21 março, 2015

FCPorto que não sabe aproveitar os erros dos adversários


Um FCPorto bipolar é o que temos visto esta época. Uns dias depois de uma jornada europeia espectacular contra o Basileia  e  posterior victória sobre o Arouca, com alguma dificuldade, que fez renascer a confiança aos portistas, o FCPorto não teve arte nem engenho para aproveitar a escorregadela do Benfica em Vila do Conde e ficar apenas a um ponto do rival regimental.

Para não me alongar mais, porque estou naturalmente insatisfeito com o resultado e com a exibição da equipa - lenta e pouco determinada -, cheguei à conclusão que, se equipas com um plantel muito inferior conseguem dificultar tanto a vida ao FCPorto, então se o Bayern de Munique quiser, nem precisa de atacar, basta fechar-se muito bem na defesa para passar nas calmas as duas eliminatórias. Isto, se o Bayern fosse equipa para se remeter à defesa, que não é de todo, como toda a gente sabe. Portanto, cuidado, podemos ter uma decepção muito grande...

Sem querer extrapolar para outras condicionantes, a verdade é que este ano, esta bipolaridade parece transmitir-se  a todas as modalidades (Andebol, Hóquei em Patins e Futebol Júnior). Parece faltar estofo e moral às equipas para, quando estão em vantagem no marcador, saber gerir essa situação e tirar partido dela sobre os adversários.

Só falando de hoje, vi os juniores sub-19 perderem a poucos minutos do fim com o Guimarães por 2-1, depois de estarem a ganhar por 0-1,  vi  o andebol com a equipa dinamarquesa do Skjern em que o FCPorto também esteve a ganhar por 23-20 e a poucos minutos do final deixou-se derrotar por 23-24. No hóquei o ambiente parece também não ser o melhor, e talvez tenhamos a confirmação já este fim de semana contra o Benfica para a Liga Europeia.

Ninguém de boa fé me pode garantir que a liderança frouxa e atípica de Pinto da Costa das últimas épocas não tenha reflexos no comportamento dos atletas. Na minha opinião, tem. Isto, já para não falar da permissividade do líder portista, quase cooperante  com as arbitragens hostis e abertamente sectárias com o FCPorto. 

Cada vez me convenço mais ter chegado a hora de Pinto da Costa passar o testemunho...


Links de interesse local







Sinais dos tempos

 

Serafim Ferreira foi jornalista no Jornal de Notícias. Podem ler aqui a notícia da sua morte. 

20 março, 2015

O nazismo da pasquinada



Falta o Record, para completar o leque dos pasquins ditos desportivos. Mas também não faz falta, porque, como toda a gente sabe, alinha pela mesma especulação dos que aqui estão plasmados. Pode, no entanto ler-se no Google a capa, que diz assim: "Lopetegui arrasa expulsões a favor do Benfica" (o link foi retirado...).
Como é simples de constatar, este lixo jornalístico, passa despercebido nas mais altas figuras da nação. Não sabem, ou se sabem, fingem que não sabem o que se passa. Mas podem ter a certeza, que se um dia algum adepto portista pregar uns murros bem dados nalgum dos responsáveis por estas provocações, essa figurinha imprestável chamada Cavaco Silva, sairá finalmente da sua carapaça de tartaruga para se insurgir contra a violência... Como lhe é habitual, sempre fora de tempo, sempre dentro da irresponsabilidade que o define.
Lopetegui, tudo tem feito para se esquivar das questões cretinas e descontextualizadas dos profissionais pasquineiros. Ele bem tenta pragmatizar as conferências de imprensa, mas quando responde, transcrevem as suas palavras como se tivesse sido ele a fazer as perguntas.  Então, o folclore transfere-se dos pasquins para os programas de televisão, onde tudo é feito para diabolizar o treinador do FCPorto, dando a entender que é ele quem está a tentar pressionar os árbitros. A ideia é essa. De jornalismo isto não tem nada. 
Isto é nazismo, à velha maneira hitleriana. 



18 março, 2015

Gráficos / Porto Canal


Sem ter qualquer conhecimento da fonte deste gráfico, não posso assumir a sua fiabilidade. No entanto, e independentemente deste detalhe importante, considero algo abusiva a comparação com as estações referidas. Primeiro, porque, ao contrário dos outros, o Porto Canal não é um canal  de âmbito exclusivamente desportivo, é generalista, por isso apelativo a um universo de espectadores mais heterogéneo, mais alargado.  Não quero com isto dizer que prefira o modelo dos canais acima referidos, bem pelo contrário, o que acho, e não me parece correcto, é que não se devem comparar coisas incomparáveis.

