01 maio, 2009

Outra vez a porca da política, em todo o esplendor!

Em qualquer empresa privada que se preze (coisa, em vias de extinção), a incompetência e o absentismo, nunca constituíram argumentos para promoções de carreira ou para aumentos de ordenado. Pelo contrário, em último recurso, podiam servir de pretexto para despedimento por justa causa. Hoje, já não é bem assim, sobretudo no mundo maculado da política. Aqui, a corrupção aliada à incompetência, concedem prémios e servem de ponte para o enriquecimento meteórico.
Não é fácil por isso, para o cidadão comum, ver o mundo contemporâneo nas mãos desta gente sem escrúpulos, onde, como sempre, Portugal, não desiste de copiar os piores modelos de gestão governativa, até comandar o respectivo ranking . Mais difícil para nós, é participarmos passivamente neste jogo inócuo de suposta democracia, conscientes de que, por mais razoáveis e realistas que sejam as nossas críticas, os prevaricadores vão continuar impunes o seu caminho avassalador de auto-promoção política e económica, enquanto o povo pena.
O mais recente soco no estômago dos portugueses (mas, não o último), foi disferido ontem na "mui nobre" Assembleia da República com a aprovação da Lei do aumento de financiamento aos partidos políticos 55 vezes em relação à Lei anterior, aprovada em 2003 (22 mil euros), ou seja, mais de 1 milhão de euros! Como se pode comprovar, as Leis em Portugal servem mais para desfazer do que para fazer, tal como aqui escrevi ainda ontem em nota RoP. O populista definitivamente, não sou eu, mas os vigaristas são esses senhores. É dura a palavra, mas é para qualificar estes actos que ela consta dos dicionários, sem qualquer tipo de exclusão, sublinhe-se. Não será, portanto, tão cedo, que estes cavalheiros se livrarão da desprezível reputação que gozam junto das populações, podem estar descansados. E estão, sabemos nós, porque a dignidade é palavra que ainda sabem pronunciar - para salvar aparências -, mas da qual jamais tomarão o cheiro da sua essência.

Tão evidentes são os sinais de degradação moral e intelectual da classe política que, como diz hoje o Público no "Sobe e desce", «numa democracia normal, o gesto de António José Seguro seria vulgar, mas num sistema no qual a liberdade dos deputados está sob a alçada dos directórios partidários, merece ser aplaudido». Isto, porque aquele deputado socialista foi o único que teve a "coragem" de votar contra a referida Lei! Como impedir então o grande público de fazer generalizações quando fala dos políticos? Com exemplos destes?

Tenham muita paciência, mas pela minha parte, gostem ou não gostem, terão a consideração e o tratamento que merecem. Ou melhor, não será bem o que merecem, porque não tenho poderes para tanto, porque se tivesse, podiam ficar certos que a Liberdade conquistada com o 25 de Abril, não seria seguramente para Suas Exas...

30 abril, 2009

Diferentes perspectivas da escultura do Dragão Caixa



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Eleições à porta = Regionalização na boca

Conforme foi noticiado aqui, os 86 presidentes de câmara do Norte do país mostraram interesse em estabelecer um compromisso para avançar com o processo de Regionalização na futura legislatura. Ora, considerando que o Conselho da Região Norte [órgão da CCDR], é constituído por uma maioria do PSD, e que Manuela Ferreira Leite é avessa à Regionalização, como é que pode sair coelho por esta lura?
Declarações de Valente de Oliveira (PSD):
  • "Não estou nada de acordo com os que pedem moderação quanto à regionalização e acho até que este é um tema urgente".
  • "é preciso mostrar ao país que não queremos mais funcionários nem mais dinheiro, mas apenas que os meios actualmente atribuídos aos órgãos desconcentrados passem para os órgãos regionalizados".
  • "o referendo está feito para impedir a regionalização"

Declarações de Carlos Zorrinho (PS):

  • "é preciso um compromisso claro e suprapartidário, uma espécie de acordo de interpretação constitucional que permita ultrapassar a armadilha da regra da simultaneidade imposta pelo referendo que na prática impede a regionalização".
  • "o problema, é que o medo do Norte e o medo do Porto tem sido a agenda escondida que tem estado por detrás de todo este processo, sendo por isso inevitável a realização de um referendo legitimador".

Nota do RoP:

Muito bem. Ver para crer. Falar em legitimar em português político, quer dizer, legalizar transitoriamente, ou seja, até a dita Lei incomodar quem (o partido), na circunstância, detenha o poder. Depois, se for acaso disso, muda-se de novo a Lei, com a revisãozinha constitucional da praxe.

