26 abril, 2009

Outra vez Rui Rio, não!

Uma enorme ameaça paira sobre a cidade do Porto: concretizou-se a possibilidade de RR poder vir a ser eleito para um terceiro mandato. Os oito anos da sua presidência causaram uma paragem total no desenvolvimento natural do Porto, e ficaram a constituir uma nódoa negra na longa história da nossa cidade.
Rui Rio, mesmo se re-eleito este ano, não conseguirá matar o Porto, mas atrasará a sua evolução e, quem sabe, poderá colocar em risco a sua posição de cabeça da Área Metropolitana que tem o seu nome. Gaia está com uma dinâmica imparável e, sob o comando de L.F.Menezes, passou dum subúrbio pobre e decrépito para uma urbe que pode começar a competir com o Porto. Para já, passou a ser o concelho mais populoso do distrito, o que é significativo, como igualmente significativo é o facto de alguém como Belmiro de Azevedo não se ter inibido de lançar um alerta, verdadeiro cartão amarelo para RR, precisamente numa cerimónia presidida pelo actual presidente da Câmara.

Costuma dizer-se que " os povos têm o governo que merecem". mas têm igualmente o presidente da Câmara que merecem. É uma das vantagens da democracia mas é também um risco. Se os portuenses elegerem RR para um novo mandato e continuarem a ver a sua cidade a definhar, não se poderão queixar senão de si próprios, porque terá sido deles a decisão de cometer esta espécie de suicídio colectivo.

13 comentários:

  1. Não me vou pronunciar sobre a qualidade de rui rio á frente dos destinos da câmara do Porto, mas este texto incomoda ao afirmar que "Gaia é uma urbe que pode começar a competir com o Porto".
    Mas então ainda não entendeu que Gaia é parte do Porto? Para quem vive ou visita o Porto acha mesmo que essa distinção existe?
    No mesmo saco pode colocar Matosinhos, Gondomar, Ermesinde, Maia, Leça, enfim, todas as comunidades limítrofes. Eu iria mais longe e incluiria Póvoa e Vila do Conde.
    Se estas comunidades têem gestões autónomas não me aquece nem me arrefece. Se uma é melhor que outra, são reflexões para outra altura. Nomeadamente, á boca da urna. Mas não faça separações artificiais que só alimentam interesses de quem mora á volta do Tejo...

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  2. Caro Rui Farinas,

    Não precisava de lhe dizer que tenho as mesmas apreensões que o meu amigo, no entanto, reitero-as mais em relação ao eleitorado do que a Rui Rio. Os apaniguados eleitores de Rui Rio deviam ser obrigados a apresentar aos outros eleitores que não lhe reconhecem méritos, os argumentos e os factos, segundo os quais sustentam as suas preferencias, mas de uma forma séria e objectiva. Ainda não consegui percebê-los.

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  3. Caro Cidrais,

    A sua crítica a Rui Farinas é pertinente mas precipitada. Se o conhecesse não faria esse comentário porque, pelo que sei, defende também o seu ponto de vista.

    Contudo, não deixa de ser flagrante a enorme diferença em termos de gestão e ambição, entre Rui Rio e Luís Filipe Menezes, é como a água do vinho.

    Vila Nova de Gaia renovou-se, as praias de toda a costa até Espinho, estão limpas e modernas. Gaia é o Porto e vice-versa. Já reparou que o nome deste blogue é: Renovar o Porto (Gaia)?
    Por que será?

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  4. Caro Rui Valente

    Agradeço a chamada á atenção, mas não conheço Rui Farinas. Não comungo da cultura do amiguismo que me impede de fazer críticas ao pensamento alheio porque o conheço ou deixo de conhecer pessoalmente. Ignorava aliás que este blog é um espaço de amigos. Pensava eu que era um espaço público, e eu como membro desse público, comentei o que estava aqui escrito.
    O que comentei foi aquilo que li, e uma citação directa do texto.
    No qual se pretende colocar em questão o estatuto do Porto como cabeça da área metropolitana.
    Transporte o seu raciocínio para a cidade de Lisboa. Faria algum sentido mudar a liderança da área metroplitana de Lisboa para Cascais ou Sintra, se estes autarquias porventura atravessassem um período de prosperidade ou gestão autárquica eficiente?
    Não entenda as minhas palavras como um ataque - antes um dúvida, que espero eu, seja pertinente. E pricipalmente como um desejo de terminar com guerras e tricas que só contribuem para a degradação do relacionamento a nível institucional entre Porto e Gaia, ao invés da afirmação da área metropolitana do Porto como igual á de Lisboa perante o Governo e a Europa, que é o que penso eu, todos pretendemos.

