora) as mamas da Isabel Figueira, as acrobacias porno da VIP Carla Matadinho e as feiras internacionais de sexo. Foque o essencial da ideia. O essencial, foi querer avivar a memória dos leitores para uma outra realidade dos nossos tempos tão ou mais aleanatória que o futebol. E fez muito bem falar das revistas da fofoca, da coscuvelhice porque elas também são outro veículo sedativo para a consciência cívica e política dos cidadãos (e cidadãs, sobretudo). Em menor escala, mas são. Portanto faz mal em menosprezá-lo como faz mal ampliá-lo só por se tratar de futebol.
O que é relevante, na minha opinião, é desmistificar este circo mediático à volta do futebol porque ele está presente um pouco na vida de todos nós, só que, nós gostamos de pensar que não, que somos a excepção. Mas não somos. Se não lhe agrada constatar esta realidade, a mim ainda me agrada menos, porque se há coisa para a qual não tenho jeitinho nenhum é para a trapaça.
O que reparo igualmente, é que a fronteira entre um simples acto de gratidão (o tracional presente) e a corrupção ou o tráfico de influências é cada vez mais difusa e perigosa, o que me faz concluir que o problema está no nosso modelo de sociedade.
Lembra-se certamente como era tradicional por altura do Natal ou da Páscoa, os nossos pais ou avós oferendarem ao médico de família um perú ou umas garrafas de wiskie? E então? Obviamente, que a cortesia era também uma forma simpática de procurarmos manter ou aumentar a deferência de tratamento da parte do prendado para connôsco. Mas quem o confessa?
Os tempos mudaram, mas não mudaram tanto como imaginamos e o futebol só porque é mais mediático e suscita paixões não foge à regra. É assim. Mas, por ser assim não vale dizer que está bem que devemos meter a cabeça no buraco e deixar passar as trapacices em branco. Há que denunciá-las, mas todas. Não apenas as do futebol, com zonas de fiscalização e controle "priveligiadas" como fazem com a nossa região e as suas instituições desportivas, porque como diz o António Alves os lisboetas não são mais honestos que nós. E isso é que me repugna e revolta.
Nesse joguinho sujo de ajudar à missa do discurso centralista é que eu me recuso a colaborar e hei-de sempre opor-me. Era o que faltava.
É a sociedade que tem de ser regenerada. Toda. Nós também temos de dar o exemplo e os governantes, todos os exemplos. É também para isso que são governantes e têm poder.
É assim que vejo as coisas.

12 maio, 2008

Os exemplos da capital...

Vá lá, aqui está mais uma "ajudinha" para quem anda a dormir (ou faz que anda) e não consegue ver estes actos "cosmopolitas", mesmo que lhes passe a um palmo do nariz.

Agora, gritem em uníssono. Um... dois... três! Calimeros, Calimeros, Calimeros! Nós somos Calimeros!

Dr. Rui Rio? Dr. Rui Rio? Então? Não canta connôsco? Está ceguinho ou apenas mudinho?

Peço desculpa nobre cavalheiro, tinha-me esquecido que V. Exa. só gosta de levantar a voz aos portuenses.

Desculpe-me V. Exa.

"A portofobia"

Há já vários anos atrás passava, salvo erro, na TVI uma série de produção portuguesa, daquelas ao estilo americano, sobre a vida quotidiana de uma família lisboeta. Chamava-se ‘O Super Pai’. O papel principal era protagonizado pelo actor Luís Esparteiro, que encarnava um pai divorciado com 3 filhas em casa, todas ainda crianças ou adolescentes. A série era interessante, despretensiosa e bem realizada. Sempre que os meus horários me permitiam não perdia um episódio.

Uma noite, num dos episódios a que assisti, o ‘super pai’, que também era empresário do sector têxtil, recebia na empresa dois empresários do norte com os quais contava fazer um bom negócio. Na empresa trabalhava também uma senhora de ar fino e sofisticado, sócia e namorada do empresário. No correr da acção os empresários do norte lá aparecem. Dois sujeitos de fato e gravata, cabelo empastado em brilhantina e uma carregada pronúncia tentando imitar a nortenha. As negociações lá começam e, às páginas tantas, um dos homens do norte protagoniza uma descarada cena de assédio sexual à senhora fina lisboeta. Claro que ela se queixa ao sócio e namorado, este acaba com o negócio e despede indignado os dois 'abrilhantinados'.

