14 outubro, 2011

Carpenters - Close to you

Os "papás" que não pedimos, nem queremos


Se me perguntassem, há trinta e sete anos, quando a Democracia em Portugal dava ainda os primeiros passos, se imaginava que ela fosse a palhaçada que é hoje, respondia logo que não, e que nesse caso, preferia que a Revolução dos cravos não tivesse acontecido. No entanto, como a grande maioria dos portugueses, rejubilei de alegria com o 25 de Abril.

Com vinte e poucos anos vividos no Estado Novo, repartidos entre Salazar e Caetano, supus que, com maior ou menor dificuldade, Portugal, exaurido com inúteis guerras coloniais [em que voluntária e ingenuamente participei], ia finalmente livrar-se do isolamento político internacional e avançar para um modelo de Democracia semelhante ao dos países escandinavos, que, tal como agora, continuam a ser mestres na matéria. Ainda era cedo para descobrir que os novos líderes políticos que então foram tomando conta do poder transportavam consigo o vírus do oportunismo e da falta de rigor dos que os antecederam. Com uma agravante: tal como agora, sem ponderar as consequências malignas que decisões apressadas normalmente trazem, entenderam [mal], que em Democracia a Liberdade dispensava a Autoridade. Ora, como sem um sistema de Justiça limpo, livre de velhos resíduos ditatoriais, a Autoridade colapsa, o resultado é o que sabemos.

É claro que, agora, a crise global vem mesmo a calhar, é o perfeito bode expiatório da irresponsabilidade de todos aqueles que até hoje participaram em sucessivas governações, sem qualquer sucesso. No entanto, como líderes incompetentes geram povos frouxos, nunca lhes é cobrada a responsabilidade que, por norma, são obrigados a jurar nas solenes tomadas de posse. Caso contrário, seria impensável assistirmos a este espectáculo aviltante e despudorado que é vê-los enxamear os estúdios de vários canais de televisão para darem pareceres sobre aquilo que já deram provas cabais de não perceber. E... são pagos por isso!  Isto, note-se, na fase mais difícil e austera da história recente portuguesa!

Que posso eu mais dizer? Que me intriga ignorar o que cada cidadão pensará, cada vez que assiste a estes espectáculos? Que conclusão extrai da verborreia de todos esses 'especialistas'? Que mais valia advirá para o país das suas opiniões? O que é que aquela gente [muito concorrida] vai fazer, dia após dia, aos estúdios de televisão, que não seja dar um péssimo exemplo daquilo que não deve ser feito?  Por que é que as televisões não optam por ouvir gente credível, em vez de continuar a ouvir quem já provou incompetência e em muitos casos até, desonestidade? Porque não ouvem o povo e incitam os políticos a ocupar o tempo a trabalhar nos seus próprios gabinetes? Será este o paradigma da tão apregoada meritocracia? Eu acho que as estações de televisão, não só estão a prestar um péssimo serviço ao pais, como estão a ser cumplíces de quem contribuiu para o levar ao estado de pré-falência a que hoje chegou.

Os "nossos" políticos e ex-políticos, antes de irem à televisão, deviam ser obrigados a ensaiar tanto a postura como o verbo. Qualquer espectador minimamente instruído tem dificuldade em conter-se face àquilo que é "obrigado" a ouvir, e ver. Além de se copiarem uns aos outros, falam para nós com preocupantes requintes de sadismo, como se fossemos criancinhas ou atrasados mentais. Só falta mesmo, é vê-los de dedo em riste, dizer que levamos tau-tau se não comermos a sopinha... Raios! Não precisavam de nos torturar todos os dias,  a toda a hora, para nos dizer que a crise ainda nem começou, que vai piorar, que em 2012 é que vai doer, etc., porque afinal de contas, foram eles que se portaram mal, foram eles que disseram que sabiam fazer, e fizeram mal. Eram eles que deviam pagar a crise. A menos que, além da miséria que se avizinha, queiram transformar o país num hospício a céu aberto. Ou estarão eles a procurar "amansar-nos"?

Pois se estão, pela parte que me toca, podem ter a certeza que os efeitos/resultados, são enganadores. É que, quanto mais falam da crise, mais vontade sinto de ir para a rua, imitar os gregos...

