19 novembro, 2007

Será do Código Genético?

Se não é do código genético, então é desleixo e falta de rigor e profissionalismo. Tudo o que são indicações direccionais no nosso país, a começar pelas estradas e artérias citadinas, ou é inexistente ou insuficiente ou confuso.

Seguem-se três pequenos exemplos avulsos de casos que ocorrem na AMP.

Quem segue na VCI de Gaia, essa espetacular obra de Luis Filipe Menezes, também chamada IC23, circulando no sentido do Corte Ingles para a ponte da Arrábida, e desejando entrar no Porto por essa ponte, deverá olhar a profusa sinalização existente e... não tomar a direcção que indica "Ponte da Arrábida". Porquê? Porque se o fizer vai lá chegar, efectivamente, mas dá uma grande volta. É um pouco, proporções à parte, como se mandassem ir para Viseu alguém que pretendesse chegar a Coimbra, o que no mínimo é ilógico.

Deixo aqui uma dica gratuita. O que efectivamente deve fazer, é ignorar a indicação "Ponte da Arrábida", tomar a direcção "Via Engº Edgar Cardoso/Devesas" e naquela via seguir sempre em frente. Rapidamente passará ao lado do Arrábida Shopping e logo a seguir estará na ponte do mesmo nome.


O segundo exemplo diz respeito ao Metro do Porto. Desde que o Prof. Oliveira Marques tomou conta das rédeas da empresa, as coisas passaram a correr tão bem que muita gente dizia que nem parecia que estávamos em Portugal! Contudo, como é tradição nacional, a sinalização de orientação para os utentes está muito fraquinha, a necessitar uma revisão urgente. Toda e qualquer sinalização deve ser facilmente legível, completa, sistemática, clara e até mesmo repetitiva. A do Metro está longe de obedecer a estes padrões. Posso garantir sem mentir que, nos Metros que conheço, foi o pequeno Metro do Porto aquele em que senti mais problemas de orientação.

O Prof. Oliveira Marques tem certamente gente na sua equipa capaz de eliminar as deficiências sem que ninguém lhas aponte. Assim o queira, porque um visitante vindo, por exemplo, da estação de Campanhã e que queira seguir para o Polo Universitário, o que pensará da nossa organização ao descer na estação da Trindade e verificar que não vislumbra a mínima indicação de qual o caminho a tomar para aceder à outra linha que ali passa?

O terceiro caso refere-se a um espanhol vindo da Galiza para ir ao Ikea, que interrogado por um jornal diário acerca do que pensava de tudo o que tinha visto, deu uma opinião positiva mas acrescentando que estava irritadíssimo por ter andado perdido para lá chegar, simplesmente porque na AE de acesso a Matosinhos - A28 - não havia a mais pequena indicação do percurso a seguir. Imagino que terá ido parar, pelo menos, à rotunda dos Produtos Estrela!

5 comentários:

  1. Caro Rui Farinas,

    É muito pertinente o seu comentário. Subscrevo o que diz e considero este tema merecedor de outras abordagens por ser (entre muitos outros) altamente importante para os cidadãos.

    De facto, em Portugal em matéria de sinalética rodoviária existe uma incompetência gritante que se reflecte na nossa segurança e na nossa bolsa. O mais irritante, quando há mortes na estrada, a culpa é invariavelmente atribuída aos condutores e isso, sendo frequentemente verdade, não o é sempre como se dá a entender.

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  2. Caro Rui Valente,

    Obrigado por manifestar a sua opinião. Este é um tema que me é muito caro. Penso fazer outras abordagens poque os exemplos abundam.

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  3. Essa do metro realmente é dificil de entender, mas o mais grave na minha opinião continua a ser a dificuldade de muitos passageiros relativamente ao processo de compra de uma simples viagem ou da escolha das zonas...Acho que não seria muito dificil simplificar o processo e copiar os exemplos da maioria das cidades europeias...

    Quanto ao transito para mim um dos maiores "cancros" continua a ser a zona VCI/Antas e eu que agora passo lá diariamente continuo sem perceber como ainda ninguém se preocupou em resolver aquela situação da entrada de Fernão Magalhães para a VCI e nessa mesma zona a entrada para a A3 e no sentido inverso, quem vem da A3 para a VCI/Antas...

    Aliás, basta notar que é a unica zona da VCI que encurta para duas faixas de rodagem...uma lástima e um perigo permanente...

    Provavelmente se os nossos governantes estivessem mais próximos o problema talvez já estivesse resolvido...

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  4. É tão longa a lista de maus exemplos rodoviários, quer na concepção de muitas estradas como na sinalética que precisávamos de criar um blogue só para os discutir...

    Isto é factual, e uma vez que assim é, para nós cidadãos o que era realmente importante, era saber quem e que entidade concreta responde pelas estradas e auto-estradas sob sua administração e onde podemos confirmá-lo para a poder responsabilizar caso necessário.

    Neste momento, com a "manobra" da EP "Sociedade Híbrida", vai ser a última coisa em que o Governo vai pensar.

    Depois, vai de novo criar sub-divisões para poderem mais facilmente fugir de situações que possam obrigá-las a pagar indemnizações aos utentes por eventuais danos causados.

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  5. Essa da dificuldade para a compra de uma símples viagem no Metro, é muito bem lembrada. É um sistema hermético que complica o que em todos os outros Metros é fácil. Lembra-me a história do pastor que para saber quantas ovelhas tinha, contava as patas e dividia por quatro.

    Quando num Metro europeu quero ir de A para B, a consulta das indicações existentes nas estações é suficiente para saber que bilhete comprar. No Porto já desisti de interpretar as "explicações" que o metro afixa. Dou uma de analfabeto e pergunto ao segurança.

    A propósito, alguém me explica porque é que um bilhete para uma deslocação dentro da mesma zona é um Z2. Não deveria ser Z1?

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