28 julho, 2018

A mesquinha Lisboa

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Terreiro do Paço, o
 monumento centralista


Vamos lá ver se, definitivamente, consigo fazer-me entender do motivo porque penso tão mal de Lisboa. Já tentei várias vezes, mas não me importo de tentar novamente, de forma a não criar confusão na cabeça de certas pessoas. Antes porém, quero pôr uma condição: a sinceridade.

Primeiro, nunca fui um grande apreciador de Lisboa. Já lá vivi, como devem saber, mas nunca consegui apegar-me à cidade talvez por ter sempre no coração o Porto, a minha cidade natal, onde cresci e vivi durante a maior parte do tempo da minha vida, incluindo o do serviço militar (4 anos) e o de "emigrante" temporário.

Conheci e percorri vários sítios  nacionais e internacionais, uns mais aprazíveis, outros menos, mas o suficiente para não me impressionar facilmente por qualquer um. Foi isto que senti em Lisboa. Sempre que contemplava a cidade, logo me sentia impelido a compará-la com o Porto que ficava sempre a ganhar. A Lisboa faltava-lhe sempre qualquer coisa. Havia uma imagem muito especial que me fazia sempre orgulhar do Porto e que acontecia sempre que regressava do sul na abordagem lenta do comboio à ponte D. Maria de Gaia para o Porto. O sentimento era sempre o mesmo. O morro denso do casario da cidade parecia saudar o visitante e dizer: estou aqui, és benvindo! Só este  forte sentimento faz toda a diferença, é impossível vivê-lo sem ser de comboio, em Lisboa ou noutra cidade qualquer. É único. Como único é admirar o Porto visto do cais de Gaia. Vou ficar-me por aqui.

Passemos do aspecto sentimental para o político. Lisboa não é só urbana, é como qualquer cidade a sua gente, e é aqui que não pode haver lugar a hipocrisias, nem para falsas tolerâncias. Lisboa é também a capital, mas não se tem portado à altura desse estatuto. Não se comporta como a capital do país, comporta-se como se ela própria fosse o país, e isso é patente na mentalidade da sua  população, e dos políticos. Podemos sempre argumentar que os lisboetas não são todos iguais, mas se não são, parecem. O facto é que ao longo destes anos nunca vi, ou ouvi ninguém, a reconhecer a discriminação que tem sido feita ao Porto. Nunca! E contudo Lisboa  é a cidade do país que mais meios de comunicação tem!

O exemplo mais recente desse egocentrismo foi dado pelos funcionários do Infarmed! Precisamos de mais exemplos? Têm acompanhado o caso, e o modo como se agarram à "mama" da Infarmed, como justificaram os seus direitos, mesmo quando lhes foi dada a oportunidade de manterem os seus postos de trabalho? Bem sei que pior do que a reacção, foi a iniciativa do Governo, pura e simplesmente desastrosa, porque era n naturalmente expectável. E pela parte dos portuenses também, porque devíamos exigir sim organizações de raíz relevantes, para bem dos portuenses, e não envenenados, como foi o caso.

Há ainda no Porto quem se compadeça muito com os problemas de Lisboa, o que me deixa confuso e leva a questionar porque é que ainda temos tanta tolerância por gente que nunca fez nada por nós. Nunca os vi solidários connosco, pelo contrário. E se falarmos de futebol, são do pior que há. Tenham paciência, eu não tenho a memória curta, nem fico preso facilmente a sentimentos efémeros.

Estou-me a borrifar para os lisboetas, tanto ou mais como eles estão para os tipeiros. Detesto amores fadistas e detesto dar a outra face quando me sinto desconsiderado.

PS-Às vezes, parece que pressinto o que vai acontecer. Não no timing, porque para mim o drama do centralismo é coisa antiga. Se quiserem ter a confirmação sugiro que gravem o último programa da SicNotícias, "O Eixo do Mal" e vejam como reagiram os três participantes lisboetas à hipotética transferência do Infarmed para o Porto. Só lhes faltou pularem das cadeiras...  



  

    

27 julho, 2018

Democracia não liga com Lisboa nem Benfica

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Motores da corrupção benfiquista


Para que serve a um país ter uma Constituição, um Presidente da República, um 1º. Ministro, um Governo, e um Tribunal Constitucional, se existe um reles clube de futebol que os domina a todos? 

Um clube, onde a corrupção supera o desporto, com dívidas enormes à Banca, corrompido e corrupto,  e com um presidente cadastrado com poderes superiores aos do próprio Estado! 

Serve para fomentar conflitos, dividir, provocar revoltas e gerar mortes!

Haverá alguém no Porto, além dos desalmados benfiquistas, que se orgulhe deste esterco de país? Eu tenho a resposta: sim há, e muitos: orgulham-se os benfiquistas,  as rádios, os jornais e as estações de televisão, incluindo as do Estado.

Corruptos assumidos, sim, porque são eles próprios, homens e mulheres ,que se denunciam pelas suas atitudes vergonhosas.


