30 janeiro, 2009

O Absurdo Centralista

"Num Estado centralista, o Poder não descansa na vontade nacional, mas o seu mais firme afiançamento está nos funcionários que vivem à sua sombra, e os administrados convertem-se, como diz Randot, numa plebe de solicitantes, que para tudo se têm de dirigir ao poder central.

...

Depois, como diz Vivien, a contínua imiscuidade do Estado e do governo em todos os assuntos, faz com que o cidadão perca o hábito do esforço pessoal, com que se destrói toda a iniciativa individual e colectiva, toda a energia cívica; e os cidadãos, acostumam-se a aguardar que tudo venha de cima, que tudo lhes seja dito como é.

Então, como da capital do Estado vêm todos os juízos e todas as opiniões, a gente das províncias chega a uma efectiva impotência de pensar por sua conta. E como a imprensa de província é quase sempre decalque literal da capital do estado, aparece desta maneira uma opinião pública fictícia que ninguém se atreve a desmentir.

Há algo pior: a emigração da gente das províncias para a capital e das aldeias para as vilas. Entre nós, Madrid absorve grande parte do melhor das províncias, para fazer apodrecer sem dar fruto muitas e selectas inteligências na pestilência do seu ambiente nojento. Os artistas não são estimados enquanto não forem consagrados em Madrid, e têm à força de ir lá e acomodar-se ao gosto da crítica madrilena, sacrificando para isso a sua originalidade. deste modo, a corte esteriliza a vida nacional."

Moutinho, José Viale. Introdução ao Nacionalismo Galego. Livraria Paisagem, 1973, Porto.

nota: substituam imprensa por JN + RTP e Madrid por Lisboa e o texto continua, principalmente hoje, 35 anos depois de publicado, a ser ainda mais pertinente.

Um Apito Afinado, Finalmente!

Apito Final:

Escutas são "definitivamente" ilegais, diz Tribunal Constitucional
O Tribunal Constitucional rejeitou o recurso do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol e considerou definitivamente ilegal a utilização das escutas telefónicas do Apito Dourado no âmbito do processo de corrupção desportiva Apito Final. Com esta decisão, o Boavista pode recorrer da descida de divisão e Pinto da Costa dos dois anos de suspensão a que foi condenado.
Segundo noticiou o Porto Canal, estação de televisão regional do Norte, o Tribunal Constitucional (TC) validou a decisão do Supremo Tribunal Administrativo (STA) de três de Novembro de 2008, que considerou as escutas telefónicas ilegais, possibilitando a João Bartolomeu, presidente da União de Leiria, recorrer do castigo que lhe foi aplicado pela Comissão Disciplinar (CD) da Liga.
João Bartolomeu foi punido, em Maio de 2008, com um ano de suspensão e multa de quatro mil euros no âmbito do processo Apito Final, em que União de Leiria e o seu presidente foram acusados de corrupção, na forma tentada, no jogo com o Belenenses da época 2003/04. Da decisão, resultou ainda uma multa de 40 mil euros à SAD.
Com esta decisão do TC - de que já não há recurso -, o F. C. Porto e o seu presidente Pinto da Costa, a quem foram aplicados pela justiça desportiva a perda de seis pontos no campeonato de 2007/08 e uma suspensão de dois anos ao dirigente, podem solicitar a anulação dos castigos.
Do mesmo modo, o Boavista, que desceu à Liga de Honra, decisão tomada também com base nas escutas telefónicas, poderá igualmente apelar.
Contactada pela Agência Lusa, fonte ligada ao processo confirmou que no despacho de quarta-feira (28 de Janeiro), o TC "decidiu não tomar conhecimento do objectivo do recurso interposto pela Federaração Portuguesa de Futebol (FPF), por constatar que o Supremo Tribunal Administrativo não recusou a aplicaçao de qualquer norma constante de acto legislativo".
De acordo com o acordão do Supremo Tribunal Admnistrativo de 2008, a FPF foi intimada a proceder à devolução das escutas telefónicas a João Bartolomeu.
À FPF resta solicitar uma conferência de juizes do próprio TC para se pronunciar sobre este despacho.
(Extraído do JN)
OBS.
As parangonas, são o resultado daquilo que aprendemos com "A BOLA" e o "RECORD"... Que tal? Gostam?

