15 setembro, 2017

Pedir decência em Portugal será pedir o impossível?


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Desçamos  à   terra. Sem nunca      desistirmos  de combater o rumo sombrio da vida    contemporânea, ser hoje   pessoa  honrada é uma luta          tremendamente desigual.  Talvez          por degeneração  intelectual, fruto  de  hábitos  pobres em civismo     e    seriedade, os governantes  perderam completamente a noção   da   importância da sua interferência em momentos sensíveis da sociedade. Estou convencido que se assim não fosse, se  os Presidentes da República, ou  mesmo Primeiros Ministros que nos governaram e governam tivessem exercido activamente a magistratura de influência nos momentos  certos, e em situações  socialmente melindrosas,   podiam   ter  evitado, ou  pelo  menos   atenuado,    o ambiente perverso que hoje vivemos. 

Senão, vejamos: alguém imaginaria, quando o país finalmente se livrou da ditadura, que a liberdade conquistada iria permitir que uma pessoa difamasse publicamente outra pessoa (ou instituição), sem ser imediatamente advertido? Eu, creio que não, sobretudo pessoas com idade para poderem falar do regime anterior com conhecimentos próprios, como é o meu caso, e talvez o de alguns leitores. 

Pois, a difamação pública e audio-visual, ainda acontece nos nossos dias e é não só tolerada como permitida pelos nossos dirigentes políticos. São tão rudimentares e timoratos que são capazes de justificar a incapacidade de impor o respeito com a defesa da liberdade, o que é um perfeito paradoxo.

Como sabemos, o FCPorto, e o seu presidente, foram vítimas dessas "liberdades", de forma indecorosa, por gente torpe, com a permissividade das autoridades do país! É verdade! Mas, há mais: essa libertinagem ainda se mantém activa, mesmo depois de os tribunais terem inocentado as vítimas, e perdoado aos difamadores! A conclusão do desfecho do processo Apito Dourado é tão insólita que tornou justamente os seus mentores em réus por julgar, e esses réus não são mais que todos aqueles que corroboraram com o Benfica,

Que conclusões podemos então extrair de tudo isto? Voltemos ao ponto de partida: que os governantes se demitiram da sua função dissuasora. Que optaram pela comodidade do silêncio, face a comportamentos altamente censuráveis, em vez de decidirem pela recomendação pedagógica da sensatez.

A gravidade desta situação não se pode cingir apenas a um caso específico. Hoje, é o FCPorto, amanhã pode ser outro clube qualquer, pessoa particular, ou colectiva. A gravidade maior, a suprema, é exactamente aquilo que referi nas primeiras linhas deste artigo: os políticos desceram tão baixo, tão baixo, que nem coragem têm para exercer o seu prestígio para dissuadir os maus cidadãos de atitudes perigosas e socialmente condenáveis como as que acima citei. Mesmo que este desleixo provenha da consciência de já não gozarem de prestígio algum, a um governante que se preze nunca pode ser tarde para o conquistar, desde que dentro de cada um ainda reste um pouco de respeito próprio. 

O que está a acontecer, a mixórdia em que o Benfica, por culpa própria (e dos Governos que o permitiram) se meteu, pode hipotecar a credibilidade do próprio Estado de Direito.

Se a Justiça não fôr célere, justa e implacável, corre sérios riscos de se anular. Se este caso tentacular fôr branqueado (que nem quero admitir), qualquer cidadão poderá dar-se à Liberdade de insultar a própria Justiça, sem dar qualquer direito a esta de exigir o respeito devido, porque  deixou de o merecer. 


14 setembro, 2017

FCPorto, paga juros de 4 anos de desmazelo administrativo

Esta gente merece RESPEITO!

Há uma característica na personalidade de Ronaldo com a qual não simpatizo nada, que é ser demasiado exibicionista. Ainda que se compreenda, porque o seu currículo fala por si, penso que essa forma de estar só lhe trás desvantagens e inimizades, perfeitamente dispensáveis. Mas Ronaldo tem uma enorme virtude, que é a ambição constante de se superar. Ao contrário de Messi, que é um talento nato, parecendo ter nascido numa bola de futebol, Ronaldo não teve esse privilégio, e é precisamente isso que lhe acrescenta mais valia, ou seja , teve de trabalhar muito para ser o jogador super-eficiente que é.

