23 novembro, 2007

Descubra as diferenças


Uma foto é a cores,

a outra a preto e branco






Apesar disso, existem algumas diferenças, de estilo.


Descubra-as, se souber...

Seis nítidos retratos

Busto de Sócrates
(versão original)

O JN de hoje dá-nos um considerável conjunto de retratos (meia dúzia) orientadores da eficiência e da seriedade governativa em várias vertentes da vida política e social do país. A primeira, é a vertente da descentralização, a segunda, mais genérica, pode incluir a vertente moral e a transparência de processos.


Vejamos:

Retrato 1) Vozes do Norte contestam obstáculos da ANA à Ryanair

Retrato 2) Tribunal arrasa contas do Serviço Nacional de Saúde

Retrato 3) Caso das Estradas de Portugal domina debate orçamental

Retrato 4) Juntas só com médicos do quadro

Retrato 5) CIP tenta evitar rotura com construtores civis

Retrato 6) Até que a morte os separe

Comentários aos retratos:

Ret. 1) Mais uma oportunidade perdida para descentralizar e prova indesmentível, da falta de
seriedade política e de respeito pelos cidadãos do Porto e do Norte de Portugal. As
promessas de descentralização são apenas isso: promessas! Podemos sem qualquer
receio acusar estes governantes de pouco sérios ( isto para não sermos mais
"categóricos" ).

Ret. 2) Tribunal de Contas acusa Governo de fraude na apresentação dos resultados económico- financeiros das contas do Seviço Nacional de Saúde. Neste caso, não somos apenas
nós, cidadãos a fazer graves acusações ao Governo, o que, reforça ainda mais a ideia
de autismo político premeditado.

Ret. 3) A oposição acusa o Governo de Desorçamentação com a Estradas de Portugal (EP) e o
Governo devolve o piropo ao governo anterior (PSD/CDS/PP)...Belo governo, bela
oposição, belo futuro para os portugueses.

Ret. 4) O que me ocorre dizer sobre o trabalho execrável das juntas médicas na CGA é o
seguinte: fosse eu a estar no lugar daquela desafortunada professora cancerosa e ver-
me recusada a passagem à reforma por invalidez comprovada, partia as pernas à
respectiva equipa (dita) médica e depois obrigava-a a ir trabalhar...de rastos, se preciso
fosse. De novo, a culpa morreu solteira. Tal como no caso Casa Pia, o que menos
interessa ao Governo é responsabilizar os infractores. Sobre isso, zero! Como é hábito!

Ret. 5) Para que abriste a boca Van Zeller? Agora tens à perna as madonas ofendidas da
construção civil e, ou negas o que afirmaste, ou tiras o rabo da presidência da CIP para
dar lugar a outro disponível para meter a cabeça no cêpo em defesa da honra dos
construtores civis. O governo aponta o dedo e acusa, mas mais uma vez, prefere ignorar
o nome e a cara dos foragidos do fisco. Dignificante!

Ret. 6) Este pertinente artigo de Manuel António Pina, a ser autêntico, é digno de uma
Revolução. Se ninguém se revolta com isto nem se manifesta, podemos ter a certeza que
uma Ditadura assumida está na forja. Isto é repugnante, e faz-me ter a certeza do tempo
perdido que é, pensar que as eleições servem para algo de sério. Comparado com estes
cavalheiros,Salazar era um democrata bem menos cínico.

22 novembro, 2007

Foi louvável o entusiasmo do público no Dragão?

Agora que o apuramento de Portugal para o Europeu de 2008 está conseguido, sinto-me à vontade para confessar que tenho sentimentos contraditórios quanto à realização no Dragão do jogo contra a Finlândia.

A dupla Madail-Scolari vem agora dar pancadinhas de amizade nas costas do público do Porto e restante Norte. Somos os melhores, fantásticos, nunca os desiludimos, bla, bla, bla. O público foi efectivamente super entusiástico e criou um ambiente caloroso, mas devemos nós, nortenhos, estar orgulhosos porque 50 mil pessoas se reuniram no Dragão para ver e apoiar um jogo da selecção nacional? Devemos considerar normal ver o presidente do FC Porto fazer o papel de solícito anfitrião? Aceito que Pinto da Costa tenha tomado a decisão mais sensata, mas ( aqui estão os sentimentos contraditórios) não gostei.

