25 outubro, 2008
À ATENÇÃO DO SR. JESUALDO FERREIRA
Faça um grande favor aos adeptos portistas e à Administração do Futebol Clube do Porto:
DEMITA - SE !
Movimentos ecológicos, esses «teóricos»
E os militares, já não servem para nada?
Ainda tenho bem viva a palavra de ordem clamando que "o lugar dos militares era nos quartéis", mas convirá não exagerar e, de vez em quando, reavivarmos a memória, para nos lembrarmos, por exemplo, que se eles não tivessem saído das casernas, provavelmente não nos teríamos livrado tão cedo, do anterior regime. Poder-se-à argumentar que os ganhos ficaram muito aquém das expectativas e, na minha opinião, com carradas de razão, mas há uma liberdade de opinião que devemos em grande parte ao Movimento das Forças Armadas (MFA).
Daí que, este artigo do Gen. Loureiro dos Santos me pareça merecedor de uma leitura atenta.
Os Papagaios
E vem isto a propósito de quê? A propósito de certos 'regionalistas' que na ânsia imoderada de 'botar faladura' sobre tudo e mais alguma coisa dizem coisas que constituem verdadeiros atentados ao bom senso e acabam por prejudicar os interesses das populações. Parecem mais verdadeiros inimigos da Regionalização que seus defensores.
Afirmar que "o governo adia novamente a questão da resolução dos problemas em torno da variante da Trofa", como afirmou um dos intervenientes num debate radiofónico no Radio Clube Português (Emissão Minho), quando a obra já está em curso há um par de meses, além de demonstrar uma enorme impreparação e falta de conhecimento para discutir os assuntos, e um gritante alheamento da realidade, mesmo quando ela mora na freguesia ali ao lado, é prejudicial, e descredibilizante, para todos os que levam esta luta pela Regionalização a sério e não estão nesta 'guerra' apenas com o fito de se promoverem politicamente.
Se há assunto em que o governo central não deve ser criticado é nesta questão da variante da Trofa. Muito pelo contrário deve ser elogiado porque, nos termos a que estamos habituados em Portugal, a resolução até foi bastante célere. Ao contrário de, por exemplo, Vila Franca de Xira (Sim, lá no Sul, em particular na AML, também são gente e têm fundadas razões de queixa do centralismo e da megalomania das grandes obras públicas), que reivindica o mesmo há décadas e assiste impotente à morte frequente de vários dos seus cidadãos nas perigosas passagens para peões da sua estação ferroviária. E, convém esclarecer, a duplicação da via na Trofa nunca esteve em causa e já podia existir há anos. A própria edilidade da Trofa é que o impediu. A Trofa sempre reivindicou a passagem do comboio em túnel, tal como Espinho, por uma questão urbanística, para que o comboio deixasse de ser uma barreira que dividia a cidade em duas partes. Num país com as carências de Portugal, convenhamos, só com muito esforço se pode considerar este assunto como prioritário. Espinho e Trofa tiveram um privilégio que nem Lisboa tem.
Certos aprendizes de político, frutos das várias 'Jotas' do sistema, não nos trazem nada de novo. Continuam com os mesmos vícios e falta de qualidade dos seus mentores. Aliás, as 'Jotas' devem ser as entidades menos inovadoras que existem em Portugal. Trinta anos depois do 25 de Abril continuam a produzir a mesmíssimo medíocre produto. Nem o rótulo mudam.
24 outubro, 2008
«Competências» da C.M. do Porto...
NOTA:
- Hipótese 1ª. - *Carlos (João Chambers) Ramos, Arquitecto, nascido no Porto em 1897 e falecido em Lisboa em 1969, que realizou obra importante de arquitectura, obtendo sempre altas classificações em concursos oficiais. Foi também professor e Director da Escola Superior de Belas Artes do Porto.
- Hipótese 2ª. - Carlos (Augusto) Ramos, famoso Pintor paisagista e naturalista, nascido em Coimbra, em 1912, e falecido em 1983. Está representado no Museu Soares dos Reis, onde expôs muitos do seus quadros.
* Esta hipótese parece a mais fiável. Quem tiver dúvidas, só tem de continuar a pesquisar.
Alargamento da AMP a sul
Links (JN)
Praça de Lisboa entra em obras até Abril
Hotel "low cost" já espera clientes
23 outubro, 2008
A renovação do Porto
Rui Valente, o administrador deste Renovar o Porto, lançou há pouco um novo blogue chamado "As Casas do Porto". Pleno de oportunidade, constitui uma espécie de catálogo de prédios do Porto, os bons e as ruínas. Dos primeiros não pretendo falar já que hoje o meu objectivo é referir-me às incontáveis ruínas que juncam a nossa cidade. Impõe-se uma prévia declaração de interesses para não ser acusado de “bota-abaixo” ou de “selvagem e inculto destruidor das belas antiguidades do nosso Porto”. Não que muito me incomodasse qualquer desses epítetos, mas apenas para deixar clara a minha posição na medida em que tornará mais compreensível a minha opinião.