    Cumprimentos cívicos,
    de um vizinho do Porto ( a morar em Londres ).

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  5. Caro Cidrais,

    Você não comunga da cultura do amiguismo e eu também não, mas não é por isso que me inibirei de chamar amigo a quem considere como tal.

    Não penso que Rui Farinas tenha colocado em questão o estatuto como cabeça da área metropolitana, pelo contrário, lamentou que o Porto possa vir a perdê-lo! Foi essa, pelo menos, a minha interpretação.
    Quanto ao resto estou de acordo com o que escreve.

    Abraço e felicidades, por terras de Sua Majeestade!
    E continue a dar-nos na cabeça (salvo-seja!)

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  6. Caro Rui Valente, tendo vivido no Porto 27 anos, admito que o Porto não se soube renovar, e que Gaia está dinâmica. No entanto, os teatros, as universidades, a grande percentagem do comércio, os bares, as discotecas, as seguradoras, etc, etc, continuam no Porto e não se prevê que atravessem o rio tão cedo.
    Sendo assim, posso apenas interpretar o texto como um acirrar de tensões imporodutivas que já todos sabemos que existem - e pior, sem que verdadeiras alternativas sejam propostas.
    Questiona-se Rui Rio ( e acho muito bem que se faça ) mas o que ( ou melhor...quem ) é que se propõe?

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  7. Caro Cidrais

    Creio que o acirrar de tensões (como refere) não tem raízes nas populações, e o que se lamenta, é que sejam os dois autarcas locais (Rui Rio e Luís F.Menêzes) a corporalizá-las.

    O Porto «ainda» tem essas valias que indica, mas já perdeu outras igualmente importantes, não para Gaia - porque como lhe disse, considero Gaia o prolongamento da cidade do Porto, ou se preferir, o contrário -,mas para Lisboa, como jornais,sedes bancárias,companhias de seguros, organismos públicos, etc.

    Quem proponho para suceder a Rui Rio? Boa pergunta. Não sei. Com o conhecimento que temos dos candidatos a cargos públicos(sejam eles quais forem) só pode serem avaliados à posteriori, mas a verdade é que manter Rui Rio à frente da Câmara, é contribuir para o marasmo e para a decandência da cidade. Por isso, estou disposto a arriscar num outro candidato e neste momento, o que me parece mais de "apostar" é uma candidata: Elisa Ferreira.

    Agora, se me perguntar se estou contente com o PS, digo-lhe já que não, e essa é a minha grande «divisão», uma espécie de calcanhar de Aquiles da nossa democracia, uma chatice, que apetece rejeitar com mais uma abstenção ou voto em branco.

    Um abraço

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  8. Caro Rui Valente

    Saúdo a sua intervenção, e agradeço ter "colocado as cartas em cima da mesa", mas quem eu gostava de ver a colocar a fazer o mesmo era o autor do texto. Já que é ele, que publicamente, no texto que escreveu, assumiu a opinião que eu questionei e á qual da parte dele não obtive resposta.

    Para terminar a minha intervenção:

    ainda bem que falou da fuga de serviços para a capital. essa sim, foi a desgraça do Porto e não um ou outro político á frente dos seus destinos.

    Vou colocar as minhas "cartas em cima da mesa":

    Sou artista profissional e não assisti ( ou assisto ) impávido e sereno á guerra muito pública que rui rio moveu contra alguns dos agentes culturais do Porto.

    Por outro lado, sei reconhecer o que de bom aconteceu nestes últimos anos: a requalificação urbana, timidamente, mas seguramente avança; Serralves é uma referência hoje internacional; Miguel Bombarda para lá caminha; a Casa da Música é um case study e referência arquitectónica mundial( apesar de derrapagens orçamentais ); temos uma frente marítima agradabilíssima( edifício transparente, parque da cidade ).
    O metro ( que obviamente não é da sua responsabilidade directa ), serve hoje e bem toda a área metroplitana do Porto.
    Temos eventos que passam na televisão inglesa ( red bull air race e corrida de clássicos ).
    As águas das praias não são tão limpas quanto Gaia? Seguramente, mas para lá caminha. Sou surfista amador e posso dizer lhe que hoje é um prazer descer á marginal e aproveitar o trabalho que por lá se fez.
    Resumindo, na minha visão e por muito que me custe admitir, como membro de uma das classes profissionais mais prejudicadas por esta gestão autárquica, Rui Rio é um mal menor. Houvesse melhores agentes políticos e a conversa seria outra.
    Pode não se gostar do estilo, mas não se pode negar obra.