Federação Académica do Porto - Gestão Autónoma do Aeroporto Sá Carneiro

Há pouco tempo para recolher as assinaturas que faltam. Pode assinar a petição aqui




Pode também seguir os "acontecimentos" relativos á privatização do ASC no novo site da Associação de Cidadãos do Porto.

Em honra da nossa amiga paulista

Da janela olho
Olho e não vejo...
Aguardo tua chegada
Teus passos já familiares
À minha estreita porta
Reservada para poucos.
E a noite se aproxima,
E o céu é belo, quase âmbar...
Da janela sonho
Sonho e te quero...
Aguardo teu abraço
Teus braços já conhecidos
Em meu corpo
Sedento do teu.
E o céu é belo, quase âmbar...
Da janela te espero...
neli araujo

Charles Aznavour - hier encore




LIVE IN CONCERT 2004

Joan Manuel Serrat - poema de amor

Educação

A boa educação é contagiante, mas a má também. Quando alguém verdadeiramente bem educado, está no meio de um grupo de grosseirões ou de envernizados (falsos bem educados) a debater um assunto controverso, das duas, uma: ou perde o debate, porque nem sequer o deixam falar, ou retira-se delicadamente do lamaçal em que está, e deixa os outros entregues ao seu habitat natural.
Não fica bem falar de mim próprio, mas como não é exactamente para me auto-elogiar, não tem mal nenhum. Quero dizer, com isto, muito francamente, que não pertenço ao grupo dos bem educados atrás citados, tal qual, eu os vejo. Mas também, não pertenço ao clube daqueles envernizados que olham de alto o parceiro do lado só porque estão ao volante de um Mercedes topo de gama (provavelmente por pagar), nem tão pouco, à seita daqueles videirinhos que, quando estão atrás de nós numa fila, tentam passar à frente assim como quem não quer a coisa. Também não pertenço à clã dos filhinhos do papá que acham que não lhes fica mal estacionarem em 2ª e 3ª fila só porque vão levar os meninos ao colégio. Esses gestos de sublime educação, digo-vos, com toda a humildade que não sei ter, falta-me nível.
Estou a falar de educação - ou da falta dela -, pelo seguinte. A espaços, felizmente muito grandes, surgem na caixa de comentários do Renovar o Porto, uns meninos da capital, daqueles que muitas vezes aqui criticamos, que, "magoados" com as verdades que lêem, não resistem a dar-me conselhos sobre como e o que, devia ou não dizer. Como é típico dos centralistas envernizados, começam sempre as conversas polidos e mansos, mas lá mais para a frente foge-lhes a boca para a pocilga e terminam-nas com insultos.
Se eu fosse bem educado (segundo o meu conceito), levava a sério as suas opiniões e «conselhos» e procurava, com maior ou menor paciência, explicar-lhes a razão pela qual precisam urgentemente de ir ao otorrino e ao oftalmologista. Mas, como não sou, nem preciso de dizer em comentário o que a Nota Prévia da coluna aqui ao lado já diz, limito-me a responder-lhes ao insulto com outro, mas, mais directo, sem flores, à boa maneira do Porto.
Este post dirige-se por isso, particularmente, aos leitores e amigos do Renovar o Porto. Não para me desculpar, porque não há motivos para isso, mas para ficarem a saber a razão da minha falta de tolerância para com esta gentinha, com a qual não me identifico nem quero conversas. Entre eles e eu, está o o fosso do Centralismo a separar-nos. Se, estiver enganado (e gostava de estar), então que façam, de uma vez por todas, ouvir as suas vozes a solidarizarem-se com o Porto e o Norte interior, contra a discriminação de que está a ser alvo. Eles têm voz(es). Estão lá em Lisboa, os únicos 4 canais em sinal aberto. Estão lá sediados todos os jornais, e, os que não estão, estão todos ao serviço da causa centralista.
Nota:
Se a RTP, um dia, for à falência, por favor, não enviem para este espaço petições de solidariedade, porque da minha parte serão imediatamente rejeitadas. Caso a petição tenha como fim ajudar a levá-la à falência, podem mandar. Assino de cruz.

