02 novembro, 2013

Belenenses 1 - FCPorto 1.Temos jogadores, não temos equipa

Escrevo este post imediatamente a seguir ao fim da 1ª. parte do jogo entre o FCorto e o Belenenses, no terreno deste último, e persistem os erros do costume. Pressão fraca e atabalhoada, passes errados, movimentos de ataque mal definidos, controle de bola deficiente e sistema de jogo ineficaz. O que pode significar que a equipa que devia valer pelo seu colectivo, tanto decide os jogos por iniciativas individuais, como os complica, pelos mesmos meios. A somar a isto, continua sem retirar grande partido das vantagens no marcador quando a consegue, e a consentir golos pouco tempo depois [neste caso Mangala marca, Mangala dá a marcar ao adversário], em vez de procurar ampliá-la.

Primeira conclusão a retirar ao intervalo:

qualquer equipa mediana cria dificuldades ao FCPorto, porque o sistema de jogo usado por Paulo Fonseca é lento, demasiado previsível e não está trabalhado para proporcionar muitos golos, mesmo contra adversários de categoria inferior, o que não dá grande confiança para competições de outra categoria...  Aguardemos pela 2ª. parte...

E a segunda parte acabou sem grandes diferenças da 1ª.

Conclusão final: outro mau jogo, outro mau resultado, e dois pontos oferecidos aos adversários. Continua sem se notar grande evolução técnica, e sobretudo anímica, no grupo de jogadores formado pelo FCPorto, que ainda anda longe de ser uma equipa. Se não gostava do futebol de Victor Pereira, começo a ficar decepcionado com o de Paulo Fonseca e do seu discurso sem alma nem determinação. Vamos lá ver o que nos reserva o futuro próximo...

PS-As condições do terreno de jogo não podem nunca servir de desculpa, porque os melhores têm de ser melhores em todas as condições.


31 outubro, 2013

Descubra as diferenças

Presidente de Portugal
Se Joseph Blatter caiu no ridículo pelas declarações públicas que fez sobre Cristiano Ronaldo, Cavaco Silva não lhe ficou atrás, quando disse também publicamente que a sua reforma não lhe chegava para as despesas...

Diria mesmo, que em matéria de ridículo, Cavaco ultrapassa e muito, o líder da FIFA. Com uma atenuante para o suiço. É que, enquanto Blatter é apenas responsável por um organismo que superintende o futebol internacional, Cavaco é o representante máximo de um país.

Não estou a imaginar um Presidente da República mediano, de um país mediano, orgulhar-se das comunidades emigrantes sem perceber que as causas do fenómeno são uma implícita vergonha para si, e para quem governou esse pais. Mas os líderes em Portugal não só ultrapassam a imaginação do ridículo, como parecem apostados em ganhar esse troféu.

Presidente da FIFA
Por isso, dá-me uma imensa vontade de rir,  assistir agora ao coro de vozes indignadas  de membros do governo, presidentes federativos, jornalistas e comentadores, com a "afronta" feita a Ronaldo, quando, cá dentro não fazem outra coisa aos próprios compatriotas. Passam a vida a dizer [e a cometer] barbaridades semelhantes, e bem piores, com o resto do país, a quem tratam "carinhosamente" de província.

Ainda a semana passada as hostes lisbonárias [comunicação social incluída] acharam muita graça, não se incomodaram mesmo nada, quando ouviram gente responsável do Sporting dizer que "vinham jogar à aldeia" , quando vinham "só" à 2ª cidade do país. Nem lhes beliscou a consciência quando, sem o menor pudor, eles próprios desataram a branquear e inverter a responsabilidade pelas barbaridades geradas por um bando de energúmenos identificados pela polícia como adeptos daquele clube lisboeta.

Esta gente é mesmo um nojo!

Mas, quando o Presidente da República tem uma visão tão redutora das exigências do seu próprio cargo, que outra coisa podemos esperar, senão o ridículo?

29 outubro, 2013

Militantes da vergonha

Este gajo, além de ser uma figura nojenta, é parte integrante do recheio carunchoso e desavergonhado que invadiu a política partidária. Tal como Orlando Gaspar [do PS], revela uma profunda ignorância do que é ter espírito democrático. 

Fosse eu líder de um partido político promovia imediatamente a demissão de militantes desta natureza. Era uma viagem sem regresso.

28 outubro, 2013

FCPorto, venceu, mereceu, mas [outra vez],não convenceu

 

Para uma apreciação mais generalizada do jogo de ontem contra o Sporting existem  os blogues (des)portistas, por isso vou-me limitar a dizer o que me preocupa particularmente no actual FCPorto, que é o que mais me interessa.

Comecemos então pelos aspectos positivos: primeiro, o resultado, depois, o oportuníssimo golo de Danilo e algumas excelentes defesas de Helton em momentos cruciais do encontro, que evitaram mais uma grande decepção aos adeptos portistas. Em segundo lugar, o modo civilizado como os espectadores da casa reagiram às provocações do presidente sportinguista, que optando pela táctica gasta e populista de diabolizar e provocar o FCPorto, pouco mais conseguiu que exibir publicamente a sua boçalidade intelectual. Além, claro, de levar para casa a derrota da ordem [e da praxe], costumeira em estratégias semelhantes...