Sou um viciado em povoações antigas e os casarios típicos encantam-me como se fossem uma obra de arte. Suponho conhecer tudo ou quase tudo o que há de interesse em Portugal, e em Espanha já visitei um grande número de antigas e belas aldeias que, tenho verificado, nem muitos dos espanhóis conhecem.
Tenho todavia bem presente um conceito que ouvi há uns anos na TV, da boca de um renomado arquitecto portuense, salvo erro Souto Moura. Disse ele que em Portugal parece haver uma confusão muito grande entre o “velho” e o “antigo”, donde resulta que muitas vezes entendemos conservar prédios, ou conjuntos deles, que são simplesmente “velhos”, no sentido em que para além de estarem degradados, não têm beleza, nem valor arquitectónico, histórico ou de qualquer outra natureza. A conclusão, e essa é de minha responsabilidade, é que a demolição deveria constituir uma solução mais vezes adoptada na renovação da cidade. Demolir muito, sem medo e sem remorsos, o que pressupõe que esta ferramenta fosse manipulada com todo cuidado. Na primeira metade do século passado, o Porto foi vítima de destruição incontrolada e irresponsável, do qual o símbolo máximo é o infeliz Palácio de Cristal. Mas não só, basta consultar as revistas antigas, como o Tripeiro, para encontrar testemunhos de belíssimos prédios ( os tais “antigos” na acepção de S. Moura) que foram demolidos e substituídos por edificações sem qualquer interesse arquitectónico. Não é isso que advogo. Mas, em sentido contrário, será que o estado das quatro freguesias centrais do velho Porto nos dignifica? Será que seremos capazes de levar visitantes ao Porto, nacionais ou estrangeiros, e percorrer qualquer delas, sentindo orgulho do que mostramos? Para mim a resposta é não. Os meus amigos visitantes a quem quero acompanhar em visita ao nosso passado, levo-os a Guimarães onde, aí sim, me sinto orgulhoso de mostrar o que os vimaranenses fizeram no centro histórico.
Tive esperança que aqui as coisas começassem a mudar quando L.F. Menezes quis derrubar as construções na encosta da Serra do Pilar. Pensei que, por arrastamento, o próximo presidente da câmara do Porto ( do actual não espero nada ) fizesse o mesmo do nosso lado. Poderia ser o início de uma nova mentalidade. Aconteceu que uma intempestiva intervenção da Governadora Civil do Porto, em nome não sei de quê, o impediu. Mais uma vez o governo veio meter o nariz onde não era chamado.
Esta questão da renovação urbana do Porto constitui um dos maiores desafios que se põe à cidade, e como tal deveria ser discutido a todos os níveis. A questão do casco antigo da cidade é por si só um problema de grande magnitude e transcendente importância. A resposta a estes complicados problemas é tão difícil que todas as opiniões seriam bem vindas. Não me lembro que esta discussão tenha ocorrido e o que acontece é uma situação confusa e aparentemente inoperante, em que se mudam organismos responsáveis pela renovação, sem critérios objectivos que o justifiquem, parecendo que a principal motivação é uma birra de um autarca que muda apenas por questões de baixa política.
Tenho duas esperanças. A primeira é que os eleitores do Porto (onde já não voto) tenham um assomo de clarividência e se livrem de Rui Rio. A segunda é que o seu substituto(a) consiga terminar um período de oito anos de imobilismo e seja capaz de dar um forte impulso à reabilitação de que o Porto tanto carece para se transformar numa cidade verdadeiramente atractiva .
SOBRE O RIGOR
dureza, rigidez.
inflexibilidade.
severidade, aspereza, austeridade.
exatidão, correção, precisão.
intensidade (do calor ou do frio).
Comportamento reprovável
In Público de 23 de Outubro de 2008
A oposição também sai muito mal deste assunto. Se sabiam de tudo isto há muito, há muito que o deviam ter denunciado, inclusivamente recorrendo à via jurídica. Por isto ser o paraíso da inconsequência é que a política está no estado calamitoso a que assistimos.
Pois… e agora? Que vai fazer Rui Rio para “avançar para a liderança deste País”? Despedir todos os boys and girls? Cá para mim já vai tarde. Talvez até para reconquistar a Câmara do Porto. Este episódio pode ter acabado de vez com a imagem de “integro” e “incorruptível” que Rui Rio gosta de cultivar. Podemos estar a assistir a um inesperado ponto de turnover em que a política é fértil.
