30 março, 2017

Homenagem visual à integridade vermelha








Querem mais? O stock é farto.

Malditos jornavígaros!

O Sindicato dos Jornalistas está para a classe, como o Sindicato dos Jogadores para estes: só aparecem, quando o alvo a abater é o FCPorto ou a própria cidade. Isto, traduz bem a integridade dos membros destas organizações.

Síntese do texto do JN de
29/03/2017
Antes de prosseguir, quero apresentar esta declaração de interesses: conheço mal Rui Moreira, nunca nos vimos pessoalmente, e nem sequer votei nele, pela simples razão de não residir actualmente na minha cidade, que é o Porto. Estou recenseado em Matosinhos, portanto mesmo que quisesse (e queria), não podia votar nele. O nosso conhecimento limitou-se apenas a uma troca de comentários aqui, no Renovar o Porto e noutro blogue portuense chamado A Baixa do Porto que suponho já nem estar activo. Para além disso, apenas trocamos uns emails de carácter particular, e foi tudo. Resta-me dizer que, embora o tenha como pessoa de bem, e o admire enquanto autarca, não hesitarei em censurá-lo se algum dia tiver fortes razões para isso.

Dito isto, sinto-me à vontade para prosseguir.

Talvez os leitores do RoP já saibam pelo jornal (JN) as causas que levaram Rui Moreira a insurgir-se contra a forma como foi publicada a notícia* plasmada à direita. Lamentavelmente, este tipo de incidentes são recorrentes na comunicação social portuguesa, mais pelo modo como são anunciadas, do que pelo conteúdo, e é disso que se trata, ao que parece.

Aliás, o JN costumava ser um jornal mais moderado do que é agora, desde que passou para as mãos da nova administração. Seguindo progressivamente os arquétipos editoriais centralistas, o actual JN, como já aqui afirmei, tornou-se um "sério" candidato a pasquim do Norte, do tipo Correio da Manhã, razão pela qual estranhei a exclusão feita pelo diretor de comunicação do FCPorto do lote de jornais capturados pelo nacional-benfiquismo (rima com nazismo).

Mas, independentemente do estilo, a mim, o que mais me revolta é o despudor como o Sindicato dos Jornalistas repete a cassete gasta e carunchosa de "apelar ao bom senso e ao nível democrático a que um Presidente da Câmara está obrigado", sem ponderar se os seus associadas cumprem esses mesmos critérios. É preciso ter lata! Esta gente, julga que os portugueses são todos aldrabões e atrasados mentais para não perceberem que a classe dos jornalistas é a mais traiçoeira e inconfiável que se conhece. O pouco de positivo que (alguns) conseguem transmitir é avassaladoramente destruído por uma maioria de crápulas "presos" a interesses e instituições que lhes arruina a credibilidade que pensam merecer.

Será que os sindicalistas nos querem convencer que não se deixaram seduzir por este regime político pútrido, hipócrita, de fazer ciúmes a Salazar? Só mesmo eles ainda acreditam nisso. Eles, os cidadãos burros, e todos os que vivem à custa das suas capas sensacionalistas. E o que terão a dizer sobre o assunto, os bons jornalistas? Este "bons" é uma forma simpática de querer acreditar que não são todos iguais, não é um afirmação de carácter, porque se fosse, esses "bons" já tinham todos saído da gaiola do medo para varrer a horda de malfeitores que lhes mancha a reputação e indigna quem não se deixa influenciar pela mediocridade.

Portanto, rapazinhos da escrita, cresçam, tornem-se homenzinhos, afirmem-se, que a puberdade tem o seu devido tempo. E deixem-se de arrogâncias, porque as coisas de repente podem mudar, e um destes dias ainda lhes acontece o que aconteceu à PIDE. Ainda há por aí alguns resquícios...

Residirá aí a causa para tantos medos?

*Que relação directa terá o Presidente da Câmara com o assédio de senhorios e imobilárias aos inquilinos? Não será antes um problema dos especuladores? E o governo central não terá forma de evitar esse assédio?

29 março, 2017

Um país desgovernado por um clube


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Sondando a blogosfera portuense, observa-se que apesar da fama bairrista das suas gentes, são poucos os blogues temáticos sobre a cidade do Porto. Além do Renovar o Porto/As Casas do Porto, A Cidade Surpreendente/A Cidade Deprimente, A Baixa do Porto, o Amar o Porto e pouco mais, todos os outros blogues têm como tópico o futebol. É de facto redutor, para uma cidade com uma história tão rica como a do Porto, que vai muito para além do campo desportivo.