Passando ao lado menos positivo, devo dizer o seguinte: não gosto mesmo nada de jogadores bipolares, por uma razão muito simples, é que tão depressa marcam golos decisivos, como de repente os oferecem aos adversários tornando-os assim irrelevantes. Tenho nesta ordem classificativa Varela. Por isso me custa concordar com a nomeação para melhor jogador em campo. É que, ao contrário de alguns que condicionam a crítica construtiva ao resultado dos jogos, ou à autoria de um golo, não sou capaz de esquecer a quantidade de passes errados de Varela, de autênticos brindes aos adversários que só não deram em golo por mera sorte.

Seria injusto se dissesse que Varela foi o único a falhar passes e desvalorizasse o que de bom fez, mas é ele que reincide mais nesse tipo de falhas que costumam ser fatais noutro patamar competitivo. Por isso considero inadequado o prémio, que devia ser sempre balizado pelo percentual comparativo entre as boas e as más decisões. De resto, só houve uma época em que gostei mesmo do rendimento de Varela onde conseguiu mostrar-se mais consistente, que foi a primeira ao serviço do FCPorto, em 2009/2010. Era raçudo, jogava simples, cobria bem a bola, descia os flancos e cruzava com muita regularidade, marcando e dando a marcar [que foi aliás o que fez de melhor ontem].

Mais injusto seria se continuasse a falar de Varela sem falar de toda a equipa, e do próprio treinador. Aliás, acho que este tipo de problemas podiam ser sanados se os treinadores, além do ramerrão dos treinos se empenhassem em disciplinar tecnicamente os jogadores com potencial, como é o caso. Custa-me acreditar que o treino se limite aos aspectos físicos, ou às tácticas do 4x3x3, ou do 4x4x2, e aos meínhos sem oportunas interrupções para corrigir movimentos específicos, coordenações entre sectores, desmarcações,  etc.

A questão que coloco é a seguinte: terão os treinadores portugueses competências pedagógicas para o fazer? Saberão ensinar os jogadores a controlar uma bola corrida, a chutar sem preparação, a fazer rolar a bola [no passe] em vez de a chutar para não ganhar muita velocidade, a colocarem a bola no solo rapidamente nos lances aéreos com ressaltos para a tornarem jogável, e evitarem puxar o tronco para trás quando rematam para a bola não levantar?

A minha preocupação releva daquilo que tenho observado inclusivé na equipa B, e nos juniores. Tenho muita dificuldade em compreender a lentidão evolutiva destes jogadores porque lhes revejo esses "defeitos". Fraca qualidade de remate, movimentações oscilantes e baixos indíces de concentração. Contudo, o talento está lá, percebe-se. Então o que poderá explicar tanta inconsistência, tanta insegurança contagiante? Será que a resposta se poderá resumir a um simplista e cómodo "o futebol é mesmo assim!"? É que eu não acredito nisso. Há mais futebol e treinadores para além do que se faz em Portugal. E nem o facto de haver treinadores portugueses reputados a treinar em grandes clubes da Europa muda a minha opinião.

Se o FCPorto teve a desdita de nascer num país que adoptou o fado como símbolo nacional, não pode nem deve enveredar pelo fatalismo que lhe é peculiar, até porque isso é antagónico à sua génese, à sua maneira diferente de funcionar. Algo está a falhar na evolução dos escalões mais jovens. Não tenho na memória de Portugal produzir muitos jogadores tecnicamente evoluídos e desportivamente agressivos. E se esta tese pode ser contraditada com o argumento da pequena dimensão do nosso país, e se pode aceitar para jogadores com ADN de craques de nascimento, como Messis e Ronaldos, já não funciona para aqueles que não sendo génios de berço, possuem condições para serem jogadores de top, desde que devidamente ajudados. É isso que penso não estar a ser feito no FCPorto. Já nem falo dos outros clubes portugueses, porque são todos piores.

A propósito, quando ouvia chamar génio ao João Pinto [ex-Boavista e ex-Benfica], fazia-me sempre confusão, porque ele só conseguia rematar em preparação, não era capaz de ser espontâneo e perdia muitos golos por causa disso. Não é desses jogadores que nós precisamos, porque cada vez estão mais fora de moda. Será que os nossos treinadores estão preparados para ajudar a formar e completar jogadores com essas características? Sinceramente, eu penso que não.  Este raciocínio até pode estar errado, admito-o. Apenas direi que ao ver, como tenho visto, os jogadores do FCPorto a errarem passes, a conformarem-se com um simples golo de vantagem, e logo a recuarem, oferecendo o jogo aos adversários e na sequência perderem a vantagem, é porque nada está a ser feito em contrário, ou se está, não funciona. Quando um simples adepto como eu prevê com precisão o que vai acontecer [o golo do adversário] e o treinador não faz nada, não interfere, algo de preocupante permanecerá na cabeça dos portistas. Será que o treinador é medroso, ou será outra coisa? Às vezes, fica a ideia que são os jogos que preparam os treinos e não o contrário.

O ano passado a coisa não foi muito diferente, mas ainda assim tudo acabou em bem. E lá está, os adeptos esqueceram as asneiras, os momentos de sofrimento e de mau futebol. Mas, e quando o final não fôr feliz, despeja-se a bílis em cima do(s) mesmo(s)?..

Estará Paulo Fonseca apostado em copiar [mal] Victor Pereira? Veremos.