03 abril, 2019

Anónimos, e a "classe política e diplomática"...

Imagem relacionada
Seixas da Costa. o que vale
este tipo?


Confesso que não tenho nenhuma paciência para perder tempo a dar respostas a certo tipo de comentadores, que além de anónimos, são incapazes de reconhecer a degradação social e política a que o país chegou. O fanatismo partidário, e clubista, a par da pobreza cívica e da malcriadez, incapacita-os de pensar, sem procurarem saber como penso Portugal, mesmo através do que aqui está escrito desde 2007, visto não me conhecerem pessoalmente. Mas não. O azedume do ressabiamento supera qualquer sentimento de compreensão. Como tal, prefiro não desperdiçar o meu tempo a dar explicações a gente deste gabarito, visto que preferem defender marginais que andam a destruir o país, a compreenderem as suas presas (os cidadãos honestos). 

Assim sendo, teremos de concluir que se identificam com essa escumalha. E sendo assim, é porque são como eles. Uma espécie de talibans do crime e do futebol. Nada de sentimentalismos piegas portanto, isto são factos, e está a acontecer em Portugal.

Além disso, o sentido democrático que defendo é criterioso, defende a liberdade de opinião, mas não a qualquer preço. Não há liberdade absoluta. Isso é uma utopia nefasta que o falecido Mário Soares quis implementar com os resultados que se estão a ver. Esse, é o conceito de democracia da classe política actual. Conveniente, diga-se, porque serve para ocultar a veia tirana que lhes corre no sangue.

Não é o meu modelo de democracia, que preconiza o compromisso impreterível entre liberdade e respeito (recíproco). Foi justamente por não termos encontrado ninguém ligado à vida política que censurasse energicamente este "vale tudo" de pseudo-democracia, que a esta se aviltou. Estamos cansados de ouvir políticos (e membros do Governo) com uma linguagem insultuosa, digna de bordel, sem terem a mínima noção do papel reles a que se prestam. Vulgarizaram-se completamente.

Lamento não ser suficientemente diplomata para os respeitar, como gostaria. De ser frequentemente grosseiro quando falo a seu respeito, mas eles nunca entenderiam a boa educação, porque não a têm. Sabendo de que matéria são feitos, interpretariam isso como uma submissão, ou mesmo respeito, sentimento que não lhes reservo, e que prefiro dedicar a quem é realmente digno dele.

Dou-vos só um exemplo recente: o embaixador Francisco Seixas da Costa que há poucos dias tratou de confirmar um facto, que é a frivolidade de qualquer estatuto, quando falta ao portador classe, e sobretudo carácter. Há varredores de rua muito mais educados! Para mim, o ex-embaixador é mesmo baixinho, um gajo vulgar como muitos que invadiram o mundo da política. Personagem da qual me afastarei imediatamente, caso tenha o azar de me cruzar com ele na rua.

  

02 abril, 2019

Que humilhação, uma só mulher ter mais coragem que um país inteiro!


A eurodeputada Ana Gomes foi a convidada da última edição do programa ‘Jogo Económico’ e, juntamente com Luís Miguel Henrique e João Marcelino, debateu que papel pode ter o informático Rui Pinto na divulgação de informação que pode ser útil às autoridades ou se, por outro lado, deve-se ter em conta a forma como esse manancial de informação foi adquirido.

