06 novembro, 2009
Educação ou Justiça?
Não faltam blogues onde crescem experts de todo o tipo e para todos os gostos. Pena é, que não lhes seja dada oportunidade para chegarem ao Poder e mostrarem o que realmente valem. Gostaria de estar enganado, mas algo me diz que teríamos surpresas muito desagradáveis...
Há quem ponha a Educação como a maior prioridade para revolucionar esta mentalidade "lusa", inexoravelmente vocacionada para golpadas e obscuros favores. Eu, também pensei assim, mas já cheguei à conclusão que tal não passa de uma utopia. É que, há para aí muita gente que confunde, ou quer confundir, educação com formação. Suspeito mesmo que essa gente pertença às "notáveis" elites, porque é ela quem mais tem a ganhar com a confusão. Vejamos o que tem acontecido ultimamente com a criminalidade chamada de colarinho-branco onde, a cada dia que passa, a promiscuidade entre altos quadros da política e entidades privadas não pára de crescer, e não teremos dificuldade em aceitar esta tese.
A Educação, para vingar, deve ser semeada e crescer no sentido contrário ao das plantas, de cima para baixo, [como o pai para um filho], não sendo auscultável pelos dãos de oratória, pelo donaire, nem pela pose estudada de um licenciado qualquer. A Educação é uma forma decente de estar na vida cujos alicerces se fundamentam no respeito pelo outro, e numa profunda noção do conceito da ética. Figurativamente, compete a quem está no Poder fazer de semente, difundindo para o povo, um sem número de hábitos e rotinas susceptíveis de lhe infundirem respeito e confiança. É assim, que o Povo começará a interiorizar em si mesmo, que viver em sociedade é uma permuta de direitos e deveres que vale a pena seguir. Só que, essa empreitada jamais passará o espectro da utopia sem uma restauração profunda da Justiça...
É pela higienização da Justiça e posterior renovação que se tem de começar para tornar a utopia da reforma da Educação numa realidade palpável.
Estamos cansados de ser espectadores de um espectáculo ao qual não queremos assistir, sem termos sequer o direito de sair da "sala de espectáculos", e isto, já fede! É que, a única forma de sair da "sala"chama-se: emigrar. Chega! Saiam V. Exas., senhores governantes, e de bolsos vazios se faz favor! Então, não foi o Salazarismo, o Caetanismo, a malvada Ditadura quem empurrou os portugueses para fora do país? E agora, senhores democratas, são V. Exas. que o querem fazer? Qual é a desculpa? A adesão à União Europeia? O Tratado de Lisboa?
Pouco tempo após o conhecimento público da operação "Face Oculta", mal foi sabido o nome de alguns suspeitos, alguns dos quais com altos cargos em instituições bancárias - depois do tirocínio em cargos similares no Governo -, é marcada a audiência em Tribunal e logo começa a escandalosa rotina dos adiamentos! A audiência de Armando Vara estava marcada para o dia 13 de Novembro e já foi arrastada para o fim do mês.
Como é que os senhores magistrados querem ser respeitados? A quem querem enganar? O que se está a fazer não é Justiça, porque a Justiça não pode assemelhar-se a um labirinto, nem a rotinas judiciais indecentes.
Não resta mais ninguém para enganar, cavalheiros. Façam o favor ao Povo e ponham os vossos imerecidos lugares à disposição. Haja carácter!
05 novembro, 2009
Foi mesmo um "equívoco"?
Afinal, José António Barros - presidente da AEP - diz que não haverá uma "fusão" desta Associação com a lisboeta AIP, como tinha sido anunciado e que tantos protestos tinha levantado. Dizem agora os dois presidentes que se tratou de um "equívoco", e o que está em jogo é simplesmente uma "junção" , uma união institucional entre a AEP e a AIP, donde nascerá a CEP - Confederação Empresarial de Portugal. Esclarecem ainda que tanto a AEP como a AIP continuarão a existir, permanecem autónomas e independentes, cada uma delas gerindo os seus serviços, as suas Feiras e outros eventos.
Isto é completamente diferente daquilo que tinha sido comunicado publicamente, e esta nova versão parece-me aceitável. Na realidade a AEP representa também um instrumento de identidade portuense e nortenha e a sua desaparição representaria uma lamentável perda.
