19 abril, 2008

AO CUIDADO DO DR. RUI MOREIRA

Por deficiente informação do seu colega de painel do programa Trio de Ataque, A. Pedro Vasconcelos, vi-me em bolandas para descobrir o blogue com o tal artigo "sério" e para pessoas "sérias" (são palavras dele) que tão enfaticamente recomendou perante as câmaras da televisão.
Depois de muito pesquisar, percebi que o Sr. Vasconcelos deu um endereço errado do blogue que era http://vedetadabola.blogspot.com/ e não vedetabola como se percebe do vídeo do último programa.

Tanto trabalho tive, pensando que o tal blogue me iria remeter para alguém acima de qualquer suspeita, qual não é o meu espanto quando dou comigo defronte de um blogue de benfiquistas!

Bem, eu nem queria acreditar no que via e, sobretudo, nunca imaginei que o facciosismo do Sr. Vasconcelos pudesse ir tão longe.

Escusado será dizer que não me dei à chatice de ler o tal artigo. Primeiro, pelas fontes, absolutamente sectárias e absurdas e depois, porque já estou imune a veneno tão antigo e óbvio.

Imagine-se o que diria qualquer cidadão minimamente idóneo se ouvisse um qualquer vigarista apelar à leitura de um artigo de opinião sobre a sua integridade moral enfatizando a credibilidade do autor, aconselhando as pessoas "sérias" a lê-lo, e depois viéssemos a descobrir que ele era o seu próprio pai?

Caro Rui Moreira (se é que me está a ler), parece-me não ser necessário dizer mais.

Os meus cordiais cumprimentos

18 abril, 2008

A demissão de Luís Filipe Menezes

Logo após a eleição de LFM para lider do PSD, escrevi que ele se devia preparar porque "vem aí chumbo grosso". Previsão fácil e que cedo se materializou. Só não previ uma tão fraca resistência, se é que esta demissão não representa uma manobra estratégica. Ao ver a notícia da sua desistência, não pude deixar de pensar em Pinto da Costa, que há mais de vinte anos resiste vitoriosamente a ataques maciços e poderosos, sem um desfalecimento e com coragem exemplar. Parece que quanto mais o atacam mais ele se fortalece. Mas isso são contas de outro rosário.

Nunca acreditei que com LFM ao leme do PSD, a política deste partido mudasse no sentido de diminuirem as injustiças e os desfavores que o poder central inflige ao Norte (sobre este assunto coloquei oportunamente um post neste blogue). Era todavia uma esperança e um bom augúrio.

Como muito bem refere Rui Valente no post abaixo, é assustador ver que a grande maioria dos "barões" que se perfilam para suceder a LFM, são sulistas ( e elitistas...).

Acho que maus ventos vão soprar sobre nós, receio mesmo que o processo da regionalização possa sofrer mais um revés. Estamos em tempo de wait and see.


p.s. Para mim, o lado bom da desistência de LFM seria que ele se candidatasse a presidente da CMP nas próximas autárquicas!

O gambito de Menezes

Tudo leva a crer que será um pouco apressado começar a fazer já os preparativos para o funeral de Luís Filipe Menezes, um político que já nos demonstrou ter sete vidas e ser capaz de ressurgir após a morte política que lhe foi sentenciada pelos comentadores quando, no rescaldo do discurso dos “sulistas, elististas e liberais”, abandonou um congresso do PSD a chorar e debaixo de um imenso coro de assobios.

Com a surpreendente convocação de novas eleições directas, para 24 de Maio, cerca de sete meses depois das que o elegeram, Menezes desafia os seus inúmeros adversários a falarem agora ou a calarem-se para sempre.

O anúncio, feito ontem à noite, falhou o “prime time” dos telejornais, mas tem o condão de obrigar os opositores internos a sair da toca e avançarem em terreno aberto com as candidaturas pré-anunciadas.

Pedro Passos Coelho e José Pedro Aguiar Branco não ficarão bem na fotografia se não derem agora um passo em frente e se apresentarem perante o eleitorado laranja.

E Marcelo Rebelo de Sousa, cujas actividades conspirativas foram reveladas na última edição da Sábado pela sua amiga Maria João Avillez, foi ontem à noite colocado na delicada posição de ter de decidir já se Cristo vai ou não descer novamente à terra.

No xadrez chama-se gambito ao sacrifício de uma peça com o objectivo de obter uma vantagem nas jogadas seguintes. A convocação de novas directas é o gambito de Menezes.
Se for bem sucedido, ganhará o estado de graça até às legislativas (que a oposição interna lhe negou após a sua eleição para a liderança) e deixará “knock out” os barões do PSD.

