04 abril, 2009

Lavar a alma

O nosso amigo Rui Valente, no seu post "Que Sufoco!", compilou uma série de frases publicadas na imprensa, que traduzem o desânimo que percorre a maioria da sociedade portuguesa. Somos efectivamente um país estagnado, descrente, com um duvidoso futuro à sua frente. O futuro de um país joga-se na educação, esta tem sido um desastre, e as políticas educativas têm consequências que se manifestam durante dezenas de anos. Qualquer futura inflexão no bom sentido só terá efeito passada pelo menos uma geração. Entretanto vemos os recém-chegados membros da União Europeia, que económicamente partiram atrás de nós, passarem à nossa frente e darem-nos o lugar de "lanterna vermelha". E quando consideramos a situação da Justiça, seja a comum seja a desportiva, que atingiu níveis de iniquidade, ineficácia e até de pouca-vergonha e desonestidade(e estou especialmente a pensar na "justiça" desportiva) então a depressão nacional desce a níveis que provavelmente já não se verificavam desde o séc.XIX, com a diferença de que no final desse século houve Homens com a coragem dos seus princípios e convicções que foram capazes de começar a mudar um regime, coisa que hoje está provado estar fora do alcance dos políticos de aviário que temos, e que devem a sua manutençao nos corredores do poder à indiferença de uma abúlica sociedade civil que parece manter um princípio que ouvi muitas vezes invocado nos tempos do Estado Novo: "eu, em política não me meto, a minha política é o trabalho". Com uma sociedade assim, desinteressada e sem consciência cívica e política, não vamos a lado nenhum.

O panorama nacional é este. A nível regional nortenho temos que acrescentar à nossa carga depressiva o peso que resulta de vermos o Norte em acentuado declínio em quase todos os campos (salva-se o FCPorto, graças a Deus!!!) com especial incidência nas regiões do interior, perante o desinteresse e a incapacidade das suas populações em idealizar e concretizar caminhos que conduzam a um futuro mais risonho.

Tenho-me perguntado se, perante este panorama, terá alguma utilidade continuar a manifestar pela escrita os meus sentimentos de revolta. Provavelmente não terá, mas decidi que, por enquanto e enquanto o Rui Valente quiser, vou continuar na luta. Apenas por um motivo higiénico: para lavar a alma.

03 abril, 2009

Símbolos derrotados da conspiração





























Meus senhores, esta peça de teatro ordinário já vai longa e cheira mal, qual é o próximo acto? Podemos saber as cenas dos próximos capítulos, ou já chega?

Apitos envenenados!

Pinto da Costa absolvido no "Caso do Envelope"
(Em actualização/JN) - Foram também absolvidos os outros dois arguidos, o árbitro Augusto Duarte e o empresário António Araújo.
O Tribunal de Gaia absolveu Pinto da Costa no "Caso do Envelope". Não foram dados como provados os factos imputados pela acusação.
O Tribunal referiu discrepâncias no testemunho de Carolina Salgado. Considerando não ser credível, a magistrada excluiu o testemunho da ex-companheira de Pinto da Costa.
A Juíza Catarina Ribeiro Almeida prossegue ainda a leitura da sentença. Segundo o tribunal, não ficou provado que Pinto da Costa tenha pressionado árbitros e que o presidente do F. C. Porto tenha pago a Augusto Duarte.
De acordo com o Tribunal de Gaia, não foi igualmente provado que Augusto Duarte tenha beneficiado o F. C. Porto no jogo com o Beira-Mar (0-0), da 31.ª jornada da Liga de 2003/04, realizado em 18 de Abril.
O presidente do F .C. do Porto, Pinto da Costa, e António Araújo, um empresário de futebol, estavam pronunciados pelo crime de corrupção desportiva activa e ao árbitro Augusto Duarte era imputado o crime de corrupção desportiva passiva.
O processo é um apêndice do megaprocesso "Apito Dourado" e tem como génese casos de alegada corrupção e tráfico de influências no futebol profissional e na arbitragem portuguesa.