Rui Rio, coleccionador de conflitos
Álvaro Castello-Branco votou proposta que pode dar processo para perda de mandato
A acta da reunião extraordinária da Câmara do Porto de 22 de Dezembro de 2006 é clara. O vice-presidente da autarquia, Álvaro Castello-Branco, estava presente na sala e votou o ponto cinco da agenda, "Proposta para que seja celebrado um contrato de gestão do Teatro Municipal Rivoli e se proceda à nomeação de uma comissão nos termos da proposta". Nessa comissão, cuja composição constava da proposta, estava o nome da sua irmã, Raquel Castello-Branco, o que o impediria, legalmente, de votar o documento e que pode resultar em perda de mandato.
Comentário RoP
A Lei da Tutela Administrativa, como se pode ler no ponto 2 do Artº. 8º, acima referenciado, é bem explícita. Se está lá escrito que quem, no exercício de funções, intervir administrativamente em acto de direito público incorre em perda de mandato, porque é que uma pessoa que goza da fama do rigor e da seriedade, como Rui Rio, não a soube respeitar? Por que é que deu mais uma oportunidade à especulação da Lei?
Na requalificação urbana do Porto? Na angariação de projectos ambiciosos para a cidade? Na manutenção e embelezamento dos jardins públicos? No fomento e na inovação cultural? Nos seus dotes de comunicação com os cidadãos e com os jornalistas? Na sua habilidade negociadora? Na relação com instituições de índole desportiva populares (como o futebol)? Na sua voz de comando em defesa da cidade perante o Governo Central? Na liderança do Metro do Porto? No RIGOR??? Em quê, meus senhores, digam-no por favor, mas sem insultarem as capacidades sensitivas e intelectuais dos cidadãos! Ou seja, sem fazerem de nós parvos!
P.S.
Etnografar o Norte
22 outubro, 2008
Manifestos de «credibilidade»
Portugal Contemporâneo
Ontem, no Portugal Contemporâneo, escrevia-se isto:
“Utilizar o sistema de justiça como instrumento de perseguição política é uma das características dos países católicos quando vivem em democracia. Em Espanha, a cara dessa degenerescência é o juiz Baltazar Garzón"
21 outubro, 2008
Noblesse oblige...
Boavista 2.0
Aqui vai o meu contributo inicial:
A - Transportes públicos
Na Tertúlia do Guarani, realizada em Janeiro de 2005, a minha honestidade foi posta em causa por ter tido o atrevimento de referir que os doze minutos do metro a descer a Avenida, grande recorde possível apenas com um magnífico e ambicioso plano, nem eram grande coisa, pois esse tempo era já à altura suficiente para um autocarro descer a Avenida até à Fonte da Moura, utilizando a faixa central (comprovado por experiência diária).
Obviamente que nas horas de ponta isto pode não ser possível pois o autocarro só entra nesta faixa depois do Bessa, mas utilizando uma faixa total entre as duas rotundas, o tempo poderia até ser encurtado.
Fazendo contas rápidas:
Medindo no Google Earth, a AB mede 4,93 Quilómetros.
Sem paragens, a uma velocidade média de 30 Kms/h, 10 minutos seriam suficientes para uma autocarro fazer a avenida toda (e até à Fonte da Moura são apenas 2,85 Km).
Pelas minhas contas, a AB tem 15 paragens, o que um tempo de paragem médio de 40 segundos, levaria o percurso para os 20 minutos. Admito que este valor pode pecar por defeito – nunca contei o tempo de paragem.
Não parece nada mau para um meio tão Neandertal como o autocarro, certo? No site da STCP podemos ver que actualmente, sem trânsito, não anda muito longe disto – a linha 502 leva 8 minutos no percurso entre a Casa da Música e o Castelo do Queijo.
Os tempos podem ser melhorados, ao encurtar a paragem, o que é possível ao adoptar-se um sistema como o do metro, em que o andante é validado na própria paragem.
Postos estes factos, entendo que não há grande necessidade de ter outros transportes colectivos na AB, uma vez que o canal central pode ser utilizado para um meio talvez um pouco menos eficiente, mas que exige um investimento de curto prazo seguramente menor.
Outra vantagem dos autocarros, é a sua flexibilidade – a inexistência de carris, permite que a faixa bus possa ser gerida de acordo com as horas de ponta, podendo ser estabelecida a sua utilização alternada mediante a hora do dia, pelo menos em zonas menos sensíveis e sem paragens - creio que a única zona entupida nos dois sentidos na hora de ponta é a a do acesso à VCI - As zonas de condução alternada poderiam ser assim mais estreitas, permitindo o alargamento dos passeios e a instalação de equipamentos como esplanadas, “ancoramento” de bicletas, etc.