Se perder, retirar-se para Gaia onde ficará as lamber as feridas e a ponderar se o ser vítima agora lhe poderá render dividendos futuros. Mas, por favor não lhe façam já o funeral.

Jorge Fiel

(do Bússola)

Estamos bem servidos, sem dúvida

Rui Rio, Aguiar Branco, António Borges e Manuela Ferreira Leite. Os quatro vertíces da quadratura do círculo vicioso e viciado da oposição política nacional.

O Luís Filipe Menezes pelo menos fez obra em Vila Nova de Gaia e teve a dignidade de bater com a porta.


Enfim, é a política centralista no seu melhor.
O comportamento destes senhores não terá algumas semelhanças com a ave da foto?

17 abril, 2008

As malabarices de Carlos Daniel

Aquele jornalista/moderador muito simpático que todos nós conhecemos, chamado Carlos Daniel, é de facto muito hábil a comentar.

Segundo ele, os adeptos do FCP desvalorizam o trabalho do treinador Jesualdo Ferreira e até os compara (para não ficarem a ganhar) aos adeptos do Benfica com o ex-treinador Fernando Santos.

Acho até muito bem que Carlos Daniel saiba reconhecer o mérito de Jesualdo Ferreira, porque é inteiramente justo, mas para isso não precisa de o retirar a ninguém. Para perceberem onde quero chegar transcrevo a seguir um trecho do seu comentário no JN de hoje. Depois de elogiar a equipa do FCP e alguns dos seus jogadores escreve o seguinte:

"E aí - não vale a pena virem com conversas gastas dos méritos (os mais óbvios e os mais suspeitos) de Pinto da Costa ou da organização portista - foi Jesualdo Ferreira quem fez a diferença e é justo dizê-lo. No ano de Fernandez e Couceiro, e mesmo de Adriaanse, a organização era a mesma, mas só com Jesualdo a equipa recuperou esta superioridade táctica, mais próxima do que conheceu com Mourinho"

Vejamos. As "conversas gastas", como lhes chama Carlos Daniel, devem querer insinuar que os méritos (óbvios e suspeitos, avisa-nos ele) da organização portista e de Pinto da Costa não passam disso mesmo: de conversa. Gasta! Ora, uma coisa que está gasta significa que já não é prestável, que já passou o prazo de validade, em suma, significa que já tem pouca serventia.

Amigos portistas,temos de nos pôr a pau com o futuro do nosso clube. O Carlos Daniel percebe do que fala, mas não percebe o que diz. Se percebesse, mesmo que a sua intenção fosse, como foi, esvaziar os factos que apontam Pinto da Costa como um dos melhores dirigentes nacionais e internacionais, não teria argumentado de maneira tão pouco inteligente. Porque, segundo a sua óptica, Pinto da Costa e a organização do FCP para merecerem os louros do mérito teriam de ganhar todos os campeonatos e acertar em todos os treinadores. Não sendo assim, já não merece os mimos que lhes damos.

Para o caso, é irrelevante na análise de Carlos Daniel, que Boby Robson tenha sido despedido do Sporting quando este liderava o campeonato nacional e que aproveitado pelo FCP nesse mesmo ano tivesse sido campeão. É irrelevante que Pinto da Costa tenha ido ao Estrela da Amadora contratar um técnico sem nome nem fama e conquistado com ele o penta-campeonato oferecendo-lhe a ele (técnico) a primeira glória de campeão. É irrelevante que José Mourinho tenha sido despedido de treinador do Benfica e no FCPorto tenha ganho tudo que havia para ganhar a nível nacional e internacional, tendo-se projectado como treinador - por mérito próprio, mas também por mérito do FCP - para a Europa e para o resto do Mundo. É irrelevante que tenha dado condições a Jesualdo Ferreira para fazer, como sabe, o seu trabalho e com ele ter ganho dois campeonatos consecutivos.

Enfim, da observação sagaz de Carlos Daniel o que realmente conta, é o "fracasso" de PC com Fernandez, Couceiro e até, imagine-se, com o Co Adriaanse que conseguiu no FCPorto ganhar o seu primeiro campeonato da vida! É espantoso, como quando as pessoas sofrem de clubite travestida se tornam tão mesquinhas.

Todo o país se extasia agora com os sucessos de Mourinho. Agora,que Mourinho já não está no FCPorto. Quando estava, a mais valia que o destacava era a arrogância. Saiu do Porto, acabou a arrogância de Mourinho. António Pedro Vasconcelos, também já está com os holofotes da censura prontos para pintar de negro Jesualdo Ferreira. É só uma questão de oportunidade.