A adesão do público preocupou-me, não do mero ponto de vista futebolístico, mas porque representa a aceitação passiva pelo Norte ( que para o efeito considero do Mondego para cima) de todas as humilhacões sofridas às mão da dupla Madail-Scolari. Maus prenúncios para a regionalização no que diz respeito à região Norte, pois quem aceita humilhações no futebol, também aceita que continuar a ser colonizado pelo Terreiro do Paço é uma situação normal e aceitável. Eu sei o que os anti-Porto ( cidade e clube) alegam. "O problema é dos portistas que ficaram furiosos por o Scolari não ter convocado o Vitor Baía, mas o FC Porto não é o Norte e nós, que também somos nortenhos, não temos nada com isso". Raciocínio redutor que não leva em consideração que o caso do Vitor Baía é apenas um pequeno detalhe, e não o mais relevante.

Por razões desconhecidas, o técnico brasileiro mal tinha aterrado em Lisboa pela primeira vez, e já estava a tomar atitudes de hostilidade insultuosa a tudo o que dissesse respeito ao Norte, incluindo entre os seus alvos o clube de futebol do Porto que provavelmente já nessa época era o mais representativo de Portugal.

Mas enquanto o seleccionador hostiliza, com o silêncio cúmplice da Federação Portuguesa de Futebol, esta ignora, ostracisa e até humilha o Norte do País, e não é a realização do Campeonato Europeu de sub-21 que me fará mudar de opinião.

Lembremos os factos. No Euro 2004 o Norte apenas teve direito ao jogo inaugural. Todos os outros jogos de Portugal foram disputados em Lisboa. No apuramento para o Mundial 2006, dos seis jogos em Portugal, quatro foram no sul e dois no Norte (Aveiro e Porto) contra adversários sem interesse. E no Minho? Há quantos anos não há um jogo oficial em Braga ou Guimarães? E não esqueçamos que para o estágio final do Mundial, se fêz à pressa um centro de estágio em Évora. Nenhum dos centros que já existiam no Centro e Norte pareceu servir para o efeito. Mais uma vez fomos ostensivamente ignorados sem uma explicação. É indiscutível parecer haver a preocupação de isolar a selecção de futebol no Norte do País, e com este panorama só havia, em minha opinião, uma atitude possível: a selecção ignora-nos? Pois vamos ignorar a seleção. Mais uma vez aparecem os mixed feelings. Não tenho nada que condenar quem foi ao Dragão, mas ...

E é por tudo isto que me sinto incomodado pelos elogios hipócritas do Sr. Scolari ao público do Dragão, e muito embora tenha ficado satisfeito com o apuramento de Portugal, lamento que o jogo tenha tido a moldura que teve, até porque isso não vai servir para que no futuro sejamos melhor tratados, pelo menos enquanto a dupla se mantiver em funções. Só se lembram de nós quando troveja. Em 1975 onde se refugiaram os jactos da Força Aérea, e para onde iria fugir o Governo se fosse proclamada a Comuna de Lisboa?

OS PEDÓFILOS ANDAM À SOLTA

Após alguns anos sobre o escândalo da Pedofilia com crianças da “Casa Pia” de Lisboa, em que foram denunciados nomes sonantes da vida pública portuguesa que ainda não foram julgados ou condenados, surge de novo mais indícios de que nada se tenha alterado e continuem abusos sexuais com crianças neste país à beira-mar plantado.

Para piorar a situação, o Código do Processo Penal foi alterado e os pedófilos portugueses podem agora abusar à vontade as vezes que queiram com as crianças (20, 30, 40, 50, 100 vezes) pois lhes será apenas imputado um crime e nada mais. Não se sabe de quem partiu a ideia nem quem foi o legislador, mas dá para perceber que houve favorecimento a amigos de alta esfera influentes do Partido Político no Poder e não na Oposição que votou contra esta alteração.

