23 fevereiro, 2008
Conversa da Treta
Em abono da verdade, por muito que isso desagrade aos partidos que acederam às esferas do Poder (PS e PPD/PSD), os mais sérios e coerentes, são paradoxalmente aqueles que o sistema acusa de demagógicos: o PCP e até o próprio Bloco de Esquerda.
Mas, na realidade, por reflexo da queda do regime comunista, o subconsciente popular assimilou (se calhar, mal) que não lhes deve ser dada a oportunidade de se readaptarem a este tipo de democracia (que nem sequer é recomendável), para mostrarem o que valem. Não votam neles e pronto. Só servem, enquanto bóia salvadora, para o povo se "vingar" dos partidos que os andam a enganar há décadas sucessivas. As pessoas não percebem, que com esta esperteza saloia não estão mais do que a transmitir aos partidos do poder convencionais a ideia de insubstituabilidade que em vez de os regenerar os acomoda e vicia. Às vezes é preciso arriscar um pouco mais.
Mas, como disse, é a indignação de alguns protagonistas políticos que me irrita, quando dizem que desprezamos a sua actividade. Irrita-me, porque esta reacção revela de per si o autismo em que têm vivido e os leva a confundir a imagem que fazem de si mesmos com a imagem que pensam dar aos cidadãos. O erro autista reside aqui.
Quando dizem com despudor, que as pessoas ignoram o serviço público que prestam ao país, esquecem-se que a medida dessas mais valias nunca pode ser feita por quem as executa, mas tão só por quem delas tem de beneficiar: o Povo.
Os "Olhares Cruzados sobre o Porto"
22 fevereiro, 2008
A "fotografia" parece não estar a ficar lá muito nítida
21 fevereiro, 2008
A futura Casa da Arquitectura de Matosinhos
É o caso de Siza Vieira, que às vezes me faz lembrar o Quaresma no futebol. É um génio que às vezes complica e também não gosta que o assobiem...
Extraído do blogue Bússola e da autoria de Fernando Rocha
"Da Cordoaria"
"O desenho do lago é aberrante. O varadim que lá havia - dos tempos do cimento a imitar troncos de árvore - era parolo para a pós-modernidade. Mas seguro. Protegia as pessoas de caírem à água. Experimentem lá levar agora crianças, alguém em cadeira de rodas, um distraído, um cego. Caem à água. Plataforma sobre lagos, em jardins públicos sem resguardo e protecção, parecem-me pedir processo judicial."
Está carregadinho de razão Helder Pacheco. Há certos senhores que fazem das suas actividades profissionais verdadeiros templos de esoterismo, onde ninguém pode entrar ou emitir opinião.
Nunca aceitam a crítica, mesmo que ela seja construtiva e tenha preocupações sociais. Convencem-se que só eles estão à altura de entender as necessidades públicas porque pensam muito mais para a frente que o cidadão comum .
A coberto desse pragmatismo duvidoso, esquecem-se muitas ocasiões do essencial, e "lixam" o zé povinho com as suas excentricidades, como foi este caso aqui.
Finalmente, e para variar: mais do mesmo
Para quem ainda tivesse dúvidas ou andasse distraído com estas 'futilidades' futebolísticas, que só servem para 'alienar e embrutecer', ficam aqui testemunhos de como estavam enganados. Se calhar, quem estaria a dormir na patetice da sua arrogância intelectual, era quem faz dos outros, mentecaptos e gente menor ...
Durante 8 dias consecutivos, apresentamos aqui as 1ªs. páginas do jornais desportivos de maior tiragem do país, e ficou definitivamente provado que, não só não andamos a ver fantasmas, como não somos paroquianos, nem inventamos nada. Apresentamos, FACTOS!
Se isto não bastar, não custa nada continuar a publicar estas preciosidades. É só dizê-lo.
Os "descentralizadores"
Quem a ouve falar, não pode deixar de ficar intrigado para perceber como é possível em mais de três dezenas de anos de promessas não cumpridas de descentralização, continuar a defender um mentira. Sim, porque é a defesa de uma retinta mentira aquilo que fazem os adeptos da "descentralização", não é nada mais do que isso.
É quase como levar o carro avariado à oficina, deixá-lo lá ficar sem funcionar durante mais de 30 anos, tão só porque o mecânico nos prometeu que um dia o haveria de arranjar. É caso para perguntarmos, se os fãs da descentralização costumam ter essa mesma tolerância com os seus mecânicos...