Garantias, meus senhores, precisamos de garantias. Esta, por exemplo: o que é que lhes acontece se voltarem com a Lei atrás? Volta tudo à estaca zero, ou estarão previstas punições para V. Exas. por incumprimento legal, ou de violação compulsiva da Constituição da República?

Será preciso lembrar que a Regionalização já foi imperativo constitucional em 1976 (artº.95º. (Regiões Plano)? O nº. 4, do artº. 3º. dita, para quem tiver dúvidas, que: "O Estado está submetido à Constituição e funda-se na legalidade democrática.

Cromos da semana (IP, jornal Público)

Rui Santos atribui queda de espectadores nas touradas à falta de verdade tauromáquica

A Associação de Criadores de Toiros de Lide está apreensiva com os movimentos anti-touradas registado de Viana do Castelo a Cascais, passando pela Póvoa de Varzim e Braga. Porém, mais do que culpar a sociedade, os responsáveis pelas touradas, devem, segundo Rui Santos, culpar-se a si próprios. "Não existe verdade na tourada. Enquanto o touro não tiver um chip, para se saber se as bandarilhas tocaram ou não no cachaço, a discricionaridade vai continuar e os aficionados vão continuar a afastar-se das arenas", explicou o comentador ao IP. " Vamos lá a ver, os ganadeiros são das pessoas que têm mais tempo de antena em Portugal. Mas assim que se começa a falar mal deles, ai, ai, ai, que não se pode. Que raio de democracia parlamentar semi-presidencialista é esta?", concluiu. VE


Luiz Felipe Scolari já começou a hostilizar o FCCabinda

Tal como começou logo a hostilizar o FCPorto quando chegou a Portugal, Luiz Felipe Scolari já iniciou uma campanha contra o FCCabinda, o clube do Norte de Angola, a cujo guarda-redes fez saber que nunca será convocado para a selecção. Pelo contrário, Scolari desfez-se em elogios para os dois clubes da capital, o Petro de Luanda e o Inter de Luanda, tendo com isso conquistado a maioria dos adeptos angolanos, que já começaram a pendurar bandeiras de Angola, da URSS e da OPEP nas janelas das suas casas. VE



Associação Ateísta Portuguesa contra endeusamento de Barack Obama por Mário Soares

Carlos Esperança, presidente da Associação Ateísta Portuguesa, está contra o alegado conúbio do Estado com a Igreja a propósito da canonização de Nuno Álvares Pereira, mas considera ainda mais grave o endeusamento que Mário Soares, Presidente da Comissão de Liberdade Religiosa, tem feito a Barack Obama. "Para o Mário Soares, o Barack Obama é mais que um santo, é um messias, um deus vivo, o que em tempos o Vale e Azevedo significou para os benfiquistas ou a Sofia Alves para a TVI. Até os discípulos de Jesus Cristo tinham dúvidas de vez em quando. Mário Soares não. Para ele, Barack Obama vai salvar o mundo da crise, da fome, das alterações climáticas, da gripe suína e das declarações do João Malheiro", explicou Carlos Esperança, que manifestou ainda o desejo, por uma questão de compatibilidade com o cargo que ocupa, de mudar de nome para Carlos Cepticismo.VE

Links (JN)

Norte defende regionalização já

Demolição do Aleixo pode voltar ao tribunal

IPO terá maior serviço ibérico

Águas do Douro chegam poluídas a Portugal

29 abril, 2009

Autárquicas 2009

Entrevista de Elisa Ferreira ao PÚBLICO,

ler, aqui

Caixa Dragão & Escultura




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Para refrescar a memória ...



Há que não dormir em serviço. De vez em quando, só de vez em quando (para não nos enfastiarmos), é importante continuarmos a inserir testemunhos sobre a avaliação que os jornais (e muitos jornalistas) fazem do jornalismo democrático. Invariavelmente, é disto que vemos. Métodos jornalísticos ditatoriais, arbitrariedade, e sensacionalismo, ao melhor estilo das revistas cor-de-rosa.
Sempre que os ouvirmos falar de honestidade, de verdade desportiva, transparência e «valores», podemos reforçar a nossa convicção sobre a integridade dos seus pareceres, e também dos seus carácteres. Não me comoverei mesmo nada se os vir a todos no desemprego. E não nos contem histórias de embalar. Todos são responsáveis. Argumentar o contrário, vale o mesmo que a palavra de honra de uma prostituta num bordel.
Estas imagens podem ter alguma serventia para aqueles «ingénuos» (ou hipócritas) que insistem em não acreditar nas teorias da conspiração de Lisboa, contra o Porto. Devem viver noutro planeta. A guerra, meus senhores, é Sul/Norte, não o contrário. E foi-nos declarada há muito, em forma de provocação e insídia. Talvez um dia tenham a resposta que merecem.