Essa raposa chamada Democracia

Não fosse o caso muito sério, dir-se-ia que a ingenuidade - ou, a boa fé, se quiserem -, de muitos portugueses acerca da Democracia, daria para rir. Não, meus senhores, para rir não pode dar, mas que se presta a longos e angustiantes sorrisos (amarelos), disso já não resta a mínima dúvida.
Habituados que foram a pensar, mais com a cabeça dos outros do que pela própria, os portugueses tornaram-se vulneráveis a novos preconceitos, que é como quem diz, a dar demasiada importância à futilidade das aparências. É imperioso lembrar, que há aparências, como a seriedade (por exemplo), que não têm nada de fúteis, e outras há, como o novo-riquismo, que o são, de facto.
O 25 de Abril de 1974, que foi um movimento muito menos revolucionário do que se imagina, não foi responsável por essa semi-metamorfose, porque, como sabemos, além de despolitizados, os portugueses já eram preconceituosos por esse tempo. Os preconceitos é que eram de outra natureza. O quase meio século de ditadura gerou anátemas difíceis de ultrapassar, sendo, talvez, o vício do desenrascanço, o mais resistente.
O 25 de Abril foi, portanto, mais uma inevitabilidade do que um acto de rebelião popular audacioso. Em 1974, Portugal, era dos poucos países colonialistas, sob o peso censurável de toda a Europa, com os militares desgastados por guerras inconsequentes, o que contribuiu decisivamente para o acelerar da dita "revolução". A partir daí, o país foi maquilhado por alguns sinais de progresso, sem qualquer relevância para o desenvolvimento sustentado do país, nem reflexos consistentes na qualidade de vida da população, que nem a entrada na então Comunidade Europeia conseguiram disfarçar.
Entretanto, o que sobrou desse movimento, foi uma ideia quase anárquica de Liberdade, onde os direitos se sobrepuseram aos deveres e a Democracia se mitificou.
À parte das eleições, de o direito a um voto subjectivo, o povo permitiu que a Democracia fosse "trabalhada", mais à medida de quem os representava do que à dos seus verdadeiros interesses, e assim se foi adulterando até cristalizar.
Em Lisboa, foram-se concentrando os poderes da propaganda "democrática", ao mesmo tempo que se esvaziavam de morte os já parcos poderes regionais. Rádios e jornais, multiplicavam-se em catadupa e o mais poderoso deles, a televisão, seguia-lhes o modelo. Foi assim, a partir do mesmo ponto do país, defendendo acerrimamente a causa centralista, que foi vendida e difundida ao resto do território, a ideia que hoje temos de Democracia.
De tal forma está instalada esta ideia castradora de democracia (o tal preconceito), que alguns de nós, até na blogosfera, onde temos toda a liberdade para explanarmos as nossas opiniões, o nosso inconformismo, a nossa revolta, acham que devem reservar parte desse espaço (na caixa de comentários) para as opiniões - frequentemente provocatórias e insultuosas -, daqueles que lhes colocaram a mordaça na boca, só para não passarem por anti-democratas!
Sinceramente, ainda não consegui compreender como se podem avaliar os nossos indíces democráticos apenas porque permitimos que alguém comente para nos insultar ou provocar! Eu chamo a isso masoquismo. Sobretudo, quando temos uma comunicação social completamente centralizada ao serviço exclusivo do centralismo! Paradoxalmente, depois, queixam-se, limitam-se a queixar-se, de quem lhes sufoca a voz e a vida!
Costuma dizer-se que, para bom entendedor meia palavra basta, mas o que atrás escrevi contraria um pouco essa máxima. O que eu quis dizer, em várias palavras, foi, que jamais permitirei aqui um único comentário insultuoso. Para esses estou-me completamente nas tintas para o que possam pensar sobre os meus dotes democráticos, porque é só a chicote que merecem ser tratados. Ficamos esclarecidos?