PS-Que fenómeno científico, cívico, ou psicológico poderá explicar a crónica amnésia que assola os cérebros dos nossos políticos para não seguirem exemplos destes?

Será por que a Suécia é um país do terceiro mundo, ou porque Portugal é do primeiro ?  

13 outubro, 2011

Código de cores para daltónicos ColorAdd chega ao metro do Porto


Miguel Neiva
O ColorAdd, um código de cores universal para daltónicos inventado pelo designer portuense Miguel Neiva, vai ser implementado pela primeira vez na rede de metro do Porto.

O código será testado na estação de Santo Ovídio, em Gaia, que será inaugurada sábado, mas a intenção é alargar a todas as linhas do metropolitano.

O projecto-piloto “é de grande importância, pois vai permitir a centenas de pessoas daltónicas identificarem mais facilmente as linhas que pretendem utilizar”, explica Miguel Neiva, em comunicado.

O que Miguel Neiva, de 42 anos, tem apresentado ao mundo desde 2008 é uma daquelas ideias “ovo de Colombo”: um código universal que identifique as cores, através de um conjunto de símbolos compreensível em Portugal ou no Japão. O P24 esteve recentemente à conversa com o designer.Segundo a Metro do Porto, o ColorAdd vai ser implantado na estação de metro de Santo Ovídio (Linha Amarela), mas as intenções são de alargar a todas as estações do metropolitano do Porto.

“No futuro, confirmando-se o alargamento a toda a rede do Metro do Porto, serão milhares aqueles que beneficiarão da aplicação do ColorAdd”, conta Miguel Neiva.

A estação de metro escolhida, a de Santo Ovídio, tem a particularidade de ser a primeira subterrânea da cidade de Vila Nova de Gaia e vai ser também a primeira a ter um mapa em formato ColorAdd ao lado do mapa habitual.

O alargamento do projecto só será executado após a Metro do Porto realizar um inquérito aos utilizadores daltónicos, com o objectivo de conhecer as mais-valias da aplicação daquele código de cores.

O daltonismo, normalmente de origem genética, é uma perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifestando-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho.

12 outubro, 2011

Contrastes

Político com provas dadas, a imagem da probidade
Jogador de futebol, o terror do centralismo


Procura-se um Procurador


Sábias reflexões para nobres decisões
É mentira afirmar que a Procuradoria Geral da República representada pelo reverendíssimo  Doutor Pinto Monteiro, não tem desempenhado um notável trabalho institucional,  no sentido de colocar atrás das grades o vigarista-falsificador, ex-Presidente do Benfica, João Vale e Azevedo. É mentira! Ele está preso e bem preso, só que ninguém sabe aonde. 

É igualmente mentira negar que o Dr. Pinto Monteiro tem revelado um inesgotável dinamismo  na investigação dos casos relacionados com "Exas" como: Duarte Lima, Dias Loureiro, João Rendeiro, Isaltino Morais, Ricardo Costa, Carlos Cruz, Paulo Pedroso , Luís Filipe Vieira=Benfica=Jorge Jesus=Agressões=Túneis=Aeroportos=Scolari... Todos estes casos, não foram bem casos,  foram assobios no espaço.

O senhor Procurador é uma pessoa muito dinâmica, muito competente, e muito honesta. Podemos estar seguros de que todos os suspeitos atrás enunciados, continuam em liberdade, pela simples razão de pautarem as suas carreiras por uma integridade à prova de míssil. Tanto na aparência como na atitude.

É mentira pois que, Hulk, Fucile, Sapunaru, Helton e Cristian Rodrigues, sejam simples jogadores de futebol. São sim, potenciais criminosos, porque jogam no FCPorto [uma organização mafiosa], e o senhor Procurador não brinca com coisas sérias. O que são Duarte Lima, Vale e Azevedo & Companhia, comparados com os gangsters do FCP?

Prisão para eles, já! E cadeira eléctrica, a seguir! 

Pinto Monteiro: é mentira.

11 outubro, 2011

Quanto mais te baixas...

É patente que a selecção portuguesa de futebol já não é " o clube de todos nós" , na frase criada pelo há muito falecido jornalista Ricardo Ornelas. Já foi , mas a sanha centralista e anti- portista de Lisboa acabou com isso.