Rui Pinto deve ser visto como uma oportunidade ou uma ameaça para o futebol português e mundial?
Deve ser visto como uma oportunidade não só para o futebol português e mundial como para as autoridades portuguesas. Porque ele pode ser um valiosíssimo auxílio na recuperação de capitais perdidos em evasão fiscal e em todo o tipo de criminalidade e da mesma maneira que as autoridades espanholas, alemãs, belgas, francesas estão a beneficiar da ajuda de Rui Pinto, as autoridades portuguesas, quer as tributárias quer as policiais e judiciais podem beneficiar da ajuda deste informático. E pelo que sei, é o que já está a acontecer porque depois de ter chegado a Portugal, Rui Pinto comprometeu-se em tribunal a ajudar as autoridades portuguesas. Portanto, ele pode ser uma grande oportunidade para que Portugal corrija muitos dos problemas de corrupção e de infiltração para ajudar a descortinar outro tipo de criminalidade, fiscal e não só, e no fundo para recuperar ativos.
A justiça portuguesa tem o desafio de ter de garantir a segurança de Rui Pinto. Além disso, considera que a nossa justiça tem, sobre si, os holofotes mundiais?
Não vimos já faixas em estádios de futebol por essa Europa fora a pedir que seja concedida proteção a Rui Pinto? Isso é sinal que muitas pessoas, também na área do futebol, querem verdade desportiva a integridade e está preocupada com o Rui Pinto. As autoridades judiciais de que falei há pouco (espanholas, alemãs, belgas, francesas) já estão a colaborar com Rui Pinto porque há interesse que este informático seja protegido. Portanto, a nossa justiça vai estar sob os holofotes, não só no tratamento que dá a Rui Pinto, se valorizam e aproveitam a presença de Rui Pinto em Portugal para esclarecer uma série de casos extremamente complicados de corrupção e de outro tipo de crimes como o branqueamento de capitais e evasão fiscal, sendo que alguns destes crimes têm a ver com a verdade desportiva. Portanto, quer a segurança de Rui Pinto, quer o tratamento que as autoridades portuguesas vão dar à informação que este informático possa ter, tudo isso vai estar sob escrutínio internacional. Num debate recente no Parlamento Europeu sobre um relatório que aprovámos sobre o combate aos crimes fiscais, entre outros, a Comissária Europa para a Justiça, Věra Jourová (responsável pelo combate contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo) enalteceu o papel dos denunciantes e disse como é fundamental a sua proteção. Na resposta a esta intervenção, até chamei a atenção para a importância de que a Comissão Europeia siga com atenção o caso de Rui Pinto. Neste relatório até existe o pedido de constituição de um fundo europeu para proteção dos denunciantes porque está evidenciado o valor de denunciantes como o Rui Pinto, até porque boa parte dos esquemas criminais que temos incluem fundos europeus. Espero que Rui Pinto não tenha o final infeliz que tiveram outros denunciantes e que se reconheça o extraordinário trabalho e interesse público daquilo que ele pode revelar.
A justiça portuguesa tem estado à altura sobretudo nos casos em que está envolvido o futebol português?
Não, considero que a justiça portuguesa tem estado muito atrás e muito abaixo daquilo que seria exigível num Estado democrático e sobretudo em comparação com o que têm feito os aparelhos de justiça noutros países e até as próprias autoridades tributárias. Por exemplo, as investigações que as autoridades espanholas, alemãs, belgas, francesas têm aproveitado a informação de Rui Pinto mostram uma proatividade que não vimos até hoje nas autoridades portuguesas, fiscais ou outras. Quanto à justiça em si, nesse caso ‘e-toupeira’ verificamos que os arguidos que vão a julgamento já não incluem algumas personalidades que deviam ter sido constituídos arguidos se a justiça fosse coerente e consequente com aquilo que ela própria descobriu. Se a justiça portuguesa constitui arguido um indivíduo que é suposto ser o ‘braço direito’ do chefe de um clube, que era um assessor jurídico e que tinha contactos com indivíduos infiltrados no sistema de justiça, ou com possibilidade de se infiltrarem no sistema informático obviamente para descobrir e impedir investigações, isto é altamente grave. E já nem falo de outros casos envolvendo a corrupção de magistrados, como o caso Rangel, onde a justiça não tem feito aquilo que era elementar fazer. Sabemos que a justiça é lenta mas no nosso país, dá a sensação que há muitas infiltrações promíscuas no próprio sistema de justiça que explicam por exemplo a história de um funcionário judicial usar passwords de outros funcionários judiciais para aceder a processos que eram do interesse de determinadas figuras dos clubes de futebol ou a história da captura de magistrados que explicam que a justiça tinha de atuar de forma muito mais incisiva e exemplar, exatamente para não continuar a impunidade. A sensação de impunidade explica o pântano que estamos a viver, não só no futebol, como nos negócios e até mesmo na política. Existem organizações criminosas, autênticas máfias e isso acontece em Portugal e não só.
As autoridades portuguesas devem aproveitar toda a informação que Rui Pinto tenha em sua posse?
Absolutamente! De resto, é isso que está previsto na legislação europeia que prevê a proteção dos denunciantes e é algo que estará previsto numa diretiva europeia que vai ser aprovada em breve. O estatuto de proteção dos denunciantes é muito alargado mas o que já existe em termos de legislação já obriga a proteção dos denunciantes e que valoriza o seu trabalho. Eu sei que há legislação penal portuguesa que tende a excluir como meio de prova informação que seja obtida por meios ilícitos (não sei se foi o que houve no caso de Rui Pinto) mas hoje valoriza-se o interesse público que advém da informação concreta. Foi assim nos casos LuxLeaks, SwissLeaks e Panama Papers, por exemplo.
Foi uma queixa da Doyen que levou à detenção de Rui Pinto. Como classifica esta situação?
Perante as denúncias, as nossas autoridades têm ficado sossegadinhas no seu canto e só atuaram (e isso põe-me doente) a ‘toque de caixa’ de um fundo de investimento nebuloso e duvidoso sediado em Malta com uma máfia cazaque por trás. E é a ‘toque de caixa’ disto que as autoridades portuguesas vão atuar? Se isto é assim, assusta-me! Se calhar ainda vamos descobrir que por trás da tal Doyen, que é um fundo esquisito, estão alguns clubes de futebol com o objetivo de silenciar Rui Pinto. Ou estão os escritórios de advogados que se prestaram a ser intermediários de todo o tipo de negociatas esquisitas e, até porque dispõem de sistemas de segurança informática da ‘treta’ e facilmente são penetráveis, e quando perceberam isso reagiram usaram os seus contactos para fazer as autoridades judiciais agir… um dia iremos perceber isso tudo. O que é que eu disse? Eu disse que ‘o rei vai nu’. Disse o que todos sabem sobre o passado criminal do líder máximo do Benfica. O que me preocupa é que a corrupção a nível desportiva se repercuta para o resto da sociedade, incluindo a corrupção e captura de governantes.

