No passado recente todos compreendiam a necessidade do clube se fechar, devido ao aproveitamento sectário e desonesto que a comunicação social fazia de qualquer assunto relacionado com o FCP, por mais comezinho que ele fosse, transformando-o logo em intrigas, ou mesmo em casos de polícia, com o único objectivo de desestabilizar o clube. Essa discriminação ainda se mantém, e até se intensificou, mas também é verdade que as condições do clube hoje são outras. Se no passado o FC Porto dependia apenas da voz de Pinto da Costa para se defender desses ataques, hoje com o Porto Canal, já não faz muito sentido a estratégia do silêncio, nem se recomenda. No entanto, é aquela que continua a ser usada, para desespero e espanto dos adeptos...
Se politicamente o Porto e o Norte se queixam (com razões) de serem discriminados, de não terem um líder, desportivamente as coisas parecem ir na mesma direcção, coisa que paradoxalmente não acontecia antes da parceria com o Porto Canal. Ninguém compreende esta aparente contradição. Nem eu. Muito menos se compreende certas opções da direcção do Porto Canal. Uma, talvez a que me tem causado mais estranheza e que não tem merecido qualquer explicação da referida direcção, é a ausência de Rui Moreira, o Presidente da Câmara do Porto, sobretudo depois de lá terem estado todos os autarcas do grande Porto e de outras cidades do Norte e Centro do país. Júlio Magalhães nada diz sobre o assunto e o FCPorto também não lho pergunta. E a meu ver devia, quando não sujeita-se a que alguém ou algum órgão de comunicação social centralista o faça por ele...
Outra opção, para mim completamente inaceitável, é o critério de avaliação e selecção usados com alguns convidados para debates e entrevistas. Já referi alguns desses convidados em posts anteriores, portanto não vou repetir-me, agora o mais recente foi precisamente o mesmo a quem Pinto da Costa se referiu em moldes pouco simpáticos (mas merecidos), que foi António Mexia o manda-chuva da EDP.
Todos se devem ainda lembrar do que disse este cavalheiro há poucos mêses, mas não me importo de reproduzir. Com a leviandade que tem (des)caracterizado as figuras de "relevo" deste anedótico país (incluindo a do sr.Presidente da República), afirmou publicamente que [cito]: "seria bom para a economia NACIONAL que o Benfica fosse campeão".
Ora, se Pinto da Costa disse, à laia de resposta, que tencionava mudar de fornecedor de energia por causa destas infelizes declarações, o que terá levado Júlio Magalhães a aceitar a sugestão de Luís Filipe Menezes para bajular nos estúdios do Porto Canal aquela criatura, como se os portugueses lhe devessem gratidão pelos preços acessíveis a que pagam a electricidade?
Podem-me dizer o que entenderem, mas estas contradições só servem para atear mais fogo às fogueiras conspirativas dos inimigos de Pinto da Costa e do FC Porto. A não ser que, como já aqui admiti, Pinto da Costa não acompanhe, ou não se interesse pelo trabalho que é produzido no Porto Canal, e se assim fôr, faz mal, muito mal, mesmo.