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Que se passa senhor Presidente? Podemos saber? |
Há redundâncias que deviam ser evitadas, porque quando são muitas vezes repetidas existe o perigo de perderem objectividade. Ninguém de boa fé (a boa fé também está em crise) pode negar que Pinto da Costa foi o maior responsável pelo grande salto do FCPorto para os podiuns de campeonatos e troféus, dentro e fora de portas, conseguido desde que Portugal conseguiu realizar eleições livres e aproximar-se um bocadinho daquilo que devia ser uma Democracia mas ainda não é.
Desde os anos 70, o FCPorto liderado por Pinto da Costa, foi o clube nacional que mais evoluiu, e simultaneamente o clube mais perseguido e discriminado pelo centralismo, o que só enaltece a competência e capacidade de luta do seu Presidente. Por isso, tornou-se já uma redundancia reconhecer o histórico vitorioso da sua carreira de dirigente. E se alguém quiser tirar dúvidas sobre o que de positivo escrevi acerca de Pinto da Costa, basta pesquisar um pouco neste blogue e ficará logo esclarecido. Mas, hoje não vou elogiar Pinto da Costa nem os membros da SAD, porque não o merecem. Também não merecem que os diabolize, mas não me vou poupar a escrever o que penso, como sempre faço.
Numa época desportiva em que os adeptos confiaram mais uma vez nas decisões de Pinto da Costa, não porque gerassem consenso espontâneo, mas por estarem habituados à sagacidade do líder portista, e num ano em que o FCPorto "assumiu" a propriedade de um canal de televisão, tudo correu mal, muito mal mesmo.
No futebol, P. Costa falhou ao contratar um treinador extemporâneamente, inspirado apenas no curto currículo de um honroso 3º. lugar, e falhou por não cuidar de conhecer outros predicados importantes da sua peronalidade, como a capacidade de liderança, factor que no FCPorto raramente era negligenciado. Falhou igualmente ao não exigir da Direcção do Porto Canal um projecto de televisão politicamente bem definido e estruturado, e provavelmente errou também na escolha do director geral. Se a displicência na organização dentro do canal salta a olhos vistos, a falta de liderança também, parecendo curiosamente uma cópia do que aconteceu no futebol. Estranhas coincidências estas, ou antes indícios de que algo vai mal na alma (estrutura interna) do Dragão? Pois, dir-me-ão os que convivem mal com a crítica, nem sempre se pode ganhar... Treta! O FCPorto desta época não se limitou a perder o campeonato e perder todas as provas que dispotou, o FCPorto mostrou sobretudo uma falta de ambição e de qualidade futebolística como já não se via há muitos anos! O FCPorto não teve uma época menos boa, teve uma época miserável e de verdadeira anarquia administrativa! O grande enigma é descobrir por que é que Pinto da Costa não agiu antes de deixar a equipa esgotar toda a confiança naquilo que ainda sabia fazer, teimando em manter um treinador que teve o bom senso de apresentar a demissão por várias ocasiões (três, segundo consta)...
E quanto aos adeptos, e aos sócios, que dizer? Durante esta penosa época o que fez Pinto da Costa por eles, que demonstrasse respeito e consideração? Nada! Nem pelos adeptos, nem pelos sócios, nem pelo futebol, nem pelo mesmo pelo futuro do Porto Canal. O FCPorto demitiu-se claramente de acompanhar, intervir, planificar e de gerir, em quase todas as frentes em que esteve envolvido, e isto tem forçosamente de ter uma explicação. Pena é, que tenham de ser as consequências (desastrosas) a acelerar a futura descoberta das causas, e não - como devia - a intervenção atempada do líder portista que actualmente se tem mostrado estranhamente distante dos adeptos.
Paradoxalmente, P. C. permite que o Porto Canal continue a avançar numa onda de vulgaridade, sem um projecto definido, ambicioso, original, assumidamente regional e descomplexado. Custa-me admiti-lo, mas o anterior director do Porto Canal, por sinal um benfiquista, foi bem menos centralista e complexado que o actual director que parece nitidamente incapaz de organizar ou gizar uma linha orientadora com cabeça tronco e membros. Ali, não se vê uma ideia clara do que se quer realizar. Copia-se apenas, e mal o que já há na capital. Expondo de forma displicente as fragilidades de uma actividade mediática como é a televisão, sem se notar um esforço de mudança para progredir, sem uma explicação reveladora de respeito pelas audiências da região, expõe-se também à chacota pública dos inimigos da descentralização, e até dos próprios portuenses e nortenhos. E o FCPorto, versus, estrutura directiva, é o único e principal responsável pelo descalabro.
Gostava de pensar que Pinto da Costa não perdeu as faculdades que o caracterizaram, mas se não as perdeu que fale, que diga de uma vez o que pensa seriamente fazer no futuro próximo. Manter-se calado, passivo, quase incomunicável, é no mínimo estranho e fomenta a especulação.
Se a ideia é continuar nesta onda de mistério, então P.C. pode perder a legitimidade para se indignar caso alguém lhe falte ao respeito e a credibilidade que tanto lhe custou conquistar.
Subir é custoso, fácil, muito fácil é escorregar...e cair.