28 setembro, 2013

Sobre o FCPorto / Victória de Guimarães (1-0)

O FCPorto ganhou, conquistou os 3 pontos e jogou bem durante a 1ª. parte, ainda que sem disso tirar partido. Convirá no entanto salientar que jogou assim apenas na 1ª. metade do jogo, - à semelhança, aliás, do que vem fazendo noutros encontros -  e jogou com 10 jogadores nos 90 minutos, já que Jackson Martinez está irreconhecível, uma prima dona demasiado caprichosa para os objectivos do FCPorto. 

Ontem, no Porto Canal, Jardel, não teve papas na língua e disse aquilo que todos pensaram mas se calhar não dizem:  «a jogar como hoje (ontem), o FCPorto arrisca-se a perder em casa com o Atlético de Madrid...». Eu penso e digo o mesmo, porque não acredito em milagres. Quando uma equipa cria oportunidades e não é capaz de as transformar em golos na 1ª. parte, e na 2ª., nem uma coisa nem outra, as expectativas dos adeptos ficam reduzidas a questões de fé, o que é perigoso para um clube como o FCPorto, habituado a fazer das tripas coração para ultrapassar os adversários. Estou pessimista, e não gosto...

27 setembro, 2013

Se eu votasse no Porto...

...talvez votasse em Rui Moreira. E digo talvez, porque confiando na pessoa, não confio em algumas pessoas e partidos que directa ou indirectamente o apoiam. Rui Rio é uma dessas pessoas, PSD e CDS são dois desses partidos*.

Já aqui o escrevi várias vezes, e nunca me cansarei de repetir, que não me sinto devidamente "equipado" com as "ferramentas" que este modelo de democracia me oferece, por isso tenho de me valer com aquelas que tenho, que são poucas, como imagino já terem percebido. 

Não sou do tipo de gostar de dar mais que uma oportunidade a um político para me convencer da sua seriedade e das suas competências. Menezes, fez um bom trabalho em Gaia, já o reconheci também várias vezes, mas enganou-me quando engoliu abruptamente o processo da Regionalização, mal chegou à intimidadora capital e se apanhou como líder do PSD. Não gostei. E também não ficaria de bem com a minha consciência se "apesar disso", sabendo que se votasse nele, estaria indirectamente a beneficiar o partido político que está no Governo, quando o que eu queria era fazer exactamente o contrário, ou seja: penalizá-lo pela miséria agravada que acrescentou ao país. Por outro lado, também não gosto de certos "passarinhos" que gravitam à volta de Menezes, grudados ao tacho que lhes terá reservado. Falo, por exemplo, de Sílvio Cervan e de Pedro Fonseca, dois nortenhos lisboetizados e doentiamente fanáticos com quem eu nunca gostaria de me cruzar com receio de não conter o vómito.

Assim sendo, irei abster-me. Conscientemente... Sem prazer, mas com o orgulho [com "ó" fechado] e a convicção profunda de saber que assim, não contribuirei para alimentar pessoas e partidos que não precisam nem merecem alimento, porque, mais que gordos, estão esclerosados.

Cavaco, esse pobre coitado, orgulha-se dos nossos emigrantes [lembram-se?!], eu orgulho-me de nunca ter votado nele. E sabem uma coisa? Cá o rapaz, que nem sequer é um "notável", nem recebe avenças das televisões para ter opinião, estava cheio de razão. Eu sabia que o homem estava longe de ter perfil para o cargo. Mais uma vez, não me enganei.   

* Não me esqueci do PS, do seu candidato, nem do que esse partido fez quando foi governo. Por isso, é um X, não no boletim de voto, mas na abstenção, esse monstro tão temido pelos partidos [por que será, fazem ideia?]. Os outros partidos, limitam-se a fazer oposição, não apresentam alternativas. Portanto...

26 setembro, 2013

Que ÓÓrgulho malta! Só falta visitar a Luz e os Ministérios...


Reader's Digest: Lisboa é a cidade menos honesta do mundo

Se encontrasse uma carteira perdida no chão devolvia-a? Num estudo recente sobre a honestidade, a Reader's Digest chegou à conclusão que os habitantes de Helsínquia, Finlândia, são os mais honestos enquanto os lisboetas ocupam a última posição.

Para este estudo os investigadores deixavam cair no chão 12 carteiras no total, espalhadas por locais movimentados das cidades e ficavam depois a observar se os transeuntes ficavam com as carteiras ou as entregavam a alguma autoridade para que pudessem ser devolvidas aos seus donos. Cada carteira continha ainda cerca de 50 euros, fotografias de família e contactos.

Em Helsínquia 11 das 12 carteiras foram entregues, enquanto em Lisboa apenas uma foi devolvida - não por um lisboeta mas por um casal de holandeses que se encontrava de férias.
No total, das 192 carteiras apenas cerca de metade foi devolvida.

O estudo conclui ainda que as condições económicas não têm impacto directo no facto de as pessoas ficarem com o dinheiro ou não. Mumbai, na Índia, alcançou a segunda posição, com os cidadãos a devolverem nove das 12 carteiras. Em comparação, apenas quatro foram entregues em Zurique, na Suíça.
Conheça a lista completa das capitais:
1. Helsínquia, Finlândia: 11 de 12 carteiras
2. Mumbai, Índia: 9 de 12
3. Budapeste, Hungria: 8 de 12
4. Nova Iorque, EUA: 8 de 12
5. Moscovo, Rússia: 7 de 12
6. Amesterdão, Holanda: 7 de 12
7. Berlim, Alemanha: 6 de 12
8. Liubliana, Eslovénia: 6 de 12
9. Londres, Reino Unido: 5 de 12
10. Varsóvia, Polónia: 5 de 12
11. Bucareste, Roménia: 4 de 12
12. Rio de Janeiro, Brasil: 4 de 12
13. Zurique, Suiça: 4 de 12
14. Praga, República Checa: 3 de 12
15. Madrid, Espanha: 2 de 12
16. Lisboa, Portugal: 1 de 12

