Não gostei do jogo produzido pelo FCPorto, sobretudo na 1ª. parte. Mais uma vez, foi o individual que levou a melhor sobre o colectivo, que é coisa (como já disse no post anterior) que não me agrada. O futebol não é o ténis, onde cada jogador é responsável pelas próprias decisões, o futebol vive do entendimento entre onze jogadores com umas pinceladas de génio individual pelo meio. Do jogo, salvou-se o resultado e a postura mais agressiva da 2ª. parte. Mesmo assim, continuo algo céptico em relação aos progressos deste sistema de jogo de Lopetegui, demasiado refém da contenção de bola lateralizada e atrasada, sem lhe extrair os resultados que o justifiquem.
Não sou de fazer diagnósticos apressados, mas um ano parece-me suficiente para perceber se uma equipa nova, com as limitações próprias dessa juventude, evoluiu consideravelmente naquilo em que estava pior, e o que se continua a verificar, é a manutenção de um modelo de jogo tímido, sem movimentações estudadas, de triangulações monótonas, com os jogadores mais preocupados em não perder a bola do que enfiá-la na baliza dos adversários. Bem sei que esta época entraram novos jogadores e saíram outros, o que não sei, é se uma época é tempo suficiente para estabilizar um modelo de jogo, e se não o fôr, quantas épocas teremos de esperar para termos uma equipa preparada para lutar pelo título sem desculpas. Isto, levando em linha de conta a filosofia de contratações com jogadores emprestados. Este ano, valha-nos isso, o problema não se porá, pelo que já não há margem de desculpa para a época vindoura.
Tenho ainda na retina a humilhante derrota com o Bayern de Munique, no jogo da 2ª volta, onde ficaram plasmados no resultado (6-1) todos os defeitos da equipa do FCPorto, não obstante o poderio da equipa alemã, onde a falta de hábito em jogar rápido e de objectividade do sector avançado foram os que mais se notaram. Aquela mesma equipa, com outra velocidade e outras rotinas, podia perder o jogo, mas nunca por tamanha diferença, sobretudo depois de ter conseguido um inesperado 3-1 no jogo do Dragão.
Pois, são os mesmos defeitos, as mesmas desconcentrações que continuo a ver no FCPorto. E não digo isto por ter empatado, que em tese, até pode ter sido um resultado positivo, diria exactamente a mesma coisa se tivesse regressado com o 1-2. O que é preciso, é ganhar, dir-me-ão, mas que diabo, é preciso também ganhar com categoria (não confundam com balet).
O próximo jogo no Dragão tem de ser para ganhar. Se tal não acontecer, não creio que o futuro próximo do FCPorto seja sorridente. Mas, acabo como sempre: contrariem-me, provem-me que isto é tudo pessimismo.