Mas descobre-se sempre uma virtude nas inconveniências. É que ficamos todos a saber que, a partir de agora, face aos argumentos usados para explicar os insucessos de Pinto da Costa, o senhor moderador Carlos Daniel, se for sério e isento, vai ser obrigado a utilizá--los também com Mourinho, Jesualdo e todos os outros treinadores de sucesso, caso não consigam vencer todos os campeonatos das suas carreiras. Resumindo: caso não sejam perfeitos infalíveis.

Quando, e se tal acontecer, já sabemos: não prestam para nada.

PS-A propósito da fama e do prestígio (merecidos) de José Mourinho, é bom que o senhor Carlos Daniel se lembre que nem com os poços de petróleo de Abramovich conseguiu ser campeão europeu. Mourinho foi-o no "desorganizado e ultra-milionário" Futebol Clube do Porto. Provavelmente pelos méritos "suspeitos" de Pinto da Costa...

PETIÇÃO CONTRA MAIS UM ROUBO AUTORIZADO

Assinem todas as petições que possam impedir estes senhores de continuarem a roubar-nos impunemente.

Esta é mais uma entre muitas:
http://www.naoasportagensnasscuts.com/listagem.php?pageNum_Recordset1=1&totalRows_Recordset1=27233

Declarações de Pedro Baptista à Rádio Festival

Como todos sabemos, estamos numa economia com um crescimento muito baixo, praticamente estagnada, e com um índice de desemprego altíssimo, que não só não baixa, como só não sobe mais, porque tem sido compensado, principalmente no nosso distrito, por levas sucessivas e intensas de emigração.

Os últimos indicadores não são optimistas, pelo contrário. A situação internacional tem vindo a piorar, sendo de prever a afectação das nossas exportações, o único sector que tem permitido um crescimento embora lento da nossa economia. As previsões do FMI são aterradoras mas mesmo que nelas não acreditemos (acertam tantas vezes quantas erram) a verdade é que o Banco de Portugal já pediu uma revisão em baixa das perspectivas de crescimento.

No entanto, como já tantas vezes afirmamos, a nossa situação concreta no Norte do país é bem pior que no resto. Estamos abaixo da média nacional em todos os indicadores, embora sejamos a única região do país que exporta tanto quanto importa.

Estamos abaixo nos indicadores educativos, no poder de compra, na assistência na saúde e social e quando se esperaria que, face a esta situação, os governos do país canalizassem os fundos europeus para a região que se tornou uma das mais pobres de toda a Europa, não é isso que sucede.

Há muito, muito dinheiro a chegar todos os dias ao país vindo do Quadro de Referência Estratégico, senão também não se veriam os sinais exteriores de riqueza que todos vemos. No entanto, se parte deste dinheiro vai obrigatoriamente para as regiões, delas se excluindo a região de Lisboa por ter rendimentos acima da média europeia, o grosso das maquias não vão para as regiões mas ficam nos chamados programas horizontais e esses, não regionalizados, Vão quase todos parar por inteiro para a tal região que não pode receber os fundos europeus por estar acima da média: ou seja para a região de Lisboa.


Não se percebe como no Porto ninguém abre boca. O dinheiro que deveria servir para desenvolver o país, está simplesmente a alimentar uma classe dirigente sediada na capital que assim enriquece. E o mais descarado é que embora escondam estas manigâncias, são capazes de escrever ou de dizer abertamente que Portugal, sendo apenas Lisboa, é nessa região que se devem concentrar os investimentos europeus vindos dos impostos dos europeus e os correspondentes investimentos governamentais vindos dos nossos impostos.


Temos um presidente da Cãmara preocupado em tirar a cantina aos trabalhadores, em passar a patacos o Bolhão, em não gastar dinheiro com jardins, a poupar no papel higiénico, sem uma palavra, uma visão para as grandes questões estratégicas de desenvolvimento do Norte, ou para bater o pé ao desvio descarado dos fundos europeus, chamados horizontais, para a capital.

Temos partidos políticos no Porto que mais parecem delegações da capital, funcionam ao fim-de-semana quando os líderes vêm de Lisboa para descanso, e tentam fazer de cada um de nós uma espécie de portugueses de segunda, como se aqui o norte se tivesse transformado numa nova colónia. Colónia não, uma espécie de província ultramarina, para ser mais suave, como na outra senhora.

Até quando?


Renovar o Porto


Até quando? Sim, até quando é que estes irresponsáveis, estes perfeitos apátridas, estes fomentadores de etnias, estes divisionistas, estes mercenários da política, estes homenzinhos sem dimensão humana, a quem num dia de má memória decidimos colocar na cadeira poder, vão continuar a mandar no país e a enriquecer à nossa custa? ATÉ QUANDO???