Ora, não tendo Ronaldo nada a ver com o FCPorto foi a partir do seu exemplo que ontem voltei a interrogar-me sobre as causas que podem ter levado o meu clube nos últimos anos a contratar jogadores sem praticamente conhecer as suas qualidades. Sobre as causas, acho que as conheço mais ou menos bem, ainda que não tenha sido a SAD, ou o Sr. Pinto da Costa a anunciá-las (era o que faltava, dirá ele), mas prefiro por agora não me pronunciar. 

Não querendo generalizar, a verdade é que, a olhar para o tipo de jogadores que o FCPorto tem contratado, para a sua personalidade, nível técnico e físico, a ideia que fica é que não têm nada a ver com o passado. É difícil afastar a impressão que a  pesquisa e contratação de jogadores é feita um pouco ao calhas ou por imposição de  interesses que não os desportivos. Sem citar nomes, porque não quero contribuir para desestabilizar o clube, há jogadores no FCP que padecem de falta de qualidade física e técnica para poderem vingar num clube de top, como o FCPorto. Ando a escrever isto há alguns anos, o que é mau sinal.  A falta de técnica e potência física a chutar é por demais evidente em alguns jogadores. Há uma bipolaridade ostensiva na produção qualitativa do jogo que, ou nunca foi devidamente tratada (e isto já vem do tempo de outros treinadores), ou é pura e simplesmente intratável. E não pode ser.  

Já me cansa falar deste assunto, mas a verdade é que ele continua por resolver. Lamento imenso que Sérgio Conceição tenha pegado nesta herança, quando a outros treinadores foram facultadas oportunidades para contratar jogadores que este ainda não teve, e provavelmente não terá. Não sei o que ele vale como treinador, mas sei que pelo menos não se esconde, nem usa o discurso plástico e comprometido de NES, o que já não é mau.  Pergunto: com um plantel curto, com alguns jogadores instáveis, teremos hipótese de competir dentro e fora de portas? É que a nível interno temos outro problema que ainda está longe de ser resolvido, que são as arbitragens vigaristas. Por isso, é melhor preparar-mo-nos para outra época de sofrimento.

Não me digam que já estou a antecipar desgraças porque essa conversa ando a ouví-la há quatro anos sempre com desfechos desastrosos. Nós andamos a ser tolerantes demais com o senhor presidente que não se dá à bondade de retribuir com o respeito que também merecemos, até porque nem resultados desportivos conseguiu para o clube. O currículo de Pinto da Costa não é, nem pode ser, um certificado de impunidade para a eternidade. 

A não ser que estejamos disponíveis para fazer o funeral prematuro ao nosso clube.

13 setembro, 2017

Universo Porto da Bancada, a caminho da objectividade?

Imagino bem, que governar uma empresa de audiovisual como o Porto Canal não fique nada barato. Então, se o pessoal contratado fôr superior à dimensão do projecto, e os patrocinadores minguarem, ou não forem generosos na promoção das suas marcas, deve ficar mesmo muito caro! Vale isto para dizer, que para viabilizar um bom projecto de televisão não só é preciso dinheiro, como boas ideias. 

Conhecidas que são as dificuldades financeiras do FCPorto [salvo informação contrária], não será com fundos próprios que o Porto Canal conseguirá ampliar a sua grelha programática, de molde a preencher totalmente o tempo normal de emissão, de segunda-feira a domingo. A nível regional e cultural o Porto Canal tem feito um trabalho interessante, mas pouco consolidado. Em matéria de debates, é pouco criterioso, tanto chama a si gente eminentemente interessante, como trivial, ou mesmo descartável. Dentro dessa diversidade algo anárquica, tem-lhe faltado habilidade para manter critérios regulares de coerência. 

Na área desportiva, as coisas melhoraram um pouco, mas não tanto como seria exigível. Afinal, é o FCPorto quem fornece a matéria-prima principal, como é o caso dos jogos das modalidades em todos os seus escalões, assim como os debates pré, e pós-matchs. A estrela dos programas desportivos, é sem dúvida o Universo Porto da Bancada, e não é pelas melhores razões, dada a sua intervenção pública na divulgação de concorrência desleal, mas presta  ao mesmo tempo  um grande serviço público à justiça e ao futebol.   