Fica a dúvida de saber se estamos em presença de um recuo nas intenções originais, em face do clamor suscitado pela desaparição da AEP, ou se realmente houve uma enorme falta de rigor nas palavras utilizadas no primeiro anúncio, o que constituiria uma incrível falha de comunicação por parte de uma instituição que tem a obrigação de transmitir para o exterior informações suficientemente precisas que não possam originar "equívocos" de nehuma espécie.
Isto é completamente diferente daquilo que tinha sido comunicado publicamente, e esta nova versão parece-me aceitável. Na realidade a AEP representa também um instrumento de identidade portuense e nortenha e a sua desaparição representaria uma lamentável perda.
Fica a dúvida de saber se estamos em presença de um recuo nas intenções originais, em face do clamor suscitado pela desaparição da AEP, ou se realmente houve uma enorme falta de rigor nas palavras utilizadas no primeiro anúncio, o que constituiria uma incrível falha de comunicação por parte de uma instituição que tem a obrigação de transmitir para o exterior informações suficientemente precisas que não possam originar "equívocos" de nehuma espécie.
Abaixo os círculos uninominais!
Confirma-se que na proposta de governo do PS não consta a introdução dos círculos uninominais. Acho que é uma decisão sensata. Começa-se por aceitar uma ligação quase pessoal entre os deputados e os seus eleitores, dá-se um pouco de latitude na permissão de eles representarem e defenderem os seus eleitores e as áreas geográficas que os elegem, e corre-se o impensável risco de, sem se dar por ela, acabar por se cair na regionalização, essa ideia funesta que mina a coesão da Pátria e a solidariedade inter-regional, e que acaba com a "teta" em que Lisboa mama, com as indiscutíveis desvantagens que daí resultariam no "efeito de difusão" indispensável ao progresso do país. Isto sem falar na dificuldade que seria colocar os desempregados dos partidos como candidatos a deputados, nos círculos eleitorais que estejam mais à mão, com óbvias consequências negativas na taxa de desemprego nacioanal. Aplauda-se pois tão patriótica decisão.
Hossana
Vale e Azevedo poderá ver extradição adiada
João Vale e Azevedo deverá invocar hoje a falta de uma decisão final sobre o cúmulo jurídico das penas que lhe foram aplicadas em Portugal para pedir um novo adiamento do processo de extradição
Este, escarnece e humilha a "lusitana" justiça com total impunidade. O outro, o orelhudo, está no activo, ainda não foi investigada a sua suspeitíssima fortuna, e dizem que quem não é benfiquista não é bom chefe de família...
Vamos embora pessoal, toca a fazer como eles. A vida não quer nada com os honestos, ela está engendrada para proteger os corruptos.
04 novembro, 2009
O empreendedorismo da tanga
Ainda que os temas abundem, e quase sempre pelas piores razões, algumas limitações de tempo impediram-me de começar a semana com o post da praxe a partir de 2ª. feira. Que me desculpem pois, todos aqueles, que por curiosidade ou por gosto costumam visitar o Renovar o Porto. Há mais vida para além do nosso querido e tão mal tratado Porto.
A semana passada no Porto Canal, e uns dias depois, num suplemento do JN, assisti [e li] a uma entrevista a 4 homens do norte [agora temos de escrever homens do norte com minúsculas] recheada de optimismo e esperança. Não interessa para o caso identificar os ilustres empresários que, com um entusiasmo invejável, quase conseguiam convencer-me a sentir orgulho pelas inexploráveis virtudes dos portugueses. Todos andavam radiantes e pelas mesmas razões: tinham investido em Angola e a coisa parece que estava a correr às mil maravilhas...
Como sempre acontece neste tipo de entrevistas, o optimismo destas pessoas mal se distingue da fanfarronice pedante de uma grande parte dos chamados "homens de sucesso". E por que sim e porque deixa, lá temos de gramar o fastidioso discurso da tanga, o recordar dos feitos dos nossos antepassados acompanhado de verdadeiras revelações sobre a alma lusitana. Os portugueses se quiserem, são capazes de coisas fantásticas - dizia um deles. Este tipo de expressões só tem uma única finalidade: é enfatizar a vaidade própria procurando moralizar hipocritamente a pobreza dos menos dotados. O resto, como já disse, é tanga.