Para mim foi um choque. A espúria e premeditada associação entre pessoas do Norte e comportamentos socialmente reprováveis era demasiado óbvia para passar desapercebida. Na época a guerra do futebol já corria há muito mas, tirando isso, nunca tinha imaginado que numa televisão nacional se pudesse, de modo tão execrável, insultar uma parte significativa da população do país.

Em tempos mais recentes também não faltam exemplos de coisas deste tipo. Passando pela ‘Floribela’, uma série supostamente para crianças, a quem tratavam por “estúpida tripeirinha”, o que é sempre uma boa maneira de ir ensinando preconceitos, até aos ‘Gato Fedorento’ que, seguindo uma velha tradição televisiva, sempre que pretendem caricaturar alguém tosco e rude metem-lhe pronúncia do norte ou alentejana se for alguém preguiçoso. Estes, que passam facilmente da piada fácil ao insulto mais asqueroso, têm um boneco em que pretendem representar o típico autarca corrupto. Obviamente que tem pronúncia do norte e aparece num estúdio de televisão com a imagem da cidade do Porto como cenário. Para ser verdadeiro, por tudo o que ficamos a saber nos últimos tempos, deveria ter a mais refinada pronúncia alfacinha e uma das pontes sobre o Tejo como pano de fundo. Mas a intenção – ser verdadeiro - não é essa claramente.

Isto tudo serve para dizer aos caros Vítor Pereira e José Rocha que a preocupação deles não se justifica: a portofobia já vem de longe, vai continuar, e este episódio do futebol não lhe acrescenta nada. Aliás, a portofobia foi mesmo promovida a ideologia de Estado como se pode constatar pelo desprezo com que este governo trata o projecto do metro do Porto, a iniquidade com que auxilia a recuperação urbanística lisboeta e praticamente ignora a do Porto, ou no modo como cobardemente se prepara para nos alienar o aeroporto aos interesses da sua megalomania. Quanto ao futebol: sentenças em que o mesmo órgão, cuja génese resulta duma eleição entre clubes e a sua constituição reflecte a correlação de forças em jogo, é simultaneamente investigador, instrutor do processo, acusador e juiz, e cujo presidente é arauto mediático – mas só depois do incontornável Correio da Manhã – da sua própria sentença, são mais medalhas de honra do que opróbrio. O campeonato que interessa é aquele que se disputa nos relvados europeus e não o medíocre torneio de classificação que por cá se disputa. Um dos clubes do Porto que está a pagar a ousadia de ser melhor que os outros há muito que age localmente e pensa globalmente. Está a anos-luz dos seus adversários internos, há muito que pertence a outro mundo e espera ansiosamente que se institua a verdadeira liga europeia para se libertar definitivamente da mesquinhez interna.
Está claramente na hora de dizer BASTA! A tudo isto. Caso contrário, o melhor é retirar a palavra INVICTA do Brasão desta Cidade antes que D. Pedro IV se revolva no túmulo.
Dia 24 de Maio às 17 horas vai realizar-se uma manifestação contra as portagens na Avenida dos Aliados. É também uma manifestação contra o tratamento desigual e a discriminação.
Publicado no
blog A Baixa do Porto
por António Alves

É este o momento, Dr. Rui Moreira!

Caro Rui Moreira,

O meu amigo saberá, seguramente, a baixa estima em que tenho a classe política. Nunca o escondi. Pelo contrário, faço sempre questão de o manifestar, e só não faço mais porque não me é possível, porque se fosse, a cadeia seria talvez o local dilecto para onde gostaria de ver muitos a passar boa parte do resto das suas vidas. Não lhes tenho respeito, porque não posso tê-lo.

E contudo, esta nossa democracia é tão utópica e vulnerável, que pode perfeitamente inverter a lógica das coisas e permitir que qualquer um desses senhores tente um dia destes meter-me a mim na cadeia sem que eu tenha cometido qualquer crime a não ser o de escrever o que penso.

O meu país (ao qual suponho ainda pertencer) e sobretudo a minha querida cidade do Porto justificam o risco. Como diz o Renovar o Porto, a nossa cidade tem sido demasiado maltratada.

