20 março, 2009

Bom fim de semana, com Jean Ferrat



Já não se faz disto, ou, sou eu que estou a envelhecer...

...e gosto ainda mais deste «casal» a espreguiçar-se

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Ponte ou viaduto, gosto!

Há o vidro (sujo), do carro, entre a máquina digital e o objectivo, portanto, desconte-se a péssima nitidez da imagem.
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Mini-sondagem do RoP atribui baixa credibilidade ao MP

Terminou hoje o prazo do último inquérito realizado aos leitores do Renovar o Porto, cujo tema era o seguinte:
Considera o Ministério Público uma instituição credível?

Verificaram-se os seguintes resultados:

  • Muito credível 3%
  • Pouco credível 21%
  • Nada credível 17%
  • Absolutamente nada credível 60%

Vale o que vale, mas isto também pode querer dizer, que, pela vontade da grande maioria dos votantes, o senhor Procurador Geral da República e respectiva equipa, deviam demitir-se ou ser demitidos.

19 março, 2009

e por falar em crise...

... é com profundo pesar que venho informá-los que o Sport Lisboa e Benfica acabou de ser retirado da página dos clubes clássicos e históricos da FIFA, onde estava desde os anos 60!É um dos momentos mais tristes na história do ex-Glorioso. Adivinhem quem lá está por Portugal?
Vejam:
http://www.fifa.com/classicfootball/clubs/club=31015/index.html
vá lá, contenham as lágrimas. Afinal, há sempre uma Taça Apito Dourado para disputar.

A Crise

Einstein além de génio matemático era também um filósofo. Os conceitos que transcrevo a seguir são de total actualidade.


" A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera-se a si mesmo. Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise, é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la”.

Albert Einstein


Há uma frase que resume o nosso drama. É que para além de sofrermos a crise financeira e económica mundial, sofremos também "a crise da incompetência" dos últimos governos. O actual, pelo menos em algumas das suas pastas, está a superar tudo o que conhecíamos!

18 março, 2009

Justiça para o Boavista

O Boavista é Nosso e Há-de Ser!

Porto Canal III

A imperiosa necessidade de implantação de um canal de televisão autónomo no Porto, é um facto indesmentível. A prová-lo, estão os comentários que se lêem um pouco por toda a blogosfera local, incluindo estes, aqui e aqui.

Alguns destes comentaristas viram no meu post um sinal excessivo de preocupação, embora não fosse essa a minha intenção ou, sequer, o meu estado de espírito. Contudo, mentiria se dissesse que vejo com muita confiança estas súbitas candidaturas (não está aqui em causa o Benfica), sobretudo quando se tem nas mãos, e ainda em fase de construção, um projecto não menos ambicioso, como é o da afirmação do Porto Canal. O negrito na palavra, significa o ponto que marca as razões da minha inquietação, porque como todos sabem, o Porto Canal ainda é uma «criança» em termos de televisão. O que eu pretendi realçar foi precisamente isso, isto é, a eventualidade de a «criança» ficar entregue a si própria ou a um padastro paraquedista qualquer, como aquele que transformou a NTV em RTPN (o Estado)...

Aliás, a candidatura de Bruno Carvalho à Presidência do Benfica, serve, de certa maneira, para confirmar aquilo que já escrevi muitas vezes sobre a diferença entre portuenses portistas e portuenses benfiquistas. É que, dependendo sempre da solidez de carácter de cada indivíduo, os primeiros são, em princípio, mais fiáveis quando se trata de defender os interesses do Porto. Eu sei que já estão a pensar nos trastes (alguns deles, portistas) que daqui saíram para Lisboa e que só não venderam a alma ao diabo porque ele não existe, mas venderam a cidade e o seu povo que
é muito mais grave. Mas, não é a esses energúmenos - alguns deles empresários e políticos -, que me refiro, quando falo de portuenses portistas, é àqueles que em nenhum momento ou circunstância, dirigem os seus afectos para outras cidades, que não para a cidade do Porto.

