Creio que ninguém terá dúvidas sobre as vantagens do advento da Internet, muito em particular, da blogosfera, como uma útil ferramenta interventiva de cidadania. Dizer que é suficiente para a defesa dos nossos muitos interesses, é um pouco exagerado, porque, até ver, ainda não produz grandes efeitos e influência no (mau) rumo dos acontecimentos que se vão sucedendo no país, sem moderação nem grande inteligência. Apesar de tudo, a verdade é que, já nada é como dantes.
Ainda há poucos anos, os cidadãos, se queriam fazer-se ouvir, tinham de enviar umas cartinhas com meia dúzia de linhas, muito certinhas, para o Correio do Leitor de alguns jornais, que, após uma prévia selecção, lá faziam o favor de as publicar para nos darem alguma ilusão de participação democrática na vida do país. Agora, nesse aspecto, as coisas mudaram, e felizmente para nós, para melhor. Não só, já não estamos submetidos aos humores e às «conveniências» políticas dos directores dos jornais, como também os podemos criticar (ou elogiar) e sentir o feedback do que pensamos, através da caixa de comentários dos blogues.
Sabemos que as novas tecnologias, enquanto veículos de desenvolvimento, comportam quase sempre alguns inconvenientes, sobretudo se não forem prudentemente usadas. Nas sociedades abertas, como a nossa, a liberdade de expressão, é praticamente o único recurso verdadeiramente democrático de que dispomos - comprovada que está a inoperancia ou falência de todos os outros -, incluindo o das eleições. Logo, convirá estarmos atentos ao futuro. Não há nenhum poder que abdique facilmente do poder absoluto, por isso, à medida que a blogosfera for crescendo em popularidade, crescerá também a tentação para a controlar.
Politicamente falando, os jornais, volúveis como são, preferem ter nos governos mais um aliado eventual do que um permanente adversário, pelo que, para não correrem o risco de serem ultrapassados pela blogosfera, tentam disfarçar o incómodo provocado pela sua concorrência encostando-se aos bloggers que lhes inspiram mais confiança, que não levantam muitas ondas, «premiando-os» com curtos textos de publicidade nas suas páginas. Para já, a estratégia é esta, futuramente, é difícil de prever.
A blogosfera, ainda não tem o prestígio de uma instituição credível, mas ganha cada vez mais força, adeptos e protagonismo. Se nos lembrarmos que tanto a Constituição da República, como os demias orgãos do Estado, são instituições cuja credibilidade está pelas ruas da amargura, é bem possível que a blogosfera, pela sua maior independência e crescente difusão, venha a ganhá-la. Por isso, amigos, não esmoreçamos, continuemos com o nosso trabalho.
Exacto meu caro, nós já incomodamos e vamos incomodar cada vez mais.
ResponderEliminarBoavista e Benfica ou melhor Álvaro Braga e Vieira...bah, que nojo!
Um abraço