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Benfiiiiiiica! |
Assisti ontem ao programa Universo Porto da Bancada no Porto Canal, onde, de novo, se debateram vários assuntos relacionados com o comportamento dos árbitros e a complacência do presidente da F. P. Futebol. Gosto do programa e dos intervenientes, particularmente dos depoimentos assertivos de Francisco Marques, responsável pelo Dragões Diário. Pena é, que só tenha surgido agora, malgrado estarmos a ser reiteradamente estorvados nos nossos objectivos desde o início da temporada, já tendo sido eliminados na Taça de Portugal (incluindo a desprezada Taça Liga), ainda que também por culpas próprias.
Há muito que vinha alertando para esta situação, e por isso me "zanguei" com Pinto da Costa e lhe perdi muita da consideração que tinha por ele, enquanto líder. Teria sido inteligente da sua parte que, reconhecendo as suas limitações físicas e intelectuais, decorrentes do desgaste de muitos anos de luta desigual, soubesse delegar poderes em alguém da sua confiança para o substituir na defesa do clube, ou então, que não se recandidatasse ao cargo que detém. Mas não foi isso que decidiu. Teimou, agarrou-se ao poder, aparentando uma inconsciência alarmante sobre as suas próprias capacidades, preferindo deixar os portistas entregues a si próprios, tristes e revoltados com o clima de impunidade permitido ao nosso principal rival e seus conhecidos colaboradores.
O caso do vídeo do vandalismo (ou pseudo-vandalismo) aos escritórios de Adelino Caldeira foi também abordado no programa. Com imagens e comentários, especulou-se o que para já só pode ser especulado. O caso é tão lamentável quanto bizarro, porque os dirigentes portistas com a sua política kamikaze, abriram uma grande oportunidade a este tipo de (re)acções passíveis de ser realizadas por diferentes intérpretes. Tanto pode ter sido uma habilidade do "polvo", como uma loucura de adepto descontrolado. Só depois de devidamente investigado o caso (se chegar a ser) é que poderemos falar com propriedade.
O lado bizarro da coisa, é vermos agora os comentadores do Porto Canal apelarem à união dos portistas quando deviam saber tão bem quanto nós, que os maiores responsáveis por termos chegado a este ponto foram e são, Pinto da Costa e todo o corpo directivo do FCPorto. Os comentadores não pousaram no prato da balança da análise, o principal, que foi a atitude distante e displicente do presidente portista em termos de comunicação com os adeptos, quando eles mais precisavam. Aliás, é mesmo caso para perguntarmos por que razão só agora decidiram reagir a esta inusitada situação, ou se só agora tiveram ordens para o fazer, e da parte de quem. Se não nos esclarecerem, então temos legitimidade para considerar o Porto Canal co-responsável pelo que vem sucedendo. A verdade tem de ser dita, até há bem pouco tempo pareciam meninos de côro. Às vezes perguntava-me se havia sangue naquelas veias... Okey, o momento não é para ressentimentos, é de união, concordo, mas é preciso haver mais coerência quando reclamamos aos outros aquilo que nós esquecemos de fazer.
Pouco importa agora saber quem foram os autores do vandalismo, até para não nos desviarmos do assunto em apreço (como alguns pretendem), e também porque continuando neste registo neutral outros "não casos" vão acontecer. O que interessa agora é combater o Monstro até às últimas consequências, porque fomos nós (o Presidente e demais administradores) quem o deixou crescer. Demos-lhe demasiado tempo para estender os tentáculos de modo a invadirem os organismos mais relevantes da sociedade civil e política que passam pela comunicação social, até à esfera forense e desportiva. A teia é tremenda e poderosa, por isso será necessária muita coragem e determinação para os derrubar. Não nos podemos contentar com a denúncia. Em democracia (e os nossos governantes garantem-nos que é séria), temos todo o direito de nos defender, de exigir justiça, jamais pedí-la! Temos esse direito, porque é criminoso o que nos andam a fazer.
Para já, devemos puxar pela língua ao presidente da Federação e exigir-lhe, não apenas uma resposta, mas uma tomada de posição clara e objectiva para com o que está a acontecer. Com os jornalistas a mesma coisa. Se querem entrar no nosso estádio para fazerem o seu trabalho, a prerrogativa é o respeito com o nosso clube, não só lá dentro, como nos jornais em que escrevem. Difamam-nos, não entram mais. Não pode haver umas normas para uns, e não haver para outros. Com a rádio e a televisão, a mesma coisa. Com a RTP exigimos tratamento igual pela parte dos seus colaboradores, ou podemos reclamar o direito de recusa ao pagamento de taxas por incumprimento de dever enquanto empresa do Estado. Enfim, não faltam no FCPorto advogados com experiência e argumentação jurídica suficientes para travar este Monstro, assim queiram eles.
Então, não é verdade que vivemos em Democracia? Sim, ou não? Então há, ou não há, justiça? Sim, ou não? Chegou o momento de fazermos o teste e de os pôr à prova!