É uma vergonha o estado a que chegou a nossa “Democracia” que entre outras coisas vergonhosas feitas em nome da ‘Liberdade’ favorece agora a Pedofilia. São os próprios magistrados da Nação que contestam alterações ao Código Penal que desagrava penas para criminosos que andam à solta e não só os abusos sexuais vão continuar como assaltos e roubos em pleno dia estão a aumentar.

O crime parece compensar...Mas o governo branqueia sempre a situação dizendo que tudo vai bem para justificar o que faz e tentar descansar a população. As opiniões dividem-se cada vez mais, e já não é só o cidadão comum que aponta o dedo aos (des)governantes mas gente de várias classes sociais que observam com preocupação o que se passa na Nação.

Entretanto vai-se entretendo o povo com futebol, concursos e telenovelas de televisão e promove-se o consumismo e a gastronomia, entre outras coisas, para satisfazer os mais aborrecidos ou chateados, que ficam mais consolados e calados, deixando aos outros a ‘pedrada’ de contestação.

Aqui fica a minha...Pausa para reflexão!

Rui Palmela

ANA tira as patas de Sá Carneiro! Já!

Há quatro anos, quando a TAP deitou as mãos ao pescoço do Sá Carneiro, desviando para Lisboa os voos directos do Porto, foi a Ryanair quem forneceu o essencial do oxigénio que evitou o nosso aeroporto de morrer asfixiado.

A Lufthansa também deu uma ajuda, ao aumentar a frequência de voos diários para Frankfurt. Os alemães foram rápidos a identificar a oportunidade de negócio aberta pela deserção da TAP – e a agir.

A companhia alemã não demorou a obter o retorno deste investimento. «Hub» por «hub», turistas e homens de negócios nortenhos preferem fazer escala em Frankfurt do que em Lisboa.

Mas foi a Ryanair quem salvou o nosso aeroporto da condenação à morte proferida pela TAP (nacionalizada nossa …?!), com a cumplicidade da ANA (nacionalizada nossa…?! ) a entidade gestora dos aeroportos.

Por muitos anos que viva, nunca esquecerei da conferência de imprensa que Michael O’Leary, presidente da Ryanair, deu no Porto, paramentado com a camisola azul e branca do FC Porto, que tinha acabado de conquistar a Liga dos Campeões em Gelsenkirchen.

A combinação entre o prestígio, no Reino Unido, do vinho do Porto e do FC Porto (que acabara de exportar José Mourinho para o Chelsea) convenceu o irlandês de que a sua aposta numa ligação «low cost» entre as cidades do Porto e Londres ia ser ganhadora - e que os seus aviões andariam cheios nos dois trajectos.

Os dois milhões de passageiros transportados, em menos de quatro anos, de e para Portugal, provam que O’Leary tinha razão. A sua Ryanair é a principal contribuinte para as taxas de crescimento da ordem dos 17% ao ano registadas pelo Sá Carneiro, de que já é a sua segunda principal cliente.

O ano passado, três milhões de passageiros usaram o aeroporto do Porto. Este ano, prevê-se que sejam quatro milhões. Mais um milhão.

Mas a monopolista e estatal ANA está a cortar as pernas à continuação deste espectacular crescimento ao boicotar, há quase um ano, um investimento de 220 milhões de euros no Sá Carneiro da Ryanair, que quer instalar no nosso aeroporto uma base de operações.

Entre outras coisas, esta base permitira que, no espaço de um ano, a Ryanair triplicasse o número de passageiros que transporta no Sá Carneiro.

É inadmissível que numa economia que se pretende de mercado, a TAP continue estatal e que através dela o Governo tenha nacionalizado uma companhia privada (a Portugália).

É inadmissível que numa economia que se pretende de mercado, haja uma entidade estatal a monopolizar a gestão dos nossos principais aeroportos, impedindo a concorrência entre eles e prejudicando o Sá Carneiro.

