28 novembro, 2009

Aos comentadores

Caros amigos,

Algo de estranho está acontecer. Por razões que me ultrapassam, alguns comentários vossos não foram gravados para publicação. Não sei se será a NPIDE (Nova PIDE) a tentar abortar o meu trabalho, ou qualquer outra coisa, mas peço-vos desculpa pelo facto.

Da nossa estimável poetisa paulista...

E quando te vejo
Tão agastado,
Aflito e cansado,
Logo esqueço
Meus conflitos
Busco forças
No infinito
Para dar-te
Colo e abrigo!


.


neli araujo
2009
.
...com toda a consideração e amizade

27 novembro, 2009

Bom fim de semana



Rodrigo Leão, amanhã na Casa da Música

Educação

Das duas, uma, ou sou eu que estou antiquado, que não me adaptei aos novos tempos, ou o povo eleitor sofre de um défice terrível de auto-estima com relação às ambições que tem para o país.
É bem possível que o problema esteja em mim, mas se assim for, não tenho margem de manobra para compreender as queixas que oiço e leio por todo o lado.
É na rua, no Metro, nos táxis, nos cafés, nos locais de trabalho, na televisão, nos jornais, na rádio, com amigos, familiares, enfim, em todo o lado se ouvem queixas sobre o estado do país, e se assim é, muita coisa deve estar mal... Mas, curiosamente, as pessoas lamentam-se da política e dos políticos como quem se queixa de uma simples comichão que logo passa depois de bem coçada. É este tipo de reacção que tenho uma profunda dificuldade em perceber. O sentimento de repulsa, a bofetada instantânea que impele o comum dos mortais com umas gotas de sangue na guelra a responder a uma agressão, parece ter sido anestesiado por qualquer fenómeno desconhecido. O facto, é que as pessoas já consentem tudo.
Como dizia atrás, é possível que o defeito seja meu, mas se é, peço muita desculpa porque ainda não chegou o momento de me convencerem que sou eu que estou errado. Vou tentar explicar porquê.
Lembram-se certamente de terem assistido pela televisão ao edificante espectáculo de ver um senhor deputado [digo senhor, a gozar, claro], em plena Assembleia da República - num edifício a que alguns por estranhas razões costumam dizer que é nobre -, a insultar com todas as letras um colega de outro partido? Filho da p...ta, foi exactamente o que ele disse, com menos parcimónia do que eu... Acham normal, que seja a gente com esta educação, com este tipo de reacções públicas, que devamos entregar a gigantesca tarefa de governar um país? Gosto de citar alguns ditos populares pela incontestável sabedoria que comportam, por isso não resisto agora a evocar aquele que se aplicava à pilosidade feminina que dizia "se a loja é assim, que fará no armazém". Revertendo o chiste para a esfera da política, como será o armazém dos nossos governantes se a loja é tão visivelmente ordinária?
Não confundam as coisas, porque a minha observação não tem nada a ver com puritanismo, e muito menos com hipocrisia, tem a ver com a educação e a mais razoável [para não dizer básica] noção da ética. Ou será que um homem deixa de ser hipócrita só porque tem a língua solta e diz o que lhe dá na real gana, mesmo sendo uma figura do Estado?
Ora, é também por aqui que nós devíamos começar a alterar o nosso nível de exigência em relação a quem elegemos para nos governar, antes mesmo de chegarem à militância política. Isto devia começar por uma triagem rigorosa no recrutamento de militantes da parte de todos os partidos políticos, coisa que seguramente não é feita. Os partidos políticos devem ter menos cuidado a recrutar militantes do que uma pequena fábrica de calçado a seleccionar operários, caso contrário não víamos tantos políticos envolvidos em autênticas aventuras do tipo Al Capone...
Obviamente que a dimensão humana de uma pessoa não deve ser medida apenas pela educação ou pelo porte, mas essa é uma das principais condições. No meu conceito pessoal, um político tem de ser , antes de mais, uma pessoa superiormente honesta, depois, altamente competente e finalmente bem educada. Depois ainda, tem de parecer que é tudo isso.
Mal iremos nós, se considerarmos "normais" estas envolvências em negociatas obscuras dos políticos acompanhadas ou não de má educação. Eles têm de ser sempre uma referência para o povo e não o que estamos a ver, uma escola de modelos para a corrupção e os maus costumes.