Processem-me se quiserem por proferir estas declarações, porque se tiverem a dignidade de me levar a Tribunal será isto que lá continuarei a declarar. Quem não deve , não teme, e as provas das minhas declarações não carecem de comprovativos, estão à vista de toda a gente!

E eu, tenho todo o direito de o fazer, porque em matéria de dignidade e honra estou - como seguramente muitos portugueses - num patamar de superioridade muito mais elevado do que estes aprendizes de feiticeiro por quem não consigo nutrir um pingo de respeito!!!
Espero que um dia, se o povo acordar, se se revoltar, farto destes abusos, se optar por lutar na clandestinidade por vias menos democráticas, que não me venham pedir a minha solidariedade em "nome da pátria", porque a pátria destes abusadores não é seguramente a minha. Então aí, saberei escolher o lado certo da "trincheira".

SISTEMA DE JUSTIÇA EXEMPLAR...

JUSTIÇA:

"A morosidade da Justiça é uma das maiores violações dos direitos humanos".
Bem, nós já sabemos isto há muito, mas é mais uma voz a juntar-se à da consciência cívica dos portugueses.

No JN de hoje, a ex-advogada, Dr. Natália Cunha Ramos, queixa-se da demora na resolução dos processos ligados à área dos acidentes de viação, que chegam a ultrapassar os 10 anos!
Logo no virar de página do mesmo jornal, pode ler-se que, um estudo encomendado pela PGR (muito bem Sr. Procurador), o sistema informático da Justiça é obsoleto e praticamente inútil, que "ultrapassa em muito, a visão negativa que os portuguesa já fazem dela".
Digamos que esta é uma não notícia, tão cansados estamos de saber como funciona a Justiça em Portugal.
Custa a perceber, é como numa época em que a informática invadiu as casas dos portugueses que é quase assumida como um electro-doméstico indispensável, num orgão de soberania tão importante como é o da Justiça, ainda se trabalhe à moda antiga. O recurso ao papel, às pastas para arquivos processuais continuam a ser a prata da casa.
Esta situação, estende-se a outros organismos públicos como a PSP, cujas esquadras encontram-se situadas em edifícios a cair de velhos sem as mínimas condições de dignidade e conforto.
É caso para perguntarmos: que andaram afinal a fazer durante estes anos todos, os senhores governantes, em particular dos Ministérios da Justiça e da Administração Interna?
Sendo facto unanimemente reconhecido que a Justiça é o principal pilar da sociedade, por que não lhe foi dada então prioridade de acesso aos muitos financiamentos comunitários disponibilizados?
Pelos excelentes exemplos que temos vindo a denunciar à exaustão aqui no Renovar o Porto, não ficaremos nada surpreendidos se quando sair do Governo o actual Ministro da Justiça for contemplado com uma bela prendinha pelos belos serviços prestados à tutela.
Talvez quem sabe, a da futura administração do Banco de Portugal. E digam lá se não é Justo.

16 abril, 2008

REGIONALIZAÇÃO

Ficaram a saber, todos os Portugueses, principalmente aqueles que vivem em regiões
mais desfavorecidas, de que finalmente temos alguém que ousa falar dum tema tabu da
sociedade politica portuguesa: estamos a falar da Regionalização.

Parece que só Luís Filipe Menezes consegue ver a miséria que se tornou as condições
de vida no interior do país e não só.

Temos as assimetrias sociais; a desertificação; as acessibilidades; o desemprego; a baixa
taxa de natalidade e de esperança de vida; o fecho de maternidades e urgências, etc.

Além do mais o centralismo exacerbado está a provovar um cada vez maior distanciamento
das pessoas da “província” relativamente a Lisboa capital do Império que continua a olhar
cada vez mais para o seu umbigo.

A regionalização terá de ser uma realidade para garantir o realismo e a eficácia das medidas
necessárias e urgentes, de que as regiões deste país estão tão carentes.


Renato J.P.Oliveira

Mais Notas Soltas

1 - Num acidente ocorrido há dias numa fábrica em Gaia, um operário sofreu queimaduras em toda extensão do corpo, e foi transportado pelo INEM para o hospital de S.Maria em Lisboa. Dou por mim a perguntar-me se o centralismo também chegou aos cuidados hospitalares e se é somente em Lisboa que existem unidades para queimados, retardando em consequência o internamento e tratamento para aquelas vítimas que não tenham o privilégio de trabalhar ou viver na capital do império. Será mesmo possível?