Não há uma entidade única a gerir os portos nacionais e os resultados transparentes deste saudável estado de concorrência estão à vista: o porto de Leixões é o único que dá lucros. Os outros todos, sem excepção, acumulam prejuízos.

A AEP e a Associação Comercial do Porto já se disponibilizaram por criar uma entidade que substitua a ANA na gestão do Sá Carneiro, onde reuniriam empresas exportadoras e operadores turísticos.

É urgente que a ANA tire as patas do Sá Carneiro para que o nosso aeroporto seja gerido pela sociedade civil e, assim, possa continuar a prosperar - e ser a porta de entrada e saída, por via aérea, do Noroeste Peninsular.


Jorge Fiel
(do Bússola)

21 novembro, 2007

A CONTROLINVESTE E A NOVA TV

Vale a pena ler esta notícia do JN e observar os comentários de algumas entidades ligadas ao negócio dos media. É caso para se dizer: é preciso ter lata! Mas, já sabemos, lata é coisa que não falta em Portugal.

A pretexto da intenção da Controlinveste pretender lançar uma nova operadora de TV, supostos "especialistas", afirmam que o mercado actual publicitário não comporta a presença de mais um canal aberto de televisão, considerando por esse motivo a sua inviabilidade económica.

Depois, acrescentam: "um quarto operador, caso se afirme, tornará a sobrevivência da SIC e da TVI ainda mais complicada."

A justificarem-se estes receios pela concorrência, é caso para perguntarmos se estes cuidados alguma vez se manifestaram em relação ao impacto negativo que causariam (e ainda causam) noutras áreas do país, nomeadamente na sua segunda maior cidade como é o caso do Porto.

Mais: estas entidades gostam - quanto é conveniente - de apelar ao bom senso e às regras democráticas, mas como se comprova, nunca se sentiram incomodadas com o facto do Porto não ter, ainda hoje, uma única operadora em canal aberto e de estarem a viver (e, como referem, a sobreviver) também à custa do mercado nortenho, incluindo as empresas públicas, como é o caso da RTP. Esta empresa, dispõe de dois canais abertos e mais alguns outros em cabo (RTPN, RTP Memória, RTP Àfrica), mas nenhum com direcção autónoma instalado no Porto. Nesta altura, inclusivé, a pouco autónoma RTPN vai emitir a partir de Lisboa no horário da noite (de maior audiência).

Resta-nos saber, já agora, aonde é que Rolando Oliveira (supostamente um homem do Norte), estará a pensar implantar a nova operadora. Algo me diz, que mais uma vez os pergaminhos do rigôr e da justiça vão ficar na gaveta das conveniências e que a nova Televisão será outra vez instalada na grande Lisboa, em mais um coerente acto de "descentralização" e de "seriedade".

20 novembro, 2007

O Condado de Portucale

Bandeira do Condado
Portucalense

Houve, no actual território de Portugal, ao longo do processo de reconquista, dois Condados Portucalenses ou Condados de Portucale distintos: um primeiro, fundado por Vímara Peres após a presúria de Portucale (Porto) em 868 e incorporado no reino da Galiza em 1071, após a morte do conde Nuno Mendes (e que embora gozando de certa autonomia, constituiu sempre uma dependência do reino das Astúrias/Leão/Galiza sendo sensivelmente equivalente ao actual Entre-Douro-e-Minho).

Um segundo, constituído c. 1095 em feudo do rei Afonso VI de Leão e Castela e oferecido a Henrique de Borgonha, um burguinhão, que veio auxiliá-lo na Reconquista de terras aos Mouros, tendo também recebido a mão de sua filha Teresa de Leão. Este último condado era muito maior em extensão, já que abarcava também os territórios do antigo condado de Coimbra, suprimido em 1091, partes de Trás-os-Montes e ainda do Sul da Galiza (mormente da diocese de Tui).

De notar que Condado é um termo genérico para designar o Território Portucalense, já que os seus chefes eram alternativamente intitulados Comite (conde), Dux (duque) ou Princeps (Príncipe).