Acresce que, a entrevistadora do Porto Canal, uma espécie de versão portuense da tia lisboeta, limitou-se a fazer aquele tipo de perguntas que os entrevistados apreciam, isto é, a ficar-se pela rama destes casos de empreendedorismo vitorioso.
A ninguém ocorreu - nem no Porto Canal, nem no JN -, perguntar aos garbosos empresários, se este súbito despertar visionário para investir em Angola não estaria relacionado com o baixo custo de mão de obra daquele país, ou então, porque é que não o fizeram na Lusitânia [agora é assim que chamo este país que não é o meu]. Certos jornalistas, ou lá o que sejam, só se lembram de ser incómodos [e às vezes até, mercenários], quando alguém lhes abana com umas boas centenas ou milhares de euros para se portarem bem...
Os economistas mais reputados, não são capazes de explicar ao povo qual o nível de riqueza exigível a um empresário para começar a pagar aos seus colaboradores ordenados dignos, segundo um princípio inverso ao que vem sendo seguido há séculos, que consistiria em aproximar os salários mais baixos do pessoal menos qualificado, dos extravagantemente mais altos, pagos aos quadros superiores das empresas. Não o fazem, simplesmente porque este nunca foi, nem será, um problema económico, mas sim, e em primeira instância um problema social escandaloso!
Basta, mas basta mesmo, olhar para a incompetência revelada pelo actual Administrador do Banco de Portugal, para qualquer pessoa de bom senso perceber que as centenas de milhares de euros que recebe, correspondam minimamente ao preço da meritocracia. Bem pelo contrário, esta filosofia capitalista premeia e estimula a demeritocracia! O roubo com o aval do Estado!
É por isso, e só por isso, que alguns "optimistas" da nossa praça andam para aí a vender o optimismo dos seus êxitos empresariais neo-colonialistas como banha-da-cobra.
Já sabíamos que o Salazar foi o símbolo mais retrógrado da colonização, agora, o que não esperaríamos, volvidos 34 anos, é que os "democratas" da Lusitânia bastarda eram capazes de fazer pior: colonizar o norte do país através de Lisboa, e agora, andarem numa azáfama travestida de empreendedorismo, a recolonizar uma ex-colónia governado por um homem a quem, em surdina, acusam de Ditador...
Ó Maitê Proença, escusavas de pedir desculpa!
02 novembro, 2009
SCUT´s e portagens
Tendo passado há poucos dias pela A41( antigo IC24) lá avistei as tenebrosas estruturas metálicas que nos lembram que, supõe-se que brevemente, vamos sofrer mais um assalto à nossa carteira, perpetrado pelo Estado. A contestação às portagens nas SCUT's é generalizada mas, por muito que pareça estar a contradizer-me, só parcialmente alinho nela. Como neste país a opinião - e a asneira - são livres, sirvo-me dessa prerrogativa para explicitar o que penso.
Numa situação ideal, uma AE não deveria ter portagens, assim como, por exemplo, a gasolina não seria taxada com altos impostos, os serviços médicos ou o ensino seriam gratuitos, o imposto sobre prédios não existiria, etc, etc. Mas porque estamos num mundo real, e a realidade diz-nos que somos um país pobre que vive de subsídios, eu acabo por aceitar, por muito que me desagrade, que tenho de pagar para circular nas auto-estradas. O problema que se põe é que a contestação se dirige, parece-me, às SCUT's e não às AE de um modo geral.
São dois os argumentos contra as portagens nas SCUT's. Primeiro dizendo que elas são acessos cómodos e rápidos a regiões deprimidas e carentes que, por serem pobres, deveriam estar isentas de mais um encargo. Terá lógica pedir o benefício da isenção de portagens antes de pedir para elas, por exemplo, electricidade e gás mais baratos para minorar as deficiências de aquecimento nos invernos, gasolina a preços subsidiados, Imposto Automóvel e de Circulação a metade dos valores normais, etc, etc? O segundo argumento usado é que normalmente não há vias que constituam verdadeiras alternativas às SCUT's.
Para mim, a real alternativa é muito símples. Se vou fazer um percurso entre A e B, tenho de escolher. Por um lado tenho a estrada convencional, onde vou ter segurança diminuída - cruzamentos, ciclistas, peões, loucos em excesso de velocidade ou fazendo curvas na contra-mão - tensão psicológica e cansaço acrescidos, tempo de percurso aumentado, talvez maior consumo de combustível. Pelo outro lado tenho a AE, mais segura, mais rápida, mais relaxante, mas com o óbice de ter de pagar para nela circular. Qual escolher? Cada um fará a sua opção, mas feitas as contas penso até que a AE com portagens não ficará mais cara.