[fonte: Jornal Económico]

23 setembro, 2013

Futebol Clube do Porto/Paulo Fonseca

Numa análise sumária às últimas exibições do FCPorto de Paulo Fonseca caracterizadas pelo suficiente menos [apesar do 1º lugar], constato o seguinte:

  • Que Paulo Fonseca anda indeciso quanto ao sistema de jogo a implantar
  • Que prefere não arriscar, num sistema mais criativo, com a bola a circular de pé para pé e no sentido da baliza adversária, como parecia no início de época e nos 1ºs jogos do campeonato e que tão boa impressão deixou
  • Que decidiu apostar na continuidade do modelo de Victor Pereira utilizando a espinha dorsal da equipa do ano transacto, esquecendo que já lá não constam João Moutinho e James Rodrigues [e isso faz toda a diferença]
  • Que não querendo implantar o seu próprio sistema, optando pelo modelo do técnico anterior, mas sem as mesmas "peças", nem o mesmo rigor táctico, se arrisca a desestruturar a equipa em todos os sectores
  • Que tem de atalhar caminho e corrigir rapidamente o que há para corrigir, porque a Champions está já aí e não pactua com equipas de futebol duvidoso e mastigado
PS-
Declaração de interesses:  não fui fã do modelo de jogo de Victor Pereira. Não gostava e continuo a não gostar. Ponto! Mas uma virtude lhe reconhecia, a consistência que transmitia às suas equipas.

22 setembro, 2013

O povo português não é sereno, é burro!

Walter Hugo Mãe
Quando oiço falar de elites, ou de forças "vivas do Norte", acabo por não saber muito bem o que se pretende dizer com essa espécie amorfa de palavra de ordem. Sempre entendi por forças vivas e elites, um grupo restrito de pessoas com alguma visibilidade social e intelectual, ligadas à cultura, à economia, à política, e sobretudo às finanças - que é de facto onde realmente se concentra o poder -, capazes de influenciar os Governos.  Por isso me incomoda ouvir esta gente falar como pobres diabos, sem qualquer capacidade reivindicativa ou coragem para se imporem frente ao poder político. Praticamente, limitam-se a fazer pouco mais que o comum cidadão faz, que é, lamentar-se.

Emídio Gomes, novo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte prestou-se a esse papel, pouco acrescentando ao discurso dos antecessores, limitando-se a queixar-se: "o Norte não precisa de esmolas", declarou na entrevista que hoje deu ao JN. Quando se dispõe de algum estatuto, e não se mostra capacidade para unir, reunir, persuadir e mobilizar as referidas forças vivas da região, é porque não se tem perfil para o cargo. No fundo, teve um comportamento muito semelhante aos destinatários das queixas, que se limitam a ocupar os cargos com as inerentes mordomias e a deixar correr o marfim, com os danos colaterais que sabemos.
 
Curiosamente, é a gente ligada à cultura que ainda vemos colocar o dedo na ferida, sem espalhafato mas com muita lucidez. O escritor Walter Hugo Mãe, disse hoje [também no JN] àcerca da crise, uma coisa tão simples quanto óbvia, e que eu aqui não me tenho cansado de destacar, que foi o seguinte: «se alguém em Portugal não tivesse o rabo preso, tudo seria diferente. Ninguém desata a pagar uma dívida sem mais nem mesmo. Qualquer pessoa a quem apresentam uma conta questiona o seu teor. Como podemos imputar uma dívida gigantesca a pessoas que não tiveram responsabilidade na acumulação dessa verba? Não foi a população que encomendou os submarinos nem nada que se pareça. O que qualquer governo de boa fé teria feito seria a renegociação da verba que nos foi imputada. A Islândia foi exemplar. A 1º.medida que tomaram foi mandar prender as pessoas que, através da contratação de dívidas impossíveis, contribuíram para a crise. Também devíamos ter prendido os responsáveis.».

Pessoalmente, as declarações de Walter Hugo Mãe não me espantam, pouco acrescentam ao que sempre pensei e escrevi sobre o assunto.  O que me espanta e incomoda é que este povo, em vez de reagir sob o efeito e as consequências desta cínica política de "austeridade" [cortes nas pensões de reforma, etc], nunca tenha refutado com veemência e revolta, a sua cota parte de responsabilidade na suposta dívida.  Governantes, políticos e banqueiros, lançaram para cima das populações essa patranha com a mesma facilidade com que se limpa o rabinho a um bébé, e a coisa pegou de estaca apesar dos tímidos protestos.  Às tantas, o povo ainda hoje acredita nisso. Alías, basta ver como é que ainda há gente com estofo para se colar à propaganda eleitoral das autarquias. Das duas uma, ou são burros, ou deixaram-se comprar.

Para terminar, vale a pena ler e comparar outro pedaço de texto da entrevista de W.H.M, sobre a Islândia, país que conhece bem e onde vai lançar o seu livro:

«Um desempregado islandês tem mais segurança que um empregado português. Além de receber um subsídio mínimo de 1500,00 €, vê o Estado pagar-lhe a renda da casa.  A prova de que a crise foi uma abstracção financeira sem ligação ao real, é que, um ano depois, já era o país com maior crescimento do mundo, e um dos líderes do ranking da felicidade».

Ah, dirão certos regressitas [vulgo, retardados mentais], mas os islandeses não têm Ronaldos, nem Mourinhos. Pois sim, direi eu, mas temos um país de merda, do qual ainda por cima se orgulham.