2 - Há pouco mais de uma semana, foi assinada no Porto a constituição de uma rede de cooperação intitulada Health Cluster Portugal, que pretende ser um polo de competitividade e tecnologia do país, na área de saúde, perseguindo "a concretização de projectos de elevada intensidade tecnológica e com forte orientação internacional". Fazem parte do HCP quase setenta entidades: empresários do sector de saúde, farmaceuticas, hospitais, representantes do sistema científico, etc.

Esta associação nasceu no Porto, tem o seu presidente no Porto (Luis Portela, presidente da Bial) e embora pretenda congregar organismos de todo país, é uma organização portuense.

Penso que deve ser posta em relevo a atitude dos homens que idealizaram esta associação e que lhe vão dar corpo em trabalho a longo prazo (dez anos, segundo Luis Portela, para que se notem os efeitos da cooperação). Eles substituíram os queixumes tão habituais nessa nossa região, por uma atitude criadora, inovadora. Lançando mãos à obra, subtituiram as lamúrias por acção. Pensaram e fizeram. Oxalá este caso pudesse servir de exemplo e incentivo a todos aqueles ( e aqui incluo os políticos locais) que têm sido incapazes de ultrapassar a fase das lamentações.

3 - Por falar em saúde. Vai ser lançado em Lisboa o Hospital de Todos os Santos, e o primeiro-ministro promete que, além de unidade dispensadora de cuidados, irá ser um centro de investigação médica de classe mundial. Sabendo que o Porto é actualmente o grande centro de investigação médica em Portugal, nasce a suspeita de estarmos em presença de mais uma atitude de inveja dos centralistas, que não podem admitir a existência, fora da "sua" capital, de algo que seja melhor do que aquilo que eles lá têm. Se se tratasse do aumento do número de centros de investigação, tudo bem. Desconfio no entanto que o objectivo final é desclassificar os centros de investigação do Porto, fazendo com que investimentos maciços no futuro hospital lisboeta atraiam os melhores cérebros para Lisboa, "roubando-os" se necessário ao Porto, e assim esvaziando a sua importância. Sabendo-se "o que a casa gasta" , esta não é uma hipótese inverosímel. Gostava de saber o que pensam sobre isto os Prof's Sobrinho Simões ou Nuno Grande.

Comunicado da Direcção do Expresso

Pinto da Costa e o Hospital da Luz

A Edição online do Expresso publicou ontem uma notícia que dava conta da entrada de Jorge Nuno Pinto da Costa nas urgências do Hospital da Luz. Essa notícia esteve em destaque no sítio do Expresso durante cerca de duas horas, tendo depois sido substituída por uma outra (que ali permaneceu cerca de seis horas) que a desmentia, baseada em declarações do porta-voz do FCP.

Com a mesma frontalidade com que o Expresso manteve notícias que foram falsamente desmentidas, temos hoje de reconhecer que a informação da entrada de Jorge Nuno Pinto da Costa no Hospital da Luz não tem qualquer sustentação, pelo que jamais devia ter sido publicada.

Acresce que, tanto quanto é possível saber, no processo de confirmação da notícia não foram cumpridas normas exigíveis pelo Código Deontológico dos Jornalistas e pelo Código de Conduta dos Jornalistas do Expresso.

Assim sendo, a Direcção do Expresso determinou a abertura de um inquérito sobre a elaboração e publicação desta notícia, com vista ao apuramento das responsabilidades dos seus autores e intervenientes. Decidiu, ainda, pedir formalmente desculpa às entidades envolvidas, nomeadamente ao presidente do FC Porto, aos seus familiares e amigos, à administração do Hospital da Luz e, como não poderia deixar de ser, a todos os nossos leitores.

Deliberou ainda, ouvido e com a plena concordância do Conselho de Redacção, eleito pelos jornalistas, publicar este comunicado no seu site e na edição semanal e dele dar conhecimento directo aos envolvidos.