01 abril, 2019

Quando a esmola é grande o pobre desconfia


Tenho os meus defeitos, como todos nós. Um deles, acho que não tinha antes, ou se já o tinha foram os governantes que o intensificaram, por obra e graça da arte de mal aldrabar dos ditos cujos. O consequente defeito transformou-se em desconfiança. Logo, se hoje sou desconfiado é porque fui bem ensinado pelo trabalho de mestre desses ilustres professores.

A notícia que fez ligar  o sinal de alerta para desconfiar saiu hoje no JN (ler aqui) e não foi propriamente boa. Mal comparando, fez-me lembrar os paladinos da verdade desportiva de Lisboa que fomentam suspeitas de tudo e todos, quando são eles quem  mais adulteram essa mesma verdade. 

Quando o bispo auxiliar de Lisboa vem ao Porto com promessas de criar pontes, estranhei, porque nunca me passou pela cabeça que tipo de pontes podia ele criar, não sendo essa a sua missão, enquanto bispo. E se ele disse que já tinha criado outras pontes na política, entre esquerda e direita, e que pensava fazer o mesmo entre o Benfica e o FCPorto, logo percebi que dali não podia vir coisa boa...

Mas a que propósito vem agora o bispo auxiliar de Lisboa falar de pontes quando não foi o Porto, nem o FCPorto que criaram barreiras? Será que o senhor bispo ignora a importância de explicar ao que vem? Falar abstractamente é já um mau começo, porque, se há desunião e são precisas pontes, é porque há contendores, pelo menos dois.E nestes casos, um dos beligerantes é sempre infractor, ou seja, o primeiro a desrespeitar o outro.

Por conseguinte, seria bom que o senhor bispo auxiliar de Lisboa explicasse onde quer chegar com essa intenção, quando deve estar ao corrente dos prejuízos e patifarias que o Benfica tem causado ao FCPorto! Espero que a benevolência deste bom samaritano não seja o início de um esquema para branquear os crimes praticados por esse clube e dos campeonatos roubados ao FCPorto, porque se fôr, valia mais ficar calado!  Era o fim da macacada!

Contrariamente ao que possam imaginar, não aplaudo a presença de Pinto da Costa e do Presidente da Câmara do Porto na cerimónia de recepção a esta figura e aos que o acompanharam (Presidente da Câmara de Lisboa, António Costa e outros), justamente pela ambiguidade que comporta. É tudo, menos oportuna. O clima de rivalidade sempre existiu, mais até entre clubes do que entre cidades. Porque se é em Lisboa que está o Terreiro do Paço, e é a partir daí que os desvios e as decisões do centralismo se fazem (isto é política). Mas aqui não há qualquer reciprocidade, há um único decisor que é Lisboa, o Porto limita-se a obedecer, como o resto do país. Quanto ao desporto há a mesma discriminação, mas apesar disso o FCPorto sempre pode dar alguma luta. Desigual, é um facto de há muitos anos, mas ainda assim possível (isto é desporto).

Logo, neste momento, não há razão para se apelar à pacificação desportiva (ou às pontes) nem tão pouco a cedências da parte do lesado (que é o FCPorto). Há razão sim, para ser feita justiça, porque já vem tardia! O Benfica actual não merece respeito porque não respeitou o país, nem os próprios adeptos. Pelo menos os que não se revêem nos métodos pidescos do actual presidente.

Pois bem. Como posso estar enganado, espero que D. Américo Aguiar e o seu nortismo fervoroso me façam conhecer o modelo de pontes que preconizou na sua visita ao Porto, porque, se forem para atravessar o Douro, bem precisamos delas.