Há no entanto uma explicação para esta preferência que é quase consensual, que deriva da paixão que grande parte dos povos do mundo têm pelo futebol e que até lhe valeu a fama de desporto-rei. Em  Portugal, particularmente, ao contrário do que alguns intelectuais defendem, o futebol não aliena absolutamente, o futebol serve também para esclarecer outras realidades, desde que lhe dediquemos o tempo necessário, e que saibamos refinar a nossa capacidade de análise sobre os seus protagonistas fora dos bastidores clubistas. Esses protagonistas (os + perigosos), jogam fora das 4 linhas. Encontram-se nos partidos políticos, na Banca, na Federação P. Futebol, na Liga, na comunicação social, e até nos órgãos judiciais do país.

O Benfica tem sido protegido por toda essas estruturas, não há como negá-lo, porque é com esse apoio sincronizado que consegue manter-se acima da própria lei e manipular o que bem entende. De resto, outra coisa não faria sentido nem se compreenderiam as causas para tamanho descuido, sobretudo por parte da Justiça e do Fisco... Portanto, os tentáculos do polvo são mais longos e mais sofisticados do que à partida podíamos imaginar. 

A nossa luta, como adeptos, e a do FCPorto, enquanto clube/empresa e mesmo a do Porto Canal, vai ser dura e demorada. O Benfica é, em poucas palavras, o clube que melhor espelha a realidade do país, com fraudes, promiscuidade, tráfico de droga, e corrupção por todo o lado, que vão da política, às finanças públicas e ao desporto. Todos os dias deparámos com novos casos, e outros que julgávamos arquivados, são reanalisados. É um sufoco de malandragem, e malandragem da pior espécie. 

A memória remete-me inevitavelmente para uma questão intrigante: como será que o impoluto Rui Rio avaliará hoje o quadro do país sem ter o FCPorto e a Câmara do Porto para acusar de promiscuidade?

Ah, acho que descobri: o ex-presidente da Câmara portuense, tal como certos intelectuais de aviário, não liga ao futebol fora da periferia do Porto. Também ele, não viu, não ouviu, nem leu, nem sabe.

O futebol não tem nada a ver com o resto...

Compreendido.   

28 março, 2017

Insuficiências

Mariana Mortágua*

Queriam que ficássemos mais pobres, e o país empobreceu. Queriam-nos mais flexíveis, mais baratos, e o país criou o seu batalhão de precários quinhentos-euristas. Queriam-nos mais dóceis, e o país aguentou. Aguentou a troika e o Governo Passos/Portas. Aguentou o ataque aos salários, os impostos e a humilhação. Porque em terra de cristãos a culpa não morre solteira, a preguiça é um pecado e os povos honrados pagam sempre as suas dívidas. Ou assim nos foi dito.
Tudo o que Portugal recebeu desta Europa na última década foi autoritarismo e austeridade. Uma terapia de choque sem qualquer fundamento económico ou racional. Puro radicalismo ideológico misturado com uma boa dose de preconceito. Afinal, as declarações de Dijsselbloem não são mais do que uma interpretação rasca do discurso oficial da irresponsabilidade dos países do Sul.
Se excluirmos os juros, Portugal tem hoje o saldo orçamental mais elevado da Europa. Demasiado foi sacrificado para obter esse resultado, mas dizem-nos que não chega. O Banco Central Europeu quer agora sancionar o país pelos desequilíbrios macroeconómicos. É claro que não importa para esta história que, segundo as regras, o BCE não possa interferir com o poder político. E também não interessa que, segundo o mesmo procedimento que o BCE invoca, a Alemanha deveria ser multada. Sim, porque é tão desequilibrado o défice comercial em excesso como é o excedente predatório. Não interessa nada. A Alemanha é Alemanha, a França é a França, e em Portugal não chega.
Não chega para o BCE nem para a Comissão Europeia, que veio ontem recomendar mais cortes, mais permanentes. E também no sistema financeiro não chega. Não basta vender uma parte do Novo Banco, querem garantir que o Estado não manda, mesmo quando paga. Não chega, nem nunca vai chegar.
Pois vai sendo tempo de dizer que uma Europa onde só cabe quem obedece é uma Europa onde a democracia não chega, nem nunca vai chegar. E esse, sim, é o défice mais insuportável de todos.
* DEPUTADA DO BE

27 março, 2017

Cuidado com os cadastrados

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O rosto da inocência
encarnada

Após dois anos de uma inexplicável renúncia à indignação, e concomitantemente à defesa dos seus legítimos interesses - com as consequências danosas que se conhecem -, o FCPorto lembrou-se de quebrar o silêncio para voltar à sua génese combativa, denunciando a situação indecente de impunidade e proteccionismo intolerável de que aproveita o seu principal rival de Lisboa.

