04 dezembro, 2015

RUI MOREIRA: “SE A TAP QUER DEIXAR O PORTO, O PORTO PODE DEIXAR A TAP”

Image de Rui Moreira: “Se a TAP quer deixar o Porto, o Porto pode deixar a TAP”
RUI MOREIRA
O presidente da Câmara Municipal do Porto disse esta quarta-feira estar atento a eventuais movimentações que podem levar a transportadora aérea TAP a abandonar os voos de longo curso desde o aeroporto Sá Carneiro.

Rui Moreira afirmou ter conhecimento de que tal medida estará para ser colocar em prática. 
E deixou o aviso: “Se a TAP quer deixar o Porto, então o Porto também pode deixar a TAP”.

Citado pelo site Porto.pt, do município, o autarca independente garantiu que outras 
companhias estão interessadas em operar a partir do Sá Carneiro. “Temos a Turkish 
Airlines a apostar no Porto e brevemente a fazer voos diários e temos Madrid e 
Istambul ou Londres”.

Referindo que os voos de longo curso são “muito importantes” para o Porto em termos
de turismo e de negócios, Rui Moreira citou “o exemplo espanhol da Catalunha” e do 
comportamento dos públicos. “Esta região poderá estar, ou não, com a TAP no futuro”, 
advertiu.

Outro futuro

David Pontes
No império da atualidade, reinou ontem o debate do programa do Governo e a apresentação de uma moção de rejeição pela Oposição. A importância política do momento justifica toda a atenção, até porque este é, por definição, o primeiro dia de um novo Governo e, como tal, o princípio de um novo futuro para os portugueses.
O problema é que se a atitude é diferente, a realidade ainda é a mesma, e aí está a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) para nos lembrar que a esperança por si só não resolve os problemas e, ainda antes de começar, este Executivo já tem um gigantesco nó para desatar, sob a forma de um défice que nos primeiros nove meses do ano se terá situado em 3,7% do PIB, muito longe dos 2,7% previstos pelo anterior Governo.
Por isso, se o futuro começou ontem, ainda está muito longe de não se parecer irremediavelmente com o passado e, depois de tantos dias de acesa política, fico com vontade de dar uns passos atrás, para lembrar um outro futuro, o de todos nós, numa formulação mais abrangente, aquele que por estes dias é discutido em assembleia alargada, em Paris.
Ali, na Cimeira do Clima, 195 representantes dos vários países tentam fechar um novo acordo para a diminuição da emissão global dos gases de efeito estufa, com o que se espera conseguir diminuir as consequências e a evolução do aquecimento global.
Já soa cansativo repetir os perigos que esperam a nossa casa comum, se não fizermos algo para reduzir drasticamente a utilização de combustíveis fósseis, entre outras medidas. Mas se nos recordarmos do que fizemos desde 1992, altura em que se assinou o Protocolo de Quioto, temos a justa medida de como é necessário repisar argumentos, para que Paris não seja só mais um local para assinar um fracasso.
Também aqui, a atitude cada vez mais conscienciosa da sociedade deveria ajudar a impor um futuro melhor, mas também aqui a economia costuma falar mais alto. A divisão entre os países ricos e pobres mantém-se, os interesses dos países produtores de petróleo não esmorecem e o caso da VW mostrou até onde as empresas podem ir no seu egoísmo. E se, ao contrário do que aconteceu em Quioto, os norte-americanos parecem empenhados na solução, os ecos que vêm dos Estados Unidos mostram o nível de insensibilidade que ainda reina sobre o assunto. Nas hostes republicanas, um dos candidatos, o senador Ted Cruz, tem mesmo marcada uma audição do Senado com o título "Data ou dogma? Promovendo um inquérito aberto sobre a magnitude do impacto humano no clima da Terra". Imaginam-se as conclusões

