09 janeiro, 2009
Quarteto Cedron
Juan Tata Cedron
BOM FIM DE SEMANA! AGASALHEM-SE, E VÃO CURTIR A NEVE, TÃO RARA POR ESTAS PARAGENS.
Um Bastonário incómodo
Marinho Pinto, não foi eleito Bastonário da Ordem dos Advogados pelos seus pares mais poderosos, ricos e bem instalados na vida (nem sempre em razão da defesa de causas nobres). Marinho Pinto, deve a sua eleição aos jovens advogados que vêem o seu futuro comprometido por interesses instalados, compadrios de toda a sorte, e de esquemas sinuosos que lhes impedem o acesso a uma carreira profissional condigna. No lado oposto da barreira, coloca-se o conjunto de advogados tacitamente comprometidos, conscientes dos condicionalismos que uma nova reestruturação da Ordem pode colocar à ascensão rápida à fortuna. Daí, o incómodo indisfarçável, os ataques que a classe acomodada lhe continua a mover.
A intenção de reduzir o acesso indiscriminado à profissão, para a optimizar, bem como a proposta de alternativa aos que não a possam vir a exercer, é altamente louvável. As denúncias que faz, a recusa em cooperar com o actual status quo, de continuarmos a ter advogados a exercerem paralelamente a advocacia com actividades políticas, é, a todos os níveis, digna de registo. Nós, não estamos habituados a isto, estamos habituados ao silêncio da cumplicidade, aos yes man, a credibilizar quem menos merece.
Por tudo isto, digo: força Marinho Pinto, não esmoreças!
*Por prova, considero, exclusivamente, as genuínas, não as forjadas, como acontece muitas vezes. Não sei por quê, lembrei-me agora de uma prova"arranjada" à pressão por Inês Serra Lopes (filha do "ilustre" advogado de Carlos Cruz, Serra Lopes) com o sósia do ex-locutor para tentar ilibar o amiguinho e cliente do papá...
Mais um ministro do Porto complexado-Identificação e currículo
Data de Nascimento: 9 de Setembro de 1946
Formação e Actividade Académica
Realizou os seus estudos primários e secundários em alemão, na Escola Alemã do Porto (Deutsche Schule zu Porto), entre 1952 e 1962. Terminou os estudos secundários no Liceu Normal de D. Manuel II, no Porto, nos anos escolares de 62/63 e 63/64.
Frequentou a Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa entre 1964 e 1969, tendo-se licenciado em Direito. Enquanto estudante recebeu o prémio Gulbenkian para melhor aluno em ciências jurídico-económicas.
Foi docente do Instituto Superior de Economia, Assistente, entre 1971 e 1980, onde foi encarregado da regência e coordenador da cadeira Direito dos Contratos e Comercial.
Foi docente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Assistente, entre 1975 e 1987, onde foi sempre encarregado da regência da cadeira Direito Comercial.
Foi docente do Curso de Direito da Universidade Autónoma de Lisboa, Professor Associado Convidado, de 1987 a 1993, onde foi coordenador e regente da cadeira Direito Comercial.
Foi docente do ISCTE, Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, entre 1996 e 1997, onde regeu a cadeira Direito Empresarial.
Foi docente da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, de 1997 a 2002.
Proferiu várias conferências, nomeadamente na Universidade de Hamburgo, no Instituto Max Planck, no Instituto Jurídico de Macau e na Universidade da Ásia Oriental, na Ordem dos Advogados, no Centro de Estudos Judiciários, na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa, sobre diversos temas jurídicos.
Actividade Profissional
Realizou o estágio de advocacia com o Professor Doutor José Dias Marques (1969/1971).
Está inscrito na Ordem dos Advogados desde 1971.
Trabalhou dois anos na Sociedade de Advogados dos Professores Armando e André Gonçalves Pereira, em 1971 e 1973, da qual saiu em 1973 para constituir a Sociedade de Advogados Jorge Abreu, José António Pinto Ribeiro, José Maria Martins Soares e Paulo Lowndes Marques.
Esta Sociedade dissolveu-se em 1975, tendo então constituído uma nova Sociedade de Advogados J. A. Pinto Ribeiro & Associados, com sede na Rua Duque de Palmela, em Lisboa.
