Terreiro do Paço, o monumento centralista |
Vamos lá ver se, definitivamente, consigo fazer-me entender do motivo porque penso tão mal de Lisboa. Já tentei várias vezes, mas não me importo de tentar novamente, de forma a não criar confusão na cabeça de certas pessoas. Antes porém, quero pôr uma condição: a sinceridade.
Primeiro, nunca fui um grande apreciador de Lisboa. Já lá vivi, como devem saber, mas nunca consegui apegar-me à cidade talvez por ter sempre no coração o Porto, a minha cidade natal, onde cresci e vivi durante a maior parte do tempo da minha vida, incluindo o do serviço militar (4 anos) e o de "emigrante" temporário.
Conheci e percorri vários sítios nacionais e internacionais, uns mais aprazíveis, outros menos, mas o suficiente para não me impressionar facilmente por qualquer um. Foi isto que senti em Lisboa. Sempre que contemplava a cidade, logo me sentia impelido a compará-la com o Porto que ficava sempre a ganhar. A Lisboa faltava-lhe sempre qualquer coisa. Havia uma imagem muito especial que me fazia sempre orgulhar do Porto e que acontecia sempre que regressava do sul na abordagem lenta do comboio à ponte D. Maria de Gaia para o Porto. O sentimento era sempre o mesmo. O morro denso do casario da cidade parecia saudar o visitante e dizer: estou aqui, és benvindo! Só este forte sentimento faz toda a diferença, é impossível vivê-lo sem ser de comboio, em Lisboa ou noutra cidade qualquer. É único. Como único é admirar o Porto visto do cais de Gaia. Vou ficar-me por aqui.
Conheci e percorri vários sítios nacionais e internacionais, uns mais aprazíveis, outros menos, mas o suficiente para não me impressionar facilmente por qualquer um. Foi isto que senti em Lisboa. Sempre que contemplava a cidade, logo me sentia impelido a compará-la com o Porto que ficava sempre a ganhar. A Lisboa faltava-lhe sempre qualquer coisa. Havia uma imagem muito especial que me fazia sempre orgulhar do Porto e que acontecia sempre que regressava do sul na abordagem lenta do comboio à ponte D. Maria de Gaia para o Porto. O sentimento era sempre o mesmo. O morro denso do casario da cidade parecia saudar o visitante e dizer: estou aqui, és benvindo! Só este forte sentimento faz toda a diferença, é impossível vivê-lo sem ser de comboio, em Lisboa ou noutra cidade qualquer. É único. Como único é admirar o Porto visto do cais de Gaia. Vou ficar-me por aqui.
Passemos do aspecto sentimental para o político. Lisboa não é só urbana, é como qualquer cidade a sua gente, e é aqui que não pode haver lugar a hipocrisias, nem para falsas tolerâncias. Lisboa é também a capital, mas não se tem portado à altura desse estatuto. Não se comporta como a capital do país, comporta-se como se ela própria fosse o país, e isso é patente na mentalidade da sua população, e dos políticos. Podemos sempre argumentar que os lisboetas não são todos iguais, mas se não são, parecem. O facto é que ao longo destes anos nunca vi, ou ouvi ninguém, a reconhecer a discriminação que tem sido feita ao Porto. Nunca! E contudo Lisboa é a cidade do país que mais meios de comunicação tem!
O exemplo mais recente desse egocentrismo foi dado pelos funcionários do Infarmed! Precisamos de mais exemplos? Têm acompanhado o caso, e o modo como se agarram à "mama" da Infarmed, como justificaram os seus direitos, mesmo quando lhes foi dada a oportunidade de manterem os seus postos de trabalho? Bem sei que pior do que a reacção, foi a iniciativa do Governo, pura e simplesmente desastrosa, porque era n naturalmente expectável. E pela parte dos portuenses também, porque devíamos exigir sim organizações de raíz relevantes, para bem dos portuenses, e não envenenados, como foi o caso.
O exemplo mais recente desse egocentrismo foi dado pelos funcionários do Infarmed! Precisamos de mais exemplos? Têm acompanhado o caso, e o modo como se agarram à "mama" da Infarmed, como justificaram os seus direitos, mesmo quando lhes foi dada a oportunidade de manterem os seus postos de trabalho? Bem sei que pior do que a reacção, foi a iniciativa do Governo, pura e simplesmente desastrosa, porque era n naturalmente expectável. E pela parte dos portuenses também, porque devíamos exigir sim organizações de raíz relevantes, para bem dos portuenses, e não envenenados, como foi o caso.
Há ainda no Porto quem se compadeça muito com os problemas de Lisboa, o que me deixa confuso e leva a questionar porque é que ainda temos tanta tolerância por gente que nunca fez nada por nós. Nunca os vi solidários connosco, pelo contrário. E se falarmos de futebol, são do pior que há. Tenham paciência, eu não tenho a memória curta, nem fico preso facilmente a sentimentos efémeros.
Estou-me a borrifar para os lisboetas, tanto ou mais como eles estão para os tipeiros. Detesto amores fadistas e detesto dar a outra face quando me sinto desconsiderado.
PS-Às vezes, parece que pressinto o que vai acontecer. Não no timing, porque para mim o drama do centralismo é coisa antiga. Se quiserem ter a confirmação sugiro que gravem o último programa da SicNotícias, "O Eixo do Mal" e vejam como reagiram os três participantes lisboetas à hipotética transferência do Infarmed para o Porto. Só lhes faltou pularem das cadeiras...
PS-Às vezes, parece que pressinto o que vai acontecer. Não no timing, porque para mim o drama do centralismo é coisa antiga. Se quiserem ter a confirmação sugiro que gravem o último programa da SicNotícias, "O Eixo do Mal" e vejam como reagiram os três participantes lisboetas à hipotética transferência do Infarmed para o Porto. Só lhes faltou pularem das cadeiras...