28 abril, 2009

... um pobre com uma camisa lavada

Há pessoas das quais se diz que "não podem ver um pobre com uma camisa lavada". Significa que elas são simultaneamente invejosas e convencidas, pois se convenceram de que só elas merecem ter acesso a bens e regalias que consideram deslocados e desperdiçados se possuídos por terceiros, mesmo que tenham sido legitimamente conseguidos.

Num plano colectivo, Lisboa é uma cidade a quem essa afirmação se pode aplicar. A Lisboa não basta ser a mais populosa cidade portuguesa e ser a capital, uma capital que ainda por cima até é doentiamente centralizadora, funcionando como um aspirador em relação aos bens produzidos em todo país. Lisboa não admite que nenhuma outra cidade tenha algo que ela não tem.

É assim que Lisboa tem inveja do Porto. O Porto tinha um Salão Automóvel de sucesso? Pois não descansaram enquanto o não levaram para Lisboa. O Porto tinha (e tem) um bom festival de cinema? Pois criaram um. O Porto lançou um importante festival de moda a que deu a designação nacional de Portugal Fashion, que óbviamente engloba Lisboa? Pois surgiu o festival lisboeta ao qual deram o nome de Moda Lisboa, para vincar que não querem misturas com os "parolos" do Porto. O FCPorto tem um domínio hegemónico do futebol português e ridiculariza os clubes da capital? Incapazes de serem melhores dentro das quatro linhas e não aceitando que outros os suplantem, inventaram o Apito Dourado acompanhado por um cortejo infindável de torpezas. Já que estavam com a mão na massa, e porque o Boavista é da mesma cidade e até já foi campeão nacional, aproveitaram para o assassinar.

A lista até talvez tenha mais exemplos, mas surgiu agora o último que é de um ridículo que certamente não só fará corar de vergonha os lisboetas honestos (que os há) mas também todos os portugueses. Que o Porto tenha um vinho que tem o seu nome, que é conhecido universalmente e é um dos grandes vinhos mundiais, era com certeza um insuportável espinho cravado no imenso ego da capital, que julga ter resolvido agora o problema ao conseguir que os vinhos da Extremadura passem a ser oficialmente designados por vinhos de Lisboa!

Sem comentários... !

Oportunidades que não perco

Ontem, como foi segunda-feira, substituí temporariamente a leitura do Público pelo Jornal de Notícias. A explicação é simples: o JN, às segundas feiras, sai com mais informação desportiva. Ponto. A partir de 3ª feira retorno ao Público.
Acontece que na entrega do JN ofereceram-me quase embrulhado o 24 Horas, o que me deixou de certa forma surpreendido. Pelo caminho pus-me a pensar no que estaria por trás de tanta "generosidade" e só pude tirar esta conclusão: crise nas vendas e imperativos de promoção (o que já não é de espantar).
Hoje, retomei a leitura do Público, e qual não foi a minha surpresa quando a menina do quiosque me perguntou se queria levar, de borla, o 24 Horas. Outra vez? Agora também com o Público? Ficou-se por aqui a minha estranheza pela repetição da situação, mas a resposta ao simpático brinde da empregada, não. Disse-lhe, gentilmente, para ficar com o 24 Horas, que não o queria levar, mas não lhe confessei que gostava um dia de o ver falido.
Não é por nada, mas é que a minha memória (para já) sai da vulgaridade, não é curta. Modéstia à parte...

Nostalgias erradas ou diagnósticos incompletos?