Sendo mais portista que português, e mais portuense que bom chefe de família [segundo os cânones bafientos do Estado Novo], gostava muito que o Porto Canal fosse a referência mediática que a cidade há muito precisa. Mas, por aquilo que venho observando, e que já aqui comentei, a coisa não aponta para esse caminho. 

Fora do âmbito desportivo, aboliram-se abruptamente e sem explicação, os poucos programas de interesse público (como o "Pólo Norte") e conservaram-se os medíocres (como o "Parlamento das Regiões), de chicana política imprestável, para os que se interessam a sério pelo futuro das regiões. De novo, ou original, nada digno de registo. Há uma clamorosa falta de ideias, e tecnicamente um aparente descontrole na supervisão. Ainda não é possível ao espectador com cabo consultar a programação, através das novas ferramentas dos servidores, por exemplo. Pelo que fui registando, preferem remeter para o site do canal toda a informação, o que não é nada prático, quando qualquer canal menor já o consegue fazer usando a tecnologia da NOS, ou da MEO. Ao fim de semana, à hora do almoço de sábado, não há telejornal, limitam-se a reproduzir o programa Territórios, empurrando os espectadores que querem ver as notícias para os canais da concorrência...

Vale portanto ao Porto Canal de Júlio Magalhães, os conteúdos desportivos do FCPorto, que não sendo extraordinários, sempre servem para aumentar as audiências e disfarçar o muito que ainda está por fazer em matéria de informação e programação geral. Há ainda um sem número de pessoas do Porto e de outras cidades do Norte que ninguém se lembrou de entrevistar ou mesmo para colaborar, e continua-se a convidar os mesmos de sempre da capital, numa clara manifestação de provincianismo que nada tem a ver com a hospitalidade que nos caracterizava.

Os presidentes de Câmara nortenhos, são quase sempre os mesmos (Guilherme Pinto, Ribau Esteves, os mais assíduos), os outros só aparecem remotamente. E sobre o Presidente da Câmara do Porto, continuamos sem saber por que é que ele nunca foi convidado, ou se foi, porque razão não aceitou o convite. Goste-se ou não, Rui Moreira é o actual Presidente da Câmara do Porto, e nada justifica que os portuenses não tenham merecido até hoje a menor explicação para essa ausência. Seria bom, que quando puxam dos galões do interesse público, da tal janela do Porto aberta para o Mundo, que os responsáveis alegavam querer fazer do Porto Canal, se lembrassem que os portuenses não são estúpidos, que merecem mais respeito, e vêem que essa janela continua fechada para o seu Presidente da Câmara.

PS-Sobre Rui Moreira, o seu portismo, e o seu apêgo à cidade do Porto, falarei um destes dias. Das suas divergências com Pinto da Costa, também, embora com reticências para ambos...

17 março, 2015

CA da FPFutebol é descarado e cínico!

O Jornal de Notícias está cada vez mais parecido com os pasquins de Lisboa. Não tarda muito, saio definitivamente da sua lista de leitores. Não é só pela notícia que aqui abordo, mas também por uma certa tendência para copiar o protagonismo do tom de vermelho  dos parceiros lisboetas. Veremos se isso não passa de uma fase infeliz ...

Fiquei fascinado com o cantinho da capa de hoje reservado à miserável arbitragem de Cosme Machado no jogo do FCPorto com o SCBraga para a Taça da Liga onde se pode ler à boa moda do Correio da Manhã, que o Relatório do Conselho de Arbitragem "arrasa Cosme Machado e dá razão ao FCPorto"(sic)Formidável, não acham? E sobretudo, muito oportuno, não é verdade?

Estes clones de políticos do Conselho de Arbitragem da FPF, trapaceiros e incompetentes, decidiram dar finalmente um ar da sua graça, depois de o clube do regime, que os controla, ter sido sistematicamente protegido pelas arbitragens com influência na classificação geral, para dizer que existe, e que até é eficiente...

Naturalmente que, para fazer "justiça", tinha de escolher um jogo da Taça da Liga, e com o SCBraga, porque os jogos do Campeonato e as arbitragens que levaram o Benfica ao colo e prejudicaram o FCPorto, foram todos impecáveis, como sabemos. Ou então, só lá mais para a frente, quando matematicamente já não fôr possível destronar o "glorioso" do trono do Campeonato, é que vão acordar e falar das más arbitragens.

Tanto cínismo!