Algumas razões para amar a Pátria



Governo quer desviar a Red BullAir Race do Porto para Lisboa

Não foi decerto a realização deste evento desportivo o maior dos pecados de Rui Rio, bem pelo contrário. É manifestamente insuficiente para fazer esquecer o pouco que o autarca portuense fez em benefício da cidade, mas é indesmentível que toda a gente aceitou como positiva esta iniciativa. Assim fizesse Rui Rio em tantas coisas mais e com outra prioridade. Pois, até este evento Lisboa se prepara para nos roubar, e não duvidem, vai conseguí-lo, e nós vamos consentir! E ainda há quem defenda a inocência de Lisboa no que à centralização diz respeito.
Repito o que não canso de dizer: é em Lisboa que se decidem as coisas, em mais nenhum outro local! É para Lisboa que partem os Miguéis de Vasconcelos do Porto e de todo o país, para estarem junto do Poder.
Com a desfaçatez do costume, e também com a nossa habitual resignação de povo cordeiro [não confundir com ordeiro], o Governo decidiu adiar a conclusão do TGV entre o Porto e Vigo. Cobardemente, sempre a baixo nível, como é timbre da actual classe política nacional, foi preciso saber pelo Ministro do Fomento espanhol que a ligação de alta velocidade não será concluída antes de 2015!
A rede de parques metropolitanos da AMPorto foi também chumbada pelo QREN, depois de ter sido aprovada em 2005 pelo Conselho de Ministros. Querem mais? Que vos repita à exaustão a mentira pegada que tem sido a Regionalização? Chamam a isto um país sério? Um Estado de Direito? Mas, afinal, o que é que querem? Um país, ou um mega Big-Brother?
Decidam-se, porra!

26 novembro, 2009

Decepção...

É logo pela manhã que prefiro escrever. Ao contrário de outras pessoas que gostam da noite para o trabalho [e para a boémia], eu considero-me um "bicho" diurno, principalmente para trabalhar. Pela manhã, as ideias fluem mais facilmente e quando se trata de escrever para um blogue, os assuntos tomam outra oportunidade.
Há amiúde, factores de ordem particular na vida das pessoas que podem pontualmente travar a dinâmica que um blogue deve ter, e ultimamente é esse o meu caso, mas não só. É que, tendo embora consciência da relativa influência que um blogue pode exercer na vida económica, política e social do país, acontece que começo a sentir uma enorme frustração por não saber o que fazer com tanta "liberdade" de opinião. É uma liberdade que me permite ser mais espectador do que interventor. É uma sensação idêntica àquele fulano que acaba de ser assaltado, chama a polícia e a polícia não aparece.
Como cidadão, a quem tentaram [em vão] convencer das vantagens do menos mau dos regimes, é assim que me sinto, um espectador impotente para destronar da hierarquia política e judicial do país, quem lá está, e é incapaz de dar conta do recado. Sei, tenho consciência perfeita disso, de que no seio destas instituições de Poder há, de facto muita, mas mesmo muita gente com o rabo trilhado de compromissos nebulosos e de todo o género de traficâncias, mas é-me impossível prová-lo, porque devia ser através dela que podia lá chegar. O que fazer?
Não acredito na força do associativismo para questões de ordem política. Como já somos todos crescidos, parece-me quase infantil iludirmo-nos com os resultados de movimentos de cidadania por melhor intencionados que sejam, sem ter a suportá-lo uma figura de peso, com alguma autoridade moral, carisma e força. Quando digo força, digo armas. O 25 de Abril, apesar dos cravos, teve as armas de um sector da armada a sustentá-lo, de outro modo não teria tido sucesso.
A questão que recoloco, porque continua a ser oportuna é esta: não haverá ninguém, nenhum grupo nas forças armadas que não se sinta incomodado com o circo pornográfico em que se tornou o país? O 25 de Abril sempre, já era.

25 novembro, 2009

Porque já não falo de Rui Rio

Rui Rio foi reeleito para presidente da Câmara M. do Porto, como tal, considero totalmente desnecessário comentar o que ele faz pela cidade, quando o que ele devia fazer e não faz, continua a ser uma flagrante evidência. Não se estranhe portanto que pouco ou nada venha escrevendo sobre o autarca portuense.
Tenho um outro blogue que ilustra melhor que mil palavras o muito daquilo que Rui Rio não fez, e continua sem fazer, pela cidade do Porto. Se quisermos analisar as prestações deste Presidente com mais minúcia ainda, basta lermos nos jornais diários o manancial de declarações negativas em termos de preservação do património urbanístico de pessoas que visitam a nossa cidade [turistas], e de muitas outras que por cá residem, desde estudantes a imigrantes trabalhadores, etc., para se dissiparem quaisquer dúvidas. Sem dúvidas, pelos vistos, estarão[?] seguramente todos quantos lhe proporcionaram a manutenção do cargo e, é a esses, e só a esses, que a partir de agora devemos assacar responsabilidades por tudo de negativo que acontecer na cidade. Isto, se for possível localizá-los.

Seria pois, muito interessante, realizar um estudo sério que procurásse descobrir até que ponto esta gente [eleitores] que lhe tem amparado o cargo, é mesmo do Porto, ou se veio cá parar de pára-quedas [como Rui Rio, aliás], apenas para olhar pela vidinha pessoal ao estilo da maninha do Paulo Portas que aos fins de semana [ou nem isso] se mete no carro para zarpar até Lisboa, onde efectivamente vive.
É preciso esclarecer melhor o que é pertencer a uma terra, porque não é seguramente o exemplo que citei... E como este, devem haver outros mais.