A utilização do autocarro deve ser fomentada, havendo algumas condições que podem ser criadas, como melhores abrigos ou criação de uma marca própria, Linha da Boavista, que poderia corresponder a um shuttle entre as rotundas. Há exemplos inspiradores que poderiam aqui ser aplicados, como a rede de transportes de Curitiba, promovida pelo Jaime Lerner, da qual destaco, como tendo aplicação directa, os autocarros biarticulados e os abrigos destacados na página Wikipedia .
B - Vias amigáveis para bicicletas
A afectação de duas faixas de rodagem a corredores bus e a necessidade de alargamento dos passeios não darão margem de manobra para colocação de ciclovias. Concordando com o Alexandre Gomes, não vejo também grande necessidade, uma vez que uma via sempre a subir (quem desce também sobe) não é muito amigável. Veria antes com bons olhos, um sistema de transportes como o TriMet, tansportes intermodais de Portland (EUA), cujos autocarros estão preparados para transportar bicicletas, e que neste caso fariam a ligação entre o metro na CdM e o Parque da Cidade / Foz.
Poderia ainda assim ser reservada uma faixa para bicicletas apenas no sentido descendente, sem comprometer grandemente a largura dos passeios.
Ficam aqui as minhas primeiras sugestões. Aguardo comentários.
Renovar o Porto
Caros amigos,
É minha vontade contribuir positivamente para a discussão dos temas relacionados com a Região Norte em geral e com o Porto em particular.
20 outubro, 2008
Susceptibilidades...
Outdoor
Democracia sim, mas com ordem!
Nota:
Laboratórios de Guimarães burlaram Serviço Nacional de Saúde durante anos
19 outubro, 2008
O jornalista que escreveu sobre Portugal sem sair de Lisboa
O artigo é arrasador, verdadeiro e factual em muitos pontos, mas sofre por ter sido escrito por alguém que obviamente não saiu de Lisboa, que não se deu ao incómodo de visitar pelo menos a segunda cidade do país e aí auscultar os seus protagonistas económicos e políticos. Deste modo limita-se a veicular opiniões alheias que são nitidamente o modo como em Lisboa se vê o Norte: sob um prisma faccioso e até mesmo insultuoso, a traduzir ignorância e desprezo. E assim é que o jornalista transmite aquele cliché que é caro a Lisboa e que diz que, decerto por curiosa aberração da Natureza, os empresários nortenhos são todos boçais, novos-ricos, incompetentes e vaidosos. Supõe-se que por igual aberração, mas de sentido contrário, em Lisboa e no sul se concentra a totalidade dos empresários dinâmicos, esclarecidos, eficientes e honestos. Como corolário, segue-se aquela afirmação falaciosa, nunca provada e impossível de o ser, que o Norte tem mais Ferraris por metro quadrado que Itália (qual Itália, a do sul?). Porque será que os Ferraris fazem tanta confusão aquela gente de Lisboa? Um empresário de sucesso que compra um Ferrari está legitimamente a gastar o que é seu e ninguém tem nada com isso. E os ex-ministros e altos dirigentes de empresas do Estado ou com participação estatal, que vivem com ordenados exorbitantes ademais de toda a espécie de mordomias (incluindo carros topo de gama tão caros como os Ferraris) pagos a maioria das vezes com dinheiro dos contribuintes, para esses não há críticas dos mesmos que apontam o dedo aos empresários nortenhos? E alguém se terá esquecido de explicar ao jornalista espanhol que a maioria dos empresários do Norte luta sozinho contra tudo e contra todos, tantas vezes contra o próprio Estado que em vez de ajudar só atrapalha, enquanto os de Lisboa beneficiam de ajudas e quantas vezes de cumplicidades oficiais que os levam ao colo?
Mas há mais. Aqueles iluminados lisboetas com quem o jornalista falou, esqueceram-se, ou ignoraram deliberadamente , de mencionar que no país há pelo menos duas indústrias que têm singrado victoriosamente, com assinaláveis progressos em mercados estrangeiros: o mobiliário e o calçado, curiosamente indústrias que "por coincidência" são fundamentalmente nortenhas. A própria indústria têxtil tem unidades (especialmente de têxteis-lar) que resistiram ao terramoto das importações baratas do Oriente, e que com maior ou menor dificuldade lá se vão aguentando, continuando a contribuir para a forte vocação exportadora do Norte Industrial.
Nada que seja novo, no fundo. Já estamos habituados a que aos olhos de Lisboa o país termine para os lados das Caldas, e tudo o que está para além é simplesmente paisagem.