03 dezembro, 2015

Aves de arribação






RAFAEL BARBOSA
JN
1 Por definição, uma ave de arribação nunca fica muito tempo no mesmo sítio. Não é certo sequer que arribe, num ano, no mesmo local do ano anterior. É um ser egoísta, voga ao sabor de interesses exclusivamente particulares, sem prestar contas, sem preocupações com o impacto que a sua ausência, prolongada ou definitiva, possa ter sobre o ecossistema.
Um perfil zoológico que assenta como uma luva a muitos capitalistas que também protagonizam comportamentos selvagens. É o caso da decisão iminente dos novos donos da TAP sobre o fim dos voos de longo curso a partir do Aeroporto do Porto. Como alertou Rui Moreira, em cima da mesa está a concentração dessas operações em Lisboa, remetendo a aerogare nortenha para o nível de apeadeiro, com as consequências que isso terá no ecossistema dos negócios e do turismo. Não foi preciso esperar muito tempo, como se vê, para comprovar as consequências de transformar uma empresa pública numa empresa privada, ou seja, uma ave doméstica numa ave de arribação. A TAP é agora livre de trocar o estuário do Douro pelo do Tejo. E no futuro pela baía de Guanabara. É essa a natureza das aves e do capital de arribação, alojar-se onde lhes sejam garantidas maiores probabilidades de reprodução. E é também por essa razão que, em muitas sociedades evoluídas que optaram pela economia de mercado, há setores estratégicos que são mantidos na esfera pública, total ou parcialmente. O alerta de Rui Moreira é importante, mas assenta no equívoco de que o consumidor tem escolha. Fazer escala em Frankfurt ou Istambul é uma escolha tão má como fazer escala em Lisboa. Na verdade, nem à TAP devia ser permitido desistir do Porto, nem o Porto se devia dar ao luxo de desistir da TAP.
2 A baía de S. Paio, no estuário do Douro, é um poiso habitual de aves de arribação. Nem todas, no entanto, têm a graciosidade da garça-real, que por ali aparece no inverno. Na margem de Gaia, vão nascer três torres de oito e nove pisos. O projeto inclui nove edifícios, mas é pelos três junto ao rio que a Douro Habitat - empresa de capital de arribação israelita - quer começar. São os que têm melhor vista sobre as garças, o que antecipa lucros fabulosos aos patos-bravos. Uma espécie que gozou da proteção de Luís Filipe Menezes: não só os premiou com o aumento da área de construção e a possibilidade de acrescentarem dois andares a cada torre, como permitiu que ocupem leito de cheia. Decisão que, pasme-se, contou com a autorização da Agência Portuguesa do Ambiente, cuja única preocupação foi garantir que os prejuízos de futuras enchentes do Douro sejam "da exclusiva responsabilidade do requerente". Os patos-bravos também arribaram na Agência do Ambiente. Só pode ser essa a explicação.

02 dezembro, 2015

Refresco para a memória de alguns anónimos vermelhos que gostam muito de visitar-nos

PJ apreende cocaína em carro de ex-funcionário do Benfica!!!

No âmbito da Operação Porta 18, a Polícia Judiciária fez buscas no Estádio da Luz em julho. Foram ainda apreendidos 9,5 quilos de cocaína num carro de um indivíduo que identifica como diretor do departamento de apoio aos jogadores do Benfica.

O Vieira, coitado, não tem nada a ver com o assunto. Era só o motorista dele, enfim, um estranho ...
Gangsters!

Ó MIZÉ MORGADO, COMO É? ANDAS CEGA E SURDA, OU AGORA VAIS PEDIR A REFORMA? 

Tudo bem...Agora alguém saberá explicar por que é que Rui Moreira não vai ao Porto Canal?