Scolari foi o ponta de lança de que a comunicação social se serviu, sob a complacência cúmplice da FPF, Gilberto Madail à cabeça. O sargentão foi o pateta útil de serviço.

Inutil relembrar as ofensas e desconsiderações cometidas contra o Norte e contra o seu clube mais representativo, que por acaso até é o mais importante de Portugal. A actividade da selecção centra-se a sul. Lembram-se que foi "inventado" um centro de estágio em Évora para receber a selecção, quando tantos havia de Coimbra para cima? Os jogos principais sempre se disputam em Lisboa. Ao Norte, onde está a verdadeira aficcion, destinam os jogos secundários, aos quais provavelmente Lisboa viraria as costas porque estão de barriga cheia com os jogos mais importantes. Nessa altura, para safar a bilheteira, a Federação lembra-se de nós. As reacções dos nortenhos, ou melhor dizendo, a falta de reacções, encoraja essa corja centralista a cada vez abusar mais. Desta vez a selecção treinou no Algarve(!!) e deu uma breve fugida ao Porto para disputar o jogo. Imagino que terão ido embora logo após o apito final, não fosse os senhores da federação apanhar alguma doença contagiosa nestas terras bárbaras onde a civilização e a higiene pública ainda não chegaram.

É pensando nisto tudo que me pergunto quem seriam aquelas quase 40 mil pessoas que estavam no Dragão. Portuenses e outros nortenhos? Aquelas bandeirinhas e aqueles endereços a dizer Portugal, incentivavam quem? Portugal? Mas que Portugal? Não aquele que foi uma Nação com mais de oito séculos de História, porque esse já não existe, liquidado por um centralismo que tem feito mais contra a coesão nacional do que uma eventual Regionalização. Qual, então?

Seremos só meia-dúzia a pensar que as desconsiderações de que somos alvo há tantos anos, mereciam um boicote, um gesto de repúdio por simbólico que fosse? O que pensam a este respeito os 40 mil? Será que pensam mesmo alguma coisa? Provavelmente, nada, e esse é o mal. Pensem pelo menos no velho ditado que diz que " quanto mais te baixas, mais se vê o teu cu"...

Os ataques continuam, e a República dorme...


Tudo indica para que a Sede do Benfica seja aqui
Ainda ontem escrevi sobre a Justiça, e logo pela manhã sou confrontado com a sua alegre decadência.

Escondida atrás do rosto de uma suposta jornalista que se presta a exercer tarefas impróprias de uma pessoa de bem, a decadência manifestou-se - como não podia deixar de ser -, abrindo o noticiário de desporto para anunciar a aquisição de um novo jogador para o Benfica. Esta, é uma das rotinas da RTP, começar sempre, sempre, por falar do Benfica, roubando esse privilégio ao FCPorto, que é o verdadeiro campeão e o clube português com mais títulos conquistados. Outra rotina da RTP, é conceder essa primazia, excepcionalmente, apenas e quando é para anunciar algo que possa denegrir a imagem do FCPorto. Foi o que aconteceu [mais uma vez], hoje.

Logo a seguir à notícia sobre o Benfica, uma menina de vestido amarelo - espelho perfeito de uma moça de recados-, "informou" o país profundo, através do Correio da Manhã [fonte credibilíssima], que o Ministério Público quer cinco [cinco, imaginem!], jogadores do FCPorto na prisão!  

Apesar dos nortenhos, em geral, e os portistas por maioria de razão, estarem [MAL] habituados a ser discriminados, e claramente provocados, notícias destas são inadmissíveis, sobretudo agora, numa altura em que os responsáveis pela crise [a classe política] andam a pagá-la com o dinheiro dos contribuintes, com belos apelos patrióticos à austeridade. Então, é com este tipo de "notícias", mentirosas e infundamentadas que se dão exemplos de poupança? 

Onde está então a autoridade neste país? Será mesmo que, até a Presidencia da República, a Assembleia  e a Procuradoria Geral, e quem as representa, acham que em Democracia está proibido o exercício da real autoridade? Qual é, afinal, a diferença entre a autoridade oficial, e essa outra, hoje anunciada pela RTP via pasquim, Correio da Manhã?  Qual é, se não reagem a estas poucas vergonhas? Eu penso que nenhuma!