02 abril, 2009

Uma luz ao fundo do tunel... do metro?

As palavras dos três representantes da CMPorto na Comissão de Acompanhamento da linha ocidental do Metro, soaram-me como música celestial. Eu sei que elas apenas reflectem as opiniões dos três membros, que provavelemente chocarão contra o muro do sistema centralista. No entanto, finalmente alguém responsável tem a coragem de dizer que a linha tem de ser enterrada, ao contrário daqueles que querem transformar o metro do Porto num sistema de transporte enfezado e muito menos eficiente do que aquilo que poderá e deverá ser. Quem não atinge aquilo que quero significar com estas palavras, que viaje entre Matosinhos e a estação da Senhora da Hora, e depois diga-me se faz algum sentido o sinuoso e complicativo traçado à superfície, com a consequente velocidade comercial a ser mais próxima do sec.XIX do que dos tempos actuais. É isto que querem repetir na linha ocidental!?

A Comissão de Acompanhamento está certa. O troço ocidental, seja qual for o percurso ( e creio que a opinião unânime é favorável a Diogo Botelho, muito acertadamente, por oposição à Av.da Boavista) tem de ser subterrâneo. A AM do Porto, as suas gentes, os seus representantes, as suas instituições, não podem permitir que se abandalhe o nosso metro, que se enfernize a vida dos seus cidadãos: utentes do metro, automobilistas, peões.

Contra esta solução não faltará o governo central e a sua corte de yes men que clamarão contra os custos, mas enquanto na capital do país se continuar a fazer obras faraónicas sem olhar nem ao custo nem à relação custo-benefício, nós aqui no Porto não poderemos de forma alguma aceitar o argumento do custo extra. Só deveremos apertar o cinto depois de ver Lisboa fazer o mesmo, nunca antes. Não podemos aceitar uma subalternidade humilhante. Se a construção tiver que ser feita em ritmo mais lento, para obviar um eventual aumento de custo pela solução enterrada, pois que assim seja. Mas por favor, quem tem a responsabilidade de decidir e lutar pela opção certa, que tenha a dignidade, a coragem e a perseverança de defender a única solução que interessa à cidade, custe o que custar.

Penso há muito tempo que nós aqui não deveríamos recear tomar posições de ruptura com o governo central. Os paninhos quentes já demonstraram não resolver nada. É altura de ensaiar outras soluções mais enérgicas. Esta seria uma boa causa. Haverá coragem para isso?

Quo vadis, Rui Moreira?

Tenho uma excelente opinião do Rui Moreira. Sobre a questão nortenha, tem ideias claras e desassombradas (com as quais eu geralmente estou de acordo), que sabe expor com clareza e paixão.
Rui Moreira tem sido um dos poucos oásis que sobressaem no meio do árido deserto de líderes que o Norte atravessa desde que o Porto matou o pai (Fernando Gomes) – no sentido freudiano da acção.
Como agravante, à solidez e justeza das ideias, Rui acrescenta um já muito razoável índice de popularidade, boa imprensa e uma belíssima imagem televisiva – factor não negligenciável nestes tempos em que passar mal televisão pode ser letal para um líder com ambições.
O único calcanhar de Aquiles (a falta de espessura do seu curriculum, já que não tem tido actividade empresarial relevante desde que vendeu o negócio da família) é muito atenuado pelo seu bom desempenho na presidência da Associação Comercial do Porto.
A única coisa que me inquieta no momento é desconhecer o que ele se prepara para fazer com o capital político que reuniu – e que já desperta cobiças, como se vê pelo namoro descarado que Rui Rio lhe anda a fazer e pelo convite que Paulo Portas lhe dirigiu para encabeçar a lista do CDS ao Parlamento Europeu.
É natural que Rui Moreira prefira manter o máximo de hipóteses em aberto, entre as quais se contam as mais desejadas presidências do Porto (a do clube e a da cidade).
Mas, mais tarde ou mais cedo (se calhar mais cedo…), ele terá de decidir se o que mais lhe interessa é a liderança desportiva ou política da região – ou se prefere ir viver calmamente para as margens de um lago suíço (já que não me acredito que Bruxelas faça parte do seu mapa de opções).
Jorge Fiel (in Bússola)
Nota do RoP
Já aqui levantei as mesmas questões, mais que uma vez. Rui Moreira, ou avança, ou começa a perder a embalagem. Convirá (é um conselho de amigo), agora, mais do que nunca, escolher muito bem as companhias, politicamente falando...