25 julho, 2018

Salvar Bancos. Salvar vidas

Pedro Ivo Carvalho

Se há apenas três meses cometêssemos a ousadia de partilhar com alguém que, no pico de julho, Portugal ia enviar meios aéreos para acorrer a gigantescos incêndios florestais na Suécia, o mais provável era sermos beliscados violentamente numa zona carnuda do corpo. Ou aconselhados a tirar uns dias para recuperar do desvario. A verdade é que referências que normalmente associávamos ao universo da ficção científica já se apoderaram da realidade. Os fenómenos meteorológicos extremos, ligados com maior ou menor incidência às alterações climáticas, obrigam-nos a repensar as respostas. E tornam urgente a necessidade de os líderes políticos concertarem estratégias que previnam ou mitiguem o impacto das catástrofes naturais. Porque se há uma coisa que a deslocalizada onda de calor e a tragédia grega nos vêm provar é que nenhum país da Europa (e já agora do Mundo) está preparado para estas manifestações. Sejam elas espontâneas ou resultantes de erros humanos acumulados durante décadas. É neste contexto que as nações têm de reforçar a cooperação. No caso concreto da Europa, é imperioso tirar do papel o - vamos chamar-lhe assim - "Governo Europeu da Protecção Civil", consubstanciado num novo sistema de resposta a desgraças naturais. Com mais meios e outras competências. E um orçamento à altura.
Salvar bancos foi certamente importante para estancar a sangria económico-financeira da zona euro, mas salvar as vidas sacudidas pelas catástrofes também tem de motivar reuniões magnas entre chefes de Estado. A probabilidade de sermos confrontados com mais golpes desta envergadura é grande. Há oito anos, a Grécia chorou uma história parecida. Seria injusto concluir que não aprendeu nada com tantas mortes. Mas não seria entendível que, perante o que lhes aconteceu a eles agora, nos aconteceu a nós em Pedrógão em 2017 e está a acontecer ao planeta há tantos anos, não nos sentíssemos impelidos a prevenir mais e a lamentar menos.
*SUBDIRETOR

Nota de RoP:
Se os partidos políticos portugueses, constituídos por grupos de oportunistas e troca tintas, ainda conseguem ter eleitores, está tudo dito sobre o nível de exigência dos portugueses. É um nojo!

24 julho, 2018

Até o S. João incomoda Lisboa!


Vejo uma luz ao fundo do túnel na atenção dos portuenses no que diz respeito ao centralismo, e às suas consequências divisionistas. É ainda uma luz muito ténue, mas significativamente diferente do que acontecia há pouco tempo. 

Já aqui demonstrei diversas vezes, através de narrativas decorrentes, alguma preocupação com a lisboetização do JN malgrado as aparências. É verdade que agora cobre uma área maior, virado para outras mais a sul, sem descurar totalmente o Porto e a região Norte, como seria de prever quando a intenção é atingir, passo a passo, um objectivo sem dar muito nas vistas, assim como quem apanha uma mosca, mas o objectivo está quase atingido: dar mais palco a Lisboa e reduzí-lo ao Porto. Então se falarmos das páginas da "sociality" e da revista Evasões, Lisboa tem de estar sempre em destaque. Em condições normais até seria aceitável, equilibrado, o problema está na tendência natural dos media lisboetas para ignorarem o Porto, como de resto fazem todos os jornais e televisões da capital há longos anos. A execepção só acontece quando é para amesquinhar, ou para difamar as nossas gentes ou a nossa cidade.

Como não tenho outro jornal português para ler, a não ser o JN e sou incapaz de gastar um cêntimo num qualquer pasquim de Lisboa, seja ele generalista ou desportivo, prefiro (até ver) manter a leitura do JN do que não ter um jornal para ler. De uma coisa me orgulho: seja porque motivo fôr, em muitos anos, para aí já uns 40, não dei nada a ganhar àquela gente, e tenciono prosseguir nessa "empreitada".

Como mais atrás referi, acho que alguma coisa está a mudar para melhor na mentalidade dos nortenhos, particularmente dos tripeiros, quanto a esse cancro maligno chamado "centralismo". Antes, lia raras vezes o Correio do Leitor porque os assuntos abordados fugiam dessa importante temática, tirando um ou outro caso. Agora, e finalmente, vamos lendo cada vez com mais frequência cartas e emails dedicados ao repelente centralismo.

Escritos simples, objectivos, populares - e não populistas - como são (a)normalmente os escritos dos políticos. Já foi tempo em que também escrevia para o CL do JN, mas quando percebi que não podia dizer tudo o que pensava, desisti de o fazer. Curiosamente o extinto "Comércio do Porto", onde também colaborava o nosso amigo Bernardino Barros, publicava todas as minhas crónicas... Todas!  Um jornal muito bem concebido e virado para a descentralização e para o Porto!

Até o S. João do Porto os incomoda... De uma leitora, caso não tenham lido. Simples e claro:

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