Mas, lamentavelmente, o caso aqui é mais sério. Não estamos a tratar do conserto do nosso automóvel, estamos a falar de questões de cidadania, de vida, e não devemos brincar com elas.
Por outro lado, é difícil compreender como se pode continuar a acreditar em algo que há muito, já não merece crédito, e desconfiar de uma alternativa (a Regionalização) de governação da qual - pelos exemplos de outros países europeus - só temos razões objectivas para conceder o benefício da dúvida.
Por outro lado ainda, é absolutamente irresponsável e cínico, pôr em causa a integridade nacional, assustanto o povo, quando afinal se insiste na defesa de métodos governativos (manutenção centralista de poder), que mais não têm feito senão acentuar assimetrias e estimular ideias separatistas. Não haverá pois, alguma coisa aqui, de maquiavélico e insano?
Só por isso, desconfio muito dos "descentralizadores". Vejo-os como cumplíces desta pouca vergonha, deste sistema irresponsável de "governar" o país, que é afinal de contas, a única e verdadeira ameaça à nossa integridade, enquanto nação.
20 fevereiro, 2008
"DROGARIAS"
Olhem bem, para não dizerem que só sabemos "chorar"
Nunca é demais relembrá-lo. O Futebol Clube do Porto jogou ontem mais uma etapa da Liga do Campeões Europeus e é o único clube português a disputar a competição. Contudo, observem outra vez os critérios sobre a importância do evento da parte dos jornais desportivos.
Quanto ao jornal "O JOGO" (imagem da esquerda), como aqui se pode ver, não é a 1ª. página da edição Norte, mas apenas uma página online de hoje. Nas tvs, a revista de imprensa desportiva mostra a 1ª. página da edição Sul de hoje deste jornal com uma grande foto de Paulo Bento, do Sporting...
Estes apontamentos, além de revelarem as assimetrias jornalísticas podem servir para fazer meditar os entusiastas das privatizações sobre as garantias de qualidade quando uma empresa estatal não funciona, ou funciona mal.
Portanto, é preciso ter calma com certos entusiasmos e com modinhas de combustão rápida...
19 fevereiro, 2008
A solução do TAF
Deu-me para inicar o meu comentário desta forma propositadamente sarcástica, para saber se será defeito meu considerar um pouco utópico este post do Tiago Azevedo Fernandes, inserido no blogue "A Baixa do Porto".
Ele tem muita razão, quando diz que "os candidatos a protagonistas locais passam a preocupar-se com os problemas nacionais mal atingem alguma notoriedade e esquecem os locais", mas perde-a, pensando que já não nos sacrificamos, que nos acomodamos e que podemos poupar para investir na sua estratégia "Think global, act local" (A Solução).
Pensar global e esperar implicitamente mais entraves pela parte do Poder Central, parece-me óbvio, mas ao mesmo tempo, revela uma noção demasiado lisonjeira àcerca das capacidades do potencial empreendedor local, sobretudo continuando orfão de qualquer tipo de suporte dos orgãos do Poder.
Mas, a que se refere afinal TAF, quando fala de empreendedorismo social? À iniciativa dos cidadãos em geral, ou de algumas elites? E de que elites? Presumo que, das elites com capital. Assim sendo, por que não sondá-las directamente, cativá-las e envolvê-las no seu projecto social, em vez de propor "sacrifícios" a quem já está cansado de os fazer? Há que ser objectivo, mesmo que se trate apenas de um projecto.
Pessoalmente, estou aberto a qualquer proposta política, económica e social, desde que beneficie a grande maioria da poulação. Interessa-me bem menos a forma como se constrói a "massa" do que a qualidade de que ela é feita. Esta, é irreversivelmente a minha doutrina. A qualidade dos recursos (homens) que é aquilo que faz dos projectos bons ou maus.
Daí que, como cidadão, antes de qualquer subterfúgio para contornar obstáculos, seja para mim prioritária a procura de um sistema democrático (e do seu melhoramento) que nos permita controlar - apoiar ou demitir - os representantes do Poder. Tal como está, a democracia é um verdadeiro bluff, é um corpo com membros, mas com muito pouco cérebro. Se é verdade que a democracia não é um regime perfeito, mas o menos mau, por que havemos nós de renunciar ao seu aperfeiçoamento ?
Além de mais, como já muitas vezes referi, desistir de bater o pé, de exigir dos governantes o cumprimento estrito das suas obrigações, tratando-os como meninos da mamã, mal comportados, é termos uma noção muito aligeirada das responsabilidades do Estado e, pior do que isso, é pactuar com o oportunismo político e dar lastro ao estatuto de menoridade em que Portugal vive, desde há muitos anos.