Arquitecto Manuel Correia Fernandes (in JN)

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Este fenómeno não é apenas português ou europeu. A «crise histórica» que já estamos a viver tem uma escala planetária e, como já todos percebemos, não é apenas financeira, económica ou social, mas tem uma dimensão global e marcadamente política e tem no defeituoso exercício da democracia a sua principal origem (eu, diria adulterado, na vez, de defeituoso, porque os defeitos corrigem-se, o adultério político, não. Pune-se! ).

Assino por baixo e, por cima

Cliping (Dois em um)

jornal metro:

em Espanha nem o gratuito "metro" escapa à crise. Será que por cá vai conseguir resistir-lhe?

Manuel António Pina:
este senhor, é como eu, um "derrotista, maldizente, ateu, exagerado e ficcionista". Nada do que diz corresponde à realidade dos iluminados. Esta ditadura, que se entretém a brincar à democracia, ainda não é a Inquisição, caso contrário, já muitos estavam a estorricar nas suas «santas» fogueiras. ..


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29 janeiro, 2009

THE PRINTED BLOG (1ª edição)


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A «escaldante» água na fervura do Director do JN

Leio, sem compreender muito bem, na coluna Frases de Ontem, do Público, esta expressão do director do JN, José Leite Pereira:

"Portugal é infelizmente, um país que gosta de dizer mal. E dizer mal do país é uma forma de diminuir quem está no Poder, quem tem as rédeas na mão. Como qualquer generalização, é má política."

Começo pelo fim da frase de JLP, perguntando aos leitores, se, dizendo, como disse JLP, que "Portugal é, infelizmente, um país que gosta de dizer mal", não está, ele mesmo, a produzir outra generalização? A palavra "infelizmente", será a única de toda a frase, com a qual estarei de acordo. Portugal é, de facto, um país infeliz, não é um país derrotista.

É um país infeliz, por múltiplas razões. Uma delas, é também por ter uma comunicação social oportunista e pouco corajosa, que confunde a "crítica" que ela própria produz, com a da opinião pública, o que não é a mesma coisa. A outra razão, está à vista de todos: o país vai, de facto, de mal a pior. Se alguém ousar dizer que alguma vez se viveu bem em Portugal (mesmo excluindo a época anterior a 25 de Abril), mente, ou gosta de filmes de ficção muito pouco científicos.

Portanto, o que é que sobra a Portugal para gostar de "dizer bem"? Auto-estradas? Hipermercados? Centros Comerciais com emprego precário? Centralismo? Incumprimento constitucional da Regionalização? Off-shores? Escândalos financeiros, na Banca? Altos salários de quadros administrativos ocupados em grandes empresas por políticos incompetentes? O baixo nível de vida da grande maioria dos portugueses? O escândalo Casa Pia? Corrupção informativa dos media, como na RTP? Perseguição afrontosa e descarada ao Porto e suas instituições mais populares, como a que está a ser movida ao FCPorto? Educação? Saúde? Enfim, o quê?

Sejamos sérios, deixemos essa fantasia do optimismo para os psiquiatras. Para se ser sério, não é obrigatório usar paninhos quentes, nem pintar de rosa o que continua negro. Pior seria, neste mundo cão, em que o povo observa, impotente, o pântano de corrupção política onde gente com responsabilidades (mas, irresponsável), está envolvida, se não existissem indivíduos ou pequenos grupos de pessoas, que vão conseguindo sobreviver e até destacar-se com algum sucesso em várias áreas!

Se é a essa gente, mais ou menos anónima, que José Leite Pereira se quer referir quando diz que "Portugal só sabe dizer mal", então é mau analista. A árvore não faz a floresta, como um bom médico, não faz um bom Hospital, como um bom ministro não faz um bom Governo. Então, como quer o Director do JN que os portugueses "elogiem", em lugar de "diminuirem" quem está no Poder, se as rédeas que o detêm são de papel e nada fiáveis?

Tenham paciência, mas o meu orgulho nacional não se alimenta de folclore à La Scolari, com bandeirinhas na janela para no final da festa me limitar a apanhar as canas dos foguetes que outros lançaram. Nem tão pouco se alimenta com um Governo mais centralista do que o de Salazar, a desprezar cronicamente o canto da terra onde vivo e nasci.