Entre 1974 e 1990 foi assessor jurídico, responsável pela área internacional, do Banco Português do Atlântico, tendo liderado o processo de autorização de abertura da generalidade da rede de Agências deste Banco no estrangeiro - nomeadamente em Nova Iorque, Ilhas Cayman, Londres e Macau - e constituído o Banco Comercial de Macau.
Nos anos 70 a 90, prestou assessoria jurídica a inúmeros financiamentos estrangeiros a empresas portuguesas, ora como advogado dos Bancos mutuantes, Banco Comercial Português, Banco Totta & Açores, Banco Kleinworth Benson, Privat Banken (DK), Banco Comercial de Macau, S.A., Banco Chemical Finance, S.A., ora das empresas mutuárias, tais como a TAP, a Brisa, a Soponata, etc.
Esteve na base da constituição da SIBS, Sociedade Interbancária de Serviços, S. A., e da Associação Portuguesa de Bancos, cujos estatutos iniciais elaborou, e assessorou o Grupo de Carlo de Benedetti em Portugal, através da Cofipsa, SGPS, S.A., e da Cofir, Corporation Financiera Reunida, S.A. (Madrid)
Foi chamado a intervir em diversos processos judiciais em Tribunais estrangeiros, nomeadamente na República da África do Sul e nas Ilhas Cayman e nos EUA.
Foi, a partir de Setembro de 1985, representante da Associação Portuguesa de Bancos no Comité Jurídico da Federação Bancária da União Europeia. Presidiu a esse Comité Jurídico da Federação Bancária da União Europeia no quadriénio 1995/1998.
Foi o representante, na qualidade de Perito, do Estado Português na UNCITRAL (United Nations Commission on International Trade Law).
Elaborou vários projectos de diplomas legais para o Governo da República, para o Governo Regional dos Açores, para o Governo Regional da Madeira e o Governo de Macau, v.g. sobre empresas públicas bancárias, criação do IIPA, Off-Shore Bancário da R.A. da Madeira, Lei das Sociedades Comerciais de Macau e legislação atinente ao chamado Plano Mateus.
Representou o Governo Regional dos Açores quer na negociação do financiamento, liderado pelo ABN/AMRO Bank, à Região Autónoma dos Açores, quer na negociação com o Governo da República e a Caixa Geral de Depósitos, que conduziu ao reescalonamento da dívida da Região Autónoma dos Açores à Caixa Geral de Depósitos. Representou o Estado Português nas negociações que levaram à aquisição da Fábrica da Renault na Península de Setúbal e na alienação de participações do IPE no Grupo Renault Portuguesa à Renault, S.A. (France).
Liderou equipas que conduziram o processo de análise jurídica dos possíveis take over do Laboratório Euro-Labor pela Grünenthal, GmbH, do Banco Chemical (Portugal), S. A., para a Administração do mesmo (MBO), da Companhia de Seguros CGU International Insurance PLC, para a Victoria Seguros, S.A., e da Compal e da Nutricafés pela Caixa Capital, S.A..
Tem liderado equipas de análise jurídica de diversas emissões de papel comercial, ofertas públicas de subscrição, de venda ou de aquisição de acções e obrigações, convertíveis ou não.
Cargos que desempenha
Presidente da Mesa da Assembleia Geral de várias sociedades, nomeadamente, do Banco de Investimento Global, S.A., da Victoria-Seguros, S.A., da Victoria-Seguros de Vida, S.A., da Sofinloc, Sociedade Financeira de Locação, S.A., da Companhia Carris de Ferro de Lisboa, S.A., da Produções Fictícias, S.A., da Vicra Desportiva, S.A..
Foi administrador não executivo de várias sociedades, nomeadamente da Portucel, SGPS, S.A., entre 1997 e 2005.
Foi actualmente Administrador da PT Multimédia, S.A. e da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea-Colecção Berardo.
