13 setembro, 2017

Universo Porto da Bancada, a caminho da objectividade?

Imagino bem, que governar uma empresa de audiovisual como o Porto Canal não fique nada barato. Então, se o pessoal contratado fôr superior à dimensão do projecto, e os patrocinadores minguarem, ou não forem generosos na promoção das suas marcas, deve ficar mesmo muito caro! Vale isto para dizer, que para viabilizar um bom projecto de televisão não só é preciso dinheiro, como boas ideias. 

Conhecidas que são as dificuldades financeiras do FCPorto [salvo informação contrária], não será com fundos próprios que o Porto Canal conseguirá ampliar a sua grelha programática, de molde a preencher totalmente o tempo normal de emissão, de segunda-feira a domingo. A nível regional e cultural o Porto Canal tem feito um trabalho interessante, mas pouco consolidado. Em matéria de debates, é pouco criterioso, tanto chama a si gente eminentemente interessante, como trivial, ou mesmo descartável. Dentro dessa diversidade algo anárquica, tem-lhe faltado habilidade para manter critérios regulares de coerência. 

Na área desportiva, as coisas melhoraram um pouco, mas não tanto como seria exigível. Afinal, é o FCPorto quem fornece a matéria-prima principal, como é o caso dos jogos das modalidades em todos os seus escalões, assim como os debates pré, e pós-matchs. A estrela dos programas desportivos, é sem dúvida o Universo Porto da Bancada, e não é pelas melhores razões, dada a sua intervenção pública na divulgação de concorrência desleal, mas presta  ao mesmo tempo  um grande serviço público à justiça e ao futebol.   

Já aqui apresentei algumas vezes dúvidas sobre a eficiência do impacto das denúncias dos e-mails cartilhados, por não serem acompanhadas de medidas objectivas aos organismos judiciais civis, dentro e fora do país (em última instância).

Os receios de banalização que fui divulgando  pareciam justificar-se, uma vez que nem sequer serviram para intimidar os suspeitos nem travar as ilegalidades, com, ou sem, vídeo-árbitro. A desfaçatez da seita benfiquista devia ser usada a nosso favor, porque somos parte interessada em torná-la pública. No entanto, o programa de ontem Universo Porto da Bancada e sobretudo a Providência Cautelar do Benfica, refrearam os meus receios. Primeiro, porque mais uma vez foi o próprio Benfica quem contribuiu para agravar o caso contra si próprio com a apresentação da Providência Cautelar, assumindo implicitamente com isso a veracidade dos e-mails. Mas a estupidez [ou desespero] do Benfica não se ficou por aqui, resolveu inventar uma lista dos clubes supostamente mais corruptos, onde entre outros, constava o FCPorto num "honroso" 3º.lugar.

Como era de prever, o FCPorto tratou de contactar o jornal inglês, onde supostamente teria sido publicada tal lista a fim de confirmar a origem da mesma, que foi categoricamente desmentida. Uma vez que o FCPorto tenciona apresentar queixa por tão grave difamação e informar os outros clubes visados desta ocorrência, já não encontro motivos para grandes preocupações. Desta vez, tenho a certeza que o facto de Pinto da Costa se manter calado não desguarnece o FCPorto de respeitabilidade, nem o torna vulnerável às insídias mafiosas dos cartilheiros do Benfica, porque é o próprio Benfica que se auto-condena no alto da sua arrogância. Agora começa a perceber-se melhor a estratégia do FCPorto, e isso é de louvar. Mesmo assim, penso que podiam ter sido um pouco mais cuidadosos com os espectadores, porque a forma como os programas foram apresentados deixavam no ar a ideia de algum voluntarismo e insegurança.
  
Por último, deixo uma sugestão para um programa desportivo para o Porto Canal: por que não convidar dirigentes dos outros clubes a participarem num debate criado para o efeito onde a temática seria precisamente os e-mails e as cartilhas? Não seria uma maneira simples e simpática de conhecer a sua posição face a este miserável escândalo, e ao mesmo tempo testar as suas reacções... É que também seria de grande utilidade saber, quem é quem, no futebol nacional, face a tão gigantesca degradação.




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