    Por outro lado temos Elisa Ferreira, candidata do PS (partido que tão cedo não merecerá outro voto meu, em qualquer eleição). Que ao mesmo tempo que se candidatou ao Porto é também candidata ao Parlamento europeu...É preciso dizer mais?

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  9. Meu caro, a decisão (e a opinião) é livre e de cada qual.

    Quanto ao autor do post, o Rui Farinas, pode ter a certeza que se ainda não lhe respondeu é porque ainda não conectou o computador. Vai ver, que lhe irá responder.

    Um abraço e volte sempre!

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  10. seguramente que a decisão é livre. a opinião igualmente. factos, nem tanto. são o que são.
    foi no espírito de contraditório que deixei aqui a minha contribuição para este debate.
    espero que o autor se junte a nós oportunamente.
    saudações e até á próxima.

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  11. Caro Cidrais,

    Creio que deixei escapar um detalhe quanto aos seus comentários sobre Rui Rio.

    Desculpe, mas, considerar requalificação urbana ao que esta autarquia tem feito é admitir que daqui a 20 anos tenhamos o 1º. quarteirão da cidade totalmente recuperado, e isso não é nada. Já consultou o meu blogue As Casas do Porto? Creia que o que lá está não são fotomontagens, são factos!

    A Casa da Música, o Metro do Porto, a requalificação da marginal do Douro/Porto, o Parque da Cidade, goste-se ou não, são obra do Fernando Gomes, não de Rui Rio. O Edifício Transparente foi finalmente utilizado, mas já lá estava.

    É preciso mesmo muita boa vontade para transformar pequenas coisas em grandes feitos, e eu isso recuso-me a fazer a Rui Rio ou qualquer outro que tenha a infeliz ideia de lhe copiar o estilo.

    Tenha paciência, mas para mim, Rui Rio, não! Nem pintado!

    Um abraço

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  12. Só agora tive a oportunidade de voltar à net e de ler o comentário assinado por Cidrais. O facto de verificar que o meu amigo Rui Valente saiu à liça, não me inibe de me pronunciar.

    Pensei que tivesse ficado claro que a tese central do meu post era que:
    1 - A gestão municipal de Rui Rio tem sido prejudicial para o Porto.
    2 - Pelo contrário, L.F. Menezes tem uma obra fantástica em Gaia, induzindo um progresso na cidade que talvez não seja visível à distância, mas que se vê nitidamente a partir daqui.
    3 - Este prolongado subir de Gaia e descer do Porto, com a fuga de pessoas, empresas e instituições do Porto para Gaia ( e olhe que há muitas) é uma situação insustentável a longo prazo e consequentemente tem de ser travada através de uma saudável competição com Gaia.

    Nada mais que isto, que me parece ser uma posição legítima de qualquer portuense.

    Quanto à questão de Porto e Gaia serem a mesma cidade(coisa que alegadamente eu ainda não percebi) há que distinguir o sonho da realidade. Porto e Gaia deveriam efectivamente ser uma única cidade(seguindo o frutuoso exemplo de Buda e Peste) a que se juntariam, ou não, outros municípios limítrofes. Mas por enquanto não são, e esta realidade incontornável é penalizadora para os dois burgos. Dizer que é indiferente que sejam ou não um único município, é uma uma opinião no mínimo bizarra e até perigosa, pois pode adormecer a necessidade de lutarmos para que o rio Douro deixe de dividir artificialmente aquilo que na realidade é uma entidade única, chame-se Portogaia ou, como eu preferiria, Portucale.

    Desejo-lhe uma feliz estadia nessa maravilhosa cidade de Londres, e apareça sempre.

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  13. A propósito do Rio, recomendo a leitura de uma entrevista com António Reis na JN de ontem: é sintomática e explica tudo acerca do Rio.

    Um abraço

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