Ainda assim, fê-lo tardiamente, numa fase já avançada da temporada em que esse mesmo clube voltou a amealhar pontos, com a cumplicidade das arbitragens, patenteada em benefício próprio, ou indirectamente em prejuízo do FCPorto. Quanto a isto, só gente estruturalmente desonesta terá estofo para o negar (em Portugal é o que mais há, infelizmente).

O programa do Porto Canal, Universo Porto da Bancada, foi o meio de defesa escolhido, e quanto a mim, bem, porque é sem dúvida o mais indicado para atalhar caminho, poupando tempo, comprovando e compilando factos das acusações que apresenta. Pessoalmente, gostaria de saber de quem partiu a iniciativa, ou quem influenciou os dirigentes do FCPorto/Porto Canal, a avançar com o programa e porque não o fizeram mais cedo. Mas isso, são outras questões que poderemos abordar noutra altura só por uma questão de transparência e rigor analítico...

Como era de prever, os resultados falam por si. Aqueles para quem tudo estava impecável, enquanto eram protegidos jornada após jornada, e o FCPorto altamente lesado, com esta pedrada no charco chamada Universo Porto da Bancada, os emissários do "fair play e da verdade desportiva", passaram, num ápice, de "pacificadores" a "revoltados", usando a manha e a hipocrisia muito próprias dos marginais, para se metamorfosearem em vítimas. 

É claro que estes estrategemas só têm resultado, porque a classe política, por culpa própria, se deixou tomar pelos votos maioritários de uma comunidade clubista que, através do seu presidente - cadastrado recidivo -, usa e abusa da chantagem eleitoral junto do poder político para conquistar títulos que não consegue de forma legal. E os governantes, tendo perfeito conhecimento do buraco financeiro que o Benfica deixou no BES, e da sua ligação a actos criminosos, pactuam com esta pouca vergonha e permitem-lhe tudo. Até um dia. 

O jogo que se avizinha, sem ser decisivo, pode comprometer as aspirações de ambas as equipas, em caso de derrota. Por isso, e tendo em consideração os sucessivos golpes de teatro que o antecedem, não me surpreenderei se acontecer alguma desgraça. O ambiente, está criado pelos mesmos de sempre. Aqui chegados, é à classe política, em primeira instância, que devemos atribuir a responsabilidade de qualquer eventual tragédia que possa acontecer. Pela experiência que temos, aos governantes da época não bastaram a morte de um adepto leonino, nem as agressões graves a um hoquista do FCPorto, ou o autocarro portista incendiado por benfiquistas, para se imporem como autoridade. Preferiram deixar às "autoridades" desportivas, cumplíces dos infractores, a responsabilidade e fazerem de conta que nada se passou.

Dados os factos, não deixa de estranhar um pouco que o responsável pela comunicação do FCPorto, Francisco J. Marques, depois de ter afirmado (e bem) que a comunicação social foi capturada pelo Benfica, tenha excluído o Jornal de Notícias e o desportivo O Jogo dessa condição, porque também eles foram já enclausurados, ou "seduzidos" pelo sistema.

Este assunto, dava aliás um excelente programa temático para debater no Porto Canal. Assim o queiram as partes (FCPorto/Porto Canal)... É que o Jornal de Notícias, para já, ainda não deixou cair totalmente a máscara, porque quem lá manda sabe como há-de fazer as coisas. Por enquanto, vai-nos fazendo o "favor" de nos dedicar algum espaço local, genérica e desportivamente. Com o passar do tempo, e se entretanto nada fizermos para o evitar, será apenas mais um jornal de Lisboa publicado e sediado no Porto (como o Público).

Portanto, senhores jornalistas do Porto Canal, não tenham medo de dizer tudo o que pensam, porque o panorama é bem mais negro e abrangente  do que julgam. O Porto, só depende dos portuenses legítimos, daqueles que se ofendem quando os aqui nascidos em vez de se juntarem a nós fazem coro com os que tudo fazem para nos prejudicar e humilhar. Por muitos argumentos que tenham, nunca, mas nunca mesmo, podem ser considerados tripeiros.

São antes uma espécie de cancro no corpo de uma cidade.