Já aqui apresentei algumas vezes dúvidas sobre a eficiência do impacto das denúncias dos e-mails cartilhados, por não serem acompanhadas de medidas objectivas aos organismos judiciais civis, dentro e fora do país (em última instância).

Os receios de banalização que fui divulgando  pareciam justificar-se, uma vez que nem sequer serviram para intimidar os suspeitos nem travar as ilegalidades, com, ou sem, vídeo-árbitro. A desfaçatez da seita benfiquista devia ser usada a nosso favor, porque somos parte interessada em torná-la pública. No entanto, o programa de ontem Universo Porto da Bancada e sobretudo a Providência Cautelar do Benfica, refrearam os meus receios. Primeiro, porque mais uma vez foi o próprio Benfica quem contribuiu para agravar o caso contra si próprio com a apresentação da Providência Cautelar, assumindo implicitamente com isso a veracidade dos e-mails. Mas a estupidez [ou desespero] do Benfica não se ficou por aqui, resolveu inventar uma lista dos clubes supostamente mais corruptos, onde entre outros, constava o FCPorto num "honroso" 3º.lugar.

Como era de prever, o FCPorto tratou de contactar o jornal inglês, onde supostamente teria sido publicada tal lista a fim de confirmar a origem da mesma, que foi categoricamente desmentida. Uma vez que o FCPorto tenciona apresentar queixa por tão grave difamação e informar os outros clubes visados desta ocorrência, já não encontro motivos para grandes preocupações. Desta vez, tenho a certeza que o facto de Pinto da Costa se manter calado não desguarnece o FCPorto de respeitabilidade, nem o torna vulnerável às insídias mafiosas dos cartilheiros do Benfica, porque é o próprio Benfica que se auto-condena no alto da sua arrogância. Agora começa a perceber-se melhor a estratégia do FCPorto, e isso é de louvar. Mesmo assim, penso que podiam ter sido um pouco mais cuidadosos com os espectadores, porque a forma como os programas foram apresentados deixavam no ar a ideia de algum voluntarismo e insegurança.
  
Por último, deixo uma sugestão para um programa desportivo para o Porto Canal: por que não convidar dirigentes dos outros clubes a participarem num debate criado para o efeito onde a temática seria precisamente os e-mails e as cartilhas? Não seria uma maneira simples e simpática de conhecer a sua posição face a este miserável escândalo, e ao mesmo tempo testar as suas reacções... É que também seria de grande utilidade saber, quem é quem, no futebol nacional, face a tão gigantesca degradação.




11 setembro, 2017

O vídeo e o árbitro: um casamento à experiência

Imagem de perfil de Manuel Luís Mendes
Manuel Luís Mendes
O treinador do FC Porto pôs o dedo na ferida: a implementação do vídeo na análise dos lances de futebol está, para já, a padecer de uma das maiores doenças da arbitragem, ou seja, de uma alarmante e perigosa falta de critério!

