11 novembro, 2014

Líderes do Porto de costas voltadas é dar tiro nos pés, e na região

O respeito é um sentimento que muito prezo e que procuro seguir na minha vida quotidiana no relacionamento com os outros, particularmente com desconhecidos, porque também gosto de ser respeitado, e porque parto sempre do princípio que, até prova em contrário, todas as pessoas são respeitáveis. Sou assim, e faço questão de continuar por esse caminho. Pontualmente acontece cruzarmo-nos com certo tipo de pessoas cujas reacções nos levam a pensar que não sabem bem o que isso é, porque parecem confundir atitudes gentis e de boa educação, com subserviência, interiorizando estupidamente que lhes é devido um respeito especial. Isto passa-se nos transportes públicos, na rua, em quase todo o lado, mas nota-se com mais evidência quando circulamos nas nossas viaturas e atenciosamente cedemos a passagem a tipos que circulam em carros majestosos todo-o-terreno e similares, e eles nem sequer se dignam agradecer.

Tais comportamentos exercem em nós um efeito de dominó negativo que logo nos leva a arrependermo-nos de termos sido educados... Portanto, é importante não confundir comportamentos. Sou pela boa educação e pelo respeito, mas fecho as portas das boas maneiras a todos os arrogantes mal educados que se me atravessem pelo caminho convencidos que os sinais exteriores de riqueza lhes conferem qualquer ascendente sobre os outros. Nesses momentos gostava de ter tempo para lhes tirar uma foto para depois as exibir num local público com estas palavras: atenção, este carro é caro, mas o gajo que o conduz é uma grande besta! Portanto, aqui está uma explicação resumida também para o desprezo e para a negação de respeito, relativamente a certas figuras públicas que tomaram conta do país e que não me furto a identificar. 

Aqui chegado, pouco me resta para contar sobre o meu estado de espírito e o que sinto sobre o clima irrespirável que infesta o futebol português... Se as instituições do Estado já bateram todas no fundo, se a Justiça é a vergonha que sabemos, se a Educação deseduca e promove a emigração, se a Economia está de rastos e a Saúde deporta os seus clínicos, se o país está falido e hipotecado à banca internacional, enfim, se os governantes não governam e se o Presidente da República não preside, apenas se preocupa com a pose e consigo próprio, como podem funcionar as instituições desportivas? Um desastre, claro! Uma miséria! Uma vergonha, um autêntico antro de prostituição desportiva!

Sei que não estou a dar nenhuma novidade. Mas nós, portuenses, o que fazemos? O nosso clube o que faz? Onde está aquele homem temerário chamado Pinto da Costa, que nada deixava passar-lhe ao lado se soubesse, ou suspeitasse, que estavam a tentar prejudicar o FCPorto? Porque é que em vez de apontar baterias a Rui Moreira, seu conterrâneo e portista, por escrever no Correio da Manhã, não aponta para alvos mais pragmáticos? Eu também discordo, nem acho que Rui Moreira ganhe grande coisa por escrever nesse pasquim (só perde), mas se Pinto da Costa quer provar com isso que é mais criterioso que ele quanto aos orgãos de comunicação social que elege para falar, então não entendo por que é que foi à RTP (e à SIC) já depois do muito mal que lhe fizeram a ele próprio (Apito Dourado) e continuam a fazer ao FCPorto. Se o critica por isso, Moreira também o pode criticar por ter escancarado as portas do Porto Canal a gente que vimos ainda há bem pouco tempo falar tão mal dele, como os Malheiros, os Salas e as Maias feiticeiras, e outros do género...  Tão pouco aprovo que Rui Moreira tenha deixado o lugar que ocupava no Dragão, e ainda menos a história infeliz do portista e do portuense. Ambos, estão a agir mal e voltados para o lado errado do problema, ambos estão a promover uma guerra patética que não serve a ninguém, excepto os centralistas. Convenhamos, há que recuperar o bom senso. Entendam-se, cavalheiros!

Sempre admirei Pinto da Costa e o defendi, talvez no pior momento da sua vida, mas também acho uma perda de tempo (e de energia) o sentido que ele está a dar às suas "lutas" e à definição dos seus adversários, precisamente num momento em que todos os portistas mais anseiam por sentir que ele está bem vivo, combativo, que ainda não esmoreceu para se opôr ao centralismo mais feroz e descarado que se instalou no futebol nacional... Tão, ou mais descarado, que o saque do governo de Passos Coelho na bolsa dos portugueses.

10 novembro, 2014

Há, ou não há, liderança no FCPorto?



Desde praticamente as primeiras jornadas da 1ª. Liga que venho alertando a directoria do FCPorto  para a urgência de nomear alguém com respondabilidades que possa corporizar a voz do clube para assuntos relacionados com a nomeação de árbitros para os jogos disputados pelo clube e dos adversários mais competitivos. Esse alguém, devia ser Pinto da Costa, por ainda ser ele o Presidente e também por ter sido ele sempre a dar "o corpo às balas" e a defender o FCPorto quando tal se tornava necessesário. Acontece que, como todos já se aperceberam, nos últimos tempos, Pinto da Costa parece não estar para aí virado, sejam quais forem as razões que lhe assistam.

Contudo, nunca como agora, o FCPorto teve e tem motivos para falar, para denunciar, alto e bom som, a discriminação negativa a que tem sido submetido pelas arbitragens em quase todos os jogos, em flagrante contraste com a protecção e o claro favorecimento promovido ao Benfica. Não me lembro, desde que acompanho o FCPorto (e já são muitos anos), de assistir a uma tão descarada cumplicidade entre os árbitros e o Benfica como agora, e ela sempre existiu, como sabem... Em contrapartida, é neste preciso momento que Pinto da Costa resolve não protestar... Se isto não é estranho, o que será então? 

Pois bem. Se é esta a linha de conduta que a Direcção do FCPorto decidiu escolher para levar até ao fim do campeonato, se não ousa dar um murro na mesa para dizer basta, garanto-vos desde já que o campeão já está decidido, e nem preciso de vos dizer quem é. O FCPorto não será campeão, nem dentro, nem fora do campo.

É claro que, para os nossos adversários, este meu discurso não passa de uma forma enviesada de redireccionar a má prestação da nossa equipa no jogo de ontem com o Estoril, que a culpa devia ser atribuída ao treinador, etc., etc. Mas com a opinião dos nossos adversários directos posso eu bem, porque sei perfeitamente do que a casa deles gasta em termos de integridade e de fair play. Temos provas do que afirmamos, físicas e tecnológicas, não temos embustes nem manipulações dos media seus serviçais, e muito menos a cumplicidade de árbitros de espinha retorcida.

A questão do nosso treinador só a nós respeita, e quanto a isso sabemos muito bem quando lhe devemos reconhecer o mérito ou não, é cá entre nós. Agora, se mesmo com a intermitência da nossa equipa temos apenas 3 pontos de atraso dos vermelhos, em que lugar estaria a FCPorto se não fosse a acção predadora dos árbitros contra o nosso clube e persistentemente favorável, quase servil, a favor deles? No mínimo, teríamos uns 6 pontitos a mais... Isto, mesmo levando em conta os jogos mal conseguidos da nossa equipa.

Resumindo e concluindo: mais que Lopetegui, mais que as prestações oscilantes da equipa, mais do que tudo o resto, a minha preocupação principal é a passividade do FCPorto e da sua estrutura directiva face a estas graves situações. Isso para mim é um verdadeiro caso de estudo.