O meu orgulho nacional em nada se parece com o do Sr. Presidente da República que disse uma vez orgulhar-se dos emigrantes portugueses. Eu, se fosse Presidente da República, lamentava a emigração, não me orgulhava dela. Porque a emigração, não é mais do que um símbolo da falta de trabalho e da sua baixa remuneração, em Portugal. Se eu fosse emigrante não depositava um cêntimo num Banco Português. Entregava-o à confiança do país que me deu a oportunidade para sobreviver e ser gente. Esse, é que é o verdadeiro país dos emigrantes. O outro, é o da fantasia, do coração. É o país a quem nós gostaríamos de pertencer de corpo e alma, mas a onde só nos resta ligada a alma.

28 janeiro, 2009

PortoGaia

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No twitter desde o Sheraton

- http://twitter.com/miguelbarbot

Sinais da «força» da Blogosfera?

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Frases pessimistas ou, realistas? A escolha é vossa

Da coluna "FRASES DE ONTEM" do jornal Público, retirei estas de Manuel António Pina(JN), e do bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho Pinho (TSF), que considero integralmente sérias e realistas:

"A crise está a atingir o sector da ladroagem e é preocupante o alargamento das desigualdades entre ladrões ricos e pobres, com uns a roubar milhões e outros, cada vez mais numerosos, arriscando-se a ir presos por uns pacotes de batatas fritas"
MAP/JN
"Há uma promiscuidade entre os maus investigadores e o mau jornalismo em Portugal. A manutenção deste estado de coisas cria um nevoeiro de suspeita terrível sobre a dignidade das pessoas."
AMP/TSF

Paulo Campos na Visão

Paulo Campos, na Visão

"Temos vindo a assistir a vários interlocutores da região do Norte a fazer desafios sobre a gestão no aeroporto, mas não se viu nos últimos anos, em que estivemos a trabalhar para que o aeroporto do Porto atingisse os objectivos que atingiu, ninguém a dizer «estamos cá e disponíveis para lutar lado a lado para angariar passageiros, rotas e pessoas para visitar o Porto»", salientou.

Pergunta RoP: O que a ADETURN tem feito não conta?