Talvez...

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... num remoto dia, o Porto tenha a suprema felicidade de merecer as devidas atenções de um Governo verdadeiramente Nacional, de uma autarquia ambiciosa e, quem sabe, de alguém que se lembre de preservar esta zona da cidade, como se impõe.
Se dependesse de mim, seria aqui, neste preciso local, nesta ampla malha urbana, onde o arvoredo é farto e convive bem com a arquitectura, que mais investiria. Dado o seu [ainda] bom estado de conservação, não seria seguramente dinheiro mal gasto. Mas, quem sou eu...

Que sufoco!

Com tanta informação disponível, é difícil de acreditar que, hoje em dia, haja alguém convencido que o derrotismo seja o caminho correcto para se chegar a algum lado. Só que, se não quisermos passar por conselheiros da onça, já é tempo de não fazermos dos problemas do país uma caldeirada onde o peixe é pobre e todo igual, porque não é.
Um grande problema para muitos cidadãos é, por exemplo, terem de pagar o maldito PEC (Pagamento Especial por Conta), em início de actividade empresarial quando mal tiveram tempo de se imporem no mercado e terem lucros. Já, um pequeno problema - para as empresas poderosas, como as filiais de bancos internacionais -, é por exemplo, o pagamento de impostos ao Estado, quando este aprova Leis , expressamente, para os isentar dessa obrigação.
O facto em si, devia inibir alguns cavalheiros, de uma vez por todas, da mania de se armarem em paizinhos-professores do povo, com o discurso gasto e hipócrita do optimismo. Por esta altura, deviam até serem presos, por desrespeito às populações já demasiado flageladas e cansadas, por esta, e todas as outras crises.
Como é "tradicional", quem por maioria de razão, tem motivos de queixa das crises, é sempre o povo, e não podem continuar a ser aqueles que mais contribuem para as gerar, a pregar-lhes os sermões. Reparem só no que vem escrito na coluna do Público, das "Frases de ontem":
  • Portugal parece uma panela de pressão. (Francisco José Viegas)

  • Um total descrédito invadiu todas as formas de exercício de Poder do Estado português. Os poderes legislativo, executivo e judicial agonizam. (Paulo Morais)

  • Se as trocas de acusações públicas dentro da instituição que lidera a investigação [do caso Freeport] apontam para uma falta de sintonia pouco tranquilizadora para os cidadãos, estas graves suspeitas são mais uma machadada na sua credibilidade. (Editorial/DN)

  • Perante este vendaval de acusações gravíssimas acerca da desestabilização da Justiça alguém se lembrou que ainda existe[?] um ministro que tutela esta pasta? (Carlos Abreu Amorim)

  • Estamos quase a estatelar-nos ao comprido e inculcam-nos o acessório e futilidade. (Baptista Bastos)

De todas estas óbvias realidades, destaco a de Carlos Abreu Amorim, pelo pragmatismo da interrogação. Mas afinal, onde está e o que faz o Ministro da Justiça???

Toda a gente reconhece a falência do Estado, mas o paradoxo é que são os seus representantes e leais acólitos, (ministros no activo ou retirados, banqueiros, etc.) quem continua a dar pareceres nessa e noutras matérias, em tudo o que é jornal, revista ou canal de televisão! E, são pagos para o fazerem!