Pela Direcção,
Henrique Monteiro

OS RELES BOATOS DO CENTRALISMO

Nós sabemos que as televisões de Lisboa vão falar baixinho"do caso", com moderação e laconismo, mas ainda assim vão falar do caso. Sobretudo se, depois de muito rebuscarem "o caso", for possível acrescentar-lhe uns pózinhos da habitual peçonha milagreira que transforma as vítimas em carrascos e vice-versa.
As televisões, neste modelo original de democracia divisionista são mesmo assim, já não surpreendem. Amplificam até ao esgotamento as notícias que lhes interessam e tornam-se subitamente abúlicas e discretas quando o assunto não lhes é simpático.
Portanto, já sabemos que, caso a peçonha milagreira não surta efeito, nos próximos tempos não seremos massacrados, de manhã à noite, com a ignóbil notícia produzida pelo semanário "Expresso", um jornal (segundo reza a propaganda narcisista da capital), de referência...
No programa Trio de Ataque de ontem, Rui Moreira deu-nos a "boa-nova" em directo. Uma acção, que prova à saciedade, quão digno e insuspeito é o jornalismo que se faz a partir da capital para o país profundo e remoto. Rui Moreira, denunciou com firmeza e categoria a falsa notícia, de um falso jornalista, de um falso jornal de referência, que anunciava o internamento de Pinto da Costa num Hospital de Lisboa, alegadamente vitimado por um ataque cardíaco. Refinado humor, não é verdade?
É claro que, para a Procuradoria Geral da República - orgão institucional outrora sóbrio, mas agora muito dado a entrevistas -, este assunto não passará de uma brincadeira de mau gosto sem qualquer relevância criminal. Tivesse havido alguém, amigo ou famíliar de Pinto da Costa, na sequência da falsa notícia que fosse parar a um hospital ou mesmo morresse, paciência, era a vida. Para morrer basta estar vivo, não é.
Estes actos criminosos, praticados nas barbas de toda a gente, e de autoria facilmente identificável, devem ser casos demasiado simples para quem tem em mãos outros, bem mais delicados e gravosos. Os processos com nomes de Apitos... Esses, convenhámos, são bem mais artísticos porque até se podem pintar a gosto. Uns douram-se, outros prateam-se e outros finalizam-se. O único tom proíbido é o encarnado. É a arte na justiça em todo o seu esplendor...
Os portugueses (aqueles do outro país) até podiam achar cultural toda esta fantasia, esta pujante força imaginativa da Justiça nacional, se já estivessem descansados com a conclusão do Processo Casa Pia e se soubessem, se existem ou não pedófilos em Lisboa além do desgraçado Bibi. E já agora, se estão todos inocentes, ou não. Os portugueses anseiam por acreditar que não há de facto uma justiça para pobres e outra para ricos, mas com tão longo silêncio já começam a desmoralizar...
Deixar em banho-maria tais processos, e impune um crime, com provas evidentes, como o praticado ontem por um falso jornalista, de um falso jornal de referência, como o que foi cometido contra Pinto da Costa, é brincar com o Estado de Direito.
Logo, se este boato infâme passar ao lado de uma investigação célere e séria pela parte das autoridades competentes, poderá funcionar na opinião pública como um livre-trânsito para a repetição de actos paralelos.
E se caso amanhã o Renovar o Porto titular um post dizendo que Sua Exa. o Presidente da República se afogou no Rio Douro, ou que está entre a vida e a morte, é bem possível que por este andar, passemos também a gozar do estatuto de um blogue de referência. Como o jornal "Expresso".

15 abril, 2008

O senhor que se segue!!!

Marques Mendes - Novo Pensionista !

Aos 50 anos de idade e com 20 anos de descontos como Deputado, Marques Mendes acaba de requerer a Pensão a que tem direito, no valor mensal vitalício de 2.905 euros mensais.

Contudo, um trabalhador normal tem de trabalhar até aos 65 anos e ter uma carreira contributiva completa durante 40 anos para obter uma reforma de 80% da remuneração média da sua carreira contributiva.


" Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas..."

Guerra Junqueiro



Um "demónio" chamado PitBull

Para os imediatistas do burgo, peritos a retirar as piores conclusões do que os outros pensam, começo por declarar a minha total solidariedade com todas as vítimas de ataques de cães considerados potencialmente perigosos.

Estão nesta lista negra os pitbull, os rottewailler, os doberman e muitos outros que para o caso não interessa agora referir. O que interessa realmente salientar é - como devia ser sempre - a origem das coisas, neste caso concreto, a origem da suposta agressividade "natural" deste tipo de animais.

A título de exemplo, e para não ser maçador, falarei apenas de uma raça: da pitbull.

Esta raça, teve origem em meados do século XIX e foi inspirada num "passatempo" da realeza inglesa que se divertia a lançar outros canídeos, chamados bulldog numa arena para atacar touros com a intenção de tornar a sua carne mais macia.

Mais tarde, o bicho homem esse "animal eternamente inocente", lembrou-se de aproveitar a valentia dos bulldogs e cruzá-la com outro tipo de cães com características diferentes, mas mais ágeis e igualmente poderosos como os "Terrier", gerando outras novas espécimes não menos destemidas, como os Pit Dogs e os Bull and Terrier sendo estes últimos utilizados expressamente para atacar outros cães.