01 dezembro, 2015

O FCPorto dos Dragões da Saudade



Em circunstâncias normais podia concordar com a festa dos Dragões de Ouro, no tempo e no espaço em que foi realizada. Acontece, que as circunstâncias normais já não moram no Dragão há mais de duas épocas, se levarmos em consideração o Campeonato ganho com o golo de Kelvin aos 92 minutos de jogo. A essa anormalidade, acrescem algumas mais. A saber: o aburguesamento da SAD portista - a começar pelo próprio Presidente -, as inerentes perdas de protagonismo e influência nos organismos do futebol e a consequente falta de respeito pelo FCPorto. 

Foi pelas circunstâncias serem anormais, por não estarmos propriamente a passar por uma fase de euforia nada indicada a festejos, mas antes a profundas ponderações, que não achei graça nenhuma à oportunidade do evento. Inoportuno no tempo, por ter coincidido com datas de jogos marcados para as duas modalidades (Hóquei em Patins e Andebol), e foi inoportuno no espaço, por esses jogos estarem previamente agendados para disputar no Dragãozinho. Teve sorte a SAD, porque caso os resultados fossem outros, se tivéssemos perdido no hóquei e no andebol (ambos em nossa casa), talvez os adeptos não achassem muita piada. Só que os adeptos continuam toldados com o capital de confiança que Pinto da Costa acumulou merecidamente durante 33 anos, esforçando-se por recusar a ideia de que o seu amado Presidente já nada decide de sua exclusiva iniciativa. Logo, já nada é como dantes, nem na forma, nem nos resultados. Salta aos olhos.

Já me cansa, esta coisa melosa de se procurar conter o que a realidade nos mostra, só para não melindrar algumas almas cuja ideia de portismo mais se assemelha àquela casa que se deixou arder até ao fim por se acreditar na piedade do fogo... Isto é imprudência e excesso de ingenuidade, não é confiança. Mas a verdade é que Pinto da Costa já não é o líder que foi. Ele próprio (e isso é que é grave) parece não se dar conta dessa mudança, nem das consequências que elas podem trazer ao clube.

Vejamos. Com calma, sem alarmismos, nem overdoses de portismo patético. Não saberão os portistas, ou já terão  esquecido, que foi de uma natural reunião realizada por um grupo de sócios que em 1982 Pinto da Costa chegou à presidência do FCPorto? O que terão a dizer aqueles portistas, os tais que se melindram com a crítica construtiva (é disso que falamos), se alguém lhes lembrar que não foi da passividade dos sócios, do seu receio de intervir, que Pinto da Costa chegou ao cargo mais alto do clube? Não fosse a intervenção determinada de um grupo de sócios, e Pinto da Costa nunca teria sido Presidente. E não interessa que tipo de sócios se é, porque qualquer sócio de qualquer associação democrática, não só tem o direito de dar opinião como de propôr e questionar o clube. Mais. Se esse direito lhes fôr coartado, então a coisa é muito grave. A isso, chama-se despotismo.

A realidade é esta. Nada está perdido, é (ainda) verdade, mas nem tudo está a ser feito para tudo se ganhar. E eu já nem peço que TUDO se ganhe. O campeonato decorre, a equipa de futebol não estabiliza, os adversários berram, conspiram, e tiram dividendos. Da presidência, ou SAD, ninguém reage. Os organismos federativos com autoridade na arbitragem estão descaradamente contra nós. Provocam-nos, nomeiam árbitros com cadastro claramente prejudicial ao FCPorto, e só não nos prejudicam mais se não puderem (Bruno Paixão é o próximo). Como tem reagido o Presidente? Com silêncio. Consentindo. Eles avançam, não têm porque temer, e vão ajudando os clubes de Lisboa a somar pontos. Do que estão à espera afinal os portistas? Que a casa arda completamente? Ou vão assobiar para o lado, como agora faz toda a SAD portista, e passar esta e as próximas épocas a carpir mágoas contra a imprensa lisbonária sem qualquer resultado prático?

Escolham e decidam. 




  

Links úteis


Cultura de políticas de desenvolvimento - mudar 
Quando o imoral se torna banal

Governo moderado e competente