Tenho alguma dificuldade em perceber certos conceitos de avaliação acerca de uma estrutura que é composta por diferentes áreas, mas comuns no seu todo. Estas, podem ter especificidades concretas de per si, mas não funcionando em bloco, e com os mesmos objectivos, os resultados acabarão for falhar de alguma maneira, numa, ou mesmo em todas as vertentes.
Falamos da estrutura mestra: o FCPorto. A sua essência reside obviamente no futebol, e na alma dos seus adeptos. Para estes, discutir o clube, só conta o plantel, o perfil do treinador e por último, se correr bem, o presidente. Pouco mais do que isto. Aligeiram a importância de ter de lidar com obstáculos perniciosos e estranhos aos regulamentos da modalidade (de origem bem identificada), contra os quais não podem lutar sozinhos, por não disporem das mesma armas, que ainda por cima são ilegais.
Sentindo-se compreensivelmente impotentes, preferem ultrapassar o problema, esquecendo-o, para voltarem à conversa de quem deve ou não deve jogar, dependendo do gosto de cada um, e ficam-se por aí. É como se fosse uma fatalidade perene ter (o FCPorto) de lutar com o crivo do contra tudo e contra todos. Mas não tem de ser assim, nem devem permitir mais que seja, porque lutar em condições tão desiguais, tão revoltantes, é pactuar com regimes adulterados à partida, e à chegada... Quando se aceita participar em duelos destes, aceita-se a deslealdade do adversário. Não há heroísmo algum numa concórdia dessas. Esta fragilidade, cuja culpa devia ser assacada exclusivamente à SAD, e ao Presidente, por nada terem feito de objectivo para defender o FCPorto, é outro aspecto que devia ser discutido pelos adeptos, com outra determinação.
Mas há mais. O Porto Canal. Comecemos pelo negócio. A quem pertence? A um privado? Não! Maioritariamente, pertence ao FCPortoMedia 82,4% do capital social, e cerca de 17% à MediaPro Portugal,sgps, SA. Que conhecimento têm os sócios do clube dos rendimentos obtidos pelo Porto Canal? Recebem regularmente alguma informação nesta matéria? Têm lucros, ou prejuízos? A avaliar pela programação, com mais baixos do que altos, e cada vez mais pobre e desordenada, os lucros não devem ser famosos.
Mas, insisto, será que os sócios não querem saber como andam estes negócios igualmente ligados ao clube? Se não querem, fazem mal, porque sem dinheiro não há milagres, e se o Porto Canal não constituir uma mais valia para o FCPorto, então é preferível vendê-lo. Não defendo essa opção, gostaria muito que continuasse, mas não nestas condições, sem utilidade e sem lucro. Faltando bons projectos, sem boa programação, sem dinheiro, e sem organização ninguém faz milagres. O certo é que salta aos olhos a decadência do negócio. No entanto, Pinto da Costa não abre a boca para dar a explicação devida aos sócios e adeptos. Mas, deve!
Esta é também outra área da estrutura portista que aparentemente não tem merecido grande atenção dos portistas, e é por isso que, como disse no início do post, não entendo tanta indiferença para tanto amor apregoado pelo clube. Algo não bate certo nestes sentimentos clubistas. Tirando um ou outro adepto (e esses, conheço-os), são poucos os portistas que se preocupam com o andamento do negócio do Porto Canal. É notório o desmazelo. Programação paupérrima, sem horários certos, e pessoal híbrido, não pode atrair investimento, nem publicidade. Além de que nunca vimos Pinto da Costa a pronunciar-se sobre o assunto...
Para terminar, sugiro que quem não aceitar o que aqui vai escrito está no seu direito, mas não admito a ninguém que negue a realidade dos factos. Não estou para albergar comentários patéticos. Estou disposto a abrir as portas a comentários opostos aos meus, mas têm de ser decentes, e sobretudo inteligentes. De outro modo não estou para perder o meu tempo com garotices. O meu sentido democrático não é compatível com o modelo político, isto é, o da bandalheira.