Meus senhores, até quando é que vamos continuar a tolerar estas aberrações? Que falta nos fazem estas pessoas? Que importância têm para as nossas vidas os seus pareceres? São capazes de adivinhar?

Os sacanas do «sistema» vão sendo humilhados

Pinto da Costa com direito a falar

MANUEL LUÍS MENDES/JN

Pinto da Costa, presidente do F. C. Porto, ganhou uma batalha na guerra que o opõe à Comissão Disciplinar da Liga, pois o Conselho de Justiça da Federação sentenciou que pode prestar declarações, embora suspenso.
Esta decisão deu, assim, provimento ao recurso do líder dos dragões em relação a um castigo de quatro meses, que lhe fora aplicado pela Comissão Disciplinar (CD) da Liga por ter prestado enquanto suspenso, devido ao Apito Final. Ora, a partir de agora, há nova jurisprudência sobre esta matéria.
Em comunicado, o F. C. Porto considera que "foi revogada a democrática Lei da Rolha", pelo que Pinto da Costa pode falar sem problemas de voltar a ser punido. Transcrevendo parte do teor do acórdão, regista que "a inibição para o exercício de funções de representação nas competições desportivas não pode ser entendida como impedimento do Presidente do Clube, durante o período de suspensão, prestar declarações, desde que observados os limites definidos" no Regulamento de Disciplina da Liga.
Recorde-se que o nº. 2 do Artigo 4.º reza que "é proibido exprimir publicamente juízos ou afirmações lesivos da reputação de pessoas singulares ou colectivas ou dos órgão intervenientes nas competições" da Liga. Sobre isto, o F. C. Porto ironiza, afirmando que "um dirigente inibido no seu exercício de funções só não pode tecer afirmações injuriosas sobre ninguém, norma que, de resto, se aplica a todos os dirigentes desportivos, estejam eles suspensos ou não". Recorde-se que Pinto da Costa foi punido com dois anos de suspensão, a 9 de Maio de 2008, logo vai fazer para a semana 11 meses, na sequência do chamado processo "Apito Final", a que se somou, indevidamente, sabe-se agora, mais os referidos quatro meses.
Se, neste caso, os dragões registaram uma vitória, já nos recursos contra a decisão da CD da Liga de não fazer a revisão do processo, tal não sucedeu. Os portistas fundamentavam essa reclamação no facto de existir um acórdão do Supremo Tribunal Administrativo (STA) a considerar inválidas as escutas telefónicas em sede de processo disciplinar.
Desta feita, o CJ considerou o recurso improcedente, alinhando pelas posições da equipa de Ricardo Costa e refutando, também, a "inconstitucionalidade e/ou ilegalidade" das escutas.
Também o Boavista viu ser negado pelo mesmo órgão o seu recurso, baseado no aludido acórdão do STA.
Nota do RoP
As bestas da justiça virtual (Liga e FPF), vergadas por imposição da LEI, lá têm, outra vez, de encolher as garras da sua inveja e cobardia. Só ainda não percebi, é como Sua Exa., o Sr. Procurador da República, ainda não viu onde está a verdadeira corrupção, onde está o real banditismo do futebol português. Deve andar mesmo, muito, muito distraído...

01 abril, 2009

O Lago



Aquilo que era suposto ser o futuro campo de futebol do Salgueiros, transformou-se num lago pestilento. Alguém saberá o que a Câmara do Porto pensa fazer deste espaço? Isto, se é que conhece o Lago...
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Orgulho luso

Segundo um relatório da Comissão Europeia, Portugal foi considerado o país com os governantes mais sérios e competententes da União Europeia dos últimos 10 anos!

