15 junho, 2019

Dedicado aos cobardes que por aqui passam


Quando vieres aqui destilar a azia que os meus artigos de provocam, nunca te esqueças que além de estares a acusar-te a ti mesmo de cobarde, e de seres amigo dos que vivem do crime, talvez te faça bem  perceberes que ninguém te lê.

E quanto mais vezes recorreres à cobardia, mais me alegro de ser diferente de ti.

Logo, não és ninguém. Para ti, sombra vermelha, aqui deixo o teu retrato de anónimo:


A corrupção é pior do que a prostituição. Esta pode colocar em risco a moral de um indivíduo, a primeira coloca em risco a moral de todo o país. 

Victor Hugo

14 junho, 2019

Uma ave rara, ou mais uma farsa?

Humberto Brito*
Os últimos dias foram pródigos em notícias visando autarcas e autarquias envolvidos num conjunto de práticas de natureza criminal, designadamente atos de corrupção.
Sempre defendi que na vida como na política não somos todos iguais. Contudo, não posso deixar de me indignar contra todos aqueles que, eleitos e legitimados pelo voto popular, mancham a atividade política. Uma atividade que devia ser nobre. Como nobre deve ser o caráter dos que se dispõem a servir os seus semelhantes.
Porque somos eleitos para servir e não para ser servidos. Somos eleitos para defender o bem público e o superior interesse da comunidade. Somos eleitos para servir de exemplo à comunidade.
A classe política nunca mereceu grande aprovação por parte da população. O rótulo de desonestidade sempre esteve colado a todos aqueles que se propuseram contribuir para transformar a sociedade criando melhores condições de vida aos seus concidadãos. Esta sempre foi a minha interpretação da vontade dos homens e mulheres que querem servir a comunidade.
Sempre lutei contra o preconceito de que os políticos são um bando de malfeitores.
Mas hoje, no somatório das notícias vindas a público e das que se avizinham, sinto-me indignado e envergonhado.
Se Portugal precisa de uma operação mãos limpas que seja feita! Que se separe o trigo do joio. Não é possível continuar a trabalhar com a sombra de que somos todos iguais. Que somos todos desonestos. E que se afaste definitivamente a escumalha que se arrasta pela política em jogos de interesse e prática de crimes que a todos enojam! Todos têm a obrigação de denunciar atos ilícitos! Para que haja decoro e decência!Lutei por isso! Lutarei sempre por isso!
A bem do meu concelho. A bem de Portugal!
*Presidente da Câmara de Paços de Ferreira
Nota de RoP: 
Somos um país tão causticado pela mediocridade, e pela falta de valores éticos, que qualquer futilidade nos serve para apelarmos ao orgulho. Entristece-me ouvir alguns portuenses pronunciar esta infeliz palavra com o Ó aberto como se tivessem nascido no sul... Enfim, cada um absorve os sons conforme os ouvidos que tem. Só lhes falta chamar Uscar ao Óscar. Mas, não é de pronúncias que quero falar, é de méritos. Se fôr sincero o artigo acima, se o Presidente da Câmara de Paços Ferreira fôr mesmo um político íntegro, faço-lhe uma vénia por ter a coragem de fazer o que poucos políticos fazem: censurar a sua própria classe. Com absoluta razão.  Mas censurar não chega, este país precisa de ser varrido desta gente, nem que seja à força. 


11 junho, 2019

Parabéns aos portistas que foram ontem manifestar-se

É assim, e tem de continuar assim, se o Governo não fizer o que é preciso fazer


É assim mesmo, grandes portistas! Lutem, indignem-se com os maus agentes públicos! Em democracia não vos podem impedir de se manifestarem, mesmo que seja contra a Justiça! Em democracia não vos podem bloquear os sentimentos de revolta nem de manifestar os vossos protestos, sobretudo quando eles são completamente justificados. Impedirem-nos do acesso à justiça é próprio das ditaduras, e é isso que muitas decisões judiciais andam a fazer com o Porto,  o FCPorto e o Porto Canal! Não há juíz nenhum neste país que me faça pensar o contrário. 