Saiba pois, senhor Cavaco, que eu vou continuar a borrifar-me para os seus apelos patrioteiros, especialmente para aqueles que convidam os portugueses a votar. Votarei sim, no dia em que puder expulsá-los do poleiro, onde nunca teriam pousado os pés, se vivessemos num país a sério e de dirigentes sérios. 




10 outubro, 2011

Lavar democraticamente a Justiça, é viável ou utópico?


Ia começar por dizer que sou um leigo em Direito, mas pensando melhor, achei desnecessário o preâmbulo, pois pareceu-me modéstia a mais face à incompetência evidenciada por todos aqueles que deviam dominar o assunto, preferindo queimar o tempo em querelas, a esgrimir argumentos sem dar sinais de se querem entender. 

Por exemplo, hoje, Marinho e Pinto fála-nos no JN de duas espécies de criminosos, segundo uma teoria de um professor de Direito Penal alemão [Gunther Jakobs],  aqui , devidamente explanada.

Como já o afirmei em várias ocasiões, nutro alguma simpatia solidária e intelectual por Marinho e Pinto, por saber quão perigosa e desigual é a luta que vem travando com os velhos [e novos] acomodados do regime, sejam eles colegas de profissão, magistrados ou juízes.

Como é de Justiça que se trata [ou da falta dela], procuro que essa simpatia não me turve a lucidez e se mantenha racional, sem nunca descurar as opiniões dos seus adversários. A verdade, é que estes últimos, por aquilo que até ao momento consegui saber através da imprensa e da televisão, não têm apresentado argumentário à altura do "incómodo" bastonário. Também, não ignoro a dificuldade que deve ser desenrolar este complicado novelo em que se tornou [ou sempre foi] a Justiça portuguesa.

Independentemente de se apreciar ou não o estilo de Marinho e Pinto, não acredito que haja alguém de boa fé, que não veja nele um homem com uma forte determinação em levar alguma ordem e eficiência ao sistema de Justiça, mesmo quando parece defender causas que os media e a opinião pública já condenaram por antecipação aos Tribunais. Outra das suas preocupações, é querer levar ao extremo o cumprimento rigoroso da Lei, mostrando-se quase sempre mais empenhado em defender do que acusar, o que, diga-se em abono da verdade, o iliba do pretenso populismo de que é acusado pelos seus adversários, pois todos sabemos que é muito mais simpático e mediático acusar, do que proteger. Depois, quando vemos juízes, como Rui Rangel, prestarem-se à humilhação pública de  "saltar" da cadeira do tribunal para a de comentador desportivo [mesmo que em regime de part time], percebemos finalmente quem é vulnerável a populismos [ou benfiquismos, é igual]...

Há, contudo, um senão. Sou eu quem o diz, e vale o que vale, mas é a minha convicção profunda. A Justiça, - tal como todo o regime político do país -, precisa urgentemente de ir à "lavandaria", desinfectar-se dos parasitas que estão a atrofiá-la. Antes porém, há que detectar os parasitas e... eliminá-los. Só que, tenho dúvidas que os pergaminhos legalistas de Marinho Pinto resistam à força corporativista dos sindicatos da Justiça, que além de prepotentes, continuam a ignorar o fundamental em benefício do acessório.

Acima dos direitos, ou dos interesses pessoais dos magistrados, impera a Justiça, e acima das corporações estão os seus bons elementos. Sem bons elementos, não há boas corporações, nem boa Justiça. Deviam portanto, tais corporações, ser necessariamente constituídas por bons juízes, purgando-se, com critério e justiça, das ovelhas tresmalhadas, sem tardança, mas com firmeza democrática... Aqui chegado, retomo o início do parágrafo anterior e os legalismos exacerbados de Marinho Pinto:  saberá a democracia portuguesa [e já agora, Marinho Pinto], que a firmeza é uma componente indissociável da autoridade?

09 outubro, 2011

"Austeridade e coerência"... Deixa-me rir


Para se ser sério, e merecer tal reputação, não bastam o estatuto, as poses estudadas, ou o discurso enfatizado de circunstância. Isso, é apenas um mero e enganador invólucro. A classe política, por aquilo que vamos sabendo,  continua a contentar-se com o invólucro.

Svetlana Zakharova