A Noruega é isto, nós temos o Prós e Contras...

A economia norueguesa é próspera, com um capitalismo de bem-estar caracterizado por uma combinação da actividade do mercado livre com a intervenção do governo. As áreas chave estão sob controle do governo, tais como o sector vital do petróleo, com as empresas de estado em grande destaque.

O país é dotado de ricos recursos naturais - petróleo, energia hidroelétrica, peixes, florestas, e minerais - e está altamente dependente da sua produção e dos preços internacionais do petróleo; em
1999, o petróleo e o gás somaram 35% das exportações. Somente a Arábia Saudita e a Rússia exportam mais petróleo do que a Noruega.

A Noruega optou por permanecer fora da União Européia, através de um referendo em 1972, e outra vez em Novembro de 1994. No entanto, a Noruega, juntamente com a Suíça, a Islândia e o Liechtenstein firmaram um acordo económico com a União Européia. Este países formam a Associação Europeia de Livre Comércio.

O crescimento económico em 2000 foi de 2,7%, comparado com os 0,8% de 1999, mas voltou a cair, para 1,3%, em 2001. O governo avançou com privatizações em 2000, vendendo um terço da companhia de petróleo Statoil, que tinha 100% do capital estatal.

Com a qualidade de vida mais elevada do mundo, os noruegueses preocupam-se bastante com as duas décadas seguintes quando o petróleo e o gás começarem a acabar.Consequentemente, a Noruega tem acumulado os seus excedentes orçamentais, derivados do petróleo, num fundo governamental que investiu no exterior e que em 2003 foi avaliado em 114 bilhões de dólares americanos.

A administração do fundo petrolífero da Noruega, criado para que a riqueza criada pela extração do petróleo possa beneficiar gerações futuras, é um tema de discussões acesas na actual sociedade norueguesa.
POLÍTICA
A Noruega é uma monarquia constitucional, com uma democracia parlamentar.
O primeiro-ministro, ou Statsminster (literalmente "ministro do país"), é o chefe do governo, e nomeia um gabinete executivo de entre os membros do parlamento norueguês, que se chama Storting (literalmente "assembleia grande").
O Storting é composto por 169 membros, eleitos por um sistema de representação proporcional. Embora seja oficialmente uma legislatura unicameral, os membros do Storting elegem 40 dos seus membros para formar uma câmara alta, o Lagting, que considera e modifica os projectos de lei. Os outros membros formam uma câmara baixa, o Odelsting.
A tradição do governo monárquico norueguês sob diversas formas prolonga-se até há mais de mil anos.
A Noruega fez parte de uma união com a Dinamarca entre 1381 e 1814 e posteriormente com a Suécia entre 1814 e 1905, altura em que mais uma vez se tornou independente sob o reinado de Haakon VII da Noruega.

19 novembro, 2007

Será do Código Genético?

Se não é do código genético, então é desleixo e falta de rigor e profissionalismo. Tudo o que são indicações direccionais no nosso país, a começar pelas estradas e artérias citadinas, ou é inexistente ou insuficiente ou confuso.

Seguem-se três pequenos exemplos avulsos de casos que ocorrem na AMP.

Quem segue na VCI de Gaia, essa espetacular obra de Luis Filipe Menezes, também chamada IC23, circulando no sentido do Corte Ingles para a ponte da Arrábida, e desejando entrar no Porto por essa ponte, deverá olhar a profusa sinalização existente e... não tomar a direcção que indica "Ponte da Arrábida". Porquê? Porque se o fizer vai lá chegar, efectivamente, mas dá uma grande volta. É um pouco, proporções à parte, como se mandassem ir para Viseu alguém que pretendesse chegar a Coimbra, o que no mínimo é ilógico.

Deixo aqui uma dica gratuita. O que efectivamente deve fazer, é ignorar a indicação "Ponte da Arrábida", tomar a direcção "Via Engº Edgar Cardoso/Devesas" e naquela via seguir sempre em frente. Rapidamente passará ao lado do Arrábida Shopping e logo a seguir estará na ponte do mesmo nome.