Apesar de toda esta crispação para com os políticos eu sei que há excepções e essas, respeito-as. Por paradoxal que possa parecer, há até alguns ministros (muito poucos, é certo) que eu sei que estão a dar o seu melhor, mas o problema é sempre de quem os comanda e não é capaz de desenvolver um trabalho coordenado e equilibrado nas múltiplas áreas governativas. O resultado depois, é o caos que se vê. Se há um sector a funcionar bem e seis mal, o resultado é quase sempre fatalmente mau para o conjunto. Por isso me confrange elogiar o trabalho individual.

Posto isto, o que quero dizer-lhe, é que ainda acredito nas pessoas, na sua seriedade, nas suas competências e na sua vontade de remar contra esta maré de desprezo e provocação a que o Porto vem sendo sujeito. E suponho não cometer nenhum erro de avaliação se lhe disser que muitos portuenses acreditam (como é o meu caso) em si, no seu protagonismo natural, sem a tradicional muleta partidária (o que lhe confere, mais respeito) com que o conservadorismo ideológico ajuda a promover líderes sem alma própria.

Terá o meu apoio e decerto também o apoio de outros tantos que subscrevem o meu pensamento. Gosto muito de o ver no "Trio de Ataque", mas acho que poderá ser muito mais útil ao Porto fora do futebol...

Por favor, diga de sua justiça.

Do futebol e a sua importancia


A atitude de desvalorização do fenómeno futebol é, na realidade, e sem muitos se aperceberem, uma atitude induzida pelas centrais centralistas de formatação de mentalidades.Há muito que querem fazer passar a ideia que o povo do norte devia de deixar de dar importância ao futebol. Não há nada de inocente nem de bondade nisto. O povo do norte não dá mais inportância ao futebol que outro qualquer. O facto é que em regra os seus clubes são melhores que os outros mesmo lutando com armas desiguais.O que está verdadeiramente em causa é o assalto ao negócio.
O futebol é hoje em dia uma indústria poderosíssima e (ainda) está centrado no Porto e a Norte. O que os apoquenta são os milhões de euros que lhes fogem e que por cá ficam. O FC Porto é o clube português que mais receitas publicitárias obtém no seu estádio. Isto apesar de ser um clube, segundo dizem, 'regional'. E é verdade: é um clube dos novos tempos, do pós-pós-modernismo: age localmente e pensa globalmente.
Toda esta sanha persecutória só existe porque existe muito dinheiro em jogo e também porque o FC Porto e outros são péssimos exemplos para o centralisto lisboeta: uma organização eficaz, eficiente, poderosa, de nível internacional e ganhadora fora da capital é algo de inconcebivel para aquelas cabeças. Logo terá que ser para derrubar sem apelo nem agravo.Infelizmente este país mediocre chegou a um ponto em que até a justiça e a política se faz segundo a côr clubística: onde, em qualquer lugar decente, um magistrado honesto e competente é impedido de assumir um lugar de liderança num corpo de polícia de investigação apenas porque é adepto de um determinado clube?
Acreditem no que quiserem, mas no dia em que derrubarem definitivamente o FC Clube do Porto, cujo poder simbólico é enorme, esta região estará condenada ao mais abjecto ostracismo e sub-desenvolvimento crónico. Depois disso só faltará transferir as caves do vinho do Porto para o Barreiro e passar a dizer que as encostas durienses se situam na região administrativa de Lisboa e Vale do Tejo.
Na realidade, quem dá uma impotância exagerada ao futebol é Lisboa e não nós. São eles que têm lá o famoso clube de 6 milhões de adeptos e imprimem diariamente dois jornais em que praticamente só falam deles, mesmo quando são desportivamente uma nódoa e nada vencem.
Publicada por António Alves
no blog Norteamos

E, ISTO? POLITIZA OS PORTUENSES?

Isabel Figueira revela segredo das suas mamas










Sexo: a maior Feira do Mundo









OS INTECTUAIS DE MEIA TIGELA, QUE ADORAM PÔR A CABEÇA DE FORA PARA ATACAR O TERRÍVEL UNIVERSO DO FUTEBOL E RESPONSABILIZAR AQUELES QUE O APRECIAM PELO DECLÍNIO DO PORTO, TÊM AQUI UMA BOA OPORTINIDADE PARA REFLECTIREM E PARA QUEBRAR UM BOCADINHO A ROTINA DE TANTA SAPIÊNCIA. ESTÃO SEMPRE A DIZER O MESMO, O QUE PARA INTELECTUAIS É MUITO POUCO...