A vida é dura (é verdade), diz o Tiago. Mas, se temos de fazer ainda mais sacrifícios (como ele propõe), então não precisamos dos políticos para nada e, nesse caso... que viva a anarquia!
Afinal, onde está a mais valia do DIAP/Lisboa?
Só nesta data (11Dezembro de 2006), o ofendido junta aos autos o livro "Eu Carolina" e revela que - três meses antes - havia almoçado com a autora que lhe confessara a co-autoria dos factos, sublinhou ainda Hortência, adiantando que a inquirição a Carolina, agendada para 21 de Dezembro desse ano foi desmarcada porque entretanto o inquérito passou para a equipa coordenada por Maria José Morgado".
Lisboa não forneceu pistas de Carolina ao DIAP do Porto
Se os factos foram estes, não há dúvida que a condução do processo pela equipa lisboeta do DIAP/PJ , não foi nenhum exemplo de transparência. E que cheira a estratégia orquestrada para facilitar a acusação, lá isso cheira.
A poucas horas da Liga dos Campeões, são assim os jornais desportivos
Não nos iludamos com a capa do jornal o "O JOGO", porque é apenas a chupetinha para os 'parolos' da edição Norte.
A edição Sul já não é assim como aqui está estampada, a côr promovida continua a ser o vermelho. Se alguém quiser tirar dúvidas, é só ver a revista de imprensa matinal das televisões e a opção continua a ser o Benfica.
Nos outros jornais da capital, é o que se vê: a "imparcialidade" do costume...
18 fevereiro, 2008
O lado dos "Apitos" de que as TV's não gostam de falar...
"Nos sucessivos depoimentos de Ana Maria, foram relatados factos susceptíveis de descredibilizar a versão de Carolina, ligando-a ao líder do Benfica, Luís Filipe Vieira, e denunciando uma suposta ligação próxima com Maria José Morgado e um inspector da PJ, que a teria enduzido a moldar os seus depoimentos contra o dirigente do F.C.P."
Irmã gémea queixa-se de ter sido pressionada por Carolina
Entre as declarações de uma mulher que se prostituiu, que "apunhalou" o seu antigo companheiro, que o traiu, roubou, que se passou para o lado daqueles que outrora odiou e insultou, e as declarações de uma mulher (sua irmã) aparentemente honesta e com uma vida pacata, é no mínimo suspeita a preferência testemunhal e o notório "carinho" dedicado pela dra. Maria J. Morgado, à primeira.
"Variedade" de tons
É assim que os valores centralistas manifestam a sua seriedade informativa. Muito vermelho, algum verde e muito pouco, ou nenhum, azul e branco...
Amanhã, o F. Clube do Porto joga mais uma jornada para a Liga dos Campeões Europeus. Talvez quem sabe, abram uma excepção e sejamos brindados com uma 1ª paginazita azulada... Coitados de nós, também merecemos, não é? Vamos lá ver.
17 fevereiro, 2008
"MEMORANDUM CASA PIA-VERSÃO 2008"
Os principais responsáveis desses abusos eram figuras públicas e um ex-funcionário da Casa Pia, Carlos Silvino, mais conhecido como Bibi. A 29 de dezembro de 2004, o Procurador-geral da República, José Souto Moura, acusou formalmente várias personalidade de abusos sexuais a menores (pedofilia): Herman José e Carlos Cruz, duas estrelas da televisão portuguesa.
Além desses suspeitos, foram constituídos arguidos, o arqueólogo Francisco Alves, o antigo médico da Casa Pia, Ferreira Diniz, o ex-Ministro da Segurança Social do governo de António Guterres, actual deputado do Partido Socialista, Paulo Pedroso e também o embaixador Jorge Ritto.
O julgamento iniciou-se em 25 de Novembro de 2004, com sete arguidos: Carlos Silvino, Carlos Cruz, Jorge Ritto, Ferreira Diniz, Manuel Abrantes, Hugo Marçal e Gertrudes Nunes. O caso arrasta-se durante anos, com audiências públicas e não públicas para auscultar as alegadas vítimas. Em Fevereiro de 2008 o caso ainda decorre, e é tempo de mais.
Nota: Este caso (até ver), não envolve o Porto, mas indigna todo o país. Os media tradicionais andam ao "ritmo" do regime e já se devem ter "cansado" de o pressionar. Nós não. Periodicamente, faremos questão de lembrar aqui esta vergonha nacional. Para que os respectivos responsáveis possam ter a noção exacta da valia da sua honorabilidade