Se esta é a minha visão do problema, porquê então ter escrito que vamos sofrer mais um "assalto à carteira"? É porque sou total e irredutivelmente contrários às portagens em vias que se possam considerar parte integrante da rede urbana ou suburbana das grandes aglomerações. Acho que é um roubo portajar, por exemplo, a A41 até Alfena, a A28 até ao Mindelo, a A29 até Espinho, a A4 até Ermesinde. Isto no que ao Porto diz respeito, porque Braga, Guimarães, Viseu e outras cidade, terão certamente posições similares quanto a sua própria rede suburbana.
Penso que a contestação organizada contra a totalide das SCUT's está votada ao malogro. Um objectivo mais limitado baseado no alargamente do conceito de "vias de interesse urbano" para as quais se reclamaria isenção de portagens, teria certamente mais probabilidades de êxito. Resta também saber o que pensa o sucessor do ministro "Jamé".
Numa situação ideal, uma AE não deveria ter portagens, assim como, por exemplo, a gasolina não seria taxada com altos impostos, os serviços médicos ou o ensino seriam gratuitos, o imposto sobre prédios não existiria, etc, etc. Mas porque estamos num mundo real, e a realidade diz-nos que somos um país pobre que vive de subsídios, eu acabo por aceitar, por muito que me desagrade, que tenho de pagar para circular nas auto-estradas. O problema que se põe é que a contestação se dirige, parece-me, às SCUT's e não às AE de um modo geral.
São dois os argumentos contra as portagens nas SCUT's. Primeiro dizendo que elas são acessos cómodos e rápidos a regiões deprimidas e carentes que, por serem pobres, deveriam estar isentas de mais um encargo. Terá lógica pedir o benefício da isenção de portagens antes de pedir para elas, por exemplo, electricidade e gás mais baratos para minorar as deficiências de aquecimento nos invernos, gasolina a preços subsidiados, Imposto Automóvel e de Circulação a metade dos valores normais, etc, etc? O segundo argumento usado é que normalmente não há vias que constituam verdadeiras alternativas às SCUT's.
Para mim, a real alternativa é muito símples. Se vou fazer um percurso entre A e B, tenho de escolher. Por um lado tenho a estrada convencional, onde vou ter segurança diminuída - cruzamentos, ciclistas, peões, loucos em excesso de velocidade ou fazendo curvas na contra-mão - tensão psicológica e cansaço acrescidos, tempo de percurso aumentado, talvez maior consumo de combustível. Pelo outro lado tenho a AE, mais segura, mais rápida, mais relaxante, mas com o óbice de ter de pagar para nela circular. Qual escolher? Cada um fará a sua opção, mas feitas as contas penso até que a AE com portagens não ficará mais cara.
Se esta é a minha visão do problema, porquê então ter escrito que vamos sofrer mais um "assalto à carteira"? É porque sou total e irredutivelmente contrários às portagens em vias que se possam considerar parte integrante da rede urbana ou suburbana das grandes aglomerações. Acho que é um roubo portajar, por exemplo, a A41 até Alfena, a A28 até ao Mindelo, a A29 até Espinho, a A4 até Ermesinde. Isto no que ao Porto diz respeito, porque Braga, Guimarães, Viseu e outras cidade, terão certamente posições similares quanto a sua própria rede suburbana.
Penso que a contestação organizada contra a totalide das SCUT's está votada ao malogro. Um objectivo mais limitado baseado no alargamente do conceito de "vias de interesse urbano" para as quais se reclamaria isenção de portagens, teria certamente mais probabilidades de êxito. Resta também saber o que pensa o sucessor do ministro "Jamé".
Sem tempo
Há dias assim. Hoje, por razões de ordem particular e de outras, de índole "blogosférica", não dispus de tempo para postar.
Em contrapartida tive o prazer de conhecer pessoalmente o Dragão Vila Pouca e de privar com ele algumas horas de conversa amena àcerca de tudo um pouco e, como não podia deixar de ser, do nosso Futebol Clube do Porto.
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