A verdade é que, na minha opinião, Bruno Carvalho até está a fazer um trabalho interessante, sério e competente a nível regional e até nacional, ainda com algumas lacunas, é certo, mas com democracia a mais para as prioridades do Porto. E por que é que digo democracia a mais? Porque é quase sempre assim que começam os projectos de TV no Porto, mas acabam absorvidos pelo Estado para se tornarem em mais um braço do centralismo, arrogante e anti-democrático. Ora, o Porto para ter um canal com futuro tem de ter à sua frente gente da casa, manifestamente regionalista mesmo que para tal tenha de usar os mesmos subterfúgios dos canais centralistas, ou seja, insinuar-se nacional, mas produzir regional. Fazer o contrário da RTP, da SIC e TVI, que falam para Lisboa «convencidas» que falam para o país. A sigla, é o que menos importa. Se andamos a lidar com burros, então, dêmos-lhes palha e fiquemos com a carne para nós.

Fernando Moreira de Sá, do blogue O Sinaleiro da Areosa, diz que aponto o alvo errado, mas deve ter-me lido pouco, senão não falava assim. Todas estas aberrações são de origem política, potenciadas por um centralismo retrógrado que já não faz qualquer sentido em países modernos. É que, os 20% do capital social do Porto Canal detidos por Bruno Carvalho são pouco, mas podem muito simplesmente ser comprados por outro benfiquista qualquer e transformar o canal em mais uma filial da propaganda centralista. Estamos assim tão seguros dessa impossibilidade? Eu não estaria.

Quanto à necessidade de angariar receitas com a realização de contratos publicitários, qual é o problema? Se o Canal tiver mesmo qualidade, vende. Há que ir procurá-los, há que sensibilizar os tais empresários do Norte, fazê-los sair da vergonhosa postura de caracol e convencê-los a investir na região. Para isso é que existem os relações públicas, os vendedores de serviços. Ou, não?

Para mim, continua a ser um mistério o distanciamento patenteado pelos grandes empresários do Norte relativamente a projectos de televisão, e nem o receio de provocar susceptibilidades junto dos centros de decisão, o explicam. Se a explicação for mesmo essa, então, é sem dúvida o maior atestado de cobardia e de ausência de noção de cidadania que passam, a si próprios.

Conversa com António Alves - podcast

Para os que se interessam pela ferrovia e transportes em geral, se tiverem paciência, podem escutar uma conversa entre mim e o Vitor Silva à volta do sistema ferroviário do Norte, aqui.

(e aguardar uns segundos)

17 março, 2009

A representatividade dos deputados

O PÚBLICO de hoje publica um artigo do prof.Vital Moreira (VM) sobre um assunto que já tenho aqui focado algumas vezes: o facto de na Constituição Portuguesa constar taxativamente que os deputados à AR não representam os distritos pelos quais foram eleitos, mas sim todo o país. VM defende que assim tem de ser, através de longa argumentação. Afirma, entre outras coisas em defesa da coesão parlamentar, que as modernas democracias representativas são essencialmente "democracias de partidos", e que "os deputados devem a sua eleição aos partidos que os propõem e são responsáveis não perante os eleitores mas sim perante os respectivos partidos, sendo que estes respondem directamente perante o eleitorado."

Toda a sua argumentação poderá estar formalmente certa, mas a situação é profundamente injusta do ponto de vista prático, e deveria mesmo implicar a busca de novas modalidades que pusessem fim à tirania dos partidos, à prevalência dos seus interesses corporativos em detrimento de interesses regionais. Até posso aceitar os argumentos expostos por VM quando se trata de votações sobre resoluções de carácter geral, isto é, que tenham igual incidência prática sobre todo o território nacional. Já quando a matéria em votação tenha um carácter gravoso em relação a uma parte do país, continuo a considerar que é uma aberração que os deputados eleitos pelas populações que vão ser prejudicadas, sejam obrigados a votar nesse sentido. Este sistema é, afinal, um processo de manter as populações amordaçadas devido à ausência de representantes que veiculem a sua opinião e os seus desejos. Este é, na realidade um sistema chamado democrático mas com muitas semelhanças práticas com os regimes ditatoriais. Não me identifico com esta democracia.

Poderia haver uma solução. Penso que a existência de partidos de base regional seria uma resposta possível ao imperativo (?) da "democracia dos partidos" e simultaneamente à defesa (legítima) dos interesses regionais. A Constituição proíbe-os, mas por algum motivo eles existem por essa Europa fora. Mais um motivo para que todas as populações que não se revêm neste regime centralista-colonizador se juntassem numa luta com vista à abolição deste princípio constitucional castrador da cidadania. Infelizmente continua a faltar um lider.