31 março, 2009

Muralha Fernandina

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Freeport, é nome de portugal

Abomino gente falsa. Se há coisa que me limita a tolerância são os tolerantes do regime, os pacifistas do caos. Aqueles que, em nome de optimismos feirantes, se recusam a ver o que está à vista de todos, sem revelarem predisposição para abdicar das suas regalias pessoais para ajudar o próximo.
Geralmente, falam, a coberto de chorudos ordenados que raramente merecem ou de reformas dúbias e escandalosamente confortáveis. Não duvidem, quando ouvirem um tipo destes, poupem os nervos e mudem de canal, trata-se dos defensores do "deixa estar assim, que está bem" (para eles, claro).
Portugal está a caminhar para o caos. Social, económica, política e financeiramente falando. O descrédito está em toda a parte e os antecedentes não prenunciam melhoras. E nós, temos nas «mãos» uma democracia sem utilidade nenhuma.
Neste momento, os portugueses andam baralhados com o que se está a passar com o caso Freeport, porque sabem que no seio do próprio Ministério Público alguém está a faltar à verdade. Quem, é o que lhes resta descobrir, e isto, de per si, é extremamente grave por permitir todo o tipo de especulações. É o Estado que se esvazia, progressivamente, de prestígio e de eficiência. Depois, não podemos esperar que seja a sociedade civil a dar o exemplo, porque fazê-lo, num clima desta natureza, é o mesmo que passar a si mesma um atestado de incompetência videirinha. As pessoas dizem: se eles que são o Poder, não cumprem a lei e ninguém os detém, por que haveremos nós de a cumprir? Esta é também uma das explicações (quiçá a mais séria), para o aumento da criminalidade, mas raramente é citada pelos tais moralistas da conveniência pessoal.
No caso Apito Dourado, toda a gente já percebeu que Pinto da Costa está muito longe de corresponder ao mafioso com super poderes que andaram a apregoar. E quem o fez, não foi o povo, foi uma comunicação social centralista ao serviço dos clubes da Central (Benfica e Sporting), que se encarregou de lhes fazer a cabeça enfatizando as suspeitas.
O certo, é que, à medida que as investigações avançam mais se constata que tudo não passou de uma manobra orquestrada para, através do homem e apenas pela sua competência, poderem atingir de morte o Futebol Clube do Porto. Ora, neste caso, o Sr. Procurador Geral pôs-se a jeito para perder credibilidade, pelo menos, de parte desse povo (o do Porto/Norte e adeptos dispersos pelo mundo), já que permitiu ser conduzido, em vez de conduzir o referido processo.
Abriu assim, um gravíssimo precedente, tanto a nível pessoal, como para o próprio Ministério. Por outro lado, não deu qualquer sinal de isenção, ignorando sistematicamente todas as reclamações ao não proceder com igual diligência em relação às suspeitas que recaíam sobre o presidente do Benfica e das hipotéticas ligações à droga, bem como ao telefonema que fez (e todos pudemos ouvir), a Valentim Loureiro para seleccionar um árbitro. Logo aqui, o senhor Procurador e respectiva equipa, deram um sinal inequívoco de parcialidade prestando-se sem rebuço a toda a sorte de boatos, incluindo o de se deixar instrumentalizar.
Há o caso Casa Pia, que não ata, nem desata, há o de Vale e Azevedo que foge e ridiculariza o Estado português em Inglaterra e no Mundo, brincando com ele ao gato e ao rato, mantendo-se provocante e pomposamente em liberdade. Há a banca, e os escândalos que se conhecem, com um único detido, e com o outro implicado, continuando, calmamente, a ocupar o lugar supostamente prestigiado de Conselheiro de Estado. Há um presidente de Câmara (Oeiras) a fazer afirmações de uma leviandade gritante para os seus pares, a depositar na Suíça, em seu nome, dinheiros públicos. Há o recente caso de «solidariedade» ao Boavista, promovido por quem tudo fez (e conseguiu) para o prejudicar (o Benfica), com a anuência inqualificável do presidente do Boavista. E há agora o caso Freeport que, tal novelo de lã, não se consegue descobrir a ponta para o desfazer, deixando porém, uma certeza: no Ministério Público, alguém [ou alguns], está a fazer bluff.
Se, como tudo aparenta, alguém está a fazer bluff, há que apurar concretamente, quem. Mas, para nós, simples cidadãos, a parte que interessa saber, é esta: se tudo ficar na mesma, o que vamos nós fazer com estes cavalheiros? Se os deixarmos à solta, então estaremos a autorizar, implicitamente, a abertura das portas de todas as cadeias do país. E será «justo».
Errata:
Por lapso tinha escrito ex-presidente da Câmara de Cascais, quando devia ser Presidente da Câmara de Oeiras.