27 janeiro, 2009

O outro Regime e este

Para quem tenha dúvidas, informo que ainda sou do tempo da(s) outra(s) senhora(s), o que significa que pude viver a experiência dos regimes de Salazar e Caetano. Tinha 26 anos quando os capitães de Abril promoveram a revolução que, supostamente, deveria conduzir Portugal à Liberdade, à Democracia e ao dito Progresso. Destas três ambições, apenas conquistámos uma: a Liberdade. Só, a Liberdade, sim.
Gostaria então de colocar algum rigor sobre a ideia que hoje, muitos fazem da falta de Liberdade vivida no antigo regime. De facto, não havia eleições livres, nem liberdade para discutirmos de forma pública e explícita, determinados assuntos, mas também não tínhamos um polícia em cada esquina a espiar-nos, como alguns inventam. Como muitos jovens na altura, eu pertenci àqueles que passaram algumas noitadas, na rua, com os amigos a falar de tudo, incluindo, de política. Sim, de política (mais idealista que partidária) e do nosso país.
O regime salazarista tinha tanto de opressor, como de estúpido, e como tal, não conseguiu impedir-me a mim, e a muitos outros, de sair (com passaporte de turista) de Portugal, mesmo em plena época de guerra colonial e com idade para apresentar os sinais para a tropa.
Com um pai profundamente anti-salazarista, também aprendi a torcer o nariz ao ditador, mas não foi o regime que me fez partir, foi a minha grande paixão pela aventura. De tal modo que, enquanto uns pagavam para fugir do país e da guerra colonial, eu, regressava do estrangeiro, para pouco tempo depois ingressar no exército e ir parar a Moçambique, para a guerra colonial.
Não me censurem, porque fi-lo com a ingenuidade de um jovem relativamente politizado, mas algo influenciado pelo orgulho pátrio da época (e pelo meu avô), pensando estar a prestar um grande serviço ao país. Se, hoje, me perguntassem se estava arrependido, diria claramente, que estou. A minha experiência militar no chamado Ultramar não trouxe nada de importante à minha vida, a não ser o refinamento da consciência do racismo que alguns portugueses praticavam em África. Eu vi.
Mas, por que é que estou a falar-vos da minha vida? É só para que entendam, que, como a minha, há outras vidas e experiências com pontos intermédios com as contemporâneas, que nos autoriza a estabelecer comparações. Como tal, estou à vontade para dizer sem qualquer hesitação que, apesar dos regimes fechados e cinzentões de Salazar e Caetano, não tenho memória de ver com os meus próprios olhos tanta bandalhice e desonestidade intelectual como agora. Podem-me dizer que naquele tempo as sacanices já se faziam, mas às escondidas. Pois bem, dou de barato esse argumento. Mas, que importância tem isso? Será somente, pelo contraste entre ocultar e exibir a hipocrisia política (e social), que está a grande vantagem da "Democracia" em relação à Ditadura? Se é, então ainda estamos pior. Eu prefiro não ver o que me repugna se me for negada a possibilidade de intervir. E foi só para isto que se fez o Portugal de Abril?
Pensando bem, vivemos hoje uma outra espécie de Ditadura. Não, como a de outrora, mas ainda mais cínica, porque através do mito da nossa liberdade de opinião, criou-se no povo uma falsa ideia de democracia que lhe castra a capacidade de revolta e lhe tolda a lucidez. A Ditadura dos novos tempos, reveste-se da máscara perigosa da Democracia, e é exercida pela comunicação social, e de forma habilidosa. De tal modo que, frequentemente, parece constituir-se numa forte oposição aos poderes públicos e económicos, mas está neles estrategicamente incorporada.
No "tempo da outra senhora", a televisão era mais hermética, cinzentona, tecnicamente menos sofisticada, tinha menos programas, mas nunca nos fez sentir discriminados. O que se fazia, era igual para todos. Os de Lisboa, ouviam os mesmos "sermões" e as célebres conversas em família de Marcelo Caetano que ouviam os do Porto, Braga, Guimarães ou Coimbra. Hoje, em "Democracia", o discurso é de Lisboa para Lisboa, tomando-a como o todo nacional. Nós, no Porto, sabemos que não estamos a ser tratados por igual. Há facciosismo, há intriga, há conspiração contra o Porto, e a "Democracia" não nos serve para nada, ri-se da nossa impotência. Os cães de fila do regime fazem o que lhes apetece.
Sinceramente, acho que por muito menos se fez o 25 de Abril. A Liberdade do homem, em qualquer circunstância, tem de ter limites. Eu estou preparado para assumir os meus, o que não estou é com muita paciência para continuar a assistir a esta pouca vergonha. Esta gente é um nojo. Quando é que nos dispomos a metê-los na ordem?

26 janeiro, 2009

Associação de Cidadãos pede gestão autónoma do aeroporto

No SOL

A Associação de Cidadãos do Porto (ACdP) defendeu hoje que não basta autonomizar a gestão do Aeroporto Sá Carneiro, sendo necessário que as mais-valias obtidas se injectem directamente no tecido económico da região.

José Ferraz Alves, economista e membro da ACdP, disse à Lusa que o objectivo é concretizável através de «parceria público-privada auto-regulada», seguindo as teorias de Mohammad Yunus para os negócios sociais.

Mohammad Yunus é economista e banqueiro do Bangladesh, fundador do Banco Grameen, impulsionador do micro-crédito e Nobel da Paz em 2006.

De acordo com o modelo proposto, a propriedade e gestão do aeroporto seria privada e das autarquias, mas o seu objecto social não seria a maximização dos seus lucros, antes o desenvolvimento da região, medido por indicadores económicos concretos. 

Após a recuperação do capital investido pelos accionistas, o aeroporto passaria a ser «a verdadeira fonte de rendimentos para as acções de desenvolvimento da região».

José Ferraz Alves disse que o modelo é «perfeitamente exequível» e acrescentou que «o próprio caderno de encargos pode prever que se premeie quem opte por essas soluções inovadoras».

A ACdP entende que estruturas de importância estratégica não podem ser geridas para visar o lucro, mas para injectar as mais-valias obtidas directamente no tecido económico da região.

Em gestão autónoma, o aeroporto geraria receitas adicionais na ordem dos 400 milhões de euros, aumentando a competitividade das empresas exportadoras e a criação de 25.000 empregos, segundo estudos de uma empresa de consultoria.