Links (JN)

Diferendo do Parque pode voltar a Tribunal

Mais de cem trabalhadores perderam 20% do salário

Há quase mil fogos (incêndios) por ano na cidade

A propósito de Pinto da Costa

Futebol Clube do Porto dá ao Estado 20 milhões de imposto! Ler aqui (JN). O Estado, até pelo péssimo exemplo que é para os cidadãos, antes de consumir o nosso dinheiro a tentar incriminá-lo, devia lamber os pés a Pinto da Costa e agradecer-lhe.

16 março, 2009

PINTO DA COSTA

Como faço questão que se saiba, sou um tripeiro portista. Os meus afectos clubísticos estão formatados, desde criança, para ser portista, e portista continuarei até ao meu último suspiro. Nasci no Porto, cresci e vivo no Porto, depois de ter deambulado e vivido alguns anos por outras paragens (cá dentro e lá fora), o que, em vez de me afastar, me aproximou e intensificou o amor por esta cidade realmente surpreendente. Portanto, só podia mesmo, ser portista.
Como portista que me prezo de ser, simpatizo também com todos os outros clubes da cidade do Porto (e arredores), apesar de, o inverso não ser bem assim. Devido, mais a antigas e exógenas influências de inspiração centralista do que a uma sã rivalidade, há ainda muitos adeptos dos outros clubes portuenses com simpatias benfiquistas, o que faz toda a diferença da abrangência bairrista dos portistas.
Fico sempre contente com os êxitos do Boavista, do Salgueiros e do Leixões (só para falar dos mais conhecidos), sobretudo quando batem o pé aos clubes da nossa maldita capital. Repito, maldita capital, e nem preciso de explicar por quê. Os portuenses de sangue na guelra sabem muito bem por quê. Os outros, também, mas esses, não me tiram o sono, porque são eles a parte do Porto responsável pelo actual défice de auto-estima e do orgulho tripeiro.

A história encarregar-se-à um dia de separar o trigo do joio e de identificar aqueles que numa época de sucessivas perfídias e humilhações dirigidas à cidade, e aos seus símbolos mais populares, optaram pela comodidade do silêncio e ficaram a aguardar para que lado cai o cutelo condenatório de uma Justiça encomendada. Esses, que noutras alturas se encostaram a Pinto da Costa para brilharem à boleia dos seus sucessos, estão hoje remetidos a um silêncio cobarde e oportunisticamente expectante, à espera de ver para que lados sopram os ventos, a fim de decidirem se o devem apoiar ou continuar a ignorar.

Miguel Sousa Tavares, quando escreveu este artigo, esqueceu-se que as más companhias de Pinto da Costa, não diferem de muitas outras, quando há muito dinheiro por perto (como nos Bancos e nas off-shores, por exemplo), só que estão menos expostas do que no futebol e por isso passam despercebidas, até serem descobertas. Cavaco Silva, também teve como seu Ministro, um homem que está envolvido até ao pescoço na fraude do BPN/BPP, mas hoje duvido que o tenha no rol das boas companhias...

Todos nós alguma vez na vida tivemos "más companhias", sem mesmo o sabermos. Não sei quem convenceu Miguel Sousa Tavares sobre a bondade de escrever num jornal como A Bola, mas que essa não é uma boa companhia, todos temos a certeza, excepto ele próprio. No entanto, é na Bola que ele gosta de escrever, é com os inimigos de Pinto da Costa e do FCPorto que ele colabora, mesmo que, em teoria, escreva em sua defesa...

De uma coisa estou certo. Pinto da Costa só pode ser ilibado de toda esta cabala forjada para o abater, tanto a ele, como ao Futebol Clube do Porto, um clube que, por mérito próprio, se transformou no maior óbice ao brilho dos clubes de Lisboa. Eu sei, tenho a certeza, que sairá limpo de toda esta enxovia de lama em que tentaram metê-lo, e que o clube voltará, com maior ou menor dificuldade, a seguir a senda de novos êxitos. Eu sei, que com todos os defeitos que tenha Pinto da Costa lhe devo mais a ele do que a qualquer borra botas da política nacional. Pelo menos, ele - ao contrário dos nossos governantes -, foi capaz de pôr em marcha uma máquina chamada Futebol Clube do Porto. Uma máquina que, para além da componente lúdica e desportiva. dá emprego a muita gente.