30 março, 2009

Algo vai mal, no não país

Resultados da última sondagem do Renovar o Porto, a esta questão:
Considerada a acentuada indiferença dos sucessivos governos (PS e PSD), com o Norte em geral, e o Porto em particular, como gostaria de redefinir a sua etnografia?

Ligando-se à Galiza, gerando um novo país, independente de Espanha e Portugal: 58% [18 votos]
Criando regiões administrativas, através da Regionalização: 41% [13 votos]
Deixando tudo como está, cada vez mais centralizado: 0% [0 votos]

Interrogação: estes resultados, serão meras manifestações populistas, ou um caso para pensar e levar a sério?

Blogosfera

Creio que ninguém terá dúvidas sobre as vantagens do advento da Internet, muito em particular, da blogosfera, como uma útil ferramenta interventiva de cidadania. Dizer que é suficiente para a defesa dos nossos muitos interesses, é um pouco exagerado, porque, até ver, ainda não produz grandes efeitos e influência no (mau) rumo dos acontecimentos que se vão sucedendo no país, sem moderação nem grande inteligência. Apesar de tudo, a verdade é que, já nada é como dantes.
Ainda há poucos anos, os cidadãos, se queriam fazer-se ouvir, tinham de enviar umas cartinhas com meia dúzia de linhas, muito certinhas, para o Correio do Leitor de alguns jornais, que, após uma prévia selecção, lá faziam o favor de as publicar para nos darem alguma ilusão de participação democrática na vida do país. Agora, nesse aspecto, as coisas mudaram, e felizmente para nós, para melhor. Não só, já não estamos submetidos aos humores e às «conveniências» políticas dos directores dos jornais, como também os podemos criticar (ou elogiar) e sentir o feedback do que pensamos, através da caixa de comentários dos blogues.
Sabemos que as novas tecnologias, enquanto veículos de desenvolvimento, comportam quase sempre alguns inconvenientes, sobretudo se não forem prudentemente usadas. Nas sociedades abertas, como a nossa, a liberdade de expressão, é praticamente o único recurso verdadeiramente democrático de que dispomos - comprovada que está a inoperancia ou falência de todos os outros -, incluindo o das eleições. Logo, convirá estarmos atentos ao futuro. Não há nenhum poder que abdique facilmente do poder absoluto, por isso, à medida que a blogosfera for crescendo em popularidade, crescerá também a tentação para a controlar.
Politicamente falando, os jornais, volúveis como são, preferem ter nos governos mais um aliado eventual do que um permanente adversário, pelo que, para não correrem o risco de serem ultrapassados pela blogosfera, tentam disfarçar o incómodo provocado pela sua concorrência encostando-se aos bloggers que lhes inspiram mais confiança, que não levantam muitas ondas, «premiando-os» com curtos textos de publicidade nas suas páginas. Para já, a estratégia é esta, futuramente, é difícil de prever.
A blogosfera, ainda não tem o prestígio de uma instituição credível, mas ganha cada vez mais força, adeptos e protagonismo. Se nos lembrarmos que tanto a Constituição da República, como os demias orgãos do Estado, são instituições cuja credibilidade está pelas ruas da amargura, é bem possível que a blogosfera, pela sua maior independência e crescente difusão, venha a ganhá-la. Por isso, amigos, não esmoreçamos, continuemos com o nosso trabalho.