24 novembro, 2009

Portugal: santola sem recheio...




Portugal é um beco. Só precisámos de saber é se tem saída. O passado recente da história do país recomenda-nos cautelas e caldos de galinha... Portugal está doente há muitos anos e o que é mais grave é que nós vamos agonizando com ele.
Não sei se acontece o mesmo convôsco, mas a mim aborrece-me solenemente ouvir os mediáticos peritos da economia nacional a darem pareceres sobre a situação económica do país.
O único que consigo ouvir com algum interesse, é o Medina Carreira que não faz nenhum esforço para branquear a irresponsabilidade e a incompetência dos governantes nessa matéria a ponto de deixar sem argumentos nem palavras os companheiros de programa [na SIC Notícias, Nuno Crato e outro que não sei o nome]. Ele põe os nomes ao boi, e como é "natural"os conformados do regime não gostam.
Precisamos de um Charles de Gaulle, dizia ele outro dia [eu estou de acordo], o problema é que dessa casta de homens já não se fabrica, e em Portugal praticamente nunca se fabricou.
A alternativa a um de Gaulle, é um novo Salazar [há sempre algum à espreita], ou... o que temos.

Nota:
Como é bem visível este vídeo já vai fazer um ano que foi gravado e a situação está exactamente como Medina Carreira previa, ou talvez pior...

23 novembro, 2009

Os dirigentes que o futebol tem

Num país normal, com uns media objectivamente isentos, não haveria mais que meia dúzia de linhas sobre o assunto: uma partida de futebol foi adiada para data a definir, devido ao campo de jogos estar impraticável. Ponto final. Mas não, nós não estamos num país normal, estamos em Portugal com comentadores e opinion makers maioritariamente tão parciais que chegam a ser desonestos, torcendo para o lado dos "vermelhos" tão descaradamente que o manto de imparcialidade com que pretendem cobrir-se está tão esfarrapado que não esconde coisa nenhuma.

Tratando-se de atacar o FCPorto, aí estão esses chacais a tentar morder para saciar o seu ódio e, neste caso, acrescidamente com um forte sentimento de frustração porque tinham a secreta esperança de que os Dragões perdessem o jogo e simultaneamente fossem obrigados a mandar para o estaleiro alguns dos seus jogadores nucleares.

Na realidade, até aqui nada de novo, pois as manifestações desses ódios pretensamente encobertos são habituais, mas neste caso há mais ilações a tirar. A primeira é a pobreza intelectual da argumentação do presidente da Oliveirense, afirmando que " já realizámos aqui jogos em condições piores e não houve problemas"(!!). Declarou também que se criou um "precedente perigoso", por ser possível que as equipas de Liga de Honra também recusem jogar em tais condições. Isto, note-se, opiniões de um "dirigente" que concorda que o relvado estava impraticável. Em que ficamos? Será que "dirigentes" deste calibre não compreendem que os profissionais de futebol tem tanto direito a ver salvaguardada a sua integridade física como qualquer outro trabalhador, e também que quem paga bilhete tem o direito de ver a sua despesa retribuída por um espectáculo com um mínimo de qualidade?

Outra ilação a tirar, é que mais uma vez a Liga de Clubes, sob a direcção do seu actual presidente, deu provas de incapacidade que justificam a necessidade de que, o mais rapidamente possível, haja uma total mudança na sua estrutura directiva, desejo este que se pode tornar extensivo à FPF que também sai muito mal neste retrato.

O futebol português merecia outro tipo de dirigentes.

ânimo rapazes, isto vai. Sejamos optimistas!

Face Oculta: Auditoria pedida pela REN não detecta "crime público"

Casa Pia: Juíza aceita alterações de factos imputados a quatro arguidos

22 novembro, 2009

Bons tempos!

Vergonha

E agora monsieur Platini não fala, não diz nada? Para si já não há batota?

A sua França (que me merece todo o respeito) apurou-se para o Mundial 2010, graças

a um golo marcado com a ajuda da Mão de T.Henry e não ouvi V.Exa. falar de batota!!!

Existem 200 jogos de futebol que estão sob suspeita de manipulação e que saibamos

não consta, dessa lista, nenhuma equipa Portuguesa!

Afinal para si monsieur Platini, só o FCPorto é que “fez batota” e tanto lutou V.Exa. para

punir unilateralmente este Clube que venceu no campo os seus adversários!

O que se passou no França-Rep.Irlanda tem que ser analisado e revisto, porque isto

Não é FUTEBOL (quanto muito será ANDEBOL) caro suposto paladino da verdade!

Eu no seu lugar colocaria o lugar à disposição em prol da verdade desportiva! Ou então

Faça um grande favor ao FUTEBOL: DEMITA-SE!

Renato Oliveira

Porto

Obs.

Carta enviada pelo autor para o correio do leitor do JN