Posteriormente passaram a ser diferenciados por raças, o que aconteceu aos PitBull. De todas estas "produções" inventadas pelo bicho homem, há uma característica que é praticamente comum às outras raças igualmente bravas: todas dedicavam uma imensa afeição aos donos.

Serve esta breve explicação, para avivar a memória daqueles que gostam de soluções drásticas para estes problemas (como mandar abater os animais e até exterminá-los), que têm causado graves danos em humanos, que deviam ser estes, enquanto proprietários dos animais, os primeiros a ser responsabilizados pelos danos por eles causados.

Diz o JN de hoje, que a CMP mandou retirar o ano passado de alguns bairros camarários 39 destes bichos, que provalvelmente terão como destino a câmara da morte e, como é costume, vai aligeirar a resolução do problema a nascente, que tem a ver com a violência existente do tecido social onde grande parte dos donos destes cães treinados para matar se inserem.

Tanto a Câmara como o próprio governo são também parte do problema, porque pouco ou nada têm feito para combater a exclusão social e a miséria que estão na base dos guetos da marginalidade.

É sempre assim, já se sabe, mas as autoridades insistem em assobiar para o lado e a atirar poeira para olhos da opinião pública levando-a acreditar que os fenómenos de violência são meras questões de genes.

14 abril, 2008

Caro Dr. Rui Moreira

Desde que o Dr.Rui Moreira começou a aparecer nos écrans da extinta da NTV (e graças a ela), tornei-me seu admirador. Não com a admiração patética e acéfala de um militante partidário, mas com o sentimento de estar perante uma personagem nova e arejada que poderia vir a ser importante para a "revolução" económica e social de que o Porto urgentemente precisava (já não falo do Norte, para não aparecer por aí alguém apressado a lembrar-nos que o Porto não é o Norte, etc., etc.).

E, será justo reconhecê-lo que o Dr. Rui Moreira já é uma pessoa importante no panorama regional e até nacional . Importante - leia-se - porque tem feito coisas realmente importantes, em defesa dos interesses regionais, passe a redundância. As iniciativas que tem promovido não passam despercebidas a ninguém e, considerando as limitações das suas responsabilidades, fez mais pela nossa região, do que outros com maior poder e estatuto político.

Mas, até ao aparecimento da NTV, o meu amigo, não existia para o país real, porque como sabe, o país real, neste pequeno rectângulo de terra, é um outro bem mais pequeno, que não aquele que é constitucionalmente reconhecido e que prefere chamar-se, Lisboa.
Não sou só eu quem o diz, são os próprios lisboetas ou quem por eles fala que o confirma. Qualquer pessoa atenta já reparou que, até quando falam do país, os jornalistas quase esqueceram o seu verdadeiro nome, optando por substituí-lo pelo de Lisboa. Usam com muito mais frequência o termo "o governo de Lisboa" do que "o governo de Portugal". Detalhes, dir-se-à, mas podem ser detalhes perigosos.

Com o tempo, os mídia passaram desta abstracta expressão ("o governo de Lisboa"), para outra ortograficamente igual, mas mais concreta e localizada, com escalas de valor tão abusivas quanto inadequadas, e o hábito instalou-se. Até hoje. E não estamos a falar de futebol, como vê.

Aqui temos portanto, caro Rui Moreira, como, "pormenores" aparentemente fúteis e inócuos, se podem transformar num traiçoeiro barril de pólvora de explosão imprevisível. Essas futilidades raramente surgem isoladas e desenquadradas de outros contextos onde as reacções populares ficam mais expostas, como é o caso do futebol que nós tanto apreciamos. A questão que importa realçar, é que esses contextos quase sempre têm uma relação directa com as assimetrias regionais, com a pobreza, com o desemprego e - o pior deles todos - com a injustiça económica e social.

Parece-me pois utópico, pensarmos ser possível separar as águas porque, quer queiramos ou não, elas podem correr em leitos diferentes a montante, mas cruzam-se e misturam-se no percurso e, se não forem previamente "tratadas", podem redundar, a jusante, em autênticas "inundações" ...

Se o Rui Moreira por alguma vez se deu à maçada de ler os meus comentários, já terá percebido que não sou propriamente simpático com os políticos, que não me deixo envolver nas suas verdades. Mas acredite que gostaria de um dia poder mudar a minha opinião para um registo mais positivo, mais confiante, mais respeitável. Só que, enquanto o resultado do seu trabalho fôr o que se sabe e está bem à vista, não serei eu quem se comoverá com as suas angústias carreiristas. E falo assim, porque gostaria de lhe transmitir uma mensagem pessoal de confiança, caso esteja nos seus horizontes dedicar-se à política com espírito de missão.