Porque, repita-se pela enésima vez, só a uniformidade de critério confere à competição, credibilidade, confiança, neutralidade e igualdade competitiva.
Se assim não for, as explicações que a Federação procura dar será sempre um embuste para o seu Conselho de Arbitragem (CA) mostrar que há transparência onde, efetivamente, não há!
Um exemplo: o CA divulgou o diálogo entre o VAR (Verdade Atropelada Regularmente…) e o árbitro do jogo onde se nota que este manda aquele suspender a decisão de validar um golo que dava o empate ao Portimonense, em casa do Benfica, pois houve fora-de-jogo , logo irregularidade, no golo da referida igualdade.
Até aqui, tudo bem. O problema, a polémica e as dúvidas de imparcialidade vêm a seguir!
Realmente, no primeiro golo dos benfiquistas, há unanimidade, entre os comentadores especializados, sobre o erro da decisão arbitral, ao assinalar uma grande penalidade, após simulação de um jogador da casa. Então, se assim foi, por que motivo o agora expedito VAR não usou o mesmo critério e mandou suspender o julgamento errado do árbitro Gonçalo?
Não se sabe, mas estranha-se…E daí o lógico levantar de suspeições e arbitrariedades. E por que razão, então, neste caso, já não foi revelada qualquer troca de palavras entre o Gonçalo e o Fábio que era o assistente do juiz, no visionamento?
Não haja medo nem pudor, a única resposta possível é ter havido uma atuação parcial por parte de quem deveria ser isento!
Com mais rigor: o critério existente não é o de defender o espetáculo e a chamada verdade desportiva, mas, sim, o de proteger um clube em detrimento de outro ou de outros… A isto chama-se ausência total de critério !
Por isso, a transparência e o esclarecimento só existem para as situações que podem favorecer os federativos e não para aquelas que podem afetar a sua neutralidade.
Nesta medida, se localizam as preocupações do técnico Sérgio Conceição que alega que a sua equipa já viu quatro penalties serem “esquecidos” pela dupla árbitro de campo e vídeo-assistente.
Logo, se se pretende conferir seriedade e distanciamento à competição, há que ser coerente e não escolher, de forma unilateral, os lances mais polémicos e bem ajuizados para mostrar uma razão que só existe nas suas mentes e não na opinião pública. A não ser que se confunda esta com a de um clube, apenas…
Se não houver a intenção de dignificar, de uma vez por todas, a modalidade que reina em Portugal, então só nos resta entoar a célebre canção francesa de Dalida: ” Palavras, palavras, apenas palavras…”
[Porto24]

10 setembro, 2017

Temos treinador, mas não temos presidente

Já não espero nada de verdadeiramente relevante da parte de Pinto da Costa. Daí não estar muito expectante quanto à evolução do FCPorto em termos desportivos. No futebol, vamos ter de ir a jogo com os jogadores que temos. Não entraram jogadores novos para os lugares pretendidos, e portanto vamos ter de pedir aos Deuses para que nenhum jogador fundamental se lesione. Esta, vai ser mais uma época de risco, em que além de um plantel curto, teremos de continuar a assistir à roubalheira do costume do clube fantoche de Lisboa. Apesar de Sérgio Conceição...

Pelo que pude observar nos primeiros encontros, o andebol não me parece mais forte, e o básquete é outra incógnita. O hóquei, a ver vamos. Do Porto Canal, também não espero grandes surpresas. A liderança de Júlio Magalhães é fraca e preguiçosa, e a imaginação não abunda. Nota-se que o canal tem mais gente do que seria necessário, para uma programação tão pouco ambiciosa.  

No que concerne o caso dos e-mails, configura-se aquilo que venho receando: a banalização das denúncias. Como a justiça tarda a actuar, a intimidação não se faz notar, nem assusta os infractores, logo, não os inibe de travarem os impulsos embusteiros a que estão habituados. A época mal começou e as arbitragens encomendadas continuam a ser descaradas, acrescentando pontos ao Benfica quando deviam subtraí-los. E o Presidente do FCPorto mantém-se alegre e contente no papel de mero observador... 

Os cartilheiros vermelhos passaram ao contra-ataque, agora tentando copiar as nossas denúncias com imagens dos jogos do FCP, ao bom estilo dos vigaristas. Com o tempo, tudo vão fazer para transformar o FCPorto pacífico de agora, no Benfica homicida e trafulha de sempre. Eles lá sabem como falsificar as provas. Nós é que tudo devíamos fazer para as levar a tribunal. A verdade, é que neste país é muito fácil inverter os factos, e por isso se torna imperioso que o FCPorto passe para um patamar mais assertivo na defesa dos nossos interesses. 

A Unidade de Combate Contra a Corrupção da PJ precisa do seu tempo para concluir as investigações, mas se fôr pressionada pelo Governo para abrandar, abranda. Seria por isso de toda a conveniência sermos nós a espevitar as autoridades, caso contrário ainda nos vamos queixar de termos ficado por aqui.

Por último, considero esgotado o tempo de tolerância dos sócios face à soberba do Presidente. Ele tem cometido erros constantes nestes últimos 4 anos e nunca os assumiu frontalmente. Se este ano perdermos o campeonato da forma como perdemos os 4 que passaram, terá chegado a hora de os sócios fazerem mea-culpa, que também a terão, se tal vier a acontecer. 

Ser sócio de um clube também implica responsabilidades próprias.