«Aplicando os princípios que defendemos, esses valores seriam superiores», acredita a ACdP, para quem o Aeroporto Sá Carneiro «deve ser um instrumento estruturante ao serviço do Noroeste Peninsular e de duas das regiões mais deprimidas da Europa».

«Não é suposto que seja apenas parte de um negócio lucrativo para quem o explorar a partir de Alcochete», acrescenta.

A Junta Metropolitana do Porto, o Conselho Empresarial do Norte e outros agentes do Norte têm reivindicado a separação do Aeroporto Sá Carneiro da ANA - Aeroportos e Navegação Aérea, que será alvo de privatização, autonomizando o seu destino do futuro aeroporto de Lisboa e permitindo a sua utilização para potenciar o desenvolvimento da região.

Lusa/SOL

Alto e para o baile! Solidariedade indiscriminada, não!

Antes de ler o post de Miguel Barbot, aqui logo abaixo, tencionava escrever sobre o trabalho ignóbil de alguns «jornalistas» ao serviço da RTP e de outras empresas de comunicação, como é o caso do JN. Por acaso, os temas coincidem entre si, e portanto aproveito para matar dois coelhos de uma cajadada só.
O título deste post não é muito explícito, por isso, vou-me explicar melhor.

Tenho pelos jornalistas o maior dos respeitos, mas entenda-se que, antes de, abstractamente, respeitar o jornalismo, procuro dedicar (ou não) o meu respeito a quem o desempenha com mérito e honra.
Não me solidarizo com profissões, mas posso solidarizar-me com pessoas. Solidarizo-me sim, primeiro, se achar que o devo fazer, e se lhes reconhecer idoneidade moral e profissional para o merecerem. Ora, não darei nenhuma novidade a ninguém se lembrar o trabalho sujo que muitos «jornalistas» têm feito e fazem, em nome de "valores" que só eles entendem: os seus. Quem quer ser digno, não se prostitui a trabalhar para qualquer mafioso, ou a escrever o que ele quer. Há sempre uma porta para entrar, mas também outra para sair, quando se impõe...
No JN, alguns li, a defenderem, consecutiva e intransigentemente, o Norte. Esses, sei bem quem são e os outros, também.... Os que andaram a lamber os pés ao patrão centralista, com capas de jornais, estilo Bola e Record, e até (sim), de O Jogo, com esses, tenham paciência, eu não me solidarizo. Que se amanhem, ou reclamem solidariedade aos amiguinhos da capital ao serviço dos quais estiveram.

O que tencionava escrever sobre a RTP, era mais uma inquirição que um artigo, e uma delas era procurar saber, tintim por tintim, quem é quem, na RTP, televisão de todos os contribuintes, entre os quais se contam milhões de portuenses. Começando pelo Conselho de Administração , e pela sua "leve" estrutura , é simples descobrir o ponto (a pessoa) a partir do qual se desenvolve a máquina de propaganda centralista, chama-se: José Manuel Fragoso, Director de Programas.

Outra questão que pensava levantar, era saber exactamente quais os critérios de selecção de pessoal daquele organismo, bem como da liberdade concedida pela Administração aos diversos colaboradores com responsabilidades moderadoras e editoriais. A questão parece inocente, mas não é.