O segundo exemplo diz respeito ao Metro do Porto. Desde que o Prof. Oliveira Marques tomou conta das rédeas da empresa, as coisas passaram a correr tão bem que muita gente dizia que nem parecia que estávamos em Portugal! Contudo, como é tradição nacional, a sinalização de orientação para os utentes está muito fraquinha, a necessitar uma revisão urgente. Toda e qualquer sinalização deve ser facilmente legível, completa, sistemática, clara e até mesmo repetitiva. A do Metro está longe de obedecer a estes padrões. Posso garantir sem mentir que, nos Metros que conheço, foi o pequeno Metro do Porto aquele em que senti mais problemas de orientação.

O Prof. Oliveira Marques tem certamente gente na sua equipa capaz de eliminar as deficiências sem que ninguém lhas aponte. Assim o queira, porque um visitante vindo, por exemplo, da estação de Campanhã e que queira seguir para o Polo Universitário, o que pensará da nossa organização ao descer na estação da Trindade e verificar que não vislumbra a mínima indicação de qual o caminho a tomar para aceder à outra linha que ali passa?

O terceiro caso refere-se a um espanhol vindo da Galiza para ir ao Ikea, que interrogado por um jornal diário acerca do que pensava de tudo o que tinha visto, deu uma opinião positiva mas acrescentando que estava irritadíssimo por ter andado perdido para lá chegar, simplesmente porque na AE de acesso a Matosinhos - A28 - não havia a mais pequena indicação do percurso a seguir. Imagino que terá ido parar, pelo menos, à rotunda dos Produtos Estrela!

A Suécia e os nossos brandos costumes

A Suécia é dividida em três grandes partes, a Götaland, ao sul, englobando a cidade de Göteborg, a Svealand, na parte central, que engloba Estocolmo e Norrland, que fica ao norte. Cada uma dessas três partes é subdividida em regiões menores chamadas landskaps. Os landskaps não têm mais significado administrativo, sendo apenas um termo histórico. Actualmente, os landstings são os equivalentes ao landskaps mas com significado administrativo aproximado dos antigos landskaps.

Pensando bem, a história dos povos revela-nos uma enorme tolerância destes para com quem os tem governado. Tolerância essa, que não tem sido devidamente aproveitada (salvo raras excepções como o caso da Suécia adiante citado), pelos respectivos poderes no sentido de melhorar as condições de vida da humanidade e, implícitamente, consolidar a sua confiança nos orgãos que o representam.

Vem-me esta lembrança à memória por múltiplas razões, e uma delas, por exemplo, um tema muito discutido neste e noutros blogues, o da Regionalização.

Ultrapassando com uma tolerância próxima da infantilidade o facto da Regionalização vir consagrada na Constituição e de, assim mesmo, ainda estar eventualmente sujeita a novo referendo, o povo português vai deixando passar estes sucessivos incumprimentos legais como se fosse natural fabulizar a letra do Livro mais importante da República Portuguesa. E de facto, assim é, muitos princípios e artigos constituicionais começam a tornar-se autênticas fábulas pelo já longo tempo que permanecem no papel. O da Regionalização do território continental é só uma delas.

Pessoalmente, o conceito que tenho dos nossos compatriotas é muito negativo, embora seja tão português quanto eles. Continuo a pensar, que todos os maus costumes e defeitos do nosso povo, não são mais do que uma imitação dos exemplos transmitidos por quem o governa. Tal como os filhos copiam os vícios e as virtudes dos pais, com o povo sucede o mesmo em relação aos governantes. Só que, lastimavelmente, dos governantes, o povo não tem grandes exemplos e virtudes para seguir. Por cá, o Estado exige para o povo, mas ainda não tem elevação para saber exigir para si, sobretudo quando se trata de aplicar austeras medidas de contenção.