PS:
Mesmo que a decisão do CA tenha derivado de uma queixa do FCPorto, a razão agora reconhecida  pelo CAR ao FCP, e a culpa do árbitro, pecam por omissão do CA. Além disso, prova que o FCPorto errou quando consentiu, durante vários jogos do Campeonato, sem um protesto, toda a pouca vergonha que sabemos e que colocou os vermelhos com alguns pontos à nossa frente, se calhar, irreversíveis. Não me revejo neste FCPorto patético.

16 março, 2015

Políticos, fora do futebol. NOW!


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Continuo a achar muito estranha, a forma como alguns (demasiados) avaliam a política e a própria democracia. Curiosamente, os cidadãos parecem dar-se mal com a moderação. Por vezes, sou tentado a pensar que as pessoas não sabem bem o que querem. 

No tempo do Estado Novo, autocrático e autoritário, ninguém usufruía de liberdade para votar porque simplesmente não lhe era permitido, a não ser que votasse no candidato pré-eleito. A Constituição da época, previa a realização de eleições legislativas e presidenciais, porém, os resultados eleitorais eram controlados de modo a garantir a victória ao candidato escolhido. Uma fraude, portanto. "Engraçado", que na Constituição Portuguesa de 1976 do regime em vigor, a que alguns (muitos) ainda chamam democrático, também lá consta um artigo (o 256º) no capítulo referente às Regiões Administrativas que obriga o Estado à instituição das regiões, e decorridos 40 anos, a reforma  ainda está por realizar. Nunca é oportuna, dizem os "democratas"... Outra fraude, portanto, mas agora com a marosca pintada de democracia...

Estes dois pólos de regime, aparentemente distintos, parecem convergir em muitos aspectos. A hipocrisia é apens um deles. Mas, para quem como eu viveu nos dois regimes, posso dizer sem receio de me enganar, que neste capítulo o actual regime é ainda mais hipócrita que o do Estado Novo, porque se abriga atrás de uma democracia postiça para fazer o mesmo [e até pior] que fazia Salazar, e assim se livrar da fama horrenda de uma Ditadura. Mas, é uma Ditadura! A única diferença, mesmo que pouco poderosa, é que hoje (e para já), ainda podemos dizer publicamente o que pensamos deles. Mas é pouco, muito pouco para uma Democracia autêntica.

Tenho uma ideia (vivida) da dificuldade que há em organizar um partido, ou Movimento político em Portugal, sobretudo quando escasseiam os recursos financeiros. Mas a verdade é que existem partidos políticos novos já formados, e outros, como o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda, que praticamente nunca governaram. Uns, porque apostam mais na ideologia que no pragmatismo, ficando reféns dessa condição,  outros porque são incapazes de persuadir os eleitores das suas capacidades para governar, deixando transparecer algum conforto por  não ousarem ultrapassar a fronteira, de certo modo cómoda, de partidos da oposição.

Não tendo qualquer ideia do teor dos Estatutos desses partidos (dos outros, já conheço a resposta), há um ponto tremendamente importante (para mim, pelo menos, é), que gostaria de descobrir, que era saber se nesses estatutos consta alguma alínea que iniba os militantes de participarem como comentadores clubísticos, caso cheguem a deputados. Não preciso que me lembrem, que não seria por uma medida desta natureza que esses partidos passariam a ter credibilidade para governar, mas era um princípio, um pequeno passo, uma forma de dizer não à actual promiscuidade praticada  por políticos, e ex-políticos, curiosamente, dos partidos do arco da governação...

Quando mais acima dizia que os portugueses não sabem bem o que querem, era aqui que queria chegar. As leis, os regulamentos, os limites, são extraordinariamente difíceis de coabitar com a Liberdade, porque implicam compreensão e respeito, logo, contenção. E é aqui que as coisas se complicam (porque dá jeito a muitos pardais). Se uma simples alínea de um Estatuto sugere contenção, um sinal de Stop, logo se levantam os adeptos do "Je suis Charlie" a reclamar, para dizer que lhes estamos a coartar a Liberdade, os direitos... Mais parecem criancinhas de infantário. 

Termino, com esta questão: sendo o futebol um fenómeno universal, onde a paixão pode toldar a razão, por que é ainda não surgiu um líder político a colocar juízo na cabecinha dos candidatos aos órgãos do poder, e a exigir que nas fileiras do partido só entre gente com capacidade para entender que misturar o futebol com a política pode ser o primeiro passo para a sua própria descredibilização?

Das duas, uma: ou ainda não o fizeram porque "não se lembraram", ou querem fazer de mim um iluminado (que sei que não sou), ou em última hipótese, os políticos são mesmo todos iguais e ainda não entenderam a essência das diferenças, e das responsabilidades.