A Justiça não é exercida por deuses, nem por anjos. Os juízes não passam de seres humanos como nós, e é preciso que todos não se esqueçam dessa condição. Os piores Juízes (que os há), são aqueles que interiorizam o poder que têm como autoridade pública para julgarem os outros, motivados pelas suas simpatias pessoais. Esses, nunca na vida deviam ser Juízes, porque para o serem de verdade, não podem deixar-se influenciar por caprichos próprios, nem por leis estapafúrdias.

Bravo portistas, estou e estarei sempre convôsco! 

PS-Espero não ter sido os apêlos à revolta que aqui fiz num post recente que vos inspirou. Se foi, muito bem. Se não foi, ainda melhor!   


10 junho, 2019

Não me conformo viver num regime que se diz democrático sem se assumir como ditador que é


Nunca me imaginei a falar de Salazar como vítima do que quer que fosse. Meu pai não gostava dele, nem muito menos do desprezível Cardeal Cerejeira, seu íntimo amigo e apoiante do Estado Novo. Duas personalidades mesquinhas que fizeram de Portugal o país retrógado e reaccionário que ainda é. Foi um ditador que conseguiu manter o país na miséria e no obscurantismo durante décadas, razões pelas quais exacerbei com aquilo que pensava vir a ser a revolução do 25 de Abril, um país finalmente livre e democrático. Enganaram-me!

Hoje, decorridos 45 anos dessa teórica democracia, mais quatro que os 41 anos de Estado Novo, esgotaram-se os argumentos sempre usados pelos políticos para justificarem a incapacidade crónica de fazerem o país avançar, à medida que o tempo passava. Decorreram todos estes anos com os pretextos do costume dos governantes como desculpa do baixo nível de vida do país, e que foram mantendo, acompanhado de uma incessante degradação económica e social.

Foram anos regressivos, não de progresso humano. A tecnologia nem sempre é progresso, está provado que muito desse progresso acaba por se transformar num autêntico cancro para o mundo. O petróleo trouxe-nos a mobilidade cómoda, mas também nos envenenou o planeta. E fico-me só por aqui. O progresso só fará sentido quando o homem viver com mais dignidade e a paz em todo o mundo se instalar. Sem isso, não há progresso, há a eterna treta do poder vigarista.

Voltando ao Estado Novo de Salazar e Caetano, a essa época cinzenta da nossa história, não há motivos válidos para a referenciar com saudade, mas merece a pena recordar que apesar dos Calabotes dessa época serem factuais, também não foi esta postiça democracia que os suprimiu. É também por isso que não vivemos uma Democracia a valer. É que uma  Democracia de verdade serve também para transmitir segurança à população, nunca o medo. O medo é característica própria dos regimes com tendências ditatoriais.

Sem tencionar mudar de assunto, importa dizer que só a permissividade pode conceber que um clube se coíba de fechar as portas do seu estádio a gente e organizações desportivas que o discriminam, nem mesmo que seja para servir de palco da final de uma competição europeia! A mim, a selecção não me diz nada! Uma selecção a sério não divide clubes, nem jogadores, cria condições para os unir, que é coisa que não faz a Federação. 

Mais uma vez, o FCPorto deixou-se enredar numa ratoeira de consideração hipócrita, cujo objectivo é procurar branquear os desaforos causados durante anos seguidos por essas instituições. Olhar para aquela gente na bancada, cínica e desonesta, como pessoas de bem, é aceitar a hipocrisia como prenda. Não corroboro nesta estratégia de defesa do FCPorto - se é que podemos considerar estratégia -, porque não lhe tem dado qualquer vantagem. 

Permitimos que um gang de mafiosos conseguisse levar a melhor sobre nós (as vítimas), com a prepotência de juízes altamente duvidosos. Eu gostava de lhes ver a cara para saber o que ela vale, é bom conhecermos os rostos de quem não podemos confiar. As leis dos homens não são garantia de justiça, mas devia ser. 

Servir a lei pode ser uma grande oportunidade para alguns refinarem o carácter, mas para outros também para o perverter. O estatuto é só isso, estatuto.