Ainda há pouco tempo, constatámos os revoltantes exemplos da aquisição de viaturas topo de gama, para os ministérios e secretarias do Estado e o escandaloso ordenado do Governador do Banco de Portugal superior ao auferido por entidades paralelas de países muito mais ricos e desenvolvidos que nós. Não é possível digerir estas assimetrias sociais e económicas sem lançar um palavrão de repulsa.

É por este triste cenário (de que Portugal não consegue libertar-se), que somos levados a emitir opiniões negativas em relação ao futuro. Os apelos ao optimismo para serem eficazes e credíveis não podem ser feitos por quem ramifica o desemprego, a degradação social e pratica políticas inconsequentes, sob pena de se confundirem com provocação.

A RTP transmitiu recentemete uma crónica sobre a vida dos suecos, e penso não me enganar se disser que, muitos que a viram devem ter ficado a roer-se de inveja. Não daquela inveja cretina de quem deseja o mal dos outros, mas a de quem lamenta o facto de ter nascido em Portugal. Não pelo país-território, que todos devem adorar, mas pela baixa aptidão dos seus governantes que não mostram capacidade para catapultar o nível de vida dos portugueses para patamares de qualidade à altura da média europeia. Não conseguimos descolar nunca da cauda dos piores.

Na Suécia, os cidadãos vivem condignamente, pagam altos impostos mas pouco se importam, porque acreditam no Estado e conhecem o destino que este lhes vai dar, inclusivé na velhice e na doença. Na Suécia, os cidadãos são felizes, quanto é possível ser-se feliz, quando as regalias sociais, laborais e económicas estão asseguradas. Os cidadãos respeitam o Estado porque ele é respeitável, tão simples quanto isso.

O problema dos portugueses não deriva das suas incapacidades intelectuais ou formativas. Esta treta agora propagandeada das plurivalências, é mais uma incongruência do poder político que não corresponde em nada às expectativas reais do presente e para o futuro. A qualificação do trabalho é sempre um dado importante numa sociedade, mas não podemos pretendê-la sobrequalificada para depois não sabermos o que fazer com ela.

O problema dos portugueses é um problema de rigor. O rigor que emana do cumprimento de regras. Quando são os governantes os primeiros a não cumprir as regras (e leis), não se pode esperar muito do desenvolvimento desse país. Ou por outra, pode esperar-se muito sim, mas esperar-se em vão.

18 novembro, 2007

"MEMORANDUM V - CASA PIA"

O Escândalo Casa Pia rebentou nos finais de 2002, quando um antigo aluno da Casa Pia em entrevista à jornalista Felícia Cabrita, alega ter sofrido de abusos sexuais, enquanto jovem. Os principais responsáveis desses abusos eram figuras públicas e um ex-funcionário da Casa Pia, Carlos Silvino, mais conhecido como Bibi.A 29 de dezembro de 2004, o Procurador-geral da República, José Souto Moura, acusa formalmente várias personalidade de abusos sexuais a menores (pedofilia):Herman José e Carlos Cruz, duas estrelas da televisão portuguesa.O arqueólogo Francisco Alves e o antigo médico da Casa Pia, Ferreira Diniz.O ex-Ministro da Segurança Social do governo de António Guterres e actual deputado do Partido Socialista, Paulo Pedroso.O embaixador Jorge Ritto.O julgamento iniciou em 25 de Novembro de 2004, com sete arguidos: Carlos Silvino, Carlos Cruz, Jorge Ritto, Ferreira Diniz, Manuel Abrantes, Hugo Marçal e Gertrudes Nunes. O caso arrastou-se durante anos, com audiências públicas e não públicas para auscultar as alegadas vítimas. Em NOVEMBRO DE 2007 o caso ainda decorre.


O tema - valha-nos isso - não envolve o Porto, mas indigna todo o país. Os media tradicionais andam ao "ritmo" do regime e já se devem ter "cansado" de o pressionar. Nós não. Todas as semanas faremos questão de lembrar aqui esta vergonha nacional. Para que os respectivos responsáveis possam ter a noção exacta da valia da sua honorabilidade.