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"Transportámos até ao presente um
guilty pleasure, uma dificuldade em viver em democracia e compreender os seus limites. Nesse desconcerto sobrevive também um desejo camuflado de voltar ao tempo dos ditadores, onde se pode gozar a pouco recomendável liberdade de entregar a nossa responsabilidade a outros. Essa passividade está por trás da forma como desprezamos o sistema partidário e da forma como o sistema partidário evoluiu, afastando-se dos cidadãos e transformando-se num universo opaco, oligárquico."
Este pequeno trecho da crónica plasmada, resume uma reflexão respeitável sobre a realidade contemporânea do país, só pecando por alguma surperficialidade quanto à explanação das causas. Como na medicina homeopática, quando se pretende chegar à cura da doença, buscam-se as causas que a originaram, recomendavelmente, antes que ela se instale de vez no corpo (ou na mente) do portador, caso contrário, só resta o recurso aos fármacos tradicionais com os incontornáveis efeitos secundários que estas sempre comportam.
O silogismo aqui não é irónico, procura apenas estabelecer uma similitude entre diferentes situações realçando o que de comum há entre ambas, incluindo as respectivas consequências. Nesta perspectiva, o desejo camuflado de voltar ao tempo dos ditadores de que fala o autor do artigo, devia ser bem explicitado, de modo a sabermos o que é que, e quem, o provoca.
Numa democracia representativa, é abusivo deixar pairar no ar a ideia de que, quando os governantes falham, falha implicitamente o eleitor que o mandatou, porque a responsabilidade dos eleitos é diferente e infinitamente maior. Se, à posteriori, estes se revelam incapazes e desonestos, como pode o eleitor evitá-lo? E, quando o desempenho governativo não evolui, se pauta por crescentes e douradoras crises de mediocridade, com consequências gravíssimas na qualidade de vida das populações, como é possível evitar a tentação de um regresso ao passado nas suas mentes?
A vontade de um povo, não se controla com dissertações e terminologias de cariz político, como ditaduras ou democracias. É urgente "descobrir" algo mais do que a Liberdade de expressão a diferenciá-las. Tem de haver entre ambas, substância de conteúdo efectiva, traduzível, por exemplo, nestas duas frases: credibilidade nas Instituições do Estado, e qualidade de vida das populações.
Aceita-se, no entanto, o argumento do cronista sobre o desprezo popular pelo sistema partidário como justificação para a sua passividade, mas não me parece sustentável relacioná-lo de forma qualificativa com o discurso do Presidente da República, porque o eleitorado é também composto de memória colectiva e não é obrigado a compartimentar a figura de Cavaco Silva entre o que ele foi (e fez) no passado com o que é no presente. Os cargos são diferentes, mas a pessoa é a mesma.
Mais do que o protocolo, mais do que enfatizar, tout court, o discurso do Presidente da República, o eleitor deverá atentar às suas acções do passado enquanto 1º Ministro, e investigar até que ponto também ele deu o seu contributo para a situação que hoje o país está a viver. Por que razão os discursos dos Presidentes da República não devem ser escrutinados também pelo o seu histórico? Por carneirice? Se assim for , então, já não estamos a falar de Democracia, mas sim de pastoreio.

27 abril, 2009

Habemus Santo!

Ainda sob o efeito das fantásticas notícias dos últimos dias, e um tanto zonzo com o impacto que geraram no meu estado de alma, hoje, não me foi possível encontrar assunto que merecesse a pena abordar.
Não, não se trata de júbilo pelo 35º. aniversário do 25 de Abril, trata-se de um sentimento incontido de órgulho (com acento agudo no o) pátrio, pela canonização do oitavo santo de língua portuguesa: o santo Condestável Nuno Álvares Pereira!
Como não podia deixar de ser, a fonte de informação partiu da não menos santificada Lisboa e dos seus respectivos media, o que reforça a ideia generalizada do provincianismo bacôco reinante no resto do país, incapaz de acompanhar à altura estes fenómenos de genuína fé cristã. Levou tempo, mas valeu a pena! Habemus Santo!
Viva Portugal! Viva o país dos Santos!

26 abril, 2009

Descrição perfeita da realidade, ou populismo?

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25 de Abril no Luso




Outra vez Rui Rio, não!

Uma enorme ameaça paira sobre a cidade do Porto: concretizou-se a possibilidade de RR poder vir a ser eleito para um terceiro mandato. Os oito anos da sua presidência causaram uma paragem total no desenvolvimento natural do Porto, e ficaram a constituir uma nódoa negra na longa história da nossa cidade.
Rui Rio, mesmo se re-eleito este ano, não conseguirá matar o Porto, mas atrasará a sua evolução e, quem sabe, poderá colocar em risco a sua posição de cabeça da Área Metropolitana que tem o seu nome. Gaia está com uma dinâmica imparável e, sob o comando de L.F.Menezes, passou dum subúrbio pobre e decrépito para uma urbe que pode começar a competir com o Porto. Para já, passou a ser o concelho mais populoso do distrito, o que é significativo, como igualmente significativo é o facto de alguém como Belmiro de Azevedo não se ter inibido de lançar um alerta, verdadeiro cartão amarelo para RR, precisamente numa cerimónia presidida pelo actual presidente da Câmara.

Costuma dizer-se que " os povos têm o governo que merecem". mas têm igualmente o presidente da Câmara que merecem. É uma das vantagens da democracia mas é também um risco. Se os portuenses elegerem RR para um novo mandato e continuarem a ver a sua cidade a definhar, não se poderão queixar senão de si próprios, porque terá sido deles a decisão de cometer esta espécie de suicídio colectivo.