ALÉM DO FUTEBOL, HÁ TAMBÉM ISTO E MUITO MAIS, QUE SE CALHAR, SE PERDEREM UM POUQUINHO DE TEMPO A INVESTIGAR O "FENÓMENO", CONCLUIRÃO QUE ESTAS "BANALIDADES" MUNDANAS SÃO CAPAZ DE ALIENAR AS POPULAÇÕES MUITO MAIS DO QUE O TENEBROSO MUNDO DA BOLA.

11 maio, 2008

RUI MOREIRA, EU IREI PARA A RUA! FAÇA-SE OUVIR!

O post do nosso amigo Rui Farinas sobre o Aeroporto Sá Carneiro e o apêlo de Rui Moreira é de toda a pertinência.

O momento que o Porto atravessa é um sufôco. Nós estamos a ser humilhados e tratados como verdadeiros colonizados e isso não podemos mais permitir.

Os acomodados, aqueles que "furam" toda e qualquer iniciativa de rejeição popular a esta discriminação regional, não podem continuar a cooperar com esta desonra. Tenham brio, esqueçam por momentos os seus empregos, as suas coutadas de conforto pessoal e unam-se às populações!

Vamos Rui Moreira, dê o passo que falta, você não está só!

Basta!

Futéis e submissos

TEMA DE DOMINGO DO JN DE HOJE

À pergunta, "Considera que a imagem da cidade do Porto sai prejudicada pelos castigos aplicados ao F.C. Do Porto e ao Boavista?", algumas pessoas relativamente conhecidas do Porto responderam à pergunta de forma tão ingénua que, das duas uma: ou são portuenses de costas voltadas para o povo, ou são eminências pardas do centralismo a querer passar por digníssimos portuenses.
1ª. Eminência-(Advogado)Miguel Veiga, responde: "O Porto é muito mais do que esses clubes"
2ª.Eminência-(Presidente da CCRN)Carlos Lage: "Afectam uma certa imagem da cidade"
3ª.Eminência-(Arquitecto)Alexandre Burmester: "Não confundir a cidade com o nome Porto"
4ª.Eminência-(Reitor da Univ.do Porto)Marques dos Santos: "A cidade afirma-se por outros valores"
À excepção do ex-presidente da CCRN, Braga da Cruz, não houve um único, capaz de perceber a estupidez armadilhada da pergunta, daí resultando inevitavelmente respostas igualmente estúpidas.
Se estes senhores tivessem respondido ao jornalista que, para a cidade sair prejudicada seria necessário que de outras cidades (como por exemplo Lisboa) os portugueses estivessem habituados a observar modelos de bons exemplos, sejam eles cívicos ou políticos, talvez isso forçasse o inquiridor a reformular a pergunta evitando assim respostas que só podem ser admissíveis aos centralistas e seus colaboradores. Outra resposta inteligente, seria lembrar ao inquiridor que o Porto não podia sair prejudicado porque efectivamente já está a ser prejudicado e ofendido há longos e tristes anos.
Mas, não. Estes senhores, alguns dos quais capricham pela vaidade e outros por uma eventual fome de protagonismo, usaram o discurso pacóvio e submisso dos desenraízados.
A primeira Eminência Parda do grupo questionado, descobriu a pólvora com esta declaração profunda: o Porto é muito mais do que os clubes e tem um carácter próprio, uma individualidade singular (esperemos que não esteja a ver na sua pessoa o modelo do carácter portuense...).
A segunda Eminência, dá como respeitável a decisão de um advogado duvidoso e sedento de protagonismo (autor de um espectáculo degradante para os magistrados), e considera que o caso afecta a imagem da cidade. Não espanta a resposta nem a personalidade, é outro carreirista do governo. Inconsequente e amorfo.
A terceira, também iluminada, abre-nos finalmente as portas do discernimento e revela-nos a verdade até aqui ignorada, aconselhando-nos a não confundir o F.C. do Porto com a cidade! Por isso!!! Agora percebo porque é que quando chego de viagem, em vez de ir directamente para minha casa vou direitinho ao Estádio do Dragão e dou um beijo ao Pinto da Costa pensando que é o meu falecido pai. Obrigado senhor Burmester por tais declarações.
Por último, o senhor Reitor da UP, pelo lugar que ocupa, tinha obrigação de ver um pouco mais além do que a sua resposta revelou. A cidade pode afirmar-se por outros valores, mas isso não justifica que deixemos que nos tentem destruir outros. Não é por este desprendimento e esta ligeireza de resposta - que seguramente sabe cairem bem na capital - que V. Exa. deixará de ser quem é, mas podia dar o benefício da dúvida aos acusados pelo menos até ser conhecido o resultado do recurso.
Para concluir: não é com o carácter destes portuenses que o Porto se liberta da pata centralista.