A diplomacia não é um defeito, é uma arte, mas é para os diplomatas. Acredito mais depressa que ela possa resultar na prática governativa (se acompanhada de coragem e visão política), do que num programa desportivo como o "Trio de Ataque", porque o fanatismo arrogante de certos participantes associado a uma notória arbitrariedade do respectivo "moderador", pode não a matar, mas que lhe retira a eficácia, isso retira.

Portanto, caro Rui Moreira, não se deixe cair na armadilha de ver guerreiros e guerras sempre que lê um comentário excessivo ou deselegante de um adepto mais apaixonado do nosso FCP, porque não quer imediatamente significar que pertença a uma claque de arruaceiros ou de energúmenos. Há pessoas mais "pacientes" do que outras, e muito provavelmente não serão as primeiras quem mais razões de queixa terão para se impacientarem.

A paz, só é possível quando as partes compreendem o ponto de partida da guerra e o reconhecem. E caricaturando a "guerra" de que fala no contexto desportivo do programa em que participa, não me parece que o Rui Moreira esteja propriamente acompanhado de pacificadores. Sobretudo, e em especial, de dois senhores.

Como reza o ditado: as máscaras, como as mentiras, podem aguentar-se durante algum tempo na vida, mas não se aguentam muitas vezes a vida inteira.

É PRECISO DENUNCIAR ISTO. SEMPRE!

Em Portugal, para muitos, a política em geral e a governação em particular, mais do que um serviço, uma missão ou qualquer coisa de nobre é, sobretudo, um meio fácil de ganhar a vida (para o qual, diga-se de passagem, nem sequer é exigida grande competência ou mesmo honestidade, como os factos têm vindo a comprovar ao longo dos anos). Para outros tantos, porém, trata-se apenas de um placa giratória que, mais tarde ou mais cedo, lhes permitirá voar muito mais alto e com muito mais proveito. A lista é imensa. Sem procurarmos ser exaustivos, aqui vão os casos principais:

Fernando Nogueira, ex-Ministro da Presidência, Justiça e Defesa, actual Presidente do BCP Angola

José de Oliveira e Costa, ex-Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, actual Presidente do Banco Português de Negócios (BPN)

Rui Machete, ex-Ministro dos Assuntos Sociais, actual Presidente do Conselho Superior do BPN e Presidente do Conselho Executivo da FLAD

Armando Vara, ex-Ministro adjunto do Primeiro Ministro, actual Vice-Presidente do BCP

Paulo Teixeira Pinto, ex-Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, ex-Presidente do BCP (Depois de 3 anos de "trabalho", saiu com 10 milhões de indemnização e mais 35.000 € por mês até morrer...)

António Vitorino, ex-Ministro da Presidência e da Defesa, actual Vice-Presidente da PT Internacional e Presidente da Assembleia Geral do Santander Totta

Celeste Cardona, ex-Ministra da Justiça, actual vogal do CA da CGD

José Silveira Godinho, ex-Secretário de Estado das Finanças, actual Administrador do BES

João de Deus Pinheiro, ex-Ministro da Educação e Negócios Estrangeiros, actual vogal do CA do Banco Privado Português.

Elias da Costa, ex-Secretário de Estado da Construção e Habitação, actual vogal do CA do BES

Ferreira do Amaral, ex-Ministro das Obras Públicas (que entregou todas as pontes a jusante de Vila Franca de Xira à Lusoponte) e actual Presidente da… [claro!…] Lusoponte

António Pires de Lima, ex-deputado do CDS e actual CEO da Unicer

Pina Moura, ex-Ministro das Finanças e actual presidente da Média Capital e da Iberdrola

Manuela Ferreira Leite, ex-Ministra das Finanças e actual administradora do Santander

João Cravinho, ex-Ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território e deputado do PS, actual administrador do BERD, em Londres

Fernando Gomes, ex-Ministro da Administração Interna e ex-Presidente da Câmara do Porto, actual administrador da Galp Energia

Jorge Coelho (a estrela mais recente da constelação), ex-Ministro da Administração Interna e do Equipamento Social, futuro (a partir de Maio) consultor da Mota Engil

Depois disto, só pode dar vontade de rir à gargalhada para conter a indignação. Sobretudo, quando assistimos à caça ao Homem movida a Pinto da Costa, que, no fim de contas, coitado, é um menino de coro, comparado com esta lista de "respeitáveis" políticos.

É assim, meus senhores. Vão, continuem a ir às urnas, continuem a votar nestes senhores. Não sei se ainda assim será necessário informar que não é no futuro do país que votarão, mas tão só no futuro destes melros. Se continuarem a acreditar nesta comédia, depois não se queixem, não digam que não sabiam...