08 janeiro, 2009
A (in)cultura do ministro
Notícias da imprensa de hoje, informam os portuenses que este ano, tal como no ano passado, não terão ópera. O (portuense) ministro da Cultura anunciou ontem que o protocolo que o ministério tinha com a Casa da Música e com o Círculo Portuense de Ópera, não será renovado. Não serei directamente atingido, na medida em que não sou apreciador de ópera, mas se aqui levanto a questão é por imperativo moral. Por um lado, entendo que os muitos amantes de ópera do Grande Porto não merecem ficar privados desse espetáculo. Pode mesmo considerar-se que a decisão do ministro é uma machadada na actividade cultural da nossa cidade, já que espetáculos de ópera terão sempre que ser subsidiados, e não só em Portugal. Por outro lado é lamentável a ignorância demonstrada pelo ministro, ainda por cima quando se trata da sua cidade. Com efeito, o que diz Pinto Ribeiro é que a Casa da Música tem um orçamento elevado, e que se os portuenses querem ópera, a CdM que a faça. Subsidiar o Coliseu, como tem sido norma? O ministro diz que não, afirmando que esta sala funciona poucas noites por ano, querendo significar que não quer subsidiar um "elefante branco". Ignorância. O presidente do Coliseu diz que nos últimos anos a sala funcionou em média 160 noites, com quase 300 mil espectadores, o que a mim me parece bom. Acresce que a CdM não tem fosso de orquestra, o que é uma boa razão para não ter ópera. O ministro da cultura também aqui mostra a sua ignorância... O protocolo que o Coliseu tinha com o ministério, assinado no tempo de Manuel Maria Carrilho - um visiense que muito fez pelo Norte - significava a concessão de uma verba que dava para a produção de duas óperas. Agora acabou, o que também asfixia e põe em causa a continuidade do Círculo Portuense de Ópera.
Acho que já estamos habituados a ser prejudicados por originários do Porto (nem lhes chamo portuenses) ou do Norte, que vão para Lisboa, tornam-se "assimilados" e parece envergonharem-se das suas origens. Quando dispoem de poder são piores do que os outros, pensando que assim se elevam na consideração das elites lisboetas e se tornam "um deles". Apesar da habituação a estas aberrações, continuo a sentir revolta quando confrontado com situações deste género. Mas a revolta sobe mais quando tomo conhecimento de que o agora recusado subsídio do governo ao Coliseu, traduzia-se no equivalente a €15 por espectador. Para o São Carlos o mesmo governo dá o equivalente a € 311. Vinte vezes mais!
Fico à espera que um desses centralistas que volta e meia aparecem na blogosfera com comentários "situacionistas", nos venha explicar a razão destas discrepâncias escandalosas. Sim, porque eu tenho a certeza que haverá boas e fortes razões para isso, só que a nossa ignorância e tacanhez de espirito de provincianos, ainda não nos permitiu atingir a Verdade Absoluta, só acessível a quem respira o ar privilegiado da Capital.
Porto Canal, do Porto? Até quando?
No entanto, receio bem que, com o tempo, acabe por suceder com o Porto Canal o mesmo que aconteceu com os jornais de referência portuenses. Como todos sabemos, uns acabaram mesmo por desaparecer (Comércio do Porto e Primeiro de Janeiro), e outros, com maior ou menor evidência, foram-se centralizando (ou domesticando, como quiserem) e preenchendo os seus quadros activos com gente amiga do sistema (JN, e Público).
Para já, ainda se vai respirando no Porto Canal um ambiente assumidamente nortenho e portuense. A cidade, é finalmente visível, ouvem-se e conhecem-se figuras locais da cultura, da vida social e da política, que até aqui estavam submetidas ao anonimato total pelas estações de tv lisboetas. Tudo isto é verdade, mas receio, que aos poucos comece a padecer do síndrome do déjà vu dos canais generalistas e se deixe minar por elementos fiáveis aos valores centralistas, sejam eles políticos, desportivos ou culturais.
Assisti um dia destes a um programa da tarde do Porto Canal dedicado à juventude, chamado Zona Interdita, moderado por dois jovens apresentadores e com alguns convidados. Um destes, foi um jornalista do pasquim desportivo ultra-ordinário "Record", chamado Eugénio Queiroz, curiosamente, o mesmo jornalista que é convidado residente de um outro programa desportivo de Domingo à noite, chamado (se não estou em erro) Tribunal da Bola.
Num dado momento, Pedro Nunes, um jovem pivôt, perguntou ao convidado se já alguma vez se tinha sentido ameaçado num recinto de futebol. O jornalista do Record respondeu que sim, e referiu ter sido no Estádio do Dragão o local do "crime". O outro, perguntou-lhe por quê, e ele respondeu que foi por ter escrito umas coisas sobre o processo Apito Dourado. Depois, rematou dizendo: "sabes como é, as pessoas não gostam de ouvir falar mal do seu clube e a verdade é que o Sr. Pinto da Costa estava envolvido no processo".