É antigo, o hábito da RTP, de evitar a colaboração de pessoas com fortes ligações ao Norte. De pessoas que, para lá da eventualidade de terem nascido no Porto têm o «azar» de gostar das suas idiossincrasias. Para a política de admissão da RTP, não é nenhum crime ter nascido no Porto e estar colado aos ícones de Lisboa (como a luz do céu local, e do Benfica), mas a coisa muda de figura se o infeliz tiver a tentação de preferir a prata da casa, ou seja, se gostar do granito cinzento da urbe e do azul do FCPorto... Se alguém fizer esta opção, é certo e sabido, que fica arrumado na prateleira da indiferença.
Não é nada difícil fundamentar estas conclusões. Os programas desportivos são os que melhor denunciam esta arbitrariedade. Se a RTP pretende seleccionar para um debate um único comentador desportivo, ou é benfiquista (raramente assumido), ou sportinguista. Se precisa de dois, idem, idem, aspas, aspas. O que, muito raramente se percebe, é que por lá gravite muito tempo um que seja simpatizante do Porto. O Trio d'Ataque (com a participação de Rui Moreira)
é o engodo, o álibi, que procura mascarar o sectarismo geral da programação desportiva.
Não dá para disfarçar, embora nem sequer já o tente. Dentro da RTP (recordo, a televisão pública!), há de facto um sistema, uma máfia programática e de comunicação, desenvolvida nas barbas do poder político e judicial, que funciona impunemente.
Continuamos por saber quais os preceitos de uma entidade como a ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação) que a levaram a nada obstar contra a nomeação de José Manuel Fragoso para Director de programas da RTP. Seriedade na programação é cuidado que não revela. Não deveria ser exactamente essa, a qualidade primeira a considerar no parecer final da ERC?
Mas que droga de país! Ser positivo, aqui, senhor José Sócrates, é querer passar-nos um atestado de imbecilidade vitalício!

Manifesto junta assinaturas pelo Jornal de Notícias

No Diário Digital

25 janeiro, 2009

Gestão Autónoma do Aeroporto Sá Carneiro - Sessão Pública

Também disponível no novo site da ACdP - www.acdporto.org

No passado dia 22 de Janeiro decorreu, no auditório do Clube Literário do Porto, uma  sessão pública organizada pela Associação de Cidadãos do Porto.

A sessão, conduzida por alguns dos dinamizadores deste movimento cívico, versou sobre a temática da Gestão Autónoma do Aeroporto Sá Carneiro, tendo sido expostas as preocupações relativamente ao modelo proposto para a privatização da ANA. Foram também apresentados os instrumentos de luta e divulgação a utilizar pela ACdP.

É entendimento da AcdP que o modelo para a privatização da ANA em bloco comporta sérios riscos não só para a Região Norte, como para todo o País, questionando-se relativamente  à eficácia tanto de modelos baseados em monopólios, como de modelos com participação exclusiva de privados. Esta dúvidas são  sustentadas tanto pela experiência internacional como por estudos desenvolvidos por entidades de credibilidade inquestionável.

 A ACdP entende assim que estruturas de importância estratégica não podem ser geridas em função das mais-valias financeiras que o seu negócio proporciona, mas em função do desenvolvimento das regiões, onde esta mais-valia é  injectada directamente no seu tecido económico, gerando receitas adicionais no turismo na opção Gestão Autónoma ,na ordem dos 400 milhões de euros, aumentando a competitividade das empresas exportadoras e a criação de 25000 empregos.

A vocação do Aeroporto  Sá Carneiro tem que ser a de um instrumento estruturante ao serviço do Noroeste Peninsular e de duas das regiões mais deprimidas da Europa. Não é suposto que seja apenas parte de um negócio lucrativo para quem o explorar a partir de Alcochete.

A este nível,  foi apresentada uma solução concreta e inovadora para o modelo de gestão do aeroporto, denominada de Parceria Público-Privada Auto-Regulada, segundo o novo modelo de Negócio Social proposto pelo Prof. Mohammad Yunus. A propriedade e gestão é privada e das autarquias, mas o seu objecto social não é a maximização dos seus lucros, mas o desenvolvimento da região, medido por indicadores económicos concretos.  Após a recuperação do capital investido pelos accionistas, o aeroporto passará a ser a verdadeira fonte de rendimentos para as acções de desenvolvimento da região.

Para a defesa da Gestão Autónoma do Aeroporto Sá Carneiro, a ACdP tem desenvolvido algumas acções junto da população, destacando-se a afixação de cartazes em algumas das principais zonas da Cidade do Porto, incluindo os Aliados, Bolhão, Gonçalo Cristóvão, Cedofeita, Boavista, Ribeira, Campo Alegre e o Palácio. Está previsto um aumento da intensificação das suas acções junto da população proporcional ao aumento da dimensão do já enorme silêncio do Governo relativamente a todo este processo.

Na sessão pública foi também apresentado o site www.acdporto.org, onde podem ser encontrados, informações sobre a ACdP e as posições que defende, incluindo a apresentação desta sessão pública, e também diversos documentos relativos ao processo de privatização da ANA.