"Crónica de uma morte anunciada"

Sempre tive uma grande inquietação sobre o desfecho do ASC, isto é, entre a alternativa da entrega da sua gestão à entidades nortenhas ( possivelmente uma parceria público-privada) por oposição à sua entrega ( no pacote da ANA) aos privados que ganhem o concurso do aeroporto de Alcochete. Receia-se fortemente que esta última hipótese arraste a sua desqualificação por razões estratégica do novo concessionário. Se tal ocorrer a região Norte sofrerá um desastre económico de enormes proporçoes, que irá muito para além da perda de um profundo envolvimento da Ryanair com o nosso aeroporto. Nunca confiei neste governo( nem nos outros, aliás...) no diz respeito ao tratamento dispensado ao Porto e região Norte, mas sempre quis convencer-me de que se tratava de pessimismo meu, e que a questão teria um desfecho favorável.

Depois de ler a crónica de Rui Moreira no PÚBLICO de hoje, convenço-me de que os meus temores se vão realizar.

Rui Moreira é um espectador privilegiado deste problema, fruto da sua intervenção activa como presidente da Associação Comercial do Porto, e poderá ter acesso a informações que não foram divulgadas. Daí a importância da sua crónica de hoje.

Questiona ele se " alguém persuadiu Sócrates de que o seu repto aos empreendedores do Norte, a propósito da privatização do ASC, fora um erro de cálculo? Será por isso que GQT ( Governo Que Temos) prepara a privatização da ANA e faz ouvidos de mercador aos que responderam ao seu desafio?"

Mai a frente afirma que " Alguém lhe terá dito que, para que Lisboa possa dispor de um novo aeroporto de raiz destruindo o valor da Portela, é preciso que a ANA seja privatizada, e que este negócio só será atrente e viável se incluir o ASC no pacote. Não admira, porque, se este fosse entregue a outro proprietário ou concessionário, poderia crescer muito, nos dez anos que serão precisos para terminar a construção do novo aeroporto de Lisboa, transformando-se entretanto num perigoso concorrente".

Acrescenta depois esta frase que é um apelo: " Assim, e se nada for feito, o ASC ficará integrado num monopólio privado. (...) essa é a pior das soluções para a região".

Segue-se uma autêntica afirmação de impotência. " Os privados que se interessaram pela oportunidade pouco mais podem fazer e a Junta, que já fez muito ao encomendar um estudo científico que demonstra a razoabilidade da solução reclamada, está condicionada pela chantagem do Metro. Dos partidos, nada há a esperar, porque o PSD está mercê dos anti-regionalistas que detestam o Norte, enquato o PS-Porto se especializou em mendigar benesses do GQT."

Termina assim. " Acho que, enquanto é tempo, os cidadãos do Porto têm de voltar à rua para gritar: "Basta" !"

É a última solução, uma solução de desespero, mas teremos nós quem encabece este movimento, e compreenderão os nortenhos, especialmente os portuenses, o que está em jogo? Quererá o próprio Rui Moreira aceder a um eventual apelo para que avance? O que pensam a Associação Industrial, a Universidade, a Junta Metropolitana, a própria Diocese, os grandes empresários, as figuras gradas da região? Vamos permitir a morte do aeroporto, e da região com ele? Vamos continuar impavidamente a deixar-nos conduzir para um triste futuro, como um rebanha de ovelhas a caminho do matadouro?

Interrogo-me se haverá, em tudo isto, precipitação da minha parte. Gostaria que houvesse, mas quando me lembro do silêncio absoluto de Sócrates na sessão solene na Associação Comercial, quando desafiado por Rui Moreira a falar sobre vários temas importantes para a região, entre os quais o ASC, não posso deixar de temer que estamos na presença de uma autêntica "Crónica de uma Morte Anunciada".