Falemos sério. Qual foi o Governo, que se pôde dar ao "luxo" de fazer o mesmo com a "máquina" chamada Portugal e a pôs a funcionar como Pinto da Costa o fez com o FCPorto? Sabem? Se sabem digam-no, mas sem delírios.

e ao Destak de hoje...

Blogue As Casas do Porto, no Destak (pág. 6)
Clicar no título para ler

15 março, 2009

O blogue «As Casas do Porto», chegou a Curitiba

A Net, é uma auto-estrada de comunicação ímpar. De repente, transporta-nos do Cemitério do Prado de Repouso (salvo seja!), para um canto do sul do Brasil (Curitiba).
O blogue As Casas do Porto, já lá chegou, para mostrar também aos nossos irmãos brasileiros de que massa é feita a política urbana do Porto e do país.

As santas palavras da Hipocratocracia*

Com as palavras nos enganam, com as palavras matam a nossa esperança.
Há palavras para todos os gostos e feitios. O Amor, por exemplo, é uma palavra quase consensual, embora nem todos a percebam, porque é a única a não carecer de rebuscadas explicações. Amor, é palavra mais sensorial que gramatical, por isso se presta tão bem à prosa e à poesia. Pertence ao estricto grupo das palavras belas com tudo o que de angustiante e sofrido, por vezes acarreta.
Depois, temos as palavras feias, pesadas, como o ódio e a traição. Existem montanhas de palavras, umas mais autênticas, outras travestidas de significado, ambíguas e pouco fiáveis. Há também as palavras jeitosas, elásticas, perigosamente flexíveis. Jeitosas, não no conceito masculino de quem aprecia as formas de uma mulher ou de quem admira o talento de um biscateiro doméstico, mas no sentido da conveniência e do oportunismo.
A espaços, o regime lança, através dos seus doutrinários mais eloquentes e respectivas máquinas de propaganda, chorrilhos de palavras e frases jeitosas que, pela sua maleabilidade, se prestam a dizer tudo, sem dizer nada. Expressões como, democracia, provincianismo, sistema, verdade desportiva, corrupção e mais recentemente, populismo, foram usadas consoante a onda do momento e com «nuances» discriminatórias de índole geográfica (como os Apitos Dourados e afins).
Da Wikipédia
O termo populismo é utilizado para designar um conjunto de movimentos políticos que se propuseram deslocar, no centro de toda a acção política, o povo enquanto massa em oposição aos (o ou ao lado dos) mecanismos de representação próprios da democracia representativa.
A política populista caracteriza-se menos por conteúdo determinado do que por um "modo" de exercício do poder, através de uma combinação de plebeísmo, autoritarismo e dominação carismática. A sua característica básica é o contacto directo entre as massas urbanas e o líder carismático (caudilho), supostamente sem a intermediação de partidos ou corporações. Para ser eleito e governar, o líder populista procura estabelecer um vínculo emocional (e não racional), com o "povo". Isso implica num sistema de políticas ou métodos para o aliciamento das classes sociais de menor poder aquisitivo, além da classe média urbana, como forma de angariar votos, e prestígio (legitimidade para si), através da simpatia daquelas. Esse, pode ser considerado o mecanismo mais representativo desse modo de governar.
São estas as considerações que a Wikipédia faz do populismo, que também são as mais fáceis de compreender. O que a Wikipédia não diz, nem pode explicar, é a quem pertence a primazia de usar a palavra populismo como argumento de crítica. Se aos políticos, se ao povo.
Ora, quem mais vemos a esgrimar o argumento do populismo como arma de arremesso, são precisamente os políticos, e raramente, os eleitores. Há expressões deste género que deviam estar proibidas aos políticos por terem o mesmo impacto negativo que tem um juízo em causa própria. Senão, vejamos. Qual dos líderes políticos em Portugal, pode dar-se à honra de afirmar - sem provocar gargalhadas -, que não usou do populismo em várias ocasiões, nomeadamente durante as campanhas eleitorais? Qual? Haverá algum?
Hipocritamente falando, que é, em boa verdade, a palavra certa para o lugar de democraticamente, também nós podemos usar os nossos dogmas, as nossas manhas, as nossas palavras jeitosas. Por que não, petulância? Em bom português, significa: descaramento, imodéstia e desaforo. Qual melhor do que esta palavra, traduz o perfil do vulgar político?
*Designação autenticada pelo povo para a palavra Democracia