Foi curioso verificar que o entrevistador Pedro Nunes - que é sportinguista - não teve "olho" (ou não quis) para lhe perguntar o que tinha ele escrito no Record para justificar essas ameaças, enquanto a jovem Susana Guimarães - portista assumida - retorquiu oportunamente que a culpabilidade de Pinto da Costa no processo ainda estava por provar, o que, diga-se, é verdade. As perguntas foram fluindo e apertado pelos entrevistadores para dizer se os jornalistas, afinal, também não eram tendenciosos nas suas análises por terem simpatias clubísticas mais ou menos escondidas, o entrevistado acabou por se "assumir" leixonense numa primeira resposta, e confessar que o seu alter-ego era benfiquista, numa segunda...
Todo este convívio aparentemente pluralista e democrático, decorreu num clima descontraído e de boa disposição, que se saúda. O problema, é se, paulatinamente o Porto Canal, querendo ser mais papista que o Papa, vai deixar infiltrar-se por uma maioria de colaboradores e convidados simpatizantes das "coisas" centralistas e se não iremos acabar por vê-lo transformado em mais um «Canal Central». É que, cá para nós, que ninguém nos ouve: o jornal Record não é propriamente um jornal credível no já tão poluído jornalismo desportivo...
Para que o perigo de contaminação centralista e respectivos efeitos secundários não ameace a independência do canal portuense é imperiosa uma direcção assumidamente regional, em todos os aspectos, caso contrário, não tarda mais uma grande decepção.
Petição por uma gestão autónoma do aeroporto do Porto
Obrigado
Cristina Santos - "Insistam sempre no mesmo parafuso, um dia ele aperta"
No panorama actual não faz sentido discutir a situação do Porto em particular, se o Bolhão se recupera, se o Parque tem ou não tem construções, se será Elisa Ferreira ou Rui Rio o melhor candidato. Estas questões não alteram em nada a situação económica do Norte, nem o desacordo das PME Nortenhas quanto à política nacional de fundo levada a cabo nos últimos tempos. No máximo essas questões alteram o Executivo, que continuará, seja PS ou PSD, medíocre na sua acção e sempre dependente e limitado pelo centralismo.
Se houver uma réstia de honestidade e senso nem os políticos se candidatam, nem o Norte vai às urnas, enquanto não se falar claro e não se apresentarem medidas concretas e realistas para este país.
Estruture-se uma equipa entre partidos, vocacionada para a Regionalização, e para o derrube imediato destas falsas políticas, que fazem dos portugueses gente sem raciocínio ou memória, que insiste, apesar de tudo o que vê e pressente, em perder tempo a iludir as pessoas com as mais-valias deste ou doutro candidato e, pior que isso, ainda pensa e dá ideia que vale a pena ir às urnas em 2009, para reeleger um partido centralista ou uma cobaia deste.
Oh Porto!
Cristina Santos
Nota: Post extraído do blogue A Baixa do Porto
Poesia paulista
me pegou na contramão,
me fez gato, fez sapato
mesmo sem ter intenção...
mas um descaso,
por mero acaso...
foi quase fim de caso!
(Extraído do blogue "e o pensamento voa")
Simpatia tarot
Sinceramente, preferia que ela tivesse dito que não gosta do Porto, porque vir ao Porto, dizer que se gosta da cidade e logo a seguir fazer ressalvas para a sua maior instituição, é o mesmo que alguém ser convidado a entrar na nossa casa e dizer: gosto muito da vossa casa mas não gosto da vossa família!
Sabendo nós, que é mediática e politicamente correcto falar da família benfiquista, será que quando chega ao Porto, esta gente pensa que não existe uma (enorme) família portista? Se calhar, pensa mesmo. A cretinice quando pega, custa muito a ir embora.
Pois fique sabendo, abelha Maya - se tiver a má sorte de me ler -, que, cá o rapaz , é bem mais generoso que V. Senhoria. Não só detesta o Benfica, como não gosta mesmo de Lisboa. E depois?
