16 agosto, 2012

O Porto, aos olhos de um turista espanhol, em cadeira de rodas

Imaginem o que diriam se a nossa cidade fosse devidamente limpa e a antiga rede urbana estivesse significativamente reabilitada!


14 agosto, 2012

No pása nada...o povo é sereno

O mentiroso, o ladrão e o assassino
A taxa de desemprego em Portugal atingiu o maior nível de sempre (15%) e o(s) governo(s) pensa(m) nada ter a ver com o assunto. Os crimes de homicídios sobem a um ritmo alucinante (seis, em 24 horas) e o(s) governo(s) insiste(m) em fazer-nos crer que uma coisa não tem a ver com a outra. Os assaltos sobem a pique e o(s) governo(s) continua(m) a assobiar para o lado como se vivêssemos no melhor dos mundos.

Entretanto, os criminosos mais perigosos do país e com mais responsabilidades cívicas [como Duarte Lima] são mantidos em luxuosas "prisões" domiciliárias até que o tempo e a injustiça se encarreguem de os deixar em total liberdade [como Vale e Azevedo]. Dias Loureiro, mudo e quedo, como convém,  lá vai gozando à grande e à francesa o pecúlio das suas habilidosas golpadas na banca. 

Enquanto isso, Paulo Portas, em "merecido" gozo de férias, sorri para dentro com as reeditadas suspeições sobre o desaparecimento dos documentos que o ligam a irregularidades na compra de submarinos quando era Ministro da Defesa, e aproveita o remanso para se divertir com o enjeitar de responsabilidades entre antecessores e sucessores, ciente que nada lhe vai acontecer, não fosse ele o exemplo vivo de como em Portugal a má fama e a espertice saloia dá direito a cargos de prestígio e dinheiro a rodos. 

Só gostava, era de saber como será possível pôr um ponto final a esta pouca vergonha sem o recurso à força, sabendo que nessa sem-vergonhice está inclusa a justiça e a própria democracia...

12 agosto, 2012

O "anjo" Luisão

Sem falsas modéstias, penso ter uma ideia bastante realista acerca das virtudes e das imperfeições dos portugueses. No que concerne as virtudes, suponho ser a solidariedade a maior delas, embora esta se evidencie com mais espontaneidade nos nortenhos que em Lisboa, ou no sul do país. Não me quero referir àquela "solidariedade" trauliteira que podemos verificar em certas pessoas quando por perto anda uma câmara de televisão, porque essa é do mesmo tipo que leva alguns a participarem em programas como o Big Brother. Não. Refiro-me àqueles pequenos/grandes gestos, como parar na estrada para socorrer alguém com avarias no carro, ou que foi vítima de um acidente, ou àquela pessoa que nos convida a passar à frente na caixa do supermercado por reparar que levamos poucos produtos, ou até o vizinho que nos trata como se fossemos da família.   

Os defeitos, no entanto, são tantos que às vezes nos levam as esquecer essas grandes qualidades. Um dos que mais me irrita nos portugueses é ser um povo facilmente influenciável, que não gosta muito de pensar pela sua própria cabeça, preferindo adoptar para si a opinião que os media ou a má língua fazem passar. Falando nisto vem-me logo à memória aquele aparato circense das bandeirinhas nacionais em tudo quanto era janela, e dos cortejos de campinos e motards que circulavam pelas estradas lá de baixo por sugestão à propaganda patrioteira da comunicação social, e de um seleccionador que além de não ser português só conhecia o sul do país. Outra das más facetas deste povo é a resiliência face às regras. É verdade que essa resiliência tem inspiração histórica nos governantes, que tal como os livros de Eça de Queiroz bem testemunham se mantém até aos nossos dias, mas é verdade também que se o povo tivesse outros graus de exigência e não fosse tão negativamente influenciável, hoje teríamos mais respeito pela legalidade.

É por isso que me enoja profundamente viver num país onde a qualidade dos media se tenha de medir por baixo, tal como permite o povo e quem o governa. Ontem, em jogo particular com uma equipa alemã, Luisão, um defesa do Benfica agrediu comprovadamente um árbitro, derrubando-o deixando-o por momentos inanimado. Toda a comunicação social, principalmente a RTP [órgão do Estado] tudo fez para branquear o acontecimento, prestando um deplorável serviço público, usando premeditadamente termos desajustados com a ocorrência, como: «o árbitro caiu, ou o árbitro chocou com Luisão, ou Luisão agrediu alegadamente o árbitro...».

Por outro lado, os comentadores de serviço, em vez de reprimirem veementemente o gesto do atleta, como fazem, aliás, e na maioria das vezes, sem razão, com o FCPorto, perderam-se em exercícios de cálculo e em previsões para descobrir alguma fórmula para evitar a eventual punição do jogador...  

Francamente, se o que as imagens de televisão mostram já não servem para nada, então também não servem para transmitir telejornais, telenovelas, debates políticos ou jogos de futebol. E o que se passou ontem não foi obra de imagens manipuladas, ou de emboscadas em túneis, foi uma agressão clara e altamente reprovável de um jogador a um árbitro, e isso só devia merecer da parte dos media uma única atenção, que era uma firme censura ao jogador. Defender posturas destas, é defender a violência no desporto, e quem está a fomentá-la por branqueamento são os próprios media do Estado, a RTP, ou seja: o Governo.

Obs.1 - O minuto 2:15 do vídeo aqui em baixo é o mais nítido da agressão de Luisão ao árbitro alemão. Há primeiro, uma "peitada" seguida de uma cabeçada. 

Obs.2 - Não menos censurável, nem tanto pela originalidade, mas pela rotina com que estas situações se repetem impunemente na liga portuguesa com jogadores do Benfica, foram os empurrões de  Maxi Pereira e Carlos Martins ao árbitro que antecederam a agressão de Luisão.