Links a ler
(Paulo Martins/JN)
Muros de palavras
(Manuel António Pina/JN)
Ópera no Porto nas mãos da Casa da Música
(Sérgio Almeida/JN/Lusa)
07 janeiro, 2009
Teias que a Democracia tece. Haja decência
Como facilmente se percebe, tanto as instituições bancárias envolvidas (BPN e BdP) como as empresas de auditoria recusam-se a enviar informações e obedecer à intimação do grupo parlamentar de inquérito a coberto da almofada branqueadora do "sigilo profissional". As auditorias chegam ao cúmulo de afirmar não disporem de arquivo dos respectivos relatórios de actas e reuniões dos conselhos de administração! Pergunta-se: para que prestam as auditorias e o pomposo Conselho Nacional de Supervisores Financeiros?
E qual é o papel do Estado em todo este imbrógio? Será para se subjugar a estes poderes ocultos que os liberais vivem a reclamar menos Estado, melhor Estado? O aparelho do Estado é ineficaz e pesado, mas o da Banca ainda o é mais. E caro. É chegado o momento de abranger o discurso até aos Banqueiros. Menos Bancos, melhores Bancos. O que é que nós queremos, afinal?
Até faz algum sentido que os funcionários da Assembleia da República sejam obrigados a jurar segredo sobre o que sabem das investigações, mas já não faz sentido nenhum que o público não tenha conhecimento assíduo e claro sobre evolução das mesmas. Até ao "arquivo" final, pelo menos.
Descoberta da pólvora...
É claro que a maioria de nós não faz ideia das noites em claro, das refeições por tomar, das pestanas queimadas que cérebros desta grandeza sacrificam para chegarem a conclusões e resultados deste gabarito. Somos gente básica, desqualificada, incapaz de imaginar a dimensão da sabedoria, do savoir-faire destas personagens muito «justamente» remuneradas.
Além disso, também somos ingratos, porque no caso em apreço, o senhor governador até teve a grandeza de carácter de se disponiblizar para reduzir uns euritos do seu colossal ordenado. Só faltou mesmo, foi dizer, de quantos euros (ou, seriam cêntimos?) estaria disposto a prescindir...
06 janeiro, 2009
Notas soltas (4)
2 - Num país que nós portugueses não consideramos de primeira linha - a Bulgária - um ex-campeão do mundo foi dois anos e meio para a prisão, por ser culpado de um acidente de viação que fez um morto. Lá é assim. Em Portugal, onde casos chocantes de atropelamento ocorrem com frequência ( só aqui no Grande Porto recordo-me de quatro casos nos últimos tempos ) os responsáveis normalmente safam-se. O pior que lhes acontece é ter uma pena suspensa. O motorista de táxi com excesso de alcool que atropelou três meninas numa passadeira, ferindo-as gravemente, continua por aí a conduzir o seu táxi. Creio que nem julgado foi ainda. Será que um dia seremos um país com uma Justiça a sério, ou temos uma herança genética que nos condiciona?
O Trio de Ataque, da RTPN ("N", de Notícias...)
Hoje é dia do programa "Trio de Ataque", na RTPN ("N", de Notícias, como a RTP faz sempre questão de destacar, para não confundir com a anterior herética expressão : "N ,de Norte" que sobrou da defunta NTV). Mas, adiante.
Veremos se (como é de prever), o programa vai ser, pela enésima vez, insuportavelmente dominado pelo Benfica e pela recente derrota na Trofa, com a respectiva perda do 1º. lugar no Campeonato, ou se, é devidamente repartido em termos temporais pelos outros dois clubes (FCPorto e Sporting). Hugo Gilberto, o novo pivôt do programa, não veio acrescentar nada de novo à linha seguida por Carlos Daniel, muito maquilhada de fair-play, mas benficodependente, até dizer chega. Não tenho dados para o afirmar, mas palpita-me que a RTP escolhe a dedo os homens que fazem estes trabalhos, de forma a garantir o protagonismo da praxe ao clube da ave de rapina , fiel representante do centralismo ( como foi da ditadura).
É mais do que óbvio e notório, que os critérios para a selecção dos convidados da RTP (paga com o dinheiro de todos os portugueses) para programas deste género, nunca pautaram pela isenção ou pelo pluralismo. Quando, por exemplo, convida ex-jogadores de futebol, ou ainda no activo, para participarem em eventos deste tipo, vai sempre buscá-los à «cantera» dos clubes de Lisboa. A espaços, lá faz um convite quase sempre efémero a um jogador do FCPorto (o último, foi Jorge Costa) para lançar um pouco de areia para os olhos dos mais atentos, e depois, prossegue implacável e descarada, a sua saga sectária de anti-portismo.
O FCPorto - descontando os sucessos do passado, que também os teve, e muitos -, tem sido, nos últimos 30 anos, o clube português com mais êxitos conquistados, dentro e fora de portas, apesar de todas as trapaças, de todas as queixinhas e de todos os "apitos" (envenenados). O FCPorto, tem dado uma visibilidade ao país, a nível internacional, que o postiço "glorioso" jamais conseguiu, mesmo nos tempos arqueológicos do moçambicano Eusébio.
Só por estes factos, num país normal, que sabe viver as glórias do presente, num país coeso, sério e descentralizado, o Futebol Clube do Porto, independentemente do elevado número de adeptos que já tem, devia ter o respeito e a projecção mediática que indiscutivelmente merece. É por estas razões, que considero atrofiante a ideia estereotipada de que o futebol, para o povo, é desviante dos assuntos mais sérios. Os da política, não o são mais (para os mais cépticos,recordo que há um ex-ministro, actual conselheiro de Estado, que terá de prestar contas à justiça).
Não tenho a mínima dúvida de que, no fundo, ninguém acredita na envolvência efectiva de Pinto da Costa, nas novelas pré-fabricadas pelo processo "Apito Dourado", tal como as quiseram pintar. Nem mesmo os seus inventores (eles sim, com rabos de palha por todo o lado), já acreditam na eficácia da trama.
Felizmente para nós, portuenses/portistas (que bela simbiose), há mais vida - leia-se, justiça - para além da "al-Lixbûnâ (Lisboa, em árabe).
Existe ainda uma Europa. Fraca e enferma, é verdade, mas ainda com alguns valores. Valha-nos isso.
05 janeiro, 2009
Boato de pasquim?
Afinal, quem é promíscuo, Sr. Dr. Rui Rio? O Futebol Clube do Porto e a anterior Câmara do Porto, ou os clubes de Lisboa e empresas com ligações à edilidade da capital, como a EPUL?
E Sua Exa., o senhor Procurador? Não lhe interessa o assunto? Por quê? Por não estar relacionado com o Porto? Nós, gostaríamos muito de saber o que é que isto tem de verdade, ou se é apenas um arrufo entre as comadres locais, ou se não passa de mais uma atoarda do Correio da Manhã...
O lado positivo do Porto
Contudo, tudo isto não chega para mascarar a apatia das entidades públicas relativamente às necessidades do burgo. É preciso apoiar toda esta gente, é preciso muito mais.
Links (JN) e opinões
Como alguns de nós aqui comentamos, Paulo Ferreira, do JN, faz uma leitura da candidatura de Elisa Ferreira, à Câmara Municipal do Porto (e da entrevista ao JN), igualmente cautelosa.
"Sucede que vai sendo tempo de conhecermos mais a fundo o pensamento da putativa candidata sobre os problemas do Porto. Dito de outro modo: vai sendo tempo de a concelhia e Elisa Ferreira selarem o acordo. Ou de explicarem por que razão não selaram o acordo"
Ordem rejeita faltas expostas dos médicos
Esta tendência para o corporativismo na política, como nas demais áreas profissionais, é uma vergonha. O Bastonário da Ordem dos médicos deu públicas e cabais provas de não estar à altura do cargo. Não é fazer da classe médica um grupo de profissionais intocáveis que a dignifica. Como diz o ditado, quem não deve, não teme. O senhor bastonário teme, provavelmente porque deve...
Em sentido contrário, é de louvar a iniciativa da Direcção do Hospital S. João de passar a denunciar internamente o nome dos médicos faltosos. É assim que se acabam vícios ancestrais.
Nota do Renovar o Porto:
Segundo notícias de última hora, António Ferreira, Director do Hospital S. João, refere que a notícia veículada pelo JN foi mal interpretada, pelo que a instalação das ditas câmaras de Tv servirão apenas para transmitir informações aos utentes.
É pena, porque não estou a ver em que é que a medida anunciada e agora desmentida podia ir contra a ética deontológica dos médicos. O que é contra a ética e falta de profissionalismo, é que as faltas continuem a ocorrer sem que se possa conhecer o nome dos prevaricadores. É este lado da Democracia que considero o melhor aliado do laxismo e da corrupção. Continuo a considerar que este modelo de regime supostamente democrático serve à perfeição os